sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Gastrite


A gastrite é uma inflamação na mucosa gástrica que costuma causar queimação na boca do estômago, azia e náuseas. Pode se apresentar de forma súbita (gastrite aguda) ou de forma gradual (gastrite crônica).

Pode ser causada por infecções (virais ou bacterianas), irritações (medicamentos, substâncias tóxicas, álcool, vômito crônico, excesso de secreção de ácidos gástricos e distúrbios autoimunes.

Algumas condutas como diminuição do estresse, melhora dos hábitos alimentares e controle higiênico dos alimentos, são importantes para evitar seu aparecimento ou evitar que a doença evolua.

Dicas Nutricionais:

● Coma devagar, mastigando bem os alimentos.

● Evite alimentos gordurosos (chocolate, queijos amarelos e frituras), produtos derivados de tomate, bebidas que contenham cafeína, hortelã e álcool, porque facilitam o refluxo do suco gástrico causando a irritação.

● Evite as bebidas alcoólicas.

● Evite carnes e peixes processados: presunto, mortadela, lombo, salsicha, linguiça, salame, sardinha e aliche em lata.

● Evite temperos industrializados: caldo de carne, maionese, molho tártaro, extrato ou molho de tomate, molho de soja (shoyu), molho inglês e molho de salada.

● Aumente o consumo de fibras solúveis (aveia, maçã, semente de linhaça e girassol, feijão e etc.). Pois são alimentos ricos em mucilagem e antiácidos naturais, que ajudam a proteger o revestimento estomacal.

● Procure consumir mamão diariamente, pois contém papaína, um cicatrizante da mucosa gástrica.

● Aumente a frequência do consumo de couve, pois contém inositol, um princípio ativo que diminui a irritação da mucosa.

Texto elaborado por: Patrícia Bertolucci

Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás – UFG.

Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.

Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Crianças Inteligentes Comem Alimentos Saudáveis


Hábitos alimentares saudáveis e balanceados são vitais para o desenvolvimento cerebral das crianças. Diante da era dos fastfoods e de alimentos de calorias vazias que atraem principalmente os pequenos, os pais atualmente enfrentam um grande desafio em fazer com que os filhos troquem pizzas, lanches e doces, por frutas, vegetais ou legumes.

A notícia boa é que as crianças aprendem a se alimentar com os pais ainda quando pequenas! Assim, se você ensinar o seu filho sobre a importância da boa alimentação, com certeza esse será o melhor presente em longo prazo para a criança, evitando que essa sofra futuramente de obesidade e melhor ainda, aumente sua capacidade de raciocínio lógico e aprendizagem! Fique atento à essa interessante matéria que irá lhe surpreender!

Cognição é o ato ou processo de conhecer. Inclui a atenção, a percepção, a memória, raciocínio, imaginação e pensamento. Um estudo realizado pelo Goldsmiths College, da Universidade de Londres, e publicado recentemente na revista científica Intelligence, avaliou como diferentes tipos de alimentos influenciavam o desempenho e o desenvolvimento cognitivo na infância. A pesquisa acompanhou a alimentação de 4000 crianças com idades entre 3 e 5 anos e também considerou a classe social das famílias. 

Crianças que comiam frequentemente frutas frescas e alimentos preparados de ingredientes frescos (como legumes e peixes, por exemplo) apresentaram um significativo aumento na habilidade cognitiva ou QI (Quociente de Inteligência) durante um período de 2 anos de avaliação. Controversamente, crianças que tinham o hábito de consumir alimentos pré-fabricados ou fastfoods, como lanches e alimentos congelados, resultaram em um desenvolvimento inferior da capacidade cognitiva. Os resultados do mesmo estudo também indicaram que pais de maior poder aquisitivo ofereciam às suas crianças alimentos frescos com maior frequência. Alimentos frescos afetam positivamente a capacidade cognitiva por possuir alto valor nutricional. São ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes que suportam as funções cerebrais, participando das reações enzimáticas que sintetizam neurotransmissores. Em contraste, todos os tipos fastfoods contêm alto valor calórico, elevo teor de sódio e açúcares, além de reduzido teor de minerais e vitaminas, como o ácido fólico.

Outra pesquisa semelhante realizada por pesquisadores da Universidade de Adelaide, Austrália, analisou a relação entre hábitos alimentares e QI. O estudo com mais de 7000 crianças mostrou que crianças que foram amamentadas por um longo período e que tiveram uma dieta saudável durante os dois primeiros anos de vida, apresentaram um QI elevado aos oito anos, em comparação às crianças que se alimentaram de junk foods ou fastfoods.

