sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Bebidas Isotônicas e Exercícios Físicos


Durante a prática de exercícios de alta intensidade, principalmente com o objetivo de controle de temperatura corporal, é natural que o nosso organismo perca líquido. Assim, a hidratação é fundamental antes, durante e após a prática. Não se deve esperar a sensação de sede para que ela aconteça, uma vez que a sede já é um sinal de desidratação. Porém, será que para hidratar-se é necessária a ingestão de bebidas isotônicas?

As bebidas isotônicas são compostas por água, sais minerais e carboidratos. O papel principal do isotônico não está somente no processo de reidratação, mas sim na reposição de eletrólitos e carboidratos. A recomendação é que em exercícios de longa duração e alta intensidade haja a reposição de carboidratos a cada 30 minutos. Vale ressaltar que a bebida isotônica não é a única forma em que essa reposição pode ser realizada, existem outros suplementos que possibilitam isso, e essa escolha deve ser feita e orientada por uma nutricionista que acompanhe o atleta.

Quando falamos em hidratação, que pode ser realizada simplesmente por água, a recomendação é ingerir 500 ml de água 2 horas antes do exercício físico, e de 100 a 350 ml a cada 20 minutos de prática. Porém, em exercícios vigorosos de longa duração, acima de 90 minutos, o isotônico pode ser bem-vindo.

Sempre que tratarmos de qualquer fator que possa interferir na resposta de uma pessoa em relação ao exercício físico, é importante lembrarmos o princípio da individualidade. Enfatizamos, principalmente aos praticantes de exercícios físicos vigorosos, a importância da orientação de profissionais especializados, para evitar riscos à saúde e garantir um bom desempenho.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Marega, M; Montenegro, CSP. O papel da bebida isotônica na prática de exercícios físicos. Hospital Israelita Albert Einstein. Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 30/08/2018.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Sensibilidade ao Glúten


O glúten é composto por dois grupos de proteínas - as gliadinas e as gluteninas - presentes no trigo, no centeio, na aveia, no malte e na cevada, sendo responsável pela elasticidade, umidade e o bom crescimento das massas.

Além dos alimentos a base de farinha de trigo e farelos (como pães, bolos, tortas, macarrão, biscoitos), há uma série de alimentos que contém glúten como, sorvetes, achocolatados e outros. Os produtos industrializados são obrigados a declarar na embalagem se contém ou se não contém glúten. Isso porque o simples fato manipular alimentos com e sem glúten no mesmo equipamento faz o alimento que não contém ingredientes com glúten ser contaminado, o que poderia causar reações em pessoas sensíveis e intolerantes.

Dentre os problemas causados pela ingestão de glúten, temos a doença celíaca e a sensibilidade ao glúten.

A doença celíaca é uma enteropatia autoimune desencadeada pela ingestão de glúten e o diagnóstico precoce é fundamental para que os sintomas desapareçam. O indivíduo com essa doença tem inflamação na mucosa intestinal, com manifestação de dor abdominal recorrente, náuseas, vômitos, empachamento do estômago e diarreia ou constipação e com isso diminuição na absorção de nutrientes.

E na sensibilidade ao glúten, os indivíduos podem ou não desenvolver sintomas gastrointestinais, o quadro clínico é geralmente menos severo e o indivíduo é aparentemente assintomático após a ingestão do glúten. Mas os sintomas tardios podem ser extra intestinais, como o aumento da chance de inflamações sistêmicas, doenças auto-imunes (tireoidite de hashimoto, diabetes tipo I, hepatite autoimune), e alterações neurológicas como alterações do humor, agressividade, perda da memória, redução da capacidade intelectual e da disposição física e enxaqueca. E temos também a alergia ao trigo, que é uma reação imunológica especifica para trigo. Os sintomas mais comuns relacionados com a alergia ao trigo são: coceiras generalizadas, dores de cabeça, dores abdominais, náuseas, tosses persistentes, dermatite atópica e rinite. A alergia ao trigo pode ocorrer por meio de inalação, conhecida como asma do padeiro, ou por meio da ingestão de alimento.

E o único tratamento para todos esses casos é a exclusão de alimentos que contém glúten. Em alguns casos de sensibilidade, o indivíduo pode voltar a comer o glúten após algum tempo em quantidades moderadas.

Dicas Nutricionais

● Usar outros farináceos sem glúten nas preparações de bolos, pães, biscoitos, tortas e massas em geral: fécula de batata, flocos de arroz, farinha de mandioca, polvilho, amido de milho, fubá ou farinha de quinoa.

● Como muitos desses farináceos são refinados, as preparações podem ficar com alto índice glicêmico, para isso também é importante adicionar farinha ou semente de linhaça, outras sementes (gergelim, papoula ou chia), fibras solúveis (FOS ou inulina) ou oleaginosas (castanhas, nozes ou amêndoas). 



● Além dos farináceos, os tubérculos, como a batata inglesa, batata doce, mandioca, mandioquinha, também podem ser usadas em preparações como tortas e bolos.

● No mercado já existem vários produtos destinados a pessoas com sensibilidade ao glúten, procure os rótulos em que esteja designado “não contém glúten”.

