sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Começando 2017 Tirando Pé da Jaca



Fim do ano chegou e o alívio para quem está cansado da correria do ano inteiro também. Mas além dessa sensação de “dever cumprido” vem aqueles quilinhos a mais que serão adquiridos com a famosa comilança de fim de ano! É amigo secreto, confraternização do escritório, ceia de Natal, festa de Ano-Novo e por ai vai, motivos não faltam para a comemoração do encerramento de 2016.

Depois de toda comemoração é hora de voltar à rotina, e o mais importante, voltar à rotina saudável. Se você está desesperada porque engordou todos os quilos que havia emagrecido durante o ano, acalme-se! Em primeiro lugar, tome cuidado com as dietas malucas que prometem emagrecimento rápido! De nada adianta aderir a elas, uma vez que podem ser ainda mais prejudiciais à saúde e depois de algum tempo os quilos perdidos podem voltar com força total!

Uma dica simples e super válida é hidratar seu corpo! Isso pode ser feito com água, sucos em geral, água de coco e também ingerir frutas suculentas como melancia e melão. 


Uma opção é sempre ter frutas inteiras higienizadas, uma opção pratica e que pode ser consumida em qualquer momento ou lugar.  Outra dica é beber chás gelados, como, por exemplo, o chá verde, que além de ser muito refrescante também é termogênico (acelera o metabolismo)!

Alimentos diuréticos também são muito bem-vindos! Essa função você pode encontrar no chá de hibiscus, pepino, maracujá, abacaxi, alface, agrião, repolho, tomate, salsinha, alcachofra, broto de feijão, pepino, erva-doce, berinjela. Esses alimentos agem no nosso organismo auxiliando na eliminação do excedente de líquidos através da urina, evitando assim os inchaços.

No entanto, muitas vezes não exageramos apenas na comida! A bebida também é um grande vilão das nossas comemorações de fim de ano. Com certeza ao final deste feriado pelo menos um de nossos leitores terá abusado das bebidas alcoólicas. E no dia seguinte, os sintomas são inconfundíveis: aquela dor de cabeça e no corpo como se tivesse passado um caminhão em cima de você. A ressaca nada mais é do que um tipo de crise de abstinência. 

Como qualquer outra bebida ou alimento, o álcool é metabolizado e distribuído pela corrente sanguínea para todas as células do corpo. Quando ele chega ao nosso cérebro, temos a embriaguez ou relaxamento. O fígado é o órgão que mais trabalha para dar conta de eliminar as toxinas geradas por tanta bebida alcoólica. Quando o trabalho cessa, o fígado entra numa espécie de depressão, desorganizando todo o metabolismo. Por sua vez, o sistema nervoso tem uma reação parecida. E os resultados são péssimos.

Tomar uma dose de bebida alcoólica no dia seguinte para combater a ressaca é mito. Ingerir álcool somente irá aumentar a toxicidade já existente no organismo. Existem ainda poucas evidencias de que uma dose de café forte alivia os sintomas da ressaca. 



Por isso, se você acordou com aquela ressaca a melhor dica é tomar bastante água de coco! Ela é um santo remédio para os sintomas do abuso de bebida alcoólica. Seus carboidratos repõem a energia perdida ao mesmo tempo que repõe os minerais.

A pera asiática, também tem demonstrado aliviar os sintomas da ressaca. Segundo dados de uma pesquisa realizada no sul da Coreia, esta fruta não somente age sobre os sintomas como também durante a desintoxicação do álcool e é capaz de reduzir a severidade da ressaca.  E vamos lembrar aqui que não adianta tomar um refrigerante. Tais bebidas são ricas em sódio e cafeína, compostos que favorecem a desidratação ao invés da hidratação. 

Outra forma de aliviar os sintomas típicos e desagradáveis da ressaca é comer ovos cozidos. Eles são apresentados como aliados da ressaca por apresentarem a cisteína, que ataca o acetaldeído, a toxina que provoca a ressaca. Além disso, tanto a casca quanto a polpa da Manga são também são capazes de reduzir os níveis de álcool sanguíneo, ao acelerarem a degradação deste composto, por isso são fortes aliadas à redução dos sintomas provocados pela ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.

Com o fígado sobrecarregado é importante lembrar que ele também merece um descanso! Sendo assim, nos primeiros dias do ano evite as comidas gordurosas! Ao invés de investir no churrasco regado à picanha prefira carnes brancas como frango ou peixe. É bom evitar também as típicas nozes e castanhas, apesar de serem ótimas para a saúde, são ricas fontes de gordura.