Crianças com dietas baseadas em legumes, queijos, frutas e vegetais tiveram dois pontos a mais no QI quando completaram oito anos de idade. Aquelas que se alimentaram predominantemente de alimentos processados e ricos em carboidratos simples, dois pontos a menos no QI. Que este seja um assunto de grande discussão em nossa sociedade e que nunca passe despercebido aos pais. Lembre-se: a praticidade dos alimentos pode até parecer aliada nos dias atuais, mas devemos reconhecer que ao mesmo tempo pode ser uma inimiga invisível da inteligência dos nossos futuros adultos.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Mello, NA. Crianças inteligentes comem alimentos saudáveis. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 22/11/2018.
Smithers, LG; Golley, RK; Mittinty, MN. et al. Dietary patterns at 6, 15 and 24 months of age are associated with IQ at 8 years of age. Eur J Epidemiol, v. 27, p. 525-535, 2012.
Stumm, S. von. You are what you eat? Meal type, socio-economic status and cognitive ability in childhood. Intelligence, v. 40, p. 576-583, 2012.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Nutrição e Imunidade


Muitos fatores externos ao corpo podem ameaçar a imunidade e a saúde como um todo. Estresse, privação de sono, excesso de atividades físicas com baixa recuperação, dieta pobre em nutrientes, má digestão e absorção de nutrientes e até disbiose, afetam diretamente nosso sistema de defesa. E infelizmente há ainda outros fatores que influenciam na imunidade, então, o assunto é bem extenso, como você pode ver… O intestino não é apenas um órgão de digestão e absorção, mas também assume importante função no sistema imunológico! Acompanhe a leitura aqui e saberá como ele atua.

Veja o que esses alimentos e nutrientes podem fazer por sua imunidade:

Geleia Real

A secreção, produzida pelo organismo da abelha, é rica em proteínas, vitaminas, minerais antioxidantes e gorduras boas. Além disso, a geleia tem ação anti-inflamatória. Segundo a nutricionista da rede Mundo Verde Thais Souza, a geleia real é usada como complemento alimentar e indicada para melhorar o funcionamento do organismo, porque diminui o cansaço físico e mental, melhora o apetite, fortalece o sistema imunológico e reduz os níveis de colesterol. Pode ser encontrada em cápsulas ou in natura.

Pólen

Rico em proteínas, aminoácidos essenciais e vitaminas A, C e E, o pólen é um pequeno grão que ajuda na formação de anticorpos, reparação do tecido muscular e combate ao envelhecimento. O grão contém ainda cálcio, magnésio e fósforo, minerais fundamentais para a saúde dos ossos e dos dentes. O pólen pode ser consumido puro ou adicionado em alimentos, como sucos, iogurtes, saladas e bolos. 

Mel 

Além de ser delicioso, o mel tem ação bactericida e antisséptica e contém substâncias que agem como antibióticos naturais. É um produto que auxilia o tratamento de problemas pulmonares e da garganta. O mel não deve ser fervido para que não perca suas propriedades.

Própolis

Rica em flavonoides de ação antioxidantes, que auxiliam no combate às doenças que atacam o organismo humano. Por isso, o própolis atua como “antibiótico natural” em casos de inflamação e infecção e auxilia também no combate a tosse.

Agrião

O agrião possui propriedades expectorante, adstringente, descongestionante, digestiva, fortificante, tônica, depurativa, cicatrizante, antitérmica e anti-inflamatória. Rica em vitamina A, seu consumo é excelente para os olhos, a pele, os ossos e os dentes. Além disso, age como um fortalecedor da imunidade por ser rico em vitamina C. Esta, além disso, ajuda a combater o envelhecimento precoce da pele e diminui a má formação de células que podem tornar-se cancerígenas, pois esta é um excelente antioxidante natural. Consuma ao menos 3x por semana, em saladas, sucos ou até em recheios de panquecas. 



FERRO

Em relação à função imunológica, vários estudos têm associado a deficiência de ferro a defeitos tanto na resposta adaptativa quanto na resposta inata do indivíduo10,11. Os defeitos na resposta adaptativa incluem a redução da proliferação, diferenciação e do número células T, bem como redução da produção de citocinas por essas células. Já os defeitos na resposta inata incluem a redução da capacidade fagocitária dos neutrófilos, provavelmente devido à falhas na atividade das células natural killer (NK). Saiba quais são os alimentos ricos em ferro: vegetais verdes escuros, feijões todos os tipos, carnes em geral.

