quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Câncer Colorretal



  O câncer colorretal, uma das neoplasias malignas mais frequentes no ocidente, é considerado a quarta causa mais comum de câncer no mundo e a terceira causa de incidência e mortalidade em ambos os sexos nos Estados Unidos. No Brasil, ele representa a quinta neoplasia mais diagnosticada e a quarta causa de óbitos.

   Mais de 90% dos cânceres de cólon e reto ocorrem em indivíduos com idade superior a 50 anos, e 75% atingem indivíduos sem outros fatores de risco além da idade.

Pessoas com mais de 50 anos com anemia de origem indeterminada e que apresentem suspeita de perda crônica de sangue no exame de sangue devem fazer endoscopia gastrintestinal superior e inferior. Mudança no hábito intestinal (diarréia ou prisão de ventre), desconforto abdominal com gases ou cólicas, sangramento nas fezes, sangramento anal e sensação de que o intestino não se esvaziou após a evacuação são sinais de alerta.

Também pode ocorrer perda de peso sem razão aparente, cansaço, fezes pastosas de cor escura, náuseas, vômitos e sensação dolorida na região anal, com esforço ineficaz para evacuar.

Esses tumores podem ser detectados precocemente através de dois exames: pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia. Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente à pesquisa de sangue oculto nas fezes. Caso o resultado seja positivo, é recomendada a colonoscopia (exame de imagem que vê o intestino por dentro).

      O diagnóstico requer biópsia (exame de fragmento de tecido retirado da lesão suspeita). A retirada do fragmento é feita por meio de aparelho introduzido pelo reto (endoscópio).

      O desenvolvimento de várias formas de câncer resulta da interação entre fatores endógenos e ambientais, destacando-se a dieta que, quando inadequada, representa cerca de 35% dos diversos tipos de câncer. Outros fatores incluem o etilismo, o tabagismo, a obesidade, a inatividade física e a exposição a determinados agentes viróticos, bacterianos e parasitários, além do contato frequente com algumas substâncias carcinogênicas.

     Estudos científicos têm demonstrado uma associação positiva entre sobrepeso, obesidade e risco de desenvolvimento de diversos tipos de câncer, como também na mortalidade por essa doença. Acredita-se que o provável mecanismo esteja relacionado à hiperinsulinemia e ao alto nível do fator de crescimento dependente de insulina (IGF-1) e proteínas que se ligam ao IGF-1 (IGFBP), além de dietas caracterizadas pelo consumo excessivo de energia. Há uma maior associação entre o excesso de peso e o risco de câncer colorretal em homens quando comparado com as mulheres, sugerindo que a distribuição abdominal ou central de adiposidade corporal (tipicamente masculina) é o principal componente do aumento desse risco, uma vez que está associada fortemente com a resistência à insulina e à hiperinsulinemia.

       Os carboidratos complexos (vide post carboidratos) diminuem o risco de câncer colorretal, porém seu efeito protetor pode ser atenuado se a maior parte do amido da dieta for refinado. Dietas ricas em carboidratos refinados tendem a ser pobres em fibras, hortaliças, frutas e outros alimentos que exercem efeito protetor contra o câncer colorretal, reforçando a ideia de que principalmente a qualidade dos carboidratos será o fator-chave na sua relação com o câncer, o que pode ser confirmado através de estudos experimentais, epidemiológicos e clínicos que comprovam a relação da carcinogênese com o consumo excessivo de alimentos ricos em carboidratos simples e refinados e pobre em fibras.

       Estudos científicos têm comprovado o efeito protetor de algumas hortaliças como brócolis, repolho, couve-flor e couve-de-bruxelas, no câncer colorretal. Essas hortaliças contêm substâncias químicas, indóis e isotiocianatos, capazes de estimular enzimas de destoxifixação ou redutoras da atividade de enzimas hepáticas que convertem compostos químicos ambientais em potentes carcinógenos, aumentando a solubilidade aquosa de toxinas corporais e sua consequente eliminação.

       A carência de fibras na dieta eleva o tempo de trânsito intestinal, aumentando a concentração do conteúdo do lúmen, propiciando um maior contato de agentes nocivos e carcinógenos com a mucosa do cólon. Dentre esses agentes, destacam-se os sais biliares, metabólitos de ácidos graxos de cadeia curta, gerados pelo aumento do pH intraluminal com dietas pobres em fibras, que são formados pelo metabolismo de gorduras e proteínas animais, determinando alterações epiteliais importantes, podendo culminar com o desenvolvimento dos cânceres de cólon e reto.

O consumo regular de leguminosas é imprescindível devido ao seu efeito benéfico para a saúde, promovendo a redução de diversas doenças como o câncer. Na literatura, a relação entre o câncer colorretal e as leguminosas não está completamente elucidada e estudos epidemiológicos demonstram efeitos contraditórios. Entretanto as leguminosas contêm carboidratos complexos, proteínas de origem vegetal, fibras, fitoquímicos, minerais como o cálcio, ferro, potássio, zinco e manganês e substâncias bioativas que exercem diversos efeitos protetores contra o câncer.

