domingo, 25 de março de 2018

Nutrição Anti-Aging


O envelhecimento é um processo natural caracterizado por alterações biológicas que ocorrem ao longo vida e que resultam numa progressiva redução da resistência ao stress, num aumento da vulnerabilidade a doenças e, consequentemente morte.

Uma forma de reduzir o impacto desse aumento do stress é estimular a ação de antioxidantes. Por isso vários estudos têm demonstrado a importância de determinados nutrientes antioxidantes no atraso do envelhecimento e na prevenção de doenças degenerativas a ele associadas.

O aporte adequado de antioxidantes, em quantidades proporcionais à produção de radicais livres, promove a manutenção das estruturas de membranas biológicas, prevenção da oxidação do DNA, mantém a célula funcionando e prorroga a morte celular. O dano ao DNA e à membrana da mitocôndria é um dos principais mecanismos de declínio de funções celulares e envelhecimento orgânico. Como o número de mitocôndrias intracelulares tende a diminuir com o avanço da idade, os antioxidantes mitocondriais específicos, como ácido α-lipóico (espinafre, brócolis e batata) e coenzima Q10 (encontrada na sardinha, feijão azuki, pistache, espinafre, brócolis), precisam ser considerados quando se pensa em manutenção de energia vital e de uma prevenção do envelhecimento precoce.

O processo do envelhecimento também está associado à inflamação. E um dos fatores que está relacionado à inflamação é a adiposidade central, e possivelmente é por essa razão que o envelhecimento pode ser em parte regulado pelo armazenamento central de gordura. O tecido adiposo branco é um órgão metabolicamente ativo e quando há um aumento de sua diferenciação celular e um armazenamento de gordura, o tecido adiposo muda seu padrão de expressão de genes e começa a secretar diversas proteínas pró-inflamatórias, além da redução considerável da liberação de adiponectina – substância com atividade anti-inflamatória e antioxidante.

Além da adiposidade, a dieta ocidental também favorece a inflamação pelo seu elevado teor de gorduras saturadas (presentes nas carnes, manteiga, creme de leite), gordura trans (alimentos industrializados - como sorvetes, batatas fritas, salgadinhos de pacote, bolos, biscoitos, gorduras hidrogenadas e margarinas e alimentos preparados com estes ingredientes), carboidratos simples e refinados e laticínios, além da insuficiente presença de frutas, hortaliças, cereais integrais, sementes, oleaginosas (castanhas e nozes), leguminosas (feijões, grão de bico, lentilha) e peixes.

O controle da inflamação deve ser feito também através da oferta de alimentos (cebola, frutas vermelhas, açafrão, soja, aveia, lentilha e peixes como sardinha, salmão, arenque) com atividade supressora sobre a proteína (NF-kB) que apresenta papel central na inflamação. 



Os fitoestrógenos (presente na soja e na linhaça) são considerados compostos anti-aging por possuírem atividade similar ao estrógeno. O estrogênio é um poderoso antioxidante, protetor da osteoporose, e sua reposição permite o aumento da expressão de genes associados à longevidade. Entretanto, o uso crônico de estrogênio em mulheres na menopausa está associado a diversos efeitos colaterais. Por isso, seu uso deve ser criterioso e com acompanhamento médico.

A combinação desses alimentos irá fornecer melhor proteção do que qualquer nutriente isoladamente e os efeitos dos antioxidantes adquiridos a partir de suplementos podem não ser comparáveis com os obtidos através da alimentação. Uma destas razões é o fato da ingestão de antioxidantes através da alimentação refletir uma ingestão a longo prazo, enquanto que a suplementação é normalmente usada por um curto período de tempo. 

Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

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