sexta-feira, 29 de abril de 2022

Pré, Durante e Pós Treino: O Equilíbrio Entre o Alimento e a Insulina

 


A alimentação balanceada, representada por macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras saudáveis) é a indicação para qualquer pessoa. Porém, os pacientes com diabetes, além de seguir essas orientações, devem se atentar a alguns outros cuidados.

Para quem tem diabetes tipo 1, é importante fazer o equilíbrio entre o consumo alimentar e a insulina administrada / aplicada para manter os níveis glicêmicos dentro do ideal. E quando a atividade física entra na rotina - o que é sempre recomendado pelos médicos - é preciso elaborar o que deve ingerir antes, durante e pós-treino.

A alimentação antes do treino tem a função de fornecimento de energia para garantir a execução do exercício (rendimento/performance) e isso vale para qualquer pessoa. Já a refeição pós-treino tem o objetivo de restabelecer a função muscular e a recuperação energética.

Para quem tem diabetes tipo 1 é preciso um cuidado extra, a monitorização da glicemia pré, durante e pós-treino para adequar o esquema medicamentoso conforme o plano alimentar. Mas isso é individual, não é receita de bolo.

O melhor alimento para se exercitar antes do treino é aquele que contêm carboidrato, porque favorece o combustível para a atividade física. Cereais integrais como aveia, granola, pão integral e batata doce são alguns exemplos.

Para o pós-treino, a indicação fica sendo a proteína, que tem uma oferta importante de nutrientes para a reconstrução muscular. Mas, tudo vai depender do tipo do exercício, da intensidade e do tempo desse treino, além da meta glicêmica para iniciar a atividade física. As orientações devem ser – sempre - individualizadas.



 

Jejum intermitente – Não existem estudos com pacientes com diabetes tipo 1 e, dependendo do esquema medicamentoso dessa pessoa, não seria interessante, isso porque a insulina é um hormônio circulante, que retira o açúcar do sangue, e jejuns prolongados podem favorecer o risco de hipoglicemia. Pela falta de evidências científicas, não está indicado para esse grupo de pacientes.

Para evitar a hipoglicemia, orienta-se: 


- Não ficar em jejum prolongado
- Manter o fracionamento alimentar
- Ajustar a taxa insulina junto com a equipe multidisciplinar, composta por médico especialista, nutricionista e preparador físico.

Existem pontos de partida e é importante saber se está no caminho certo, monitorando a glicemia sempre, para conferir se existe excesso de insulina perante o alimento ingerido.

Como fazer contagem de carboidrato?

A contagem de carboidratos é uma ferramenta nutricional muito benéfica para a melhora do controle glicêmico e maior flexibilidade alimentar. É importante contar com a conduta multidisciplinar para aprender a relação de determinado alimento consumido com a insulina a ser administrada.

O paciente é o protagonista dessa contagem e, por isso, exige treino e cuidado. Sempre deve ser realizado um ajuste entre insulina rápida ou ultrarrápida e o carboidrato ingerido, o que é chamado de razão insulina: carboidrato. Esta é individualizada e definida junto à equipe de saúde, através de observações diárias e monitorização. Por exemplo: se o paciente possui uma relação insulina: carboidrato de 1 para 15, ou seja, 1UI de insulina rápida ou ultrarrápida para cobrir cerca de 15g de carboidratos, ao realizar uma refeição contendo 30 gramas desse nutriente - proveniente de 1 pão francês, por exemplo – serão necessárias 2UI de insulina para tal cobertura. Esse seria o ponto de partida, mas – de novo – isso deve ser personalizado e o paciente treinado pela equipe multidisciplinar.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

 

Strufaldi, MB. Pré, durante e pós treino: o equilíbrio entre o alimento e a insulina. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 29/04/2022.

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Laxantes: Podem Ajudar e Também Atrapalhar

 


A prisão de ventre crônica pode ser causada por várias condições do intestino: dieta ruim, falta de atividade física, problemas anatômicos, doenças diversas (intestinais e sistêmicas), uso de medicamentos que propiciam a constipação. Além disso, pode haver um desequilíbrio de eletrólitos, enzimas, microbiota intestinal, água, fluxo sanguíneo e até hormônios. O uso de laxantes é muito frequente, no entanto, eles podem provocar uma série de efeitos adversos, como dor, inchaço, intestino preguiçoso, desidratação, gases, náusea.

