quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Juba de Leão: O Cogumelo do Cérebro

 

Hericium erinaceus, conhecido como Juba de Leão, cresce em troncos de árvores e tem uma bela aparência, com filamentos longos que descem em cascata, dando uma impressão de juba. Como todos os cogumelos medicinais, ele tem ação antioxidante e anti-inflamatória, mas o grosso das pesquisas visa o seu potencial na função cerebral (nootrópico). Monges japoneses usavam o Hericium para aumentar sua capacidade de concentração durante a meditação.

 

O cérebro envelhece

 

Durante o envelhecimento, alterações morfológicas e funcionais afetam o cérebro, causadas por estresse oxidativo, acúmulo de radicais livres e redução das defesas antioxidantes. Pesquisas em adultos com comprometimento cognitivo leve (memória) associado ao envelhecimento mostraram que aqueles que tomaram o extrato seco do cogumelo H. erinaceus tiveram melhor desempenho cerebral em comparação com participantes controle.

 

Neuroativos

 

O fungo Juba de Leão é concentrado em muitos compostos imunomoduladores e neuroprotetores: beta-glucanas, terpenoides, hericenonas, erinacinas, ergotioneína (‘vitamina’ da longevidade). Estes neuroativos induzem a síntese de fator de crescimento nervoso em células neuronais e regeneram a mielina ao longo dos axônios, o que abre as portas para um mundo de benefícios neuroprotetores.

 

Demências e ansiedade

 

Na população idosa (acima de 65 anos), a deficiência funcional do fator de crescimento nervoso (NGF) está relacionada à neurodegeneração progressiva e doenças demenciais. Compostos naturais capazes de induzir a biossíntese de NGF são considerados potencialmente eficazes contra distúrbios cognitivos. Dentre eles, H. erinaceus é um dos mais poderosos, com ação neuroprotetora intensa, e abrange cinco aspectos principais relacionados entre si: envelhecimento, memória, demência, depressão e Alzheimer. Há estudos mostrando a ação eficaz do Juba de Leão em estados de ansiedade, depressão e insônia.

 

Eixo intestino-cérebro 

     

Estudos sobre o eixo intestino-microbiota-cérebro evidenciam como microbiologia e neurociência correlacionam comunidades microbianas (flora intestinal) e doenças neurológicas/neurodegenerativas, como esquizofrenia, transtorno do espectro autista, depressão, ansiedade, Alzheimer, esclerose múltipla. A relação causa-efeito e a interação bidirecional entre o intestino e doenças humanas complexas relacionadas ao desenvolvimento cerebral, humor e neurodegeneração é um trabalho em andamento. Com a evolução das pesquisas surgem oportunidades de novas abordagens terapêuticas para o tratamento de doenças cerebrais.

 


 

Beta-glucanos prebióticos

 

Vários estudos recentes demonstraram que o tratamento com prebióticos e probióticos pode alterar a neuroplasticidade e o comportamento, através da composição da microbiota intestinal. Polissacarídeos beta-glucanos (fibras) têm uma ação prebiótica direta, além de efeito imunomodulador e anti-inflamatório. O cogumelo Juba de Leão é conhecido por melhorar doenças gastrointestinais, e há grande interesse nas possíveis aplicações de seus polissacarídeos na modulação da microbiota.

 

Distúrbios gastrointestinais

 

Além de sua notável ação neuroprotetora, pesquisas têm destacado o potencial terapêutico em problemas gastrointestinais como gastrite, úlceras, doenças inflamatórias intestinais (colite ulcerativa, doença de Crohn), síndrome do intestino irritável, diverticulose, disbiose. Alguns componentes deste cogumelo parecem possuir forte ação contra o câncer gástrico e colorretal. H. erinaceus está intimamente relacionado com a modulação da microbiota intestinal, e parece ser capaz de alterar sua qualidade e quantidade de forma promotora da saúde.


Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

*J Fungi (Basel) 2023. Hericium erinaceus in Neurodegenerative Diseases: From Bench to Bedside and Beyond, How Far from the Shoreline?

 

*Int J Molecular Science 2021. Neuroprotective Metabolites of Hericium erinaceus Promote Neuro-Healthy Aging.

 

*Biomed Research 2019. Improvement of cognitive functions by oral intake of Hericium erinaceus.

 

*Biology 2023. Interaction between Mushroom Polysaccharides & Gut Microbiota & Their Effect on Human Health.