Outra ótima opção é aderir a refeições bem diversificada, composta por legumes e verduras, pois, além de contribuírem para a desintoxicação também são alimentos de digestão fácil. Procure montar pratos bem coloridos para garantir uma alimentação rica em compostos antioxidantes variados, além de vitaminas e minerais.

Tente evitar também os carboidratos, como arroz, batata e macarrão, mas se isso não for possível substitua-os por carboidratos na forma integral (pães, arroz e aveia). Levando em conta a praticidade também podemos escolher as barras de cereais, biscoitos ricos em fibra, que vão auxiliar na regulação do nosso intestino.

Mas, aliado a tudo isso é importantíssimo que você também inclua a atividade física. Ela irá auxiliar na queima das calorias adquiridas e com certeza te proporcionará um maior bem-estar, dando ânimo para ter um maravilhoso 2017.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Bachiega, P. Comece o ano tirando o pé da jaca. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Peixe In Natura x Peixe Enlatado



Os pescados são fonte natural de proteínas para o organismo, fornecem também nutrientes como vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais. Os principais minerais encontrados nos pescados são: Zinco, Fósforo, Ferro, Cálcio, Iodo (em pescados de origem marinha) e em geral é, uma boa fonte de vitaminas do complexo B, cujo conteúdo é comparável ao encontrado em carnes de mamíferos, e também de vitaminas A e D, no caso de peixes, como a sardinha, salmão e cavala, considerados mais gordurosos.

Os ácidos graxos ômega-3 não são sintetizados pelo organismo humano e devem ser obtidos por meio da dieta. Eles integram a composição das membranas celulares e afetam a função dos receptores celulares nessas membranas, além de muitas outras funções extremamente importantes. O ômega-3 está presente principalmente em peixes como salmão, sardinha, cavala, arenque e atum (peixes de água fria e profunda).

Por apresentar vasto teor de nutrientes, os peixes são alimentos fundamentais para todos. Tão grande é a importância do consumo de peixes que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de pescados seja de 12 kg por pessoa ao ano. Mas muitas pessoas não o consomem pela dificuldade em prepará-lo ou falta de tempo para tal. Isso, não é mais um problema! Os peixes enlatados são uma boa opção para quem não tem tempo de preparar sua refeição.

Peixes enlatados podem ter como período de validade até dois anos, isso sem perder suas propriedades nutritivas e o sabor, já os congelados duram no máximo seis meses e precisam de toda a sua preparação, limpeza, etc.

O pescado quando conservado em óleo de soja ou em azeite na lata não tem seus nutrientes dissipados, devido ao processo de preparação do alimento enlatado ser diferenciado. O peixe é colocado cru dentro da lata, que em seguida é hermeticamente fechada, a embalagem é levada para fornos em altas temperaturas, garantindo ainda mais a preservação dos nutrientes, como o ômega-3.

De modo geral todos os peixes fazem muito bem à saúde, mas os peixes com maior teor de ômega-3, devem ser priorizados.

Dentre os benefícios que o consumo de peixes nos traz temos: redução do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC), de depressão, do Mal de Alzheimer e de morte por doença cardíaca.

Diante disto, coloca-se que os peixes in natura são uma boa opção para as pessoas que possuem tempo disponível para o preparo deste. Da mesma maneira, os enlatados são uma boa opção para quem não tem disponibilidade de tempo para o preparo. A ingestão de nutrientes não será afetada por consumir um ou outro, afinal como já exposto, os peixes enlatados não têm menor quantidade de nutrientes que os peixes in natura, pois estes ficam conservados após a embalagem. A única ressalva que permanece, são os peixes embalados com adição de sal. Já que o excesso de sal na alimentação é prejudicial à saúde.

Texto elaborado por: Dra. Caroline de Salve – CRN3. 28964

Nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo 

Especialista em Nutrição Humana pelo Instituto Metabolismo e Nutrição (IMEN)

Especialista em Nutrição e Pediatria pelo HCMUSP

Nutricionista Responsável pelo Colégio Piaget

Nutricionista Responsável por unidade Salutem Nutrição e Bem Estar em São Caetano do Sul e atendimentos na Unidade Salutem de São Caetano do Sul. 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Alterações Nutricionais Após Cirurgia Bariátrica



A cirurgia bariátrica é considerada, atualmente, o tratamento de escolha para redução do peso corporal e sua manutenção a médio e longo prazos, em pacientes com obesidade grave. A obesidade está associada a maior morbidade secundária a aumento da resistência à insulina, diabetes, hipertensão e dislipidemias, condições que representam cerca de 8% do total de gastos em saúde pública no Brasil. Existem ainda custos indiretos relacionados ao afastamento do trabalho, absenteísmo e aposentadorias mais precoces dos indivíduos com obesidade.

