quinta-feira, 27 de março de 2014

Alimentação do Escolar

           A idade escolar compreende o período da vida que se estende do 7 aos 10 anos de idade (no âmbito educacional pode estar caracterizada como a criança de 7 a 14 anos). Esse é um período de intensa atividade física e ritmo de crescimento constante, com ganho mais acentuado de peso próximo ao início da adolescência. Dependendo do padrão dietético e da atividade física, as crianças neste período podem ficar obesas. É fundamental que a qualidade e a quantidade da alimentação sejam adequadas à necessidade diária e que hábitos saudáveis sejam estimulados. É comum o excesso no consumo de alimentos calóricos e pouco nutritivos e o sedentarismo nesta faixa etária. Os hábitos alimentares da família exercem grande influência sobre as práticas alimentares.

            Nessa fase, inicia-se a dentição permanente, sendo de extrema importância reforçar os bons hábitos de saúde, como alimentação e higiene, a fim de prevenir a ocorrência de cáries dentárias e outros problemas de saúde.

            Nesse período, há um aumento do apetite e melhor aceitação da alimentação, porém, se a criança já tiver hábitos alimentares inadequados, há grande chance dessa inadequação se acentuar e alguns distúrbios alimentares podem persistir, principalmente quando não forem corrigidos.

            É comum a diminuição da ingestão de leite nesse período, o que pode comprometer o suprimento de cálcio necessário à formação da massa óssea. Essa situação agrava-se durante o estirão da adolescência, em que se atinge o máximo da mineralização óssea, sendo que, nas meninas, esse período é muito precoce, entre os 10 e os 11 anos.

            Há também a baixa ingestão de vitamina D, ocasionada por falta de exposição solar e erro alimentar. Raros são os alimentos que contêm essa vitamina e, nos que a possuem, as quantidades são muito pequenas. A deficiência de vitamina D e de cálcio está relacionada a retardo no crescimento, doenças autoimunes, cânceres, fraturas e desenvolvimento de osteoporose na vida adulta.

            Recomenda-se a ingestão de alimentos fonte de vitamina A ou caroteno, pois, dessa forma, no momento do crescimento máximo os depósitos vão estar adequados, garantindo assim as secreções normais do hormônio do crescimento (GH).

Também deve ser destacado o consumo de alimentos ricos em gordura, sal e açúcar, tais como fast-foods, salgadinhos, bolachas, produtos industrializados que contêm gorduras trans e saturadas, que aumentam o risco para as doenças cardiovasculares. A adequação no consumo de sal, por meio da redução do sal de adição (<6 g/dia), dos enlatados, embutidos, salgadinhos e de condimentos industrializados, deve ser preconizada para diminuir o risco do desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica no futuro.

Outro aspecto que merece ser ressaltado diz respeito aos transtornos alimentares, que já podem aparecer nessa fase. Se por um lado há a preocupação da comunidade científica e dos próprios pais com o desenvolvimento da obesidade, por outro lado, também se deve atentar para o fato de que a preocupação excessiva ou mal conduzida com o ganho de peso pode causar transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia.

A redução do nível da atividade física, decorrente do uso de computadores por períodos prolongados em âmbito doméstico e o tempo gasto com TV são fatores que contribuem para o aumento da prevalência de obesidade, nessa faixa etária. A televisão, além de ser uma das causas mais importantes de sedentarismo, também propicia, por meio das propagandas veiculadas, o consumo de alimentos mais calóricos.


A alimentação do escolar deve fornecer energia adequada para sustentar um ótimo crescimento e desenvolvimento sem excesso de gordura. A ingestão de carboidratos simples (refrigerantes, balas, doces, chocolates, pirulitos, etc.) deve ser controlada para uma boa saúde, e as fibras devem estar presentes para auxiliar no bom funcionamento do intestino. Além disso, a alimentação deve ser rica em vitaminas e minerais, pois a ingestão insuficiente desses nutrientes pode prejudicar o crescimento e resultar em doenças.

Um dos fatores para determinar uma alimentação balanceada é estabelecer diretrizes na alimentação diária, isto é, rotinas alimentares bem-definidas, pois não é só a qualidade e a quantidade da alimentação oferecida à criança que é importante. Os horários para as refeições café da manhã, almoço e jantar são importantes, mas os horários para lanches intermediários também devem ser estabelecidos, evitando-se o consumo de qualquer tipo de alimentos nos intervalos das refeições programadas. A falta de disciplina alimentar costuma ser a maior causa dos distúrbios alimentares, comprometendo a qualidade e a quantidade da alimentação consumida.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

Silva, CC. Alimentação e Crescimento Saudável em Escolares. Disponível em: www.fef.unicamp.com.br Acessado em: 19/03/2014.

Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: www.sbp.com.br Acessado em: 17/03/2014.


Vitolo, MR. Nutrição: da Gestação à Adolescência. 1. ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2003.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Maqui Berry: a superfruta antioxidante

A Maqui Berry (Aristotelia chilensis) é um fruto comumente encontrado na região da Patagônia, no sul do Chile.