 

*World J Gastroenterology 2023. Hericium erinaceus, a medicinal fungus with a centuries-old history: Evidence in gastrointestinal diseases.

terça-feira, 26 de setembro de 2023

Bolo de Chocolate

 

O bolo de chocolate é uma paixão que vem do século XVII, quando o líquido extraído das sementes do cacau começou a ser inserido nas misturas de bolos pelos confeiteiros ingleses.

Hoje em dia existem versões menos calóricas do bolo de chocolate, acredite se quiser, sem açúcar, sem glúten e sem lactose! Isso evita as reações alérgicas de quem tem doença celíaca, intolerância à lactose ou simplesmente prefere versões mais saudáveis e tão saborosas quanto a do bolo tradicional.

A farinha usada será a de pipoca, que é menos calórica e não possui glúten em sua composição. Ela é rica em fibras, que contribuem para a sensação de saciedade e beneficiam a saúde do sistema digestório.

A farinha de pipoca é simples de fazer e conservar. Coloque o milho de pipoca em uma panela quente, sem óleo e sem sal, para estourar. Tire as que não estouraram e leve as outras ao liquidificador. Bata até triturar tudo e obter uma farinha bem fina. Guarde em um pote de vidro bem fechado.

Com a farinha pronta, já pode fazer o bolo!

INGREDIENTES DO BOLO:


- 3 ovos
- 6 xícaras de farinha de pipoca (90g)
- 1 1/2 xícara de leite sem lactose ou vegetal
- 3 colheres de chá de fermento em pó
- 5 colheres de sopa de adoçante culinário
- 3 colheres de sopa de cacau em pó
- 1 pitada de sal

INGREDIENTES DA COBERTURA:


- 100 g de adoçante culinário
- 1/2 xícara de água
- 200g de creme de leite sem lactose
- 15g de cacau 100%

MODO DE FAZER - BOLO:


Bata os ovos com o adoçante culinário e depois adicione o leite. Com a batedeira desligada, acrescente a farinha de pipoca aos poucos. Em seguida, acrescente o fermento, coloque tudo em uma assadeira antiaderente e leve para assar em forno baixo, pré-aquecido. Quando você espetar o bolo com um palito e sair sequinho, está pronto!

MODO DE FAZER - COBERTURA:


Coloque todos os ingredientes em uma panela, menos o creme de leite. Leve ao fogo baixo até formar uma calda fina. Adicione o creme de leite e mexa.

Agora é só cobrir o bolo com a calda e deliciar-se sem culpa, com esta versão light, saudável e deliciosa de bolo de chocolate. Bom apetite!

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domingo, 24 de setembro de 2023

Coco

Sabe aqueles dias de sol e muito calor e que você volta para casa todo suado? Essa é a oportunidade perfeita para tomar uma água de coco geladinha.

Rica em vitaminas (A, B1, B2, B3, B5, B6 e C), calorias, carboidratos e minerais, como o potássio, cálcio, magnésio, manganês, ferro, zinco e cobre, a água de coco funciona como um reidratante natural, repondo a hidratação, a energia e os sais minerais do corpo.

Além disso, algumas pesquisas indicam que a água de coco é capaz de reduzir a pressão arterial - por conta da concentração de potássio - e pode colaborar com fatores promotores do crescimento porque contém aminoácidos livres, micronutrientes e enzimas.

À medida que o coco verde amadurece, a quantidade de água dentro da fruta reduz e se transforma em uma polpa branca, também chamada de albúmen gelatinoso, que é rica em gorduras saturadas.. Apesar disso, não tenha medo de consumi-la!

De caixinha pode?

Não tem como negar, a forma natural é bem melhor, mas a boa notícia é que, dependendo da lista de ingredientes, a água de coco de caixinha pode ser uma alternativa aos locais que não possuem acesso fácil à fruta. Mas, atenção, ela deve conter apenas água de coco na lista de ingredientes.

Como oferecê-lo à criança

Super versátil, vale oferecer à criança a água de coco e a polpa, e ainda incluir em receitas saudáveis o coco ralado, o leite de coco, a farinha de coco, o açúcar de coco e o óleo de coco.

Se o objetivo é oferecer nutrientes ao seu filho, pode usar e abusar dessa variedade de alimentos que o coco oferece, já que todas essas formas trazem diferentes benefícios à saúde da criança.