Na literatura, não há consenso quanto à relação entre o consumo de carne e seus derivados e o desenvolvimento de câncer colorretal. Evidências epidemiológicas sugerem que dietas com alto teor de carne vermelha e de gordura, associadas a um baixo teor de carboidratos fermentados como as fibras, aumentam o risco de câncer de cólon. Um dos mecanismos que pode explicar a associação entre o câncer colorretal e a carne vermelha é o aumento do metabolismo de proteínas no cólon. Os produtos finais desse processo metabólico incluem a formação de amônia, fenóis, indóis, nitratos, sulfitos e aminas, que têm demonstrado efeitos tóxicos em estudos in vitro e em modelos animais. Estes compostos estão presentes em amostras fecais, sugerindo um efeito tóxico sobre a mucosa intestinal.

Vários estudos epidemiológicos estão sendo conduzidos para determinar os efeitos do consumo de leite e lacticínios na carcinogênese. Há também evidências consideráveis de que o cálcio do leite protege contra o câncer de cólon. A proteína do soro do leite tem papel benéfico, demonstrado em estudos com animais e humanos. Dados experimentais têm revelado que a lactoferrina bovina inibe a carcinogênese no cólon.

Existe uma relação positiva entre a incidência de câncer de cólon e a média percentual de calorias provenientes das gorduras, tanto para homens quanto para mulheres. O World Cancer Research Fund e American Institute for Cancer Research sugerem haver evidências consistentes de que dietas ricas em gorduras possam aumentar o risco de câncer colorretal. O papel das gorduras na carcinogênese pode variar de acordo com a sua origem e composição. Acredita-se que a elevada ingestão de gordura total promove aumento na produção de ácidos biliares, que são mutagênicos e citotóxicos.


Doenças crônicas, como o câncer, estão relacionadas ao aumento na produção de tromboxanas, leucotrienos, interleucina-1, interleucina-6, fator de necrose tumoral e proteína C-reativa, devido à resposta imunológica realizada pelo organismo. O aumento no consumo de ômega-6 promove elevação desses fatores, enquanto o aumento no consumo de ômega-3 (ácido alfa-linolênico), contido nos peixes, promove a redução dos mesmos. Estudos indicam que as dietas ocidentais são deficientes em ômega-3 e que, nelas, a relação ômega-6/ômega-3 oscila de 15:1 a 16,7:1, reconhecendo que a modulação dessa relação para 2,5/1 reduz a proliferação celular retal em pacientes com câncer.

A água desempenha diversas funções orgânicas vitais e imprescindíveis como transporte de gases, alimentos e produtos do metabolismo celular, regulação da temperatura corpórea, dentre outras. Apesar da recomendação de pelo menos 2 litros de água por dia, é sabido que, em determinadas condições clínicas, como idade avançada e carcinoma do trato gastrintestinal, a necessidade de água encontra-se reduzida.

Evidências científicas têm sugerido um efeito protetor do consumo de café no risco de desenvolvimento de câncer colorretal. Acredita-se que esse efeito está relacionado às substâncias bioativas presentes no café como flavonoides, entre outros antioxidantes. Na literatura, há controvérsias em relação a essa associação. Dados de cinco estudos que relacionaram o consumo de café com o risco de câncer colorretal demonstraram os seguintes resultados: em três estudos, houve uma ausência de associação; em um estudo, risco aumentado de câncer entre os consumidores de café; e, no outro estudo, associação inversa entre o consumo do café e o risco dessa doença.

Estudos epidemiológicos indicam que, além de uma dieta variada com elevado consumo de frutas, hortaliças e fibras, baixo consumo de alguns tipos de gordura e ingestão calórica moderada, a prática de atividade física está intimamente relacionada ao risco reduzido de diversos tipos de câncer, particularmente, colorretal.

Vários mecanismos podem explicar o papel da atividade física regular na redução do risco de câncer. O primeiro deles seria a influência sobre o sistema imunológico. Acredita-se que a atividade física regular ativa o sistema imunológico de forma semelhante à que ocorre com uma infecção leve. O mecanismo seria o aumento na produção de interferon, que pode manter estimuladas as células NK (Natural Killers), fundamentais na luta imunológica antitumoral, no processo de metástases e infecções virais.

Outra possível explicação de como a atividade física regular pode auxiliar na prevenção do câncer de cólon está relacionada à regulação dos radicais livres. É sabido que a geração de moléculas reativas de oxigênio (radicais livres) pode causar danos genéticos nas células, contribuindo para o desenvolvimento do câncer. Apesar do exercício intenso estar associado à produção de radicais livres, a atividade física regular pode melhorar as defesas do organismo contra estes elementos através da regulação e adaptação da atividade de enzimas-chave varredoras de radicais livres (superóxido dismutase e glutationa peroxidase), como também dos níveis de antioxidantes no organismo (glutationas e tocoferóis). Ainda é desconhecido na literatura o grau de influência que estas mudanças induzidas pelo exercício exercem sobre o desenvolvimento do câncer.