 

Tipos de laxantes

 

Laxantes são ativos que promovem o movimento intestinal através de diversas estratégias e vêm em várias apresentações: pílulas, pós, sachês, chás, supositórios, enemas. Cada tipo tem uma função diferente alterando o processo digestivo: 1- agentes de volume contêm fibras como psyllium, dextrina de trigo, goma guar (Metamucil, Benefiber, Fiber Mais); 2- estimulantes irritam a mucosa, aumentam a contração dos músculos nos intestinos e acumulam água (Dulcolax, Tamarine); 3- surfactantes (óleos minerais) atuam como lubrificantes criando um efeito escorregadio; 4- osmóticos (lactulose, hidróxido de magnésio) atraem água para a luz do intestino hiperidratando e amolecendo as fezes; 5- hiperosmolares usam fluidos com sorbitol, fosfato ou glicerina em mini-enemas.

 

Laxantes fitoterápicos

 

Há também os laxantes fitoterápicos que geralmente agem causando irritação nas terminações nervosas do intestino para estimular o funcionamento. Os mais usados são sene, cascara sagrada e aloína (derivada da babosa). Mesmo sendo vegetal e natural, a irritação da mucosa intestinal pode causar efeitos negativos como diarreia e dor abdominal, e com o uso contínuo pode alterar a rotina de evacuação, com aumento da dose para obter o mesmo efeito e até dependência.

 

Abuso de laxantes

 

O abuso de laxantes é mais comum em pessoas com prisão de ventre crônica, com desordens alimentares (bulimia, anorexia) ou na intenção de perder peso. A noção de que os laxantes podem interferir na absorção de calorias, e assim inibir o ganho de gordura corporal, é falsa e perigosa. O uso crônico está associado a efeitos colaterais sérios, incluindo perda de peso inicial com posterior ganho ponderal, alternância entre constipação e diarreia, síndrome do intestino irritável, desequilíbrio de enzimas digestivas, eletrólitos e pH, problemas no sistema cardiovascular, desmaios ou tontura, desidratação, retenção de água e inchaço, danos em órgãos digestivos e intestino, e até câncer de cólon.

 


 

Intestino preguiçoso

 

Ao parar o uso de laxante é comum experimentar desconforto gastrointestinal. Laxantes que estimulam os músculos do intestino a se contrair podem reduzir a capacidade natural destes músculos de funcionar por conta própria após a longa exposição a um agente estimulante – o intestino fica ‘preguiçoso’. Esse efeito pode levar à dependência de laxantes para promover o movimento intestinal. Laxantes também podem interferir com a capacidade intestinal de absorver minerais e vitaminas, resultando em deficiência nutricional.

 

Retenção hídrica

 

Outro problema pós uso de laxantes é que o corpo tende a segurar água no sistema digestivo causando inchaço, ganho de peso por retenção hídrica, e possivelmente um metabolismo mais lento. Esse desconforto estimula a continuar o uso do medicamento, pela irregularidade intestinal e pelo ganho de peso temporário. É importante procurar um médico para receber a orientação adequada no desmame de laxantes. O uso de probióticos de alta qualidade ajuda a normalizar a microbiota local, acelera a movimentação do bolo fecal e corrige a função intestinal, segundo demonstrado por inúmeros estudos.

 

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

 

*American J Gastroenterology 2021. Efficacy & Safety of Over-the-Counter Therapies for Chronic Constipation: An Updated Systematic Review.

*J Clinical Medicine 2021. Laxative use in the community: a literature review.

*Neurogastroenterology & Motility 2021. Gut microbial dysbiosis in gastrointestinal dysmotility & metabolic disorders.

*Clinical Nutrition 2020. Meta-analysis of randomized controlled trials of the effects of probiotics on functional constipation in adults.

 

 

 

 

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Tomate e Licopeno: Benefícios Nutricionais

 


O licopeno é um pigmento responsável pela coloração vermelho alaranjada de frutas e hortaliças.

Esse pigmento tem efeito protetor direto contra os radicais livres, sendo considerado um potente antioxidante.

 O organismo humano não é capaz de produzir esse pigmento, dessa forma ele é obtido exclusivamente por meio da alimentação.