Esta fruta é conhecida mundialmente por conter grande poder antioxidante e anti-inflamatório.

Considerada um superalimento, a Maqui vem sendo utilizada para compor uma alimentação saudável. Seus nutrientes auxiliam na perda de peso, retardam o envelhecimento e estimulam o sistema imunológico.

Benefícios para a saúde

De acordo com o banco de dados sobre os antioxidantes contidos nas frutas (2012), colocam que a Maqui (Aristotelia chilensis), Murtilla (Ugni molinae) e Calafate (Barberis microphylla), superam a quantidade de antioxidantes de todas as outras frutas estudadas.

Speisky e colaboradores (2012) expõem os níveis de antioxidantes de diversas frutas avaliadas, dentre elas:

ü  Calafate: 3322
ü  Maqui Berry: 966
ü  Murtilla: 453
ü  Blueberry: 334

Consumir uma quantidade adequada de antioxidantes provenientes de frutas tem mostrado prevenir doenças geradas pela ação de radicais livres. Os antioxidantes neutralizam os radicais livres e, assim, protegem o organismo contra os danos oxidativos de lipídios, proteínas e ácidos nucleicos (GUERRERO, et al., 2010).

O potencial anticancerígeno das berrys tem sido relacionado, a grande quantidade de fitoquímicos bioativos que estas frutas contêm, incluindo polifenóis (flavonoides, proantocianidinas, elagitaninos, galotaninos, ácidos fenólicos), lignanas e triterpenóides. Estudos mostram que os efeitos anticancerígenos se devem aos compostos bioativos da Maqui Berry, estes tem o poder de combater, reduzir e também reparar danos resultantes de estresse oxidativo e inflamação (SEERAM, 2008).

Estudos mostram que as antocianinas contidas na Aristotelia chilensis melhorar os níveis de glicose no sangue em jejum e tolerância à glicose em ratos diabéticos obesos. As antocianinas diminuem a produção de glicose e aumentam a expressão de genes induzida por insulina nas células do fígado (ROJO et al., 2012). As antocianinas também tem mostrado efeito positivo na redução do percentual de gordura em ratos (PRIOR, et al., 2008).

         A ingestão habitual de flavonoides e antocianinas contidos na Maqui Berry tem mostrado efeitos benéficos para prevenção da hipertensão arterial em adultos por terem propriedades vasodilatadoras (CASSIDY, et al., 2011).

Receita de Smoothie antioxidante

Este smoothie é uma ótima opção para o café da manhã ou lanche da tarde. Esta receita é riquíssima em compostos antioxidantes e fibras.

2 colheres (chá) de farinha de Maqui Berry
1 copo de frutas vermelhas congeladas (mirtilo, morango, amora, etc.)
½ copo de suco de romã OU suco de uva integral
½ copo de água gelada
Pedras de gelo
Bata todos os ingredientes no liquidificador no modo pulsar.

Onde comprar a Maqui Berry?

No Brasil o fruto ainda é pouco comercializado, porém, você pode encontrar esta fruta na forma de farinha e suplementos em lojas de produtos naturais ou em lojas online.

Deve-se ressaltar que ainda existem poucos estudos sobre a Aristotelia chilensis em humanos, portanto para saber a quantidade segura a ser suplementada procure um profissional capacitado.

Texto elaborado por: Fernanda Piazera

Formada em Nutrição pela Universidade Regional de Blumenau – FURB
Pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria (UNICSUL/SP).
Atualmente atua na área de Nutrição Clínica com ênfase em Nutrição Funcional.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

CASSIDY, Aedín et al. Habitual intake of flavonoid subclasses and incident hypertension in adults. The American journal of clinical nutrition, v. 93, n. 2, p. 338-347, 2011.

GUERRERO, Jaime et al. Antioxidant capacity, anthocyanins, and total phenols of wild and cultivated berries in Chile. Chilean journal of agricultural research, v. 70, n. 4, p. 537-544, 2010.

PRIOR, Ronald L. et al. Whole berries versus berry anthocyanins: interactions with dietary fat levels in the C57BL/6J mouse model of obesity.Journal of agricultural and food chemistry, v. 56, n. 3, p. 647-653, 2008.

ROJO, Leonel E. et al. < i> In vitro</i> and< i> in vivo</i> anti-diabetic effects of anthocyanins from Maqui Berry (< i> Aristotelia chilensis</i>). Food Chemistry, v. 131, n. 2, p. 387-396, 2012.

SEERAM, Navindra P. Berry fruits for cancer prevention: current status and future prospects. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 56, n. 3, p. 630-635, 2008.


SPEISKY, Hernan et al. First web-based database on total phenolics and oxygen radical absorbance capacity (ORAC) of fruits produced and consumed within the South Andes region of South America. Journal of agricultural and food chemistry, v. 60, n. 36, p. 8851-8859, 2012.