Outro importante efeito da atividade física está relacionado ao aumento da motilidade intestinal. A prática desportiva regular, principalmente aeróbia, pode estimular a peristalse, reduzindo o tempo de trânsito intestinal dos alimentos, provavelmente por um tônus parassimpático aumentado. Com isso, reduz-se a incidência de câncer de cólon por diminuição da oportunidade de exposição da mucosa colônica a potentes agentes carcinogênicos, como também aos ácidos biliares, que vêm sendo acentuadamente descritos como possíveis promotores do câncer de cólon.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

Colorretal. Instituto Nacional de Câncer. Disponível em: www.inca.gov.br Acessado em: 16/08/2013.

Fortes, RC; Rêcova, VL; Melo, AL; Novaes, MRCG. Hábitos Dietéticos de Pacientes com Câncer Colorretal em Fase Pós-operatória. Rev Bras Cancererologia 2007; v.53, n.3: p.277-289.

Leser, SM; Soares, EA. Aspectos nutricionais e atividade física na prevenção do câncer colorretal. Rev Soc Bras Alim Nutr 2001; v.21: p.121-145.

Valadão,M; Castro, LS. Câncer Colo-Retal Hereditário. Rev Col Bras Cir 2007; v.34, n.3: p.193-200.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Alimentação no Autismo



A alimentação tem papel fundamental no tratamento do autismo. Alimentos como o glúten, a proteína do leite e a soja podem intensificar os sintomas autísticos. Quando esses alimentos são retirados, geralmente melhora-se o estado geral: melhora a concentração, diminui a hiperatividade, a cognição e a socialização. Isso ocorre porque a grande maioria dos autistas, apresentam deficiência enzimática, principalmente da enzima dipeptidilpeptidase IV (DPPIV), responsável por hidrolisar (quebrar) essas proteínas. Além disso, costumam apresentar disbiose e hipermeabilidade intestinal e dessa maneira, esses peptídeos (fragmentos de proteínas) acabam passando pela membrana intestinal, caindo na corrente sanguínea, atravessando a barreira hematoencefálica e chegando ao cérebro, agindo como drogas opióides semelhantes a heroína e morfina.



      À vezes pode parecer difícil a retirada do glúten, leite e seus derivados pois muitos autistas apresentam seletividade alimentar e os pais alegam o que eles mais gostam de comer são justamente alimentos ricos em glúten e leite. Como toda droga, esses alimentos parecem causar prazer e por isso a dificuldade em substituí-los. Os corantes e glutamato monossódico também devem ser retirados do cardápio pois já existem vários estudos demonstrando que causam hiperatividade. Os rótulos jamais devem ser ignorados.

      O primeiro passo a ser tratado nos autistas é o sistema gastrointestinal. Verificar presença de fungos e leveduras através de exame coprocológico funcional com cultura e no caso de positivo, a dieta precisará ser ainda mais restritiva, evitando os doces e carboidratos simples em geral, pois estes, alimentam os fungos. É importante a prescrição de ômega-3 de qualidade indicados por um nutricionista, já que muitos, apresentam contaminação por metais pesados e/ou não possuem as quantidades adequadas de DHA e EPA; manipulação de lactobacillus e multivitamínicos de acordo com as necessidades de cada um.

        A dieta deve ser seguida 100% por pelo menos 6 meses sem escapulidas para observar os resultados. Tenho uma filha de 7 anos que há 4 anos está no tratamento biomédico (dieta sem glúten, leite, soja, corantes e edulcorantes) e suplementos nutricionais. Atualmente ela toma DHA, lactobacillus manipulado e pool de vitaminas, minerais e antioxidantes e os resultados são maravilhosos! O tratamento biomédico foi um divisor de águas na vida da minha filha Giulia e de muitos dos meus “Anjinhos Azuis”.

      É indispensável o acompanhamento de um nutricionista. Sempre aplico um questionário (anamnese) aos pais para conhecer a fundo o histórico de cada um. O tratamento precisa ser individualizado, pois cada indivíduo é único, assim como todo autista e é preciso respeitar a sua bioquímica.

       O autismo não tem cura, mas tem tratamento e este pode oferecer excelente qualidade de vida aos nossos autistas.


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Texto elaborado por: Dra Jaqueline Araujo (CRN4 11101020)



      Nutricionista Clínica Funcional e Ortomolecular.
      Nutricionista Esportiva.
       Especialista no Tratamento Biomédico do Autismo (DAN!) –                 Autism Research Institute.
        Membro do Institute for Functional Medicine.
Consultório: Av. das Américas, 500 Bloco 21 Sala 247
                      Barra da Tijuca –RJ
                      Tel: (21) 3153-7561/ (21) 8031-9993
                       www.jaqueline.nutricao.inf.br

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Alimentação no Diabetes Mellitus Tipo 2



Atualmente no Brasil observa-se aumento na prevalência de diabetes mellitus tipo 2 (DM2) devido ao envelhecimento populacional, à crescente prevalência de obesidade, a fatores relacionados ao estilo de vida, além de modificações no consumo alimentar. Nota-se baixa frequência de alimentos ricos em fibras, tais como frutas e hortaliças, aumento da proporção de gorduras saturadas e açúcares da dieta.

