A obesidade é uma doença crônica que afeta cerca
de 400 milhões de pessoas no mundo todo, sendo considerada uma epidemia e um
grave problema de saúde pública.
Segundo dados do Ministério da Saúde,
quase metade da população brasileira encontra-se acima do peso. Através do
levantamento feito pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) abrangendo as 26 capitais e o
Distrito Federal, constatou-se que 48,5% da população está acima do peso.
A transição nutricional ocorrida neste
século em diversos países do mundo convergem para uma dieta rica em
gorduras, açúcares e alimentos refinados, e reduzida em carboidratos complexos
e fibras. Juntamente com essas alterações alimentares, temos o declínio
progressivo da atividade física e com isso, alterações na composição corporal,
principalmente o aumento da gordura.
O IMC (Índice de Massa Corpórea) é a ferramenta mais prática para o diagnóstico da obesidade. O seu
cálculo é feito da seguinte forma:
IMC
= ___PESO ATUAL_ (quilogramas)___
ALTURA X ALTURA (metros)
Após o cálculo, visualize em que faixa você se
encontra no quadro abaixo:
Classificação
do Índice de Massa Corpórea
|
IMC
(kg/m²)
Classificação
|
18,5-24,9
Eutrofia
25,0-29,9
Pré-obesidade
30,0-34,9
Obesidade Grau I
35,0-39,9
Obesidade Grau II
≥
40
Obesidade Grau III
|
Fonte: Adaptado de World Health Organization.
Indivíduos obesos ou com tendência à
obesidade é interessante avaliar a distribuição de gordura corporal. Existem dois tipos de distribuição de gordura
corporal:
É importante identificar a
distribuição de gordura, visto que a obesidade andróide está associada ao maior
desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
São considerados de risco elevado para
o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, valores de circunferência da
cintura acima de 94 cm, para homens, e de 80 cm, para mulheres. E muito elevado,
valores de circunferência acima de 102 cm, para homens, e de 88 cm, para
mulheres.
Quadro 2: Riscos de complicações metabólicas
associadas à obesidade em função da circunferência da cintura (cm) por sexo.
RISCO
AUMENTADO
|
RISCO
MUITO AUMENTADO
|
|
HOMENS
|
94cm
|
102cm
|
MULHERES
|
80cm
|
88cm
|
Fonte: Cuppari, L. Nutrição Clínica no
Adulto. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar – Unifesp, 2006
O tratamento da obesidade, sem a
utilização de medicamentos e intervenção cirúrgica, inclui mudanças nos hábitos
alimentares e prática de atividade física. Devemos priorizar a redução do
consumo de alimentos altamente calóricos e o aumento de atividade física para
que haja um balanço energético negativo (gastar mais do que consumir calorias)
e com isso, redução do peso corporal.
Algumas estratégias que nós podemos
adotar para nos auxiliar na redução de peso são:
-
Mastigar bem os alimentos;
-
Alimentar-se de 3 em 3 horas, de preferência não ficar muito tempo sem comer de
uma refeição para outra;
-
Não comer em frente à televisão e ao computador;
-
Incluir frutas, verduras e legumes nas refeições, diariamente;
-
Opte por formas de preparo como assado, cozido, grelhado ao invés da fritura;
-
Prefira temperos naturais como alho, cebola, limão, salsinha, ervas,
manjericão, cebolinha, ao invés de temperos industrializados;
-
Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos, pizzas, lanches, para no máximo
2x/semana;
-
Diminua o uso de sal nas preparações;
-
Prefira as gorduras de origem vegetal, como azeite de oliva, óleos de soja,
milho, canola e girassol.
-
Beba, diariamente, bastante água.
-
Prefira os alimentos integrais ao invés dos refinados.
-
Comece as refeições pelas saladas, pois são ricas em vitaminas, minerais e
fibras, e lhe proporcionarão uma maior saciedade.
-
Não vá ao supermercado com fome, pois além de você comprar mais do que precisa,
você acabará dando preferência aos alimentos mais calóricos.
-
Evite fumo e bebida alcoólica.
-
Procure uma atividade física que lhe agrade e incorpore-a no seu dia-a-dia, mas
antes de qualquer atividade procure um cardiologista e um educador físico para
melhor indicar uma atividade física apropriada para você.
Não
existe dieta milagrosa, existe mudança nos hábitos alimentares através de um planejamento
alimentar flexível que nós chamamos de reeducação alimentar.
A
reeducação alimentar juntamente com a atividade física é a melhor e mais
saudável forma de perder peso e adquirir hábitos de vida saudáveis.
As
informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento
presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas,
psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente,
para seu conhecimento.
.
Referências
Bibliográficas:
1) Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia. Disponível em: http://www.endocrino.org.br.
Acessado em 20 de agosto de 2012.
2) Garaulet M, Heredia, FP. Behavioural therapy in the
treatment of obesity (II): role of the Mediterranean diet. Nutr Hosp 2010;
25(1):9-17.
3) Juonala Markus, Juhola Jonna, Costan G Magnussen et
al. Childhood Environmental and Genetic Predictors of adulthood obesity: the
cardiovascular risk in young finns study. J
Clin Endocrinol Metab 2011, 96(9):1542-1549.
4) Costa, LD; Valezi, AC; Matsuo, T; Dichi, I;
Dichi, JB. Repercussão da perda de peso sobre parâmetros
nutricionais e metabólicos de pacientes obesos graves após um ano de
gastroplastia em Y-Roux. Rev Col Bras Cir,
2010; 37(2):96-101.
5) Hill, JO; Peters, JC; Catenacci, VA; Wyatt, HR.
International Strategies To Address Obesity. Obesity Reviews, 2008, 9 (Suppl. 1) ,
41-47.
6) FRANSISCHI, Rachel Pamfilio Prado de et al. Obesidade: Atualização
sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Rev Nutr, Campinas, v. 1, n. 13, p.17-28, 2000.
7) World Health Organization. Disponível em: http://apps.who.int/bmi/index.jsp?introPage=intro_3.html. Acessado
em 20 de agosto de 2012.
8) Cuppari, L.
Nutrição Clínica no Adulto. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar –
Unifesp, 2006.
9) Claudino, AM;
Zanella, MT. Transtornos Alimentares e Obesidade. Guias de Medicina
Ambulatorial e Hospitalar – Unifesp, 2005.
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