● Alimentos industrializados que possuem malte, extrato ou xarope de malte não devem ser consumidos, pois são subprodutos da cevada, como por exemplo, a cerveja.

● Tome cuidado na preparação dos alimentos sem glúten para que não sejam contaminados por alimentos que possuem glúten, algumas pessoas podem ser intolerantes por um mínimo contato com a proteína, exemplo: passar a faca na manteiga e passar no pão e depois com a mesma faca passar no pão do celíaco, isto em algumas pessoas pode ser suficiente para desencadear uma reação alérgica.

● Tente reservar um espaço separado no armário para os alimentos sem glúten.

● Comprar produtos sem glúten preparados em local onde não se manipulam ingredientes com glúten.

Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Aumento de Peso Após os 50 anos


A principal causa do aumento de peso após os 50 anos é a diminuição das necessidades energéticas basais, o famoso metabolismo basal, que podem ser acentuadas pela diminuição da atividade física. A redução no metabolismo é decorrente da mudança na composição corporal, pois o envelhecimento leva a perda progressiva da massa muscular e óssea e há aumento progressivo da massa gordurosa e sua redistribuição.

Outra alteração comum ocorre no hipotálamo e se refere à redução dos receptores de leptina, hormônio responsável pela saciedade, fazendo com que o indivíduo tenha mais “fome”. Na mulher, esse efeito é potencializado pela redução dos hormônios sexuais, principalmente o estrogênio. Fatores psicológicos, como baixa autoestima, depressão e transtornos de humor, costumam estar associados ao aumento de peso devido ao efeito adverso das medicações usadas para tratamento dessas doenças, comuns em pessoas desta faixa etária.

Fazer atividade física regularmente mantem a massa muscular, tecido metabolicamente ativo, ou seja, quanto mais massa, mais alto o metabolismo. A terapia de reposição hormonal pode ser uma opção, mas existem restrições, por isso o médico é o único que pode indicar e acompanhar cada caso. Uma dica importante é manter o fracionamento da dieta, comer em intervalos regulares e em pequenas quantidades, isso evita que se exagere na próxima refeição e favorece que o metabolismo se mantenha ativo. Evitar as armadilhas de dietas milagrosas que, muitas vezes, fazem com que se perca peso rápido, mas não é sustentada no longo prazo, fazendo com que o ganho de peso depois seja maior, o que leva a alterações metabólicas ruins, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão, diabetes e dislipidemias.

A alimentação tem papel importante. O ideal é equilibrar o consumo de nutrientes e dar atenção ao consumo de cálcio, vitaminas e água. Praticar atividade física, sempre com a avaliação médica e acompanhamento profissional. O correto é se alimentar de maneira adequada, equilibrada e ajustar a ingestão energética à necessidade individual. É recomendado realizar refeições completas e leves, priorizando alimentos ricos em fibras, vitaminas e minerais, como hortaliças, frutas e cereais integrais, carnes e/ou laticínios magros e controlar o consumo de alimentos ricos em gordura, açúcar e sal, como frituras, embutidos e enlatados.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

Gonsalves, CRL. Aumento de peso após os 50. Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP. Disponível em: www.socesp.org.br Acessado em 26/08/2018.

Choi J, Guiterrez Y, Gilliss C, Lee KA. Physical activity, weight, and waist circumference in midlife women. Health Care Women Int. 2012; 33(12): 1086-1095

Gravena AAF, Brischiliari SCR, Lopes TCR, Agnolo CMD, Carvalho MDB, Pelloso. Excess weight and abdominal obesity in postmenopausal Brazilian women: apopulation-based study. BMC Women´s Health. 2013 13-46

Camacho EM, Huhtaniemi IT, Neill TWO, Finn JD, Pye SR, Lee DM et al. Age-associated changes in hypothalamic-pituitary-testicular function in middle-age and older men are modified bt weight change and lifestyle factors: lomgitudinal results from the European Male Ageinng Study. European Journal of Endocrinology. 2013; 168: 445-455

França A. P., Aldrighi J. M., Marucci M. F. N. Fatores associados à obesidade global e à obesidade abdominal em mulheres na pós-menopausa. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. 2008 8(1)

Morris DH, Jones ME, Schoemakes MJ, McFadden E, Ashworth A, Swerdlow AJ. Body Mass Index, exercise, and other lifestyle factors in relation to age at natural menopause: analyses from the breakthrough generations study. American Journal of Epidemiology 2012; 175(10): 998-1005

Wildman RP, Tepper PG, Crawford S, Finkelstein JS, Sutton-Tyrrell K. Do changes in sex steroid hormones preced or follow increases in body weight during the menopause transition? Results from the study of Women´s Health across the nation. J Clin Endrocrinol Metab 2012; 97(9): E195-E1704

Beavers DP, Beavers KM, Lyles MF, Nicklas BJ. Cardiometabolic risk after weight loss and subsequent weight regain in overweight and obese postmenopausal women. J Gerontol A Biol Sci MMed Sci 2013 68(6):691-698

Schwarz ER, Williz Jr RD. Impact of a physyician-supervised exercise-nutrition program with testosterone substitution in partial androgen-deficient middle-aged obese men. Journal of Geriatric Cardiology 2011 8:201-206