Este poderoso antioxidante pode ser encontrado principalmente em tomates e seus produtos (extrato ou polpa de tomate, catchup), alcançando mais de 85% da recomendação de consumo, outras boas fontes são: mamão, goiaba vermelha, pitanga e melancia.

Vários estudos têm demonstrado os efeitos de dietas ricas em licopeno na redução dos riscos de ocorrência de câncer de próstata, esôfago, pulmão e benefícios para câncer de pâncreas, cólon, reto, dentre outros.

Alguns fatores podem interferir na disponibilidade do licopeno, como o estágio de maturação, estação do ano, variedade, local de plantio e manejo.

As maiores concentrações de licopeno encontram-se nas cascas dos alimentos fontes.

 Apesar de não existir uma quantidade especifica prescrita de licopeno que se deva ingerir, sabe-se que um consumo de 5 a 10mg de licopeno por dia é suficiente para obtenção dos benefícios desse nutriente.

Segue abaixo tabela com quantidade de licopeno nos alimentos:


 

 O tomate, além de fornecer grandes quantidades de licopeno para a dieta, é também uma boa fonte de potássio. Estudos apontam que 4.700 mg de potássio diariamente ajuda a baixar a pressão sanguínea, reduzir os efeitos adversos do excesso da ingestão de sódio sobre a pressão arterial, reduzir o risco de pedras nos rins e, eventualmente, reduzir a perda óssea relacionada à idade. Assim, o consumo de potássio através da ingestão de tomate é uma estratégia sensata, saudável e menos calórica.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

SANTOS, SR. Tomate e licopeno: benefícios nutricionais. Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Disponível em: www.codeagro.agricultura.sp.gov.br Acessado em 25/04/2022.

SHAMI, N.J.I.E.; MOREIRA, E.A.M. Licopeno como agente antioxidante. Rev. Nutri., Campinas, v.17, n.2, p.227-236, 2004.

MORITZ, B.; TRAMONTE, V.L.C. Biodisponibilidade do licopeno. Rev. Nutri., Campinas, v.19, n.2, p.265-273, 2006.


sexta-feira, 22 de abril de 2022

Torta Fit de Abobrinha

 


A abobrinha é um vegetal rico em fibras, carotenoides, vitaminas do complexo B, vitamina E, A, C e minerais, como selênio, cálcio, potássio, zinco, cobre e manganês. São muitos os seus nutrientes benéficos à saúde e é uma boa dica para quem faz dietas de controle de peso, porque contém poucas calorias.

Graças a esses nutrientes, a abobrinha ajuda na visão, na digestão, no controle da hipertensão e na saúde dos ossos. Para que possamos aproveitar ao máximo todos os seus nutrientes devemos usar a abobrinha com casca e tudo. Escolha sempre as mais brilhantes, firmes e sem rachaduras ou furinhos, normalmente feitos por insetos.

A Torta Fit de Abobrinha é uma receita saudável, levíssima e muito fácil de preparar. Fica crocante por fora e molhadinha por dentro. Experimente!

Ingredientes:

- 3 abobrinhas (2 raladas e 1 em rodelas fininhas)
- 4 ovos
- 2 cebolas em cubos pequenos
- 4 dentes de alho amassadinhos
- 3 tomates picadinhos, sem sementes
- 1/2 xícara de leite desnatado
- 5 colheres (sopa) de farinha de trigo
- 1 colher (sopa) de fermento biológico em pó
- 2 colheres (sopa) de farinha de rosca
- 2 colheres (sopa) de queijo ralado
- Sal, orégano e cheiro verde a gosto

Modo de preparo:

Em uma tigela, junte a abobrinha ralada, a cebola, o alho e o tomate. Acrescente os ovos, o leite desnatado, a farinha de trigo, a salsinha e a cebolinha. Tempere a gosto. Por último, acrescente o fermento em pó.

Misture bem - na mão, sem necessidade de batedeira. Unte um refratário médio e coloque a massa. Polvilhe com farinha de rosca e queijo ralado. Asse em forno preaquecido em temperatura baixa (180° C), por aproximadamente 40 minutos. Sirva fria ou quente, em lanches ou refeições.

Você pode, se preferir, substituir a abobrinha por couve-flor ou brócolis ralados. Pode também acrescentar frango desfiado, pedaços de queijo minas, frios ou qualquer outro recheio de que goste.