Período de Safra

Novembro a Dezembro

Melhores Combinações

Coco combina com quase tudo. A água pode ser usada para fazer sucos e misturada com frutas como abacaxi, melancia, caju, limão e até com couve manteiga e hortelã. A farinha de coco e o coco ralado podem ser usados no preparo de bolos e cookies saudáveis. O coco ralado combina bem com abóbora e o óleo de coco, pode ser utilizado para grelhar alimentos, enquanto o leite de coco é ótimo para compor molhos e vitaminas deliciosas.

Iogurte de Coco (Indicado a partir de 6 meses)

Ingredientes:

1 colher (chá) de ágar-ágar em pó;

500ml de leite de coco caseiro (para fazer, bata a polpa do coco com 700ml de água e peneire);

1 sachê de probiótico.

Modo de Preparo:

Em uma panela média, dissolva o ágar-ágar no leite de coco. Deixe cozinhar por 7 minutos em fogo médio. Desligue o fogo e espere o leite amornar. Depois, adicione o sachê de probiótico ao leite de coco morno e misture. Coloque o leite de coco em um recipiente com tampa fechada e deixem em temperatura ambiente por 6 horas. Depois, mantenha refrigerado na geladeira por até três dias.


 

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Referências Bibliográficas:

De Vuono, T. 101 alimentos para seu filho comer antes de crescer. 1 ed. Bauru, São Paulo: Astral Cultural, 2019.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Temperos Naturais: Mais Saúde, Mais Sabores

 

Os alimentos ficam ainda mais especiais quando são bem temperados. Temperos são determinantes para que um prato fique saboroso, são parte da arte e sensibilidade em combinar especiarias para criar uma identidade única a um prato. Temperos são como a assinatura de quem prepara um bom prato. E, somado a isto, temperos podem acrescentar à receita vários benefícios para a saúde.

O sal por exemplo, é o mais universal dos temperos, e pode ser consumido com moderação. Uma boa dica é substituir o sal refinado pelo sal marinho ou sal rosa, com grãos mais grossos e que, por não serem refinados, mantêm seus microminerais e nutrientes.

Use também os temperos naturais, que dão um toque especial a qualquer receita e costumam ser muito saudáveis. O alho, por exemplo, é um poderoso aliado da saúde, tem funções anti-inflamatórias e ainda ajuda a controlar o colesterol. A cebola também auxilia no controle do colesterol, é um poderoso antioxidante e uma rica fonte de vitaminas A e C. Saborosa e funcional, deve ser preferencialmente consumida crua, levemente refogada ou pouco cozida, para que tenha seus nutrientes preservados.

O orégano e o manjericão fortalecem o sistema imunológico, por terem propriedades antioxidantes. A cebolinha e a salsinha podem ser cultivadas em hortas caseiras, são fontes de minerais e boas no combate à hipertensão arterial.

A pimenta possui capsaicina, que lhe confere sua ardência e ajuda a reduzir o colesterol ruim (LDL) do sangue, acelerando o metabolismo e, por consequência, auxiliando no emagrecimento. O alho-poró é rico em fibras, confere maior saciedade e ajuda na digestão.

Existem também outras muitas opções como o gengibre, o cominho, o coentro e a cúrcuma; o alecrim, o açafrão da terra, o tomilho e a sálvia; o endro (ou dill, como também é conhecido), a mostarda e o estragão. E frutas, como o limão e a laranja.

Os temperos são muitos, são versáteis e, em geral, pouco calóricos. Solte a imaginação e use sua criatividade para acrescentar ainda mais sabor e saúde a cada prato!

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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Ginkgo Biloba

 

De origem oriental, uma das árvores mais antigas do mundo é a ginkgo biloba que hoje é cultivada em diferentes regiões, inclusive na nossa, especialmente no sul do país. A ginkgo biloba é reconhecida por suas propriedades medicinais há anos, mas tem se popularizado cada vez mais com a valorização da fitoterapia.


Ginkgo Biloba é boa para a memória

Verdade. Em uma revisão da literatura científica, pesquisadores encontraram que a ginkgo biloba pode apoiar o tratamento das doenças comuns do envelhecimento, como a perda da memória e a redução da função cognitiva.

Os benefícios da ginkgo biloba capazes de atuar na memória são a melhora da circulação sanguínea e a proteção das paredes capilares e das células nervosas, o que reduz os efeitos dos radicais livres que podem atacar as células cerebrais e provocar doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer que afeta progressivamente a memória.

Os compostos da ginkgo biloba podem causar câncer

Mito. Pelo contrário, a ginkgo biloba possui em sua composição os flavonoides, pigmentos naturais que trazem benefícios à saúde, como a atividade anti-cancerígena.