Autores têm demonstrado que mudanças na alimentação em pacientes portadores de DM2, tais como consumo de alimentos com baixo índice glicêmico (maçã, laranja, pêssego, feijão, lentilha, soja, leite, iogurte) e ricos em fibras alimentares, induzem menor aumento nos níveis séricos de glicose e insulina no período pós-prandial (após alimentação). O consenso publicado pela American Diabetes Association (ADA) e European Association for the Study of Diabetes (EASD) sinaliza a mudança de estilo de vida de suma importância no tratamento do diabetes mellitus. Sendo assim, as orientações nutricionais, associas às mudanças de estilo de vida, são consideradas essenciais para o controle do diabetes mellitus. Porém, a adesão às recomendações nutricionais nem sempre é satisfatória. Com base nessa afirmação, torna-se necessário conscientizar o paciente sobre a importância da adesão ao tratamento, que resultará em melhor controle da doença.

► Alimentação

            A terapia nutricional é parte fundamental do plano terapêutico do diabetes, podendo reduzir a hemoglobina glicada (refere-se a um conjunto de substâncias formadas com base em reações entre a hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares) entre 1-2%. Baseia-se nos mesmos princípios básicos de uma alimentação saudável, quais sejam:

● A quantidade energética ingerida deve ser adequada à atividade física e ser fracionada em 5 a 6 refeições/lanches diários;

● A ingestão diária deve conter de 50 a 60% de carboidratos, a maior parte em forma complexa. Para tanto, os pacientes devem ser encorajados a consumir alimentos ricos em fibras, como frutas, verduras, legumes, feijões, cereais integrais;

Dica: Prefira, sempre que possível: pão integral, aveia, farelo de aveia, biscoito integral, arroz integral, macarrão integral. Eles são ricos em fibras.

● Alimentos que contêm sacarose (açúcar comum) devem ser evitados para prevenir oscilações acentuadas da glicemia. Quando consumidos, o limite é de 20 a 30g por dia de açúcar de forma fracionada e substituindo outro carboidrato para evitar o aumento calórico. A recomendação não é encorajá-los a comer doce, mas, auxiliá-los a, quando consumir esses alimentos, fazê-lo de modo que não os prejudique;

● Aconselha-se, um aporte de 10 a 20% de proteínas em relação ao valor energético total da dieta diária, tanto de origem animal como vegetal. A proteína animal está presente no leite e derivados, nas carnes (de boi, porco, aves, peixes) e nos ovos. A proteína vegetal está presente também nas leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico e soja. Com o aparecimento de nefropatia, consumos maiores de proteínas têm de ser considerados, porém nunca devem ser inferiores a 0,8g/kg de peso corpóreo, uma vez que estudos não têm mostrado efeito positivo da restrição proteica na redução da taxa de filtração glomerular desses pacientes. Recomenda-se, então, uma ingestão semelhante àquela proposta à população em geral, ou seja, de 0,8g/kg do peso.

Dica: Quanto mais alto o teor de gordura do leite, do iogurte e do queijo, maior a quantidade de gordura saturada e de colesterol. Escolha as variedades com teor de gordura mais baixo (desnatado, semi desnatado ou light).

● Uma quantidade inferior a 10% da energia deve provir de gordura saturada e 10% ou menos de gordura poli-insaturada, restando de 60 a 70% para gordura monoinsaturada e carboidrato. A distribuição de energia a partir de gordura e carboidrato pode variar e ser individualizada, com base na avaliação nutricional e nos objetivos do tratamento. A porcentagem recomendada de gorduras depende do perfil lipídico e dos objetivos do tratamento em relação a glicemia, lipídios séricos e peso. Se o indivíduo tiver o LDL colesterol (mau colesterol) acima da taxa normal, então a gordura saturada precisa constar na dieta com quantidade inferior a 7% do total de energia e o colesterol em quantidade não superior a 300mg. As gorduras poli-insaturadas da série ômega 3, que ocorrem naturalmente em alguns peixes e frutos do mar, não necessitam ser reduzidas nos diabéticos.

Dica: Evite alimentos fritos, pois eles contêm muito óleo e, assim, mais calorias, colaborando para o ganho de peso.

