Hábitos alimentares saudáveis e
balanceados são vitais para o desenvolvimento cerebral das crianças. Diante da
era dos fastfoods e de alimentos de calorias vazias que atraem principalmente
os pequenos, os pais atualmente enfrentam um grande desafio em fazer com que os
filhos troquem pizzas, lanches e doces, por frutas, vegetais ou legumes.
A notícia boa é que as crianças
aprendem a se alimentar com os pais ainda quando pequenas! Assim, se você ensinar
o seu filho sobre a importância da boa alimentação, com certeza esse será o
melhor presente em longo prazo para a criança, evitando que essa sofra
futuramente de obesidade e melhor ainda, aumente sua capacidade de raciocínio
lógico e aprendizagem! Fique atento à essa interessante matéria que irá lhe
surpreender!
Cognição é o ato ou processo de
conhecer. Inclui a atenção, a percepção, a memória, raciocínio, imaginação e
pensamento. Um estudo realizado pelo Goldsmiths College, da Universidade de
Londres, e publicado recentemente na revista científica Intelligence, avaliou
como diferentes tipos de alimentos influenciavam o desempenho e o
desenvolvimento cognitivo na infância. A pesquisa acompanhou a alimentação de
4000 crianças com idades entre 3 e 5 anos e também considerou a classe social
das famílias.
Crianças que comiam frequentemente
frutas frescas e alimentos preparados de ingredientes frescos (como legumes e
peixes, por exemplo) apresentaram um significativo aumento na habilidade
cognitiva ou QI (Quociente de Inteligência) durante um período de 2 anos de
avaliação. Controversamente, crianças que tinham o hábito de consumir alimentos
pré-fabricados ou fastfoods, como lanches e alimentos congelados, resultaram em
um desenvolvimento inferior da capacidade cognitiva. Os resultados do mesmo
estudo também indicaram que pais de maior poder aquisitivo ofereciam às suas
crianças alimentos frescos com maior frequência. Alimentos frescos afetam
positivamente a capacidade cognitiva por possuir alto valor nutricional. São
ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes que suportam as funções cerebrais,
participando das reações enzimáticas que sintetizam neurotransmissores. Em
contraste, todos os tipos fastfoods contêm alto valor calórico, elevo teor de
sódio e açúcares, além de reduzido teor de minerais e vitaminas, como o ácido
fólico.
Outra pesquisa semelhante realizada por
pesquisadores da Universidade de Adelaide, Austrália, analisou a relação entre
hábitos alimentares e QI. O estudo com mais de 7000 crianças mostrou que
crianças que foram amamentadas por um longo período e que tiveram uma dieta
saudável durante os dois primeiros anos de vida, apresentaram um QI elevado aos
oito anos, em comparação às crianças que se alimentaram de junk foods ou
fastfoods.
Crianças com dietas baseadas em
legumes, queijos, frutas e vegetais tiveram dois pontos a mais no QI quando
completaram oito anos de idade. Aquelas que se alimentaram predominantemente de
alimentos processados e ricos em carboidratos simples, dois pontos a menos no
QI. Que este seja um assunto de grande discussão em nossa sociedade e que
nunca passe despercebido aos pais. Lembre-se: a praticidade dos alimentos pode
até parecer aliada nos dias atuais, mas devemos reconhecer que ao mesmo tempo
pode ser uma inimiga invisível da inteligência dos nossos futuros adultos.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Mello,
NA. Crianças inteligentes comem alimentos saudáveis. Grupo de Estudos em
Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 22/11/2018.
Smithers, LG;
Golley, RK; Mittinty, MN. et al. Dietary patterns at 6, 15 and 24 months of age
are associated with IQ at 8 years of age. Eur J Epidemiol, v. 27, p.
525-535, 2012.
Stumm, S. von.
You are what you eat? Meal type, socio-economic status and cognitive ability in
childhood. Intelligence, v. 40, p. 576-583, 2012.
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