Coma com moderação, use a criatividade e descubra variedades saudáveis e deliciosas para complementar sua rotina alimentar, sem exagerar nas calorias! Bom apetite!

#receitinhasaudavel #tortafit #receitasfit #tortafitdeabobrinha #nutricionista

 

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quarta-feira, 20 de abril de 2022

A Dieta dos Pais Influencia a Alimentação dos Filhos


 

Mais importante do que priorizar uma boa alimentação para si mesmo é dar exemplo para as futuras gerações. Afinal, quando o assunto é comida, os filhos imitam os hábitos dos pais e, se as crianças não estão comendo frutas, verduras e legumes de maneira adequada, isso pode ser um reflexo do que você mesmo está colocando no seu prato. Ao menos é isso que diz um estudo que investigou a semelhança entre a dieta dos pais com a dos filhos. 

 

O estudo

Os pesquisadores, conduzidos pelo cientista Vepsäläinen, estabeleceram que fatores sociais ou refeições familiares estavam associados a essa semelhança entre dietas e procuraram observar se a alimentação infantil era dependente dos dados que os pais forneciam. Para isso, foram analisados os comportamentos relacionados à dieta de 798 crianças entre 3 e 6 anos de idade.

Um questionário de frequência alimentar desenvolvido pelo próprio grupo, chamado DAGIS, e um questionário social e demográfico foram enviados aos pais para responderem sobre a alimentação dos pequenos. Para a maioria (659) foi possível calcular a semelhança alimentar entre a mãe e o pai.

Conclusões

A alimentação do filho se assemelhou mais a da mãe que a do pai (0.57 versus 0.50, respectivamente). No entanto, um dos vieses encontrados na pesquisa foi que a dieta diária da criança era mais parecida com a de quem respondia ao questionário.

Tanto a dieta dos pais quanto das crianças se assemelharam na quantidade diária de ingestão de frutas, doces, mingau de chocolate, leite desnatado, creme azedo (correspondente ao creme de leite brasileiro), batata frita e pipoca.


 

Entretanto, os tipos de alimentação ficavam diferentes no consumo de suco de frutas açucarado, leite saborizado e adoçado e suco à base de plantas. Assim sendo, os autores concluíram que a semelhança entre a dieta dos pais e das crianças é forte, sendo os hábitos alimentares transmitidos dos mais velhos para seus filhos.

Com isso em mente, os pais podem estimular os filhos a comerem de forma mais saudável. Alguns costumes como oferecer alimentos de boa qualidade durante as refeições em família, evitar lanches muito calóricos, ter sempre frutas e vegetais em casa são exemplos por onde começar esse incentivo. Mas é preciso que eles saibam também que restringir abertamente determinados alimentos ou pressionar as crianças a comer são atitudes que, além de não funcionarem, precisam ser evitadas.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.
 

Referências Bibliográficas:

Vepsäläinen H et al.  Like parent, like child? Dietary resemblance in families. Int J Behav Nutr Phys Act. 2018.

A dieta dos pais influencia a alimentação dos filhos. Nutritotal. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 20/04/2022.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Imunidade e Suplementação: O Segredo está nos Nutrientes


 

Desde 2020 a relação entre imunidade e suplementação tem sido um assunto muito discutido. Afinal, na era onde temos informações por todos os lados, como saber qual a melhor maneira de usar a nutrição para manter a saúde em dia, e permitir que o organismo tenha capacidade de combater infecções naturalmente? O público 50+ tem especial interesse no assunto da imunidade e na sua relação direta com a sensação de bem estar.

Antes de falarmos do papel da suplementação, precisamos pensar no fator nutrição, e como ela é importante para a imunidade. Diversos alimentos aos quais temos acesso no dia a dia possuem nutrientes que podem auxiliar o funcionamento do sistema imunológico.

É importante compreender que a imunidade é basicamente a ‘nossa linha de frente’ ou o ‘nosso exército’, para defender o organismo dos agentes estranhos que podem nos atacar (vírus, bactérias, fungos) ou até mesmo para potencializar a nossa resposta a um tratamento contra doenças específicas. Neste contexto, a alimentação tem um papel primordial em vários aspectos.

Na alimentação, é onde encontramos as fontes de vitaminas que nosso corpo não produz naturalmente como as vitaminas A, do complexo B e C. Estas estão presentes em alimentos de origem natural, como frutas (laranja, manga e abacaxi). Além de proteínas como salmão, bem como leguminosas como brócolis e cenouras. O intestino é considerado um órgão imunológico altamente desenvolvido.  Cerca de 70% das células do sistema imunológico estão neste local.

