domingo, 28 de fevereiro de 2021

Dietas Low Carb em Diabetes Mellitus Tipo 1

 


Nas últimas décadas, as recomendações dietéticas passaram por diversas modificações em relação ao consumo de carboidratos. A conduta nutricional no Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), antes da comercialização da insulina, era baseada na "dieta de inanição", com apenas 1.200kcal e 10g de carboidratos por dia, com o intuito de tentar prolongar o tempo de vida

Atualmente, com todo o avanço do tratamento do DM1, preconiza-se que a ingestão de carboidratos não seja restringida, e sim adequada às necessidades nutricionais. As recomendações atuais das Diretrizes da nossa Sociedade estão em sintonia com a Organização Mundial da Saúde, que preconiza no mínimo 130g de carboidratos por dia. As últimas recomendações da American Diabetes Association enfatizam a importância de individualizar esta recomendação de acordo com as preferências pessoais e culturais do paciente e, inclusive, a sua habilidade para promover mudanças de comportamento que assegurem manutenção do prazer em se alimentar

Apesar do carboidrato ser o macronutriente que mais afeta a glicemia no período pós-prandial, o método da contagem de carboidratos, criado na Europa em 1935 e colocado em prática na década de 1990 após os resultados favoráveis do The Diabetes Control and Complication Trial, preconiza justamente a flexibilização da alimentação do indivíduo com DM1. O método permite que este macronutriente seja ingerido conforme a necessidade do indivíduo, desde que com ajuste correto da dose de insulina a ser administrada, sem afetar o controle da glicemia

Apesar de toda a evidência das vantagens da utilização do método de contagem de carboidratos e da orientação da não restrição desse macronutriente há quase 30 anos, estudos defendendo dietas low-carb no DM1 frequentemente repercutem no meio científico e, inclusive, entre a população geral. Estes artigos apresentam algumas ponderações e falhas metodológicas que devem ser destacadas. Além disso, uma dieta considerada low-carb pode variar em relação à proporção de carboidratos, podendo ser inferior a 10% (cetogênica) até 45% das calorias da dieta (low-carbs tradicional)10. Desta forma, os estudos são extremamente heterogêneos, sobretudo na recomendação de carboidratos, que pode variar de cerca de 100g por dia até valores inferiores a 30g. 

O estudo publicado na Pediatrics em 2018, por exemplo, demonstrou benefício de dietas de baixíssimo teor de carboidrato (<30 gramas/dia) praticado por crianças, adolescentes e adultos com DM1 no controle glicêmico. Este artigo teve grande repercussão, mas se trata de um estudo não randomizado e, o fato de carecer de um grupo controle seguindo uma alimentação balanceada e adequada às necessidades nutricionais individualizadas já é uma grande falha metodológica. Além disso, os participantes foram recrutados em uma página da internet, de comunidade de indivíduos com DM1 que já seguiam o protocolo proposto no livro editado pela autora do trabalho. Assim, a adesão destes pacientes também não parece refletir a realidade dos demais pacientes com DM1. É importante destacar, ainda, que os pacientes estavam seguindo o protocolo em média há 2,2±3,9 anos, período extremamente longo considerando a baixa adesão da dieta na prática. Apesar dos resultados no controle glicêmico serem relevantes, os próprios autores concluem que a generalização dos resultados exige estudos de maior qualidade metodológica.

Revisão sistemática recente analisou as evidências disponíveis para dietas low-carb no tratamento do DM1. Dos 79 artigos avaliados, 9 foram incluídos na revisão. Destes, 8 avaliaram a A1C como desfecho em indivíduos com DM1 em dieta low-carb, dos quais 4 relataram mudança não significativa e 3 relataram reduções estatisticamente significativas (p<0,05). Devido à heterogeneidade dos estudos incluídos, não foi possível determinar um efeito geral.  As intervenções no DM1 só podem ser consideradas eficazes se houver redução da hemoglobina glicada (HbA1C) para a meta sem aumentar episódios de hipoglicemia grave, quantidade total de insulina, IMC, glicemia média e sem piorar a qualidade de vida. Nenhum dos estudos incluídos nesta meta-análise revisou todos estes desfechos. Os autores concluíram que as evidências disponíveis são limitadas e são necessários mais estudos para avaliar efeitos a curto e longo prazo para que seja possível recomendar com segurança as dietas low-carb no DM1 na prática clínica e que mais estudos são necessários

No geral, os estudos existentes são principalmente em indivíduos auto-selecionados que praticam manejo intensivo de insulina, juntamente com restrição de carboidratos. A adesão à esta dieta parece ser desafiadora e faltam resultados validados