Pacientes com IMC igual ou superior a 45kg/m² apresentam uma diminuição da expectativa de vida e um aumento da mortalidade por causa cardiovascular, que pode chegar a 190%. Nesse contexto, a cirurgia bariátrica é um recurso consistente nos casos de obesidade grave com falha documentada de tratamento clínico, proporcionando aos pacientes uma redução nos índices de mortalidade e melhora de comorbidades clínicas.

No ano passado, mais de 7.500 brasileiros fizeram o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tiveram que modificar hábitos alimentares antes mesmo da cirurgia. O período pós-operatório é uma fase fundamental desta abordagem terapêutica, que inclui diversas especificidades. É seguido de acompanhamento periódico para corrigir possíveis deficiências de nutrientes e alterações metabólicas.

Após a cirurgia da obesidade observam-se redução considerável na ingestão alimentar e perda drástica do peso corporal. A diminuição da área absortiva intestinal provoca distúrbios na digestão e absorção dos nutrientes, com possíveis riscos metabólicos. Dessa maneira, qualquer técnica utilizada no tratamento da obesidade requer adequação da composição alimentar, além de suplementação de nutrientes por tempo indeterminado.

PÓS-OPERATÓRIO

● Benefícios

Maior controle do peso corporal promovido pela cirurgia bariátrica promove melhora das comorbidades relacionadas à obesidade, do estado psicossocial e da qualidade de vida. O paciente submetido à cirurgia bariátrica frequentemente evolui com melhora de diabetes melito tipo 2, hipertensão arterial, função cardíaca, perfil lipídico, função respiratória, doenças do sono, doença articular degenerativa, infecções, refluxo gastroesofágico, mobilidade, estase venosa, esteatoepatite não alcoólica, asma, síndrome dos ovários policísticos, infertilidade e complicações gestacionais, embora o risco de neonato com baixo peso ou prematuro seja maior em mulheres operadas.

Complicações

As complicações pós-operatórias mais comuns de todas as técnicas são tromboembolismo pulmonar, deiscência da sutura, fístulas, estenoses, infecções e hemorragia (mais comuns no pós-operatório precoce), hérnia interna e obstrução intestinal (mais comuns no pós-operatório tardio). Nas técnicas disabsortivas e, em menor grau, na DGYR (derivação gastrojejunal em Y de Roux), há maior risco de se desenvolver diarreia com flatulência excessiva e desnutrição proteica, mas anemia ferropriva, deficiência de vitaminas e doenças osteometabólicas são comuns em ambas. 



Quadro 1. Complicações e manifestações clínicas mais comuns da cirurgia bariátrica.

Complicações
Manifestações Clínicas
Distúrbios ácido-básicos
Acidose metabólica; Cetoacidose
Hiperproliferação bacteriana
Distensão abdominal; pseudo-obstrução; diarreia noturna; artralgia
Anormalidade eletrolíticas
Hipocalcemia; hipokalemia; hipomagnesemia; hiponatremia; hipofosfatemia
Deficiência vitamínica
Deficiência de vitaminas A,D, E e K; Deficiência de ácido fólico e de vitamina B12; Anemia
Deficiência de ferro
Anemia que pode necessitar de ferro endovenoso e transfusão
Osteoporose
Fraturas
Deficiência de tiamina
Deficiência de Wernicke-Korsakoff
Deficiência de vitamina B12
Neuropatia periférica e anemia

PERDA DE PESO

A perda de peso total é de, em média, 30% no primeiro ano, com redução gradual no decorrer dos anos, podendo ocorrer reganho de peso após esse período. Esse reganho pode ser recorrente de falhas técnicas, distúrbios psiquiátricos ou consumo de alimentação inadequada, com redução no consumo de frutas, vegetais e aumento da ingestão de líquidos hipercalóricos e doces.