ZINCO

Mais de 85% do zinco corporal total encontra-se no músculo esquelético e osso e, apenas 0,1% circulam no plasma15. Há relação entre direta entre o mineral zinco e as células do sistema imunológico, incluindo atividade de células T auxiliadoras, desenvolvimento de linfócitos T citotóxicos, hipersensibilidade retardada, proliferação de linfócitos T, e etc. As manifestações clínicas decorrentes da deficiência de zinco podem variar desde quadros leves com aumento da suscetibilidade a infecções, redução do peso corporal e massa muscular e dos níveis de testosterona com oligospermia até quadros graves. Os alimentos ricos em zinco são: carnes em geral, ostras, cereais integrais, ovos, sementes e oleaginosas.

VITAMINA A

Em relação ao sistema imunológico, a vitamina A modula a resposta de células fagocitárias, estimulando a fagocitose (que ajuda a matar vírus, bactérias, invasores, etc.) e etc. Em geral, os alimentos de cor alaranja são ricos em vitamina A como mamão, gema de ovo, manga, etc.

VITAMINA D

Já fez seu exame pra avaliar o status da vitamina D em seu corpo? A vitamina D é um potente modulador do sistema imune. De maneira geral, o efeito da vitamina D no sistema imunológico se traduz em aumento da imunidade inata associado a uma regulação multifacetada da imunidade adquirida. Tem sido demonstrada uma relação entre a deficiência de vitamina D e a prevalência de algumas doenças autoimunes, como diabetes melitos insulino-dependente (DMID), esclerose múltipla (EM), artrite reumatoide (AR), lúpus eritematoso sistêmico (LES) e doença inflamatória intestinal (DII). Sugere-se que a vitamina D e seus análogos não só previnam o desenvolvimento de doenças autoimunes como também poderiam ser utilizados no seu tratamento. A suplementação de vitamina D tem-se mostrado terapeuticamente efetiva em vários modelos animais experimentais, como encefalomielite alérgica, artrite induzida por colágeno, diabetes melitos tipo 1, doença inflamatória intestinal, tireoidite autoimune, LES e tuberculose. 



E O QUE O INTESTINO TEM A VER COM ISSO?

A função imune do intestino depende de três componentes: a barreira intestinal, o sistema imune (tecido linfoide associado ao intestino - GALT, plasmócitos, linfócitos, imunoglobulinas) e a microflora. O epitélio intestinal é considerado a barreira física para a absorção de antígenos e a penetração de patógenos. Ao manter a integridade do epitélio com seus tight junctions, quantidades controladas de antígenos podem ser captadas por pinocitose e esta captação pode resultar em uma resposta fisiológica da liberação de imunoglobulina-A (Ig-A). Além disso, muco, peristaltismo e enzimas digestivas contribuem para a diminuição da exposição do antígeno ao lúmen intestinal. O GALT representa a maior massa de tecido linfóide no corpo humano, constituindo importante papel imunológico do homem. A presença da microbiota intestinal saudável é necessária para alcançar a função imune, incluindo a produção de anticorpos, o desenvolvimento e persistência da tolerância oral a antígenos dos alimentos e a formação de centros germinativos nos folículos linfóides. Desta forma, os prebióticos (como o amido resistente presente na biomassa de banana verde) beneficiam a simbiose entre o hospedeiro e a flora, modulando várias propriedades do sistema imunológico. Por isso, garantir alimento às bactérias boas de nosso intestino, manter uma alimentação rica em verduras, legumes e frutas (tudo bem lavado) e a inclusão de alimentos fermentados (como iogurte caseiro e Rejuvelac – receitas aqui no site) são de grande valia pra nossa imunidade.

Outras vitaminas, tais como a vitamina E, poderosa antioxidante presente em alimentos como abacate, nozes, castanhas e óleos vegetais como azeite de oliva, também são importantes pra imunidade.

NENHUM DOS ALIMENTOS CITADOS É ISENTO DE EFEITOS ADVERSOS, por isso, consulte seu médico e nutricionista antes de consumir com frequência o que foi exposto aqui, ok?

Conclusão

Proporcionar uma boa nutrição ao corpo é uma questão permanente. Embora o corpo tenha uma capacidade limitada de armazenar nutrientes, há uma necessidade continua de prover uma boa nutrição, a fim de manter o funcionamento adequado do corpo, incluindo uma função imunológica otimizada.

Texto elaborado por: Priscila Di Ciero
Nutricionista formada em 2001, sou pós-graduada em Nutrição Esportiva Funcional e estou em formação para obtenção da certificação do Functional Medicine Institute (USA). Sou self e professional Coach formada pelo IBC e certificada pelo Internacional Society of Sports Nutrition (USA). Atualmente curso pós-graduação em Fitoterapia e atendo em consultório particular na zona sul de São Paulo (SP).

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.