Ao selecionar algumas células com câncer e testar o efeito das folhas de ginkgo biloba, pesquisadores observaram que ela controlou o crescimento do câncer. Isso demonstrou aos cientistas que a planta tem relevância no câncer e deve ser mais bem estudada para que possa ser utilizada no tratamento de tumores.

Atenção: reforçamos que não há nenhuma comprovação sobre a cura do câncer com uso exclusivo de ginkgo biloba. Além disso, seu efeito protetor no desenvolvimento da doença é observado quando associado a um estilo de vida saudável.

A ginkgo biloba pode diminuir a morte por doença cardíaca

Verdade. A ginkgo biloba esteve associada em diversos estudos a uma melhora na cardiomiopatia, conjunto de doenças que atingem o músculo cardíaco, causando alterações na função do coração, podendo levar à morte por problemas cardíacos.

Outros benefícios da planta sobre a saúde do coração são suas atividades redutora da absorção de colesterol e hipotensora. Os estudos sobre o colesterol foram feitos em ratos, mas apontaram diminuição na absorção de colesterol, o que reduz o risco de entupimento de artérias, enquanto a atividade hipotensora apoia a diminuição da pressão arterial, contribuindo com a circulação sanguínea adequada, sem esforço do coração.

Ginkgo biloba causa hiperglicemia em pessoas com diabetes

Mito. A hiperglicemia ocorre quando o açúcar no sangue está bastante elevado, comum em pessoas com descontrole do diabetes, mas a ginkgo biloba promove o efeito contrário a esse, segundo estudos, ela ajuda na redução do açúcar no sangue.

Tanto no diabetes tipo 1, quanto no diabetes tipo 2, estudiosos mostraram que o uso da ginkgo biloba traz resultados positivos para a diabetes porque reduz não só o açúcar no sangue, mas também o triglicérides e o peso corporal, sem afetar a função do fígado e dos rins que geralmente são acometidos no diabetes descontrolado.

 


 

Como usar ginkgo biloba?

Os benefícios da ginkgo biloba estão em suas folhas, mais especificamente no extrato retirado das folhas que é transformado em cápsulas ou comprimidos. E, assim como outros suplementos, a ginkgo biloba precisa de moderação no consumo para que sejam observados efeitos positivos.

Vale lembrar também que pesquisas apontam que ela pode interagir com medicamentos, como alguns usados no tratamento de diabetes, hipertensão ou reumatismo. Além disso, a ginkgo biloba somente é vendida com prescrição médica e, para gestantes e lactantes (mulheres que amamentam), o uso da ginkgo biloba é contraindicado.

Então, podemos afirmar que a ciência já comprovou que a ginkgo biloba de fato é uma planta medicinal com propriedades capazes de melhorar diversos problemas de saúde, mas é importante consultar um médico para usar o suplemento de em quantidades adequadas ao seu organismo e necessidade.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

O que é ginkgo biloba e para que serve?. Nutritotal. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 19/09/2023.

Barbalho, Sandra Maria, et al. Ginkgo biloba in the aging process: A narrative review. Antioxidants 11.3 (2022): 525.

Šamec, Dunja, et al. Biflavonoids: Important contributions to the health benefits of Ginkgo (Ginkgo biloba L.). Plants 11.10 (2022): 1381.

Singh, S. K., Srivastav, S., Castellani, R. J., Plascencia-Villa, G., & Perry, G. (2019). Neuroprotective and antioxidant effect of Ginkgo biloba extract against AD and other neurological disorders. Neurotherapeutics, 16, 666-674.

Sun, Jie, et al. Therapeutic effects of Chinese herbal medicines and their extracts on diabetes. Biomedicine & Pharmacotherapy 142 (2021): 111977.

domingo, 17 de setembro de 2023

Reishi: 'Rei dos Cogumelos' Devido Sua Alta Potência Medicinal

 

Reishi (Ganoderma lucidum) aparece em textos históricos da China, Índia e outras culturas asiáticas que datam de mais de 2.000 anos, e têm sido usados medicinalmente há pelo menos 4.000 anos. O uso do Reishi para fins medicinais no Ocidente é mais recente, a partir dos anos 1970, e sua popularidade vem aumentando à medida que as pessoas procuram alternativas aos tratamentos alopáticos, com menos efeitos adversos. Um número crescente de estudos revisados mostram fortes evidências que reforçam o uso de Reishi na saúde e na doença.