Os grupos de alimentos que possuem estas vitaminas são muitos, no entanto, é impossível negar como, na atualidade, estes acabam se perdendo no dia a dia. O consumo frequente de alimentos ultra processados como doces, frituras e refrigerantes podem favorecer o acúmulo de gordura corporal e consequentemente o ganho de peso excessivo, ocasionando o que chamamos de um estado de ‘inflamação crônica de baixo grau’, o que compromete, a médio e longo prazo, a resposta do sistema imunológico.

Tomando esse fato como uma realidade do dia a dia, incluir a suplementação é comum, na tentativa de atingir a quantidade correta de nutrientes, adequando-se à rotina. O fortalecimento imunológico se deve ao consumo adequado destes nutrientes no dia a dia.

Sobre a harmonia de quantidades e variedades na suplementação, existe a crença de que um único nutriente é capaz de melhorar a imunidade e isso é mito! Não existe um único nutriente, que de forma isolada possa melhorar a imunidade, os nutrientes atuam em sinergia para favorecer a resposta do nosso sistema imunológico frente aos agravos à saúde.

 


 

Existe, por outro lado, a relação do tempo. Nem alimentação, nem os suplementos trabalham como soluções milagrosas para a imunidade, uma vez que as absorções não ocorrem rapidamente. Ou seja, o organismo precisa de tempo para metabolizar os nutrientes, e assim fazer com que o sistema imunológico seja beneficiado por eles. É importante lembrar também que sobrecarregar o organismo com um único nutriente em um período curto de tempo pode causar efeitos colaterais como a Hipervitaminose. É importante saber que o que funcionou para o vizinho pode não ser o ideal para você. A nutrição, cada vez mais, trabalha com a individualidade de cada paciente. Até mesmo para a prescrição de vitaminas e suplementos, existem indicações e contra indicações.

É possível perceber como uma boa imunidade tem alguns fatores chaves para acontecer, e eles se resumem ao equilíbrio nutricional. Uma alimentação balanceada em harmonia com uma suplementação adequada e especializada auxiliam a obter este objetivo tão importante nos dias de hoje.

É importante que uma alimentação saudável vire rotina. Aqui não estamos falando de viver de dieta, mas sim, de buscar o equilíbrio e priorizar a ingestão de frutas, vegetais, hortaliças, grãos e cereais integrais. Bem como o consumo esporádico de doces, frituras, refrigerantes e guloseimas.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

Dreher, RGE. Imunidade e suplementação: o segredo está nos nutrientes. ProDiet Nutrição Clínica. Disponível em: www.prodiet.com.br Acessado em: 18/04/2022.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Frutas, Fibras e Café Regulam a Atividade do Intestino

 


Mudar os hábitos alimentares pode fazer toda a diferença para quem sofre de prisão de ventre crônica.   Frutas diversas, como ameixa, figo, tâmara, kiwi, mamão, laranja e manga, sementes como chia e linhaça, e até mesmo um cafezinho ajudam na saúde intestinal. Alimentos ricos em fibras regulam o trânsito intestinal, funcionando como uma esponja que absorve água e gordura, aumentando o tamanho do bolo fecal, deixando-o mais macio e solto. O café é favorável à digestão agindo sobre a produção de ácidos, sais bilares e enzimas digestivas, e sobre a contração do intestino.

 

Frutas secas

 

Ameixa seca é rica em fibras solúveis e insolúveis, sorbitol e compostos fenólicos, contribuindo para corrigir a prisão de ventre. A fibra insolúvel (celulose) absorve água, aumenta a quantidade de líquido nas fezes e adiciona volume. A fibra solúvel (pectina, goma e mucilagem) é fermentada no cólon para produzir ácidos graxos de cadeia curta, que aumentam o peso das fezes. Sorbitol é um álcool de açúcar, não absorvido pelo corpo, que faz a água ser puxada para dentro do cólon produzindo um efeito laxante. Os compostos fenólicos estimulam bactérias benéficas, que contribuem para um trânsito intestinal saudável. A quantidade indicada é de 10 unidades diárias. Figos e tâmaras também são boas opções.