● A ingestão de álcool, quando consumido, deve ser moderada e de preferência com as refeições. O limite diário é de uma a duas doses, isto é, 10-20g de álcool/dia. Pacientes com hipertrigliceridemia (vide post dislipidemia) ou mau controle metabólico não devem ingerir bebidas alcoólicas;

● O uso de adoçantes não-calóricos (ciclamato, sucralose, sacarina, aspartame, acessulfame, e stévia) é seguro quando consumido em quantidades adequadas. Os alimentos dietéticos podem ser recomendados, mas, é preciso ficar atento sobre seu conteúdo calórico e de nutrientes. Alimentos diet são isentos de sacarose, quando destinados a indivíduos diabéticos, mas, podem ter valor calórico elevado, por seu teor de gorduras ou outros componentes;

● Como é possível, na prática, avaliar a sensibilidade individual ao sódio, a ingestão sugerida para os portadores de diabetes mellitus é semelhante àquela para a população em geral. As recomendações americanas de sódio ficam em torno de 2.400 a 3.000mg/dia. Para indivíduos com hipertensão leve a moderada não mais do que 2.400mg/dia, enquanto, para pessoas com hipertensão e nefropatia, quantidades nunca superiores a 2.000mg/dia.

► Atividade Física

            A prática regular de atividade física é indicada a todos os pacientes com diabetes, pois, melhora o controle metabólico, reduz a necessidade de hipoglicemiantes, ajuda a promover o emagrecimento nos pacientes obesos, diminui os riscos de doença cardiovascular e melhora a qualidade de vida. Procure um educador físico.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Atualização Sobre Hemoglobina Glicada (A1C) Para Avaliação Do Controle Glicêmico E Para O Diagnóstico Do Diabetes: Aspectos Clínicos e Laboratoriais. Disponíveis: www.diabetes.org.br Acessado em: 30/07/2013.

Carvalho, FS; Netto, AP; Zach, P; Sachs, A; Zanella, MT. Importância da orientação nutricional e do teor de fibras da dieta no controle glicêmico e de pacientes diabéticos tipo 2 sob intervenção educacional intensiva. Arq Bras Endocrinol Metab 2012; v.56, n.2: p.110-119.

Cuppari L. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina -nutrição clínica no adulto. 1a ed. São Paulo: Manole. 2002. p. 151-165.

Diabetes Mellitus. Cadernos de Atenção Básica – Ministério da Saúde. Disponível em: www.bvsms.saude.gov.br Acessado em: 29/07/2013.

Guia Alimentar Para Pessoas com Diabetes Tipo 2. Disponível em: www.nutricao.saude.gov.br Acessado em: 30/07/2013.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Lipídios no Exercício Físico



Os lipídios são ingeridos em sua maior parte na forma de triglicerídeos, os quais compreendem uma molécula comum a todos chamada glicerol e três ácidos graxos ligados a ele. A composição desses ácidos graxos, portanto, é que caracteriza os triacilgliceróis.

Dentre os ácidos graxos que compõem os triglicerídeos, os poli-insaturados (polyunsaturated fatty acid – PUFA), classificados por terem duas ou mais insaturações, estão presentes nos óleos vegetais. Mais de 95% dos óleos comestíveis são constituídos de triacilglicerídeos. Além de triacilglicerídeos, os óleos podem conter outros componentes, como: mono e diglicerídeos, ácidos graxos livres, tocoferol, esteróis e vitaminas lipossolúveis.

         Os ácidos graxos saturados se encontram, predominantemente, em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, queijo, leite e manteiga, e nos de origem vegetal, como óleos de coco e dendê, além dos produtos vegetais hidrogenados.

        Já os PUFAs se classificam, funcionalmente, nas séries ômega-9, ômega-6 e ômega-3 que se diferenciam pela posição da primeira dupla ligação contada a partir do grupo metílico terminal da cadeia de ácido graxo. O ácido linoléico é expoente da série ômega-6 e está presente de forma abundante nos óleos vegetais como óleo de girassol, milho, soja, algodão, etc.

        O ácido α-linolênico, representante da família ômega-3, é encontrado em quantidades apreciáveis em sementes oleaginosas como canola, soja, linhaça. Contudo, tanto nos vegetais (algas, microalgas, fitoplancton), quanto nos animais (peixes e crustáceos) de origem marinha, encontram-se outros ácidos graxos com maior número de carbonos e com maior quantidade de duplas ligações, que também pertencem à série ômega-3, como o ácido eicosapentanóico (EPA) e o ácido docosahexaenóico (DHA).

         O National Cholesterol Education Program (NCEP, 2001), recomenda para um estilo de vida saudável e prevenção de doenças cardiovasculares, a ingestão de 25 a 30% de gorduras do total calórico/dia, sendo menos de 7% de gorduras saturadas, até 10% de gorduras poli-insaturadas, 20% de gorduras monoinsaturadas e menos que 200mg/dia de colesterol. Isso se deve aos conhecimentos científicos de que as características da dieta podem exercer influência decisiva sobre o estado de saúde dos indivíduos.

         No organismo, de maneira geral, a gordura da dieta desempenha várias funções biológicas importantes, entre as quais, fornece e serve como forma de armazenamento de energia, proteção e estrutura celular. Por outro lado, compostos classificados como lipídios atuam como mediadores da função celular.

