sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Crudivorismo



O crudivorismo (ou alimentação viva) é uma doutrina alimentar em que os alimentos (sempre de origem vegetal) são consumidos crus ou semicrus. Os indivíduos adeptos do crudivorismo evitam carne de qualquer espécie e consomem preferencialmente alimentos frescos, brotos, germinados, frutas, hortaliças e oleaginosas. Além disso, evitam o consumo de alimentos processados, refinados, laticínios, grãos de cereais, sal e açúcar.

A dieta composta de alimentos crus foi proposta em meados do século 19, quando Sylvester Graham desenvolveu a ideia de que pessoas que consumissem alimentos crus nunca ficariam doentes e que nossos ancestrais não ingeriam alimentos cozidos.

Uma das argumentações favoráveis ao consumo de alimentos crus é a manutenção de nutrientes que são normalmente perdidos durante a cocção. Por exemplo, algumas vitaminas, como as hidrossolúveis (vitamina C e complexo B), podem ser destruídas ou inativadas, proteínas podem ser desnaturadas e os lipídios sofrem oxidação. Além disso, o cozimento potencializa o efeito de agrotóxicos, pois estes podem se desintegrar, formando compostos cancerígenos mais potentes. Um dos exemplos são tomates com agrotóxicos que, quando cozidos, possui efeito tóxico maior do que tomates crus.

Entretanto, deve-se avaliar cuidadosamente o consumo de proteínas e de vitamina B12 devido a ausência do consumo de alimentos de origem animal, bem como cereais e leguminosas na dieta crudivorista. Ainda pode haver deficiência de ácidos graxos essenciais, caso não seja suficiente o consumo de oleaginosas. Além disso, o cozimento aumenta a biodisponibilidade e inibem alguns fatores antinutricionais presentes nos grãos.

Não é recomendado montar um cardápio apenas com alimentos crus, é importante variar. Por exemplo, os alimentos assados são saudáveis e práticos, mas é preciso ter cuidado com o ressecamento do alimento. 

A posição da American Dietetic Association (ADA), em relação ao crudivorismo, indica que os dados sobre o efeito desta dieta na saúde ainda são limitados e ressalta que o acompanhamento nutricional é fundamental a fim de evitar a deficiência de nutrientes. Além disso, alerta que este tipo de dieta restritiva não deve ser recomendada para lactentes e crianças.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Castro, RCB. O que é dieta crudivorista? Nutritotal. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 30/11/2017.

Coury ST, Silva DL, Azevedo E. Dietoterapia Chinesa, Vegetarianismo e Nutrição Antroposófica. In: Silva SMC, Mura JDP. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. p1016-1035.

Gonsalves, CRL. Crudivorismo: um estilo de vida. Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP. Disponível em: www.socesp.org.br Acessado em: 30/11/2017.

Hobbs SH.
Attitudes, practices, and beliefs of individuals consuming a raw foods diet. Explore (NY). 2005;1(4):272-7.

Cunningham E. What is a raw foods diet and are there any risks or benefits associated with it?
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