segunda-feira, 29 de abril de 2019

Saúde Oral


Os problemas bucais ainda são alarmantes no Brasil, de acordo com a Federação Dentária Internacional, 30% do nosso país nunca realizou um tratamento dentário. Estudos mostram que não só a higiene, mas também a alimentação auxiliam no tratamento e na prevenção de desordens orais.

Os nutrientes fornecidos pela dieta possuem papel importante na nossa saúde oral; o esmalte dos dentes, por exemplo, possui 90% de sua composição por fosfato de cálcio cristalizado, enquanto a dentina responsável pelo suporte do esmalte é composta de colágeno. A maioria dos problemas bucais ocorre devido ao acúmulo de bactérias sobre a superfície dos dentes, o que é chamado de placa.

Dicas nutricionais

● As cáries são um problema desde a infância e a ocorrência delas só aumenta com o passar da idade, para evitar o aparecimento de cáries diminua o consumo de carboidratos fermentáveis, como açúcar refinado, pão branco, refrigerantes e doces em geral. Estudos mostram que consumir esses alimentos mais do que 4 vezes ao dia elevam os riscos do aparecimento de cárie.

● O suco de cranberry tem sido estudado na prevenção de cáries e periodontite. Esta fruta, pouco conhecida ainda, possui fitoquímicos que inibem a proliferação de bactérias presentes na boca que podem levar ao surgimento das cáries.

● Outro aliado na prevenção das cáries, é o café, por possuir trigonelina, impede a formação das placas. Estudos mostraram que este efeito é notado em pessoas que consumem 3 ou mais xícaras por dia, porém o consumo deve ser moderado (até 3 xícaras por dia) em pessoas saudáveis.

● Substâncias presentes no chá verde possuem ação bactericida contra bactérias da boca, impedindo a aderência das mesmas à superfície dos dentes, aumente a ingestão deste chá no seu dia a dia.

● Consuma mais ervas o alecrim, por exemplo, possui atividades antimicrobianas, pois contem óleos essenciais e flavonoides, que impedem o crescimento de bactérias na mucosa oral. 



● O consumo exagerado de alimentos contendo ácidos, como fosfórico e carbônico, presentes em alimentos como refrigerantes, aumentam a exposição dos dentes à erosão.

● Pessoas com periodontite ou inflamação gengival, precisam de uma alimentação rica em nutrientes anti-inflamatórios, como o caso do ômega 3 (peixes, linhaça), que reduz as prostaglandinas, responsáveis pelo processo inflamatório.

● O vinho tinto por possuir catequinas, apresenta atividade antimicrobiana, porém o consumo exagerado de álcool é prejudicial para os dentes e para a saúde do indivíduo, não exagere, 1 taça por dia é suficiente.

● Aumente o consumo de alimentos fonte de vitamina C (acerola, laranja, morango, folhosos verde escuro), a deficiência desta vitamina aumenta a permeabilidade da gengiva e a entrada de micro-organismos. 



● O consumo de vitamina A (cenoura, abóbora, manga, pêssego, mamão) é importante não apenas para saúde ocular, mas bucal também, por controlar a secreção de glicoproteinas que aumentam a aglutinação das bactérias, levando-as a destruição.

● A vitamina D (ovos, peixes como sardinha e atum, leite) é fundamental para a saúde dos ossos, uma vez em que estimula os osteoblastos a produzirem células ósseas, sendo importante no tratamento das periodontites.

● Uma alimentação pobre em ferro (carnes, frango, peixe, ovos, feijões), pode gerar estomatites, dores na gengiva, dificuldade para engolir. Para aumentar a absorção recomenda-se o consumo de vitamina C bem como vitaminas do complexo B (aspargos, feijão, vegetais folhosos, ovos, nozes, amêndoas).

● A gengivite crônica pode estar relacionada a níveis baixos de zinco no sangue, aumente o consumo de frutas secas, leite, nozes, peixes, gérmen de trigo, feijões.

● A deficiência de riboflavina (vitamina B2), folato e ferro também está relacionada com quadros de queilite angular, um processo inflamatórios localizado no ângulo da boca, caracterizado por fissuras.

Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.



quarta-feira, 24 de abril de 2019

Alimentos que Podem Auxiliar na Manutenção da Perda de Peso


A crescente prevalência da obesidade tornou-se grave problema de saúde pública em todo o mundo. As pesquisas apontam que, tanto o número de indivíduos com excesso de peso (índice de massa corporal ≥ 25 kg/m2), quanto o número de indivíduos com obesidade (índice de massa corporal ≥ 30 kg/m2), cresceram em proporção alarmante nos últimos anos. No artigo de hoje, vamos entender a sua origem e conhecer alguns alimentos que podem auxiliar na manutenção da perda de peso.