 

Kiwi

 

Kiwi é ótima fonte de fibras, polifenóis e contém grande quantidade de actinidina, uma enzima proteolítica – esta combinação melhora a motilidade intestinal e reduz a constipação. Diversas pesquisas evidenciaram que o consumo de dois kiwis por dia produz mais movimentos intestinais e fezes mais soltas. Kiwis podem ser comidos com a casca, onde reside a maior concentração de fibras, folato, vitamina C e vitamina E.

 

Mamão, laranja e manga

 

Mamão, laranja e manga são laxantes naturais, mesmo em pessoas com prisão de ventre crônica. Estas frutas contêm grande quantidade de fibras, enzimas e água, que aceleram o fluxo intestinal e facilitam a formação de fezes. Polifenóis da manga podem modular bactérias que beneficiam a saúde do cólon. Em vários estudos foram demonstrados os efeitos prebióticos de polifenóis e fibras dietéticas da manga, contribuindo para reduzir a inflamação intestinal e promover um bolo fecal adequado.

 


Chia e linhaça

 

Chia é um dos alimentos mais densos em fibras: em 30 gramas há 10 gramas de fibra, equivalendo a 40% da necessidade diária. As sementes de chia podem absorver até 12 vezes seu próprio peso em água, o que adiciona massa, volume e peso às fezes. Já 30 gramas de linhaça fornecem 6 gramas de fibra, o que equivale a 20% da ingestão diária recomendada. O efeito laxante da chia e linhaça também pode ser atribuído ao seu conteúdo de lipídios, com propriedades lubrificantes: a gordura presente nelas é composta por ômega-3, ômega-6, ômega-9 e ácidos graxos saturados.

 

Café 

 

Uma pesquisa recém-publicada revisou os últimos conhecimentos sobre as ações do consumo de café nos diferentes níveis do trato gastrointestinal. Em diversas etapas do processo digestivo os efeitos da bebida são bastante claros. É o caso da estimulação da produção de ácido gástrico, secreção biliar e fluido pancreático, redução do risco de cálculos de vesícula, promoção da motilidade intestinal e alterações na composição da microbiota intestinal. O consumo de café está inversamente associado à prisão de ventre crônica, ou seja, ele pode ser um ajudante de peso neste problema tão comum.

 

Ação digestiva

 

A influência do café nos processos digestivos é conhecida há muito tempo, e tomá-lo após uma refeição tornou-se um hábito para muitos. Talvez pelo seu alto teor de ácido clorogênico, o café é favorável à digestão, agindo sobre a produção de ácidos, sais bilares e enzimas digestivas, e sobre a motilidade do cólon. Muitas pessoas têm um movimento intestinal de forma rápida, entre 4 a 30 minutos após a ingestão de café. É improvável que esses efeitos sejam regulados pela cafeína; em vez disso, a hipótese é de uma ação indireta sobre o cólon mediada por mecanismos neurais ou hormônios gastrointestinais, como colecistocinina, gastrina e motilina.

 

Hábitos de vida

 

Muitos outros alimentos atuam sobre a função intestinal, como leguminosas (feijões, grão-de-bico, lentilha), cereais fibrosos (aveia, farelo de aveia, farelo de arroz, farelo de trigo), psillium, folhas, legumes, frutas. Estes alimentos devem fazer parte do cardápio diário para ajudar na formação do bolo fecal. Tomar água suficiente, em média 2 litros diários, e praticar atividade física frequente completam os bons hábitos de vida, que se refletem diretamente na esfera intestinal. Se mesmo assim a prisão de ventre persistir, é bom procurar ajuda médica para determinar a possível causa do problema e tratar de acordo.

 



 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:


*American Journal of Gastroenterology 2021. Exploratory comparative effects of kiwi, psyllium & prunes in patients with chronic constipation.

 

*Molecules 2021. Mango Polyphenols: Anti-inflammatory intestinal microbial health benefits & mechanisms of actions.

 

*Molecules 2022. The Current State of Knowledge on Salvia hispanica  (Chia Seeds).

*Nutrients 2019. Chemical Composition & Nutritional Value of Chia Seeds.

*Nutrients 2019. Dietary Flaxseed as a Strategy for Improving Human Health.

 

*Nutrients 2022. Effects of Coffee on the Gastro-Intestinal Tract: A Narrative Review & Literature Update.