Para avaliar a perda ponderal são utilizadas as seguintes equações:

Perda Ponderal Total (PPT): peso pré-operatório (kg) – peso atual (kg);

Percentual de perda ponderal (%PP): peso pré-operatório (kg) – peso atual (kg) x 100/peso pré-operatório (kg);

Excesso de peso (EP): peso pré-operatório (kg) – peso ideal (kg);

Percentual de perda do excesso de peso (%PEP): peso pré-operatório (kg) – peso atual (kg) x 100/excesso de peso (kg).

A perda de peso acarreta melhora ou até mesmo cura de comorbidades associadas, além da melhora da capacidade funcional e benefícios na qualidade de vida. No entanto, quando a perda de peso é excessiva no primeiro ano, pode refletir o consumo de dietas de muito baixo valor calórico (< 800kcal) e/ou desbalanceada em macro e micronutrientes, podendo levar à desnutrição proteico calórica e deficiência específica de nutrientes. Muitas vezes, é necessária a internação hospitalar para a instalação de suporte nutricional agressivo.

O sucesso da cirurgia não deve ser medido unicamente pela perda de peso, mas também pela qualidade do padrão alimentar assumido pelo paciente. Em muitos casos, observam-se dificuldades na adaptação ao novo padrão dietético, com manutenção prolongada de dietas de consistência semilíquida ou pastosa, nas quais se pode fazer a opção por alimentos pouco nutritivos, porém bem tolerados. 



Vários estudos têm avaliado o estado nutricional após cirurgias bariátricas, detectando redução do consumo alimentar, principalmente de calorias, proteínas, vitaminas e minerais, e observando que, em alguns pacientes, a ingestão de nutrientes é inferior a 50% das suas necessidades nutricionais.

ORIENTAÇÕES DIETÉTICAS APÓS 30 DIAS DE PÓS-OPERATÓRIO

● Mastigar bastante antes de engolir, mesmo os alimentos macios;

● Utilizar talheres e pratos pequenos, tipo sobremesa, nas refeições;

● Evitar beber líquidos durante as refeições, sendo o ideal ingeri-los 1 hora antes ou depois;

● Ingerir água, sucos, chás e água de coco entre as refeições;

● Procurar seguir horários regulares e fracionar a alimentação em 6 a 8 refeições por dia;

● Evitar se alimentar com pressa ou assistindo à televisão;

● Usar adoçantes artificiais líquidos ou em pó. Evitar os constituídos de frutose, lactose e maltose;

● Evitar alimentos ricos em gordura como: frituras, carnes gordas, empanados à milanesa, margarina, manteiga, sorvetes, chocolates, molhos prontos, caldos industrializados, creme de leite, maionese, patê gorduroso, enlatados com azeite, leite de coco, coco, paio, linguiça, salsichas, óleo de dendê, chantilly, leite integral e embutidos;

● Evitar alimentos ricos em açúcar como: açúcar comum, mel, rapadura, tortas, bolos, flans, cereais matinais, achocolatados, refrigerantes comuns e biscoitos recheados;

● Preferir leite desnatado ou à base de soja light; sempre suplementando com leite em pó ou proteína em pó;

● Evitar os queijos amarelos (ricos em gordura) como: mussarela, prato, cheddar, requeijão comum;
● Preferir os queijos brancos ou light (menor teor de gorduras), requeijão light ou 0% de gordura, coalhadas e iogurtes desnatados;

● Consumir as frutas, de preferência com a casca e com as fibras (bagaço);

● Preferir os cereais integrais como: pão integral, arroz integral, bolachas integrais, macarrão integral, entre outros;

● Consumir carnes magras, começar com carne moída sem gordura ou cozida em panela de pressão. Começar consumindo apenas 1 colher de sopa e ir aumentando o consumo de acordo com a tolerância;

● Consumir frango sem pele, peixe sem pele, soja, bode (sem gordura), carneiro, cabrito, crustáceos e fígado em preparações grelhadas ou cozidas sem óleo e assados no forno;

● Tomar suplemento vitamínico-mineral indicado diariamente.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Diretrizes Brasileiras de Obesidade 2016. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO. 4 ed. São Paulo,SP.

Novos hábitos alimentares devem fazer parte da rotina de quem fez redução de estômago. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em: 21/12/2016.

Silva, SA; Burgos, MGPA. Consumo alimentar no pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica. In: Burgos, MGPA. Nutrição em Cirurgia Bariátrica. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Rubio, 2011.