quinta-feira, 28 de maio de 2015

Whey Protein






O que é WHEY?


A whey protein (soro do leite) é o subproduto parcial da fabricação de queijos, por coagulação da caseína, obtido pela adição de meios ácidos ou enzimas. Possui um alto valor nutricional conferido pela elevada concentração de aminoácidos essenciais presentes (Terada et al. 2009).

Fator importante da whey protein, é a alta concentração de Glutamina e BCAA, e com um relevante a mais, já que comparando grama a grama a whey protein com outras fontes de proteína, ela é a que fornece mais aminoácidos essenciais para o corpo, sem a adição de colesterol e gordura. Para se ter uma ideia, o valor biológico (absorção) do frango está em 79, do peixe 83, carne vermelha 80, ovos de 88 á 100 e laticínios como o leite e queijo chegam a 80 o seu valor biológico.

Para que serve o Whey Protein?

Em geral a whey protein veio para auxiliar a ingestão recomendada de proteínas diárias e minimizar o tempo perdido de uma ingestão de proteína sólida.


Tipos de whey

Whey Protein Concentrada:  Uma opção mais em conta financeiramente falando, já que o custo para elaboração dessa Whey é mais barato, pois ela passa apenas pelo processo leve de filtragem. Resultando em 70 a 80% de proteínas e dividindo o resto entre carboidratos e gorduras. Mas essa Whey Protein segue também com grandes quantidades de BCCAs e glutaminas.

Whey Protein Isolada: Sua concentração de proteínas é muito maior se comparada a Whey Protein concentrada, pelo fato de passar por um processo de filtragem muito maior. Resultando em até 95% de proteínas, em algumas marcas de Whey chega a ser zero a quantidade de carboidratos e gordura. Uma ótima opção para quem está em dieta de redução calórica, visando emagrecer ou definir.

Whey Protein Hidrolisada:  Além de passar por uma filtragem minuciosa, esse tipo de Whey Protein passa por um processo conhecido como hidrólise, onde é feita a quebra das cadeias proteicas em fragmentos menores. O que facilita e torna ainda mais rápido a absorção desse tipo de Whey Protein pelo organismo.
Proteína Time release:  Nenhuma proteína age tão rapidamente e é tão anabólica quanto a Whey protein. Mas agora no mercado temos os suplementos ricos em proteínas time-release que possuem vários tipos de proteínas que são ideais para serem consumidos antes de dormir e para os momentos em que você sabe que não poderá consumir proteínas por um período superior a 3 horas para evitar o catabolismo (perda de massa muscular). Estes suplementos fazem parte de uma nova geração de suplementos de alta tecnologia ricos em proteínas e de absorção mais lenta. Essas proteínas foram desenvolvidas em laboratório para serem liberadas aos poucos e manter um nível de proteínas sempre disponível no seu corpo, de modo a favorecer o crescimento muscular. Alguns estudos demonstram que essas proteínas time-release podem prevenir o catabolismo por até 8 horas. Os suplementos ricos em proteínas time-release são ideais para serem consumidos antes de dormir e para os momentos em que você sabe que não poderá consumir proteínas por um período superior a 3 horas.
Benefícios do Whey Protein 
Inúmeros são os benefícios do whey protein. De acordo com Terada e Colaboradores em seu estudo publicado na Revista Brasileira de Nutrição Esportiva no ano de 2009, três são os benefícios do whey protein em praticantes de exercícios com pesos. Uma maior facilidade para o ganho de massa muscular, favorecendo a recuperação e síntese proteica, redução da fadiga e aumento da lipólise (queima de gordura).

Além do mais os benefícios que o whey protein nos trazem no cotidiano são o maior controle de proteína por porção, praticidade e controle de tipo de digestão. O tempo de digestão se deve ao whey protein ser dividido em diferentes tipos de degradação e absorção.

Ingestão do Whey Protein

A quantidade de proteína que é recomendada varia de acordo com o ritmo que os indivíduos se exercitam regularmente. Indivíduos sedentários devem consumir em média 0,8g/Kg. Atletas que praticam semanalmente exercícios entre 60 minutos de 5-6 vezes por semana tem uma recomendação de 1,2 – 1,4g/Kg de proteína. Quando atletas são submetidos a esforços maiores que 60 minutos pela mesma frequência de 5-6 vezes por semana já se aumenta para 1,6g/Kg a quantidade de proteína. Para quem começa um treinamento de força rigoroso a ingesta aumenta ainda mais, dessa vez 1,8g/Kg (Biesek et al.2010).