          Embora os lipídios constituam significante proporção dos requerimentos dietéticos de energia, essa não é sua única função; servem como veículo para a mobilização das vitaminas lipossolúveis (A,D,E,K) e fornecem os ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 e ômega-6.

Lipídios e Exercício Físico

          A energia gasta para a realização do exercício físico é obtida pela oxidação do glicogênio muscular, da glicose sanguínea, dos ácidos graxos não esterificado (AGNE) – ou comumente denominados ácidos graxos livres – oriundos dos triglicerídeos do tecido muscular e adiposo. A maioria dos triglicerídeos no organismo está estocada no tecido adiposo, mas estão também presentes no músculo esquelético e no plasma. O total de energia armazenada como triglicerídeos é aproximadamente 60 vezes maior que a quantidade armazenada como glicogênio.

      A utilização dos estoques corporais de carboidratos e/ou lipídios está relacionada à intensidade e à duração da atividade física. Durante o exercício prolongado, há um aumento na contribuição dos lipídios para o metabolismo muscular. A produção de energia a partir dos lipídios é obtida pela lipólise (quebra dos lipídios) dos triglicerídeos que liberam três moléculas de ácidos graxos, que são oxidadas nas mitocôndrias do músculo esquelético.

         Com o início da atividade física, há um momento transitório normal de queda nos níveis de ácidos graxos livres circulantes na corrente sanguínea, devido ao aumento de sua captação pelas células musculares que, naquele momento, excede a produção de ácidos graxos pela lipólise nos adipócitos.

          Os triglicerídeos intramusculares são importante fonte de energia durante o exercício. Sua mobilização é mais conveniente ao organismo, uma vez que estão mais próximos das células musculares que os demandam e não necessitam de transporte pela corrente sanguínea. Contudo, a quantidade de triglicerídeos intramusculares de um indivíduo saudável dependerá de seu tipo predominante de fibra muscular, estado nutricional e do tipo de atividade física ao qual está condicionado.

           Os estudos mais recentes observaram que, durante as atividades de endurance, as concentrações de lipídios intramusculares são reduzidas de 25 a 50%, e sua contribuição para a síntese de energia durante a atividade, em relação à contribuição total dos lipídios como fonte de energia, varia de 5 a 35%. Diferentes tipos de exercício recrutarão fibras musculares distintas, o que resultará em diferentes taxas de oxidação de triglicerídeos.

            Os lipídios transportados pela corrente sanguínea e pelas lipoproteínas também contribuem para a produção de energia durante o exercício. As lipoproteínas com maior concentração de triglicerídeos são os quilomícrons e as VLDLs (vide post dislipdemias). Se um indivíduo inicia uma atividade após a refeição, os níveis séricos de quilomícrons podem estar altos. Assim como a lipólise nos tecidos adiposo e muscular, os ácidos graxos que compõem as lipoproteínas também precisam ser liberados das moléculas de triglicerídeos antes de entrar na célula muscular. A enzima lipase lipoprotéica (LPL) é a responsável por clivar os ácidos graxos dos triglicerídeos das lipoproteínas séricas. Os ácidos graxos livres estarão, então, disponíveis para serem transportados para o interior das células musculares e ser oxidados à energia, ou, ainda, para ser armazenados no tecido adiposo. Uma vez que é praticamente inviável submeter-se ao exercício intenso após grande refeição, em especial com uma quantidade considerável de gorduras, a contribuição energética dos lipídios das lipoproteínas é muito pequena.

Recomendações

      Um adulto necessita diariamente de cerca de 1g de gordura por kg/peso corporal, o que significa 30% do valor calórico total (VCT) da dieta. A parcela de ácidos graxos essenciais deve ser de 8 a 10g/dia. Para os atletas, tem prevalecido a mesma recomendação nutricional destinada à população em geral, portanto, as mesmas proporções de ácidos graxos essenciais, que são: 10% de saturados, 10% de poli-insaturados e 10% de monoinsaturados.

       Deve constar a orientação para não ingerirem dietas muito pobres em gorduras por muito tempo. Quando houver a necessidade de dietas hipolipídicas, devem prevalecer as cotas, em relação ao aporte calórico total, menor do que 8% para as saturadas, maior que 8% para as monoinsaturadas e de 7 a 10% para as poli-insaturadas. Em geral, os atletas consomem mais do que 30% do VCT em lipídios, com déficit na ingestão de carboidratos, que tendem a serem consumidos em proporções inferiores ao recomendável.

       Alguns estudos sugerem um efeito positivo de dietas relativamente altas em gorduras na performance atlética e têm proposto a suplementação de lipídios de cadeia média e longa, poucas horas antes ou durante o exercício, com a finalidade de poupar o glicogênio muscular. Diante da falta de evidências científicas consistentes, recomenda-se não usar suplementação de lipídios.

            As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

César, TB; Rogero, MM; Tirapegui, J. Lipídios e Atividade Física. In: Nutrição, Metabolismo e Suplementação na Atividade Física. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2005; p.39-49.

