Tem se falado muito que o consumo de óleos e
gorduras auxilia no bom funcionamento da saúde e que algum desses contribui até
para a perda de peso. Como exemplo recente, temos o óleo de coco. Falou-se
muito, propagou-se muito, alardeou-se muito, mas o famoso óleo de coco nada
mais é que um óleo vegetal semelhante aos óleos de soja, milho etc, rico em
gorduras saturadas que se ingeridas em elevados concentrações induzem o aumento
do colesterol LDL (popularmente conhecido como mau colesterol) desencadeando
doenças que afetam o sistema vascular e cardíaco. Vale ressaltar que não
existem estudos científicos suficientes sobre esse produto que comprovem esses
benefícios a saúde propostos.
A mídia tem estimulado cada vez mais o consumo dos
lipídeos. Novas pautas surgem sugerindo a segurança a saúde do consumo de
alimentos ricos em gorduras saturadas. Mas seria correto incentivar o consumo
de gorduras saturadas em um mundo cada vez mais dominado pelas redes de fast
food, que oferecem alimentos com elevados níveis de sódio e gordura? Onde o
índice de doenças cardiovasculares e cânceres dos mais diversos tipos elevam
exponencialmente?
Relatórios da OMS (Organização Mundial da Saúde)
apontam que as doenças cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte
e incapacidade no mundo e até 2030 será a causa de morte de 23,6 milhões de
pessoas. Embora uma grande proporção das doenças cardiovasculares seja
evitável, esse índice continua a subir, principalmente devido à ausência de medidas
preventivas.
Consumo
Correto dos Lipídios
As gorduras presentes nos alimentos não são
exclusivamente antagonistas a saúde humana, o tipo consumido e a quantidade é
que podem interferir positivamente ou negativamente no bem-estar.
Uma das classificações dos ácidos graxos deve-se
quanto à presença ou não de duplas ligações, denominando o grau de saturação,
sendo aqueles que não apresentam dupla ligação denominados saturados e os
ácidos graxos insaturados aqueles que apresentam 1 dupla ligação, monoinsaturados
conhecidos como MUFA’s ou mais ligações duplas em sua cadeia, os
poli-insaturados ou PUFA’s.
O erro se dá na quantidade excessiva ingerida dos
saturados sobre os insaturados. Alimentos ricos em gorduras saturadas
contribuem para o aumento do colesterol sanguíneo, contribuindo assim para a
formação de placas de ateroma, redução do HDL e aumento do LDL, aumentando
assim a ocorrência de doenças cardiovasculares. A substituição na alimentação
de uma gordura pela outra contribui para uma melhora na saúde.
Onde
Encontrar Gorduras Insaturadas?
O ácido graxo insaturado de maior fama é
indiscutivelmente o ômega-3. Mas como o ômega-3, existem outros ácidos graxos
insaturados capazes de promover a saúde. O ácido linoleico conjugado é um
exemplo. Conhecido como CLA (conjugated linoleic acid) é um ácido graxo que
apresenta atividade bioativa.
Esse ácido graxo insaturado apresenta efeitos
benéficos à saúde, incluindo a melhora da imunidade, o risco decrescente de
doença cardíaca coronariana através da diminuição dos níveis de lipoproteína de
baixa densidade (LDL), redução da incidência de alguns tipos de cânceres
tumorais e modulação do sistema imune.O CLA exerce efeito hipocolesterolêmico,
atuando na redução do colesterol total do plasma, diminuição dos níveis da lipoproteína
de baixa densidade sanguínea (LDL), redução dos níveis de triacilglicerídeos
(TG), contribuindo assim para a diminuição da pressão sanguínea e
consequentemente a prevenção das doenças cardiovasculares. Os efeitos desse
ácido são semelhantes aos efeitos do ácido graxo ômega-3, embora o CLA não
pertencer a está classe de ácidos graxos.
Em sua composição natural o CLA pode ser encontrado
em vários alimentos. Predominantemente apresenta-se no leite e em produtos
lácteos, como queijos e iogurtes, podendo ser encontrado também na carne bovina
e alguns óleos vegetais. Em concentrações menores nas carnes ovinas e de aves
como o frango e peru.
Os alimentos de origem animal apresentam teores
mais elevados de CLA que os alimentos de produto vegetal. Os produtos lácteos,
em particular o queijo, são as principais fontes de origem animal, contendo de
3 a 10 miligramas de CLA por grama de alimento, as carnes bovinas apresentam em
média cerca de 4 miligramas por grama de gordura. Os óleos vegetais e a gordura
de animais não ruminantes contém apenas vestígios do CLA, variando numa
proporção de 0,2 a 0,9 miligramas por grama de gordura total do alimento.
O consumo de 0,5 – 7 gramas/ dia de CLA é a
quantidade ideal para que o ácido graxo apresente seus benefícios propostos sem
apresentar efeitos adversos a saúde humana.
É importante lembrar que essa gordura benéfica está
presente principalmente nos alimentos de origem animal, onde também encontra-se
gorduras saturadas. Portanto, faz se necessário o consumo de forma moderada
desses alimentos, de maneira geral, a alimentação só é capaz de auxiliar no
bem-estar a partir de uma dieta equilibrada. O consumo excessivo de qualquer
nutriente prejudica o funcionamento do nosso organismo acarretando em
consequência algum malefício.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Santana,
ATMC. Aliando os ácidos graxos a saúde. Grupo de Estudos em Alimentos
Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 29/05/2018.
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