Whey Protein engorda ou emagrece?

E pra quem acha que a Whey Protein é usada apenas para dietas de ganhos musculares, engana-se, porque ela é indicada também para quem quer emagrecer, sem perder massa magra. Pois ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, saciando a fome mais rápida do que outras proteínas. 


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Texto elaborado por: Fernanda Godoy Farto

Nutricionista pela Universidade de Caxias do Sul UCS.

Especialista em Nutrição Esportiva, Clínica e Estética pelo Instituto de pesquisas ensino e gestão em saúde IPGS.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Dia Internacional da Tireoide



     O iodo é a matéria prima para a síntese de hormônios tireoidianos. Ele é captado ativamente pela glândula tireoide após ser ingerido por meio da dieta. Essa glândula sintetiza duas formas hormonais, a tiroxina (T4), chamada de pró-hormônio e a triiodotironina (T3); esta última considerada o hormônio biologicamente ativo. Os hormônios são formados desde a fase fetal; portanto, o consumo adequado de iodo é necessário em todas as fases da vida. Em condições normais, a ingestão média de iodo é de cerca de 200-500µg/dia. As principais fontes alimentares são os frutos do mar e os derivados do leite e do pão. A baixa ingestão de iodo está relacionada à presença do bócio endêmico, com redução da síntese de hormônios tireoidianos e com o cretinismo.

Hipotireoidismo

            É a doença mais comum que acomete a tireoide e ocorre quando, por algum motivo, a glândula produz uma quantidade insuficiente de seus hormônios, o T3 e o T4. A principal causa é um distúrbio autoimune, conhecido como doença de Hashimoto. Sendo autoimune, é muito frequente em pessoas com diabetes tipo 1, o qual tem também origem imunológica. Até 20-30% dos pacientes com diabetes tipo 1 pode apresentar auto-anticorpos ou disfunção tireoidiana, sendo o hipotireoidismo a forma mais comum.

            Já em pacientes com diabetes tipo 2, o hipotireoidismo é mais frequente do que em não diabéticos, principalmente na sua forma mais leve, conhecida como hipotireoidismo subclínico. Por outro lado, o hipotireoidismo pode afetar o diabetes, especialmente em quadros mais avançados e quando se apresenta em idosos, por predispor a hipoglicemias, às vezes mesmo sem o uso de insulina.

            Por fim, a obesidade, por aumentar os níveis de insulina e leptina, pode levar ao aumento do TSH (hormônio controlador da função da tireoide) e levar a uma falsa impressão de hipotireoidismo nos exames laboratoriais destes pacientes. Com a perda de peso, ocorre a normalização do exame e neste caso a alteração tireoidiana é consequência e não causa do ganho de peso.

Hipertireoidismo

            É mais comum nas pessoas com mais idade e com aumento do volume da glândula. Os de origem autoimune também são mais comuns nos portadores de diabetes tipo 1, embora menos frequente que a doença de Hashimoto. De forma reversa, o aumento de T3 e T4 no sangue de pacientes com diabetes pode levar, dentre outras manifestações, a um aumento da glicemia. Isso pode fazer com que os pacientes precisem de ajustes na dose de medicações ou insulina. Pode ainda causar elevações de glicemia nos pacientes que já apresentam risco elevado para diabetes, como por exemplo, aqueles com glicemia de jejum alta.

Alimentação e Tireoide

          Alimentar-se de forma equilibrada é importante para a manutenção de peso ideal e da saúde plena. O mesmo se aplica para as pessoas com algum distúrbio na tireoide, seja ele hipotireoidismo ou hipertireoidismo.

           Os micronutrientes, principalmente iodo e selênio, além de ferro, zinco e vitamina A são necessários para o funcionamento adequado da glândula tireoide.

           O selênio também é essencial para o funcionamento da tireoide por ser componente de três enzimas selênio-dependentes (selenoproteínas), conhecidas como desiodases, que são responsáveis pela conversão do pró-hormônio T4 em T3. Além disso, o selênio também pode ser encontrado na forma de selenocisteína no centro catalítico de enzimas que protegem a tiroide de danos causados por radicais livres. O consumo de alimentos fonte de selênio como, castanha do Pará, salmão, semente de girassol são importantes para o melhor funcionamento da tireoide.