 

O cogumelo da imortalidade   

                 

Por milênios os cogumelos Reishi têm sido reverenciados pelos praticantes da medicina oriental. Esses fungos poderosos possuem uma série de propriedades terapêuticas e são usados para apoiar os processos do sistema imunológico, ajudar órgãos e células do corpo a se adaptar ao estresse e promover calma e equilíbrio. Na Medicina Tradicional Chinesa o Reishi era conhecido como "cogumelo da imortalidade” por seu impacto na saúde e longevidade. Na China e na Coreia, o Reishi é chamado de Lingzhi, que significa "erva da potência espiritual”.

 

Reishi vermelho

 

Existem mais de 2.000 espécies diferentes de cogumelos Reishi, apresentando pelo menos seis cores e nuances. De todas as variedades, o Reishi vermelho é considerado superior devido à sua alta concentração de beta-glucanas. Ele também apresenta um alto teor antioxidante e atua na saúde celular, em respostas inflamatórias funcionais e em desordens metabólicas.

 

Polissacarídeos

 

Reishi contém mais de 400 compostos bioativos, incluindo polissacarídeos, triterpenóides, polifenóis, nucleotídeos, esteróis, ácidos graxos, proteínas, peptídeos e oligoelementos. Este cogumelo medicinal tem ampla gama de propriedades farmacológicas e terapêuticas: imunoestimulante, antioxidante, anti-inflamatório, antitumoral, antifúngico e antimicrobiano. Pelo alto teor de polissacarídeos, ele protege e repara o sistema nervoso (estresse, ansiedade, memória, demências), combate diabetes e artrite reumatoide.

 

Triterpenóides e câncer

 

Os triterpenóides presentes no Reishi atuam como adjuvantes no tratamento da leucemia e outros tipos de câncer. Estudos indicam que diferentes compostos isolados do cogumelo, incluindo as beta-glucanas, agem em diferentes linhagens de células cancerígenas, como pulmão, cólon, pâncreas, fígado, estômago, mama, pele e próstata. A combinação de G. lucidum com quimioterapia, radioterapia e outras drogas pode ser uma maneira eficaz de melhorar o tratamento, reduzir a toxicidade, aumentar a eficiência e, assim, controlar a proliferação de células tumorais e metástases.

 

Fígado

 

Cogumelos são tradicionalmente usados no tratamento de enfermidades do fígado. Dentre eles, o Ganoderma é a espécie mais eficaz para o tratamento de doenças hepáticas devido aos efeitos protetores na hepatite, fibrose hepática e esteatose (gordura no fígado).

 

 

Vírus

 

Diversos estudos sugerem que G. lucidum poderia ser usado para o desenvolvimento de agentes antivirais: o sequenciamento genômico indicou que Reishi pode atuar contra muitos vírus, como herpes, influenza, Epstein Barr, hepatite, e a virulenta e perigosa cepa H1N1 da gripe.

 

Contraindicações

 

O ‘rei dos cogumelos’ é uma planta medicinal segura, com raros efeitos adversos. No entanto, pessoas em uso de anticoagulantes, anti-hipertensivos, grávidas e lactantes devem conversar com seu médico. A dose recomendada varia de acordo com o suplemento escolhido, dependendo de sua concentração, apresentação (pó, extrato, tintura), origem (micélia ou fruto) e qualidade.

 

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

 

Referências Bibliográficas:


*Food & Function 2023. Therapeutic potential & nutritional significance of Ganoderma lucidum.

 

*Springer 2021. Ganoderma lucidum: King of Mushroom.

 

*Nutrients. 2021. Health-Promoting of Polysaccharides Extracted from Ganoderma lucidum.

 

*Biomolecules 2022. A Review of Ganoderma Triterpenoids and Their Bioactivities.

 

*Molecules 2023. Potential anti-rheumatoid arthritis activities & mechanisms of Ganoderma lucidum polysaccharides.

 

*Chinese Medicine 2023. A review of anti-tumour effects of Ganoderma lucidum in gastrointestinal cancer.

 

*Nutrients 2023. Ganoderma lucidum: Novel Insight into Hepatoprotective Potential with Mechanisms of Action.

 

*Frontiers in Pharmacology 2023. Ganoderma lucidum: Current advancements of characteristic components & experimental progress in anti-liver fibrosis.

 

*Frontiers in Pharmacology 2022. Antioxidant, antibacterial, antitumor, antifungal, antiviral, anti-inflammatory & neuroprotective activity of Ganoderma lucidum.