A origem da obesidade é complexa e multifatorial, visto que resulta da interação ambiental, estilo de vida, fatores emocionais e genéticos, alta ingestão calórica, redução da prática de atividades físicas e idade. O sobrepeso e a obesidade predispõem o indivíduo a doenças e outros problemas de saúde, tais como hipertensão, dislipidemia, diabetes mellitus tipo 2, doenças coronarianas, acidente vascular cerebral, disfunção da vesícula biliar, osteoartrite, apnéia do sono, problemas respiratórios e alguns tipos de câncer.

Desta forma, desde que a obesidade vem sendo tratada como doença e, mais recentemente, como epidemia, diversas alternativas vêm sendo estudadas a fim de auxiliar na manutenção da perda de peso. 

Estudos publicados na revista Nature mostraram que o desnível das bactérias presentes em nossa flora intestinal pode ocasionar processos inflamatórios, que são estágios precedentes a obesidade. O desequilíbrio dos microrganismos presentes no trato gastrointestinal causa a inibição de proteínas responsáveis pela proteção das paredes intestinais, permitindo que as bactérias que habitam essa região atravessem a parede intestinal, caiam na corrente sanguínea e estimulem a produção de substâncias inflamatórias que inibem a assimilação da insulina pelo organismo. Isso gera um bloqueio desse hormônio responsável pelo transporte da glicose para as células, principalmente localizadas na região abdominal, diminuindo o metabolismo da área e contribuindo para o aumento de peso corporal e acúmulo de gordura. Sendo assim, se a ingestão alimentar entre dois indivíduos for idêntica e sua microbiota intestinal diferir entre si, a absorção dos nutrientes será facilitada naquele indivíduo cuja microbiota intestinal for mais eficaz na extração energética.

Alguns alimentos, como os probióticos, podem ajudar na regulação dos microrganismos presentes no nosso trato gastrointestinal. Os probióticos são microrganismos vivos que proporcionam benefícios à saúde do consumidor, contribuindo para o equilíbrio da microbiota intestinal. Essas bactérias benéficas são encontradas em produtos lácteos, como leites fermentados e iogurtes. 



Outros alimentos que ajudam na perda de peso são o feijão e a soja, sendo o primeiro mais consumido que o segundo pela população brasileira. Eles são ricos em nutrientes, já que contêm proteínas vegetais, carboidratos complexos, fibras dietéticas, fitoquímicos e minerais. Em contrapartida, contêm baixo teor de gordura saturada e sódio, além de não conterem colesterol. A ingestão de fibras é essencial em dietas de emagrecimento, pois amenizam o ganho de peso corporal, contribuem para a manutenção do nível glicêmico e para a melhora da sensibilidade à insulina, fatores relevantes na prevenção e tratamento de diabetes e obesidade. 



Além das fibras, o feijão e a soja também são fontes de proteínas, que parecem exercer maior efeito sobre a saciedade do que os carboidratos e gorduras. No entanto, o consumo excessivo de proteína deve ser evitado, pois pode desencadear doenças renais, especialmente em indivíduos obesos, já propensos ao desenvolvimento do problema.

Outra opção é o chá verde, conhecido por conter catequinas, que apresentam propriedades antioxidantes, anticâncer e antiobesidade. Um estudo publicado na revista British Journal of Nutrition demonstrou que a adição de inulina, prebiótico que beneficia o metabolismo lipídico, ao chá verde é benéfica para o controle de peso, com redução de peso corporal total e de massa gorda, em indivíduos com sobrepeso. Esses efeitos benéficos podem justificar a sua utilização como estratégia para o controle do peso corporal em populações com sobrepeso, a fim de evitar o surgimento de doenças cardiovasculares e metabólicas.

Assim, o consumo de tais alimentos parece ser favorável na promoção da saúde, redução de peso e prevenção da obesidade, desde que associados a bons hábitos alimentares e exercícios físicos regulares. É importante enfatizar que estes alimentos devem ser consumidos com moderação dentro de uma dieta balanceada e que sua preparação não deve conter alimentos ricos em gordura saturada, que aumentam o valor calórico e predispõem às doenças cardiovasculares.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Russo, JFS. Obesidade: conheça os alimentos que podem auxiliar na manutenção da perda de peso. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 23/04/2019.

Turnbaugh PJ, Ley RE, Mahowald MA, Magrini V, Mardis ER, Gordon JI. An obesity-associated gut microbiome with increased capacity for energy harvest. Nature. 2006;444(7122):1027-31.

Yang HY, Yang SC, Chao JC, Chen JR. Beneficial effects of catechin-rich green tea and inulin on the body composition of overweight adults. Br J Nutr. 2011 Oct 28:1-6.