Estudos têm demonstrado que a deficiência de ferro prejudica o metabolismo da tireoide, por diminuir as concentrações plasmáticas totais de T4 e T3, e reduzir a conversão de T4 em T3. Outras pesquisas têm verificado que o zinco também é importante para a homeostase da tireoide. Entretanto, o papel do zinco nessa regulação é complexo e pode incluir efeitos sobre a síntese e modo de ação dos hormônios tireoidianos. A vitamina A, por sua vez, modula o metabolismo da glândula tireoide, por influenciar a produção de TSH pela hipófise. Têm sido descrito que a deficiência de vitamina A pode causar hipertrofia da tireoide e reduzir a captação de iodo pela tireoide, prejudicando a síntese de T4 e T3.

Alguns estudos têm feito associação entre o glúten encontrado na farinha branca (pão branco, macarrão, biscoito), aveia, e o desenvolvimento de doenças autoimunes como a tireoidite de Hashimoto. Isso ocorre devido a uma sensibilidade ao glúten, onde a molécula do glúten ao ser absorvida gera a produção de anticorpos contra ela, o que provoca inflamação em diversas regiões do organismo, inclusive na tireoide. Porém a restrição do glúten para doenças autoimunes da tireoide ainda é controversa para indivíduos não portadores de doença celíaca.

A intoxicação por metais tóxicos, especialmente o mercúrio, aumenta a possibilidade de disfunção tireoidiana. Recomenda-se limitar o consumo a uma vez ao mês dos peixes predatórios, como tubarão, peixe espada e cavalinha, e a uma vez por semana dos peixes de risco médio de contaminação por mercúrio, como no caso do filé de atum, cavala, garoupa e corvina.
Os alimentos de origem vegetal que contem substâncias bociogênicas, são os do gênero Brassica como a mostarda escura, nabo, rabanete, couve, brócolis e repolho, que podem inibir a captação de iodo pela tireoide, favorecendo o aparecimento do bócio e agravando, substancialmente, o processo adaptativo da glândula tiroide, induzindo hipotireoidismo grave, tanto na primeira infância como na idade adulta.

Além do bloqueio da captação de iodeto pela tireoide, outras etapas da biossíntese hormonal podem ser afetadas pelos alimentos. É o que acontece com as partes comestíveis do babaçu, com nítido efeito inibitório na incorporação do iodeto, agravando, portanto, as consequências deletérias da carência de iodo.

No caso da soja, as principais toxinas são alergênicos, fitatos, inibidores da protease, genisteína e goitrogênicos, através de uma substância que se liga ao iodo evitando a sua absorção pelo organismo a partir do trato gastrointestinal.

Enquanto os estudos não determinam o exato efeito dos produtos a base de soja no metabolismo de hormônios da tireoide, o consumo excessivo de soja deve ser visto com atenção.

A deficiência de iodo também pode ser provocada pela alta ingestão de cálcio, que diminui sua absorção pelo intestino.

Porém, não existem artigos conclusivos dizendo que pessoas com hipotireoidismo devam evitar esses alimentos. Normalmente, as pessoas com hipotireoidismo são tratadas com hormônios e a ingestão desse medicamento deve ser em jejum, pois o consumo de qualquer produto que contenha soja, assim como alimentos ricos em fibras, suplementos de cálcio ou ferro e antiácidos contendo alumínio e magnésio pode atrapalhar a absorção da medicação. Mas em outros horários ainda há controvérsias se o consumo desses alimentos deve ser restrito. Até porque eles têm efeito protetor para o organismo. O ideal seria ter uma alimentação variada com dieta de rotação, ou seja, não consumir sempre o mesmo tipo de alimento.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Alimentação e Tireoide. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Bertolucci, P. Alimentação e saúde da tireoide. Disponível em: www.patriciabertolucci.com.br

Castro, RCB. Quais são os principais nutrientes que regulam a função da tireoide? Disponível em: www.nutritotal.com.br

Maia, CSC. O selênio e a glândula tireoide: um estudo em pacientes portadores de disfunções tireoidianas nos estados do Ceará e São Paulo. [Tese de Doutorado] Universidade de São Paulo – USP, 2008.

Neto, AM. Quando a culpa é da tireoide? Sociedade Brasileira de Diabetes, 2015.