Franco,LDP. Dieta Hiperlipídica e Exercício Físico: Consequências sobre o Metabolismo e a Peroxidação Lipídica – Estudo em Modelo Animal. [Dissertação de Mestrado] Universidade Estadual Paulista – UNESP, 2007.

Leser, S. Os lipídios no exercício. In: Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. 1 ed. Barueri: Manole, 2005; p.49-86.

Modificações dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação da ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Rev Bras Med Esporte 2003, v.9, n.2: p. 1-13.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Alimentação Vegetariana







      Segundo a Sociedade Brasileira Vegetariana, “é considerado vegetariano todo aquele que exclui de sua alimentação todos os tipos de carne, aves e peixes e seus derivados, podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. O vegetarianismo inclui o veganismo, que é a prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para nenhum fim (alimentar, higiênico, de vestuário etc)”.

     O indivíduo que segue a dieta vegetariana pode ser classificado de acordo com o consumo de subprodutos animais (ovos e laticínios):

Ovolactovegetariano: é o vegetariano que utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação;

Lactovegetariano: é o vegetariano que não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios;

Ovovegetariano: é o vegetariano que não utiliza laticínios mas consome ovos;

Vegetariano estrito (a nomenclatura correta é estrito, e não restrito): é o vegetariano que não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação. É também conhecido como vegetariano puro;

Vegano: é o indivíduo vegetariano estrito que recusa o uso de componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda, assim como produtos testados em animais.

      A dieta vegetariana não deve ser confundida com a macrobiótica, que designa uma forma de alimentação que pode ou não ser vegetariana. O macrobiótico tem um tipo de alimentação específica, baseada em cereais integrais, com um sistema filosófico de vida bastante peculiar e característico. A dieta macrobiótica, diferentemente das vegetarianas, apresenta indicações específicas quanto à proporção dos grupos alimentares a serem utilizados. Essas proporções seguem diversos níveis, podendo ou não incluir as carnes (geralmente brancas). A macrobiótica não recomenda o uso de leite, laticínios e ovos.

        Encontramos, na literatura científica, o termo semivegetariano para designar o indivíduo que come carnes brancas até 3 vezes por semana. Esse indivíduo consome carne em quantidade menor que o onívoro, mas não é vegetariano.

        São diversos os motivos que levam os indivíduos a se tornarem vegetarianos: ética, saúde, meio-ambiente, familiares, espirituais e religiosos, ioga, filosofia, não aceitação do paladar.

        Segundo dados do IBOPE (Instituto de Opinião Pública e Estatística), que avaliou indivíduos com mais de 18 anos de idade, 10% dos homens e 9% das mulheres brasileiras declararam-se vegetarianos.

O que o vegetariano deve comer?

          Tanto vegetarianos quanto não vegetarianos devem conhecer os grupos de alimentos e aprender a combiná-los para a melhor obtenção de nutrientes. Os grupos alimentares podem ser divididos em:


- Cereais: arroz, trigo, centeio, milho, aveia, quinoa, amaranto e produtos feitos com eles, como pães, massas de tortas, macarrão etc.

- Leguminosas: todas as variedades de feijões, grão-de-bico, soja (de preferência, na forma de tofu), lentilhas, ervilhas, favas.

- Oleaginosas: nozes, amêndoas, castanhas, pistache, macadâmia e sementes (girassol, abóbora, gergelim, linhaça etc).

- Amiláceos: inhame, batata, cará, mandioca, batata doce e outros.

- Legumes: abobrinha, chuchu, pimentão, berinjela, cogumelos etc.

- Verduras: couve, rúcula, agrião, brócolis, mostarda, escarola, alface, taioba, algas e muitas outras.

- Frutas: caqui, banana, manga, maçã, pera, figo, uva, melancia etc.

- Óleos: azeite de oliva e óleos de soja, girassol, linhaça, entre outros.


            Ninguém se sustenta apenas com salada. Salada é parte importante, mas não pode ser a base da alimentação. Não passe fome: use cereais integrais e feijões como base da alimentação e varie os alimentos escolhidos dentro de cada grupo alimentar (cereais, leguminosas, amiláceos, oleaginosas, frutas, verduras e legumes).

Fases da vida

            A alimentação vegetariana pode ser adotada com segurança em todas as fases da vida, incluindo a infância e a gestação. Todos os nutrientes necessários ao organismo podem ser obtidos numa dieta vegetariana. A vitamina B12 é o único nutriente ausente na dieta vegetariana estrita, devendo ser suplementada. Todas as demais orientações preconizadas para aquisição de nutrientes específicos são as mesmas nas dietas vegetarianas e onívoras.

► Bebês – para se desenvolver bem, o recém-nascido precisa dos nutrientes fornecidos pelo leite materno ou, quando este não pode ser utilizado, por fórmulas especializadas. Em nenhuma hipótese o leite materno ou seu substituto industrializado deve ser trocado por leite de soja comum, leite de cereais ou de castanhas ou sucos de frutas. Esses alimentos só deverão ser utilizados em momento adequado, sob orientação do profissional que acompanha o bebê. Dos 6 meses aos 2 anos de idade, é importante a suplementação de ferro, para crianças vegetarianas ou não. Para bebês vegetarianos, deve-se suplementar também vitamina B12 (por via oral).

