A
quimioterapia e a radioterapia são utilizadas no tratamento clínico do câncer,
agindo nas células neoplásicas. Os medicamentos administrados durante a
quimioterapia causam diversos efeitos colaterais aos pacientes. São eles: lesões
na mucosa oral, muitas vezes acompanhada de secura e ardor; estomatite oral (inflamação
que acomete a mucosa da boca); modificações no paladar, em consequência da
destruição dos receptores responsáveis pelo sabor; náuseas e vômitos;
xerostomia (ressecamento da boca), comum principalmente em pacientes que fazem
radioterapia de cabeça e pescoço, pela destruição das glândulas salivares.
Durante
a quimioterapia e/ou radioterapia, a dieta de cada paciente deve ser individualizada
e adaptada de acordo com a aceitação alimentar. Alterações de consistência
podem ser necessárias na dieta, como por exemplo, consistências branda, pastosa
ou liquidificada para facilitar a mastigação e a deglutição. É recomendado aumentar
a oferta de líquidos em pacientes com secura na mucosa oral e/ou vômitos.
É sabido,
no entanto que uma alimentação com alimentos leves e de fácil digestão pode
contribuir muito para reduzir os sintomas associados ao tratamento.
A
redução dos sintomas está associada a características específicas, como a
presença de água ou de componentes que ajudam a regular o trato intestinal. Por
outro lado, um alimento gorduroso exige grande esforço metabólico para a quebra
das moléculas, não sendo recomendado para pacientes em tratamento.
O
gengibre tem ação anti-inflamatória e contribui para diminuir a secreção de
ácidos gástricos, evitando gastrites, enquanto verduras contêm nutrientes que
ajudam a desintoxicar o sistema digestivo.
A
banana possui frutano, componente que regulariza o trânsito intestinal, e a
ameixa tem ácidos orgânicos que ajudam na digestão. Já o abacaxi e o mamão
contêm enzimas que aceleram o processo digestivo, principalmente de proteínas.
Outras
opções, como peixes, algas e legumes têm nutrientes que ajudam a combater os
radicais livres e as toxinas dos medicamentos, amenizando os sintomas de
indigestão. Além disso, contêm aminoácidos que ajudam a estimular o paladar, o
que é importante quando o pacientes passa a comer pouco devido aos sintomas.
Alimentos
que possuem água devem ser incluídos no cardápio, já que, além de serem facilmente
digeridos, evitam prisão de ventre e ajudam a repor líquidos. Entre os
principais estão maçã, pepino, melancia, batatas, ovos, cenoura e tomate.
É
recomendável atentar não apenas aos alimentos, mas também para a forma de
comê-los. Fazer mais refeições e em porções menores facilita o trabalho de
digestão, porque as enzimas e ácidos estomacais entram em contato com uma
superfície maior do alimento em menos tempo, aumentando a eficiência do
processo digestivo. Esse trabalho fica potencializado, é claro, se esse
alimento já chega da boca “quebrado” em partes menores, razão pela qual é
importante também alimentar-se com calma, preocupando-se com uma boa deglutição.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Alimentos que contribuem para a boa digestão e
redução de náuseas. Instituto Vencer o Câncer. Disponível em: www.vencerocancer.org.br Acessado
em: 08/03/2018.
DZK C. Toxicidade da Quimioterapia. In: Forornes
NM, Filho RJC, Tadokoro H, Freire CAR. Guias de Medicina Ambulatorial e
Hospitalar: Oncologia. Barueri: Editora Manole;
2005. p 423-433.
Mateus C, Cacheux W, Lemarié E. Relationship between performance status and malnutrition in non-selected cancer patients. J Clin Oncol. 2007; 524-28.
Mateus C, Cacheux W, Lemarié E. Relationship between performance status and malnutrition in non-selected cancer patients. J Clin Oncol. 2007; 524-28.
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