► Gestantes – é comum o uso de ácido fólico pelas mulheres que querem engravidar e no início da gestação. No entanto, a vitamina B12 é tão importante quanto o ácido fólico e também deve ser suplementada. Com ou sem consumo de carne, a gestação exaure o estoque de ferro da mulher e, em muitos casos, é importante fazer a suplementação de ferro.

► Lactantes – deve haver ingestão adequada de cálcio e uma fonte segura de vitamina B12 na dieta ou em suplementos. Se a ingestão de cálcio não for suficiente, o esqueleto da mulher é requisitado para a manutenção do cálcio sanguíneo. A quantidade de vitamina B12 no leite depende do nível existente no sangue materno.

► Atletas – cada tipo de atividade física pode ter necessidades nutricionais diferentes. A orientação especializada é importante para atletas de alto desempenho. Mas não há motivo para preocupação excessiva com proteínas na alimentação vegetariana.

Cuidados Nutricionais

           Os estudos demonstram que apenas a vitamina B12 pode estar em quantidade inadequada numa dieta vegetariana estrita bem planejada, e, nesse caso, é necessário complementá-la.

           Todos os outros nutrientes podem ser adequadamente supridos com uma alimentação bem planejada. Os estudos populacionais mostram que, de forma geral, os vegetarianos ingerem mais nutrientes (vitaminas e minerais) do que os não vegetarianos.

            O cardápio do vegetariano deve incluir alimentos ricos em zinco, ferro, cálcio, vitamina B12 e gorduras do tipo ômega-3. Se a exposição solar não for adequada (para vegetarianos ou não), deve haver complementação de vitamina D com alimentos fortificados ou suplementos.

            Apesar de muito comentada, a proteína não é fator preocupante na dieta vegetariana. Se a pessoa supre sua necessidade calórica com alimentos baseados em cereais e leguminosas, a cota proteica com todos os aminoácidos essenciais é atingida automaticamente.

            A segurança da dieta vegetariana estrita se faz com apenas 4 colheres de sopa de feijões cozidos por dia, o que garante a oferta de lisina (aminoácido essencial), mesmo que a dieta seja à base de cereais.

Substituto da carne

            Não troque a carne por ovos e queijos, pois essa substituição é inadequada em termos de necessidades nutricionais.

       As leguminosas são as substitutas ideais para as carnes. Isso inclui grão-de-bico, ervilhas, lentilhas, favas, soja e todos os tipos de feijão. Por serem mais nutritivas e ricas em proteínas, são escolhas mais adequadas do que a PVT (proteína vegetal texturizada, conhecida como “carne de soja”).

            A ideia de que o consumo de soja é obrigatório para quem não come carne é um mito. Vegetarianos não precisam comer soja. Qualquer feijão é um excelente substituto para o consumo das carnes.

            O tofu entra como parte do grupo dos feijões, por ser derivado da soja. Ele é uma boa opção, pelo seu alto teor de proteínas e por conter cálcio biodisponível (é a quantidade do nutriente presente no alimento que está disponível para absorção e utilização corporal. Interações nutricionais podem melhorar a biodisponibilidade de um nutriente, como é o caso da associação da vitamina C com o ferro).

Atenção: Em proporções nutricionais, 7 colheres de sopa de feijões cozidos substituem 100g de carne.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Guia Alimentar de Dietas Vegetarianas para Adultos. Departamento de Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira – 2012. Disponível em: www.crn3.org.br Acessado em: 14/07/2013.

Meirelles, CM; Veiha, GV; Soares, EA. Dietas vegetarianas: caracterização, implicações nutricionais e controvérsias. Rev Soc Bras Alim Nutr 2001; v.21: p.57-72.

Slywitch, E. Tudo o que você precisa saber sobre alimentação vegetariana. Sociedade Vegetariana Brasileira. Disponível em: www.svb.org.br Acessado em: 14/07/2013.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

1 ANO!!!!!!!!!!!!!!!!





      Parece que foi ontem, mas já passou um ano quando o Benvenutri nasceu, com o objetivo de transmitir informações importantes, trocar experiências e ampliar conhecimentos, para todos que buscam melhorar sua qualidade de vida.

      Para que pudéssemos alcançar nossos objetivos, queremos agradecer a colaboração de renomados especialistas, mestres e doutores, que com suas contribuições puderam enriquecer nossos posts semanalmente.

    Não podemos esquecer os visitantes que acessaram o blog diariamente de todas as partes do Brasil e do mundo, além de todos que curtem e seguem, o que nos dá um incentivo maior para continuarmos a pesquisar e buscar novas informações de interesse daqueles que procuram por uma vida mais saudável.

                                                                      
Obrigado por fazer parte família Benvenutri!!!

                                                                             Sheila e Silvia