As dietas low-carb podem até melhorar o controle glicêmico no DM1, mas há evidências limitadas para apoiar seu uso rotineiro no tratamento destes pacientes. Cada vez mais se recomenda dieta individualizada como abordagem mais eficaz no DM1. É importante considerar que os possíveis benefícios da restrição de carboidratos no tratamento do DM1 devem ser ponderados com os possíveis efeitos adversos à saúde. Os desfechos em longo prazo, especialmente em crianças e adolescentes, são desconhecidos. A utilização de dietas com muito baixo teor de carboidratos é controversa, sem segurança comprovada e com impacto desconhecido sobre o crescimento. Também é importante avaliar o impacto metabólico da substituição de carboidratos por proteínas e gorduras em longo prazo, uma vez que podem ocorrer estímulos para dislipidemias – associados ao aumento da ingestão de ácidos graxos saturados, ganho de peso e outros desfechos clínicos

Ademais, as diretrizes britânicas e canadenses de diabetes ressaltam que “não há estudos que reportam a segurança de dietas muito restritas em carboidratos e, que essas dietas podem acarretar produção excessiva de corpos cetônicos devido à beta-oxidação, ocasionando efeitos cetogênicos com risco de cetoacidose”.

O que os estudos mostram é que devemos unir esforços para melhorar a qualidade geral da dieta dos jovens com DM1 para promover o gerenciamento ideal do controle glicêmico, desenvolvimento e crescimento. A alimentação dos indivíduos com DM1 em geral está muito aquém de cumprir as diretrizes alimentares, com ingestão inadequada de frutas, legumes e grãos integrais, insuficiente de fibras, excesso de gordura e açúcar de adição. 

Indivíduos com DM1 devem ser aconselhados quanto às estratégias para otimizar a glicemia pós-prandial mantendo dieta balanceada e variedade de alimentos. O profissional que optar por aconselhar dietas low-carb no DM1, mesmo com as evidências limitadas, deve considerar todas as individualidades do paciente e ponderar os benefícios e todos os possíveis prejuízos mencionados anteriormente antes de utilizar esta estratégia, além de garantir acompanhamento rígido quanto à segurança da dieta. O fundamental é que a adequação nutricional seja feita de maneira individualizada, de acordo com as necessidades nutricionais e especificidades de cada paciente, garantindo melhor controle glicêmico, crescimento e desenvolvimento adequados em crianças e adolescentes com DM1. Isto é, sem dúvida, mais importante do que qualquer tipo de estratégia restritiva.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:
 
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Gillespie SJ, Kulkarni KD, Daly AE. Using carbohydrate counting in diabetes clinical practice. J Am Diet Assoc, v. 98, n. 8, p. 897-905, 1998. 
 
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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Bicarbonato de Sódio

 


Bicarbonato de sódio tem sido usado como um remédio caseiro por gerações e muitos acreditam que possa curar quase tudo. Isso não é verdade, porém o seu valor terapêutico no equilíbrio ácido-base do corpo é indiscutível, sendo usado em tratamentos aprovados para prisão de ventre, epilepsia, acidose metabólica, gastrite, úlcera, aftas, doenças renais, nos esportes e atletismo, e também no controle da dor e da inflamação artrítica. No entanto, doses excessivas podem causar efeitos colaterais sérios.

 

Contra a inflamação

Uma dose diária de bicarbonato de sódio pode ajudar a reduzir a inflamação degenerativa de doenças autoimunes como a artrite reumatoide, segundo um estudo recente. Os pesquisadores obtiveram evidências de como o bicarbonato estimula o baço a criar um ambiente anti-inflamatório, que age de forma terapêutica em doenças inflamatórias atuando através do sistema imunológico. A solução de bicarbonato de sódio modula células mesoteliais presentes no baço, reduzindo a chance de uma resposta imune exagerada.

 

Mesotélio

Células mesoteliais revestem as cavidades do corpo e também cobrem a parte externa dos órgãos, protegendo-os do atrito. Estas células fornecem mais um nível de proteção: suas microvilosidades (milhares de anteninhas) sentem o ambiente e alertam os órgãos sobre invasores e toxinas, determinando se é mesmo necessária uma resposta firme do sistema imunológico. Se a resposta for exagerada, além da necessidade, pode levar a uma doença autoimune, como a artrite.

 

Resposta imune

O bicarbonato sinaliza ao baço para ir devagar com a resposta imune, com a ajuda de acetilcolina, um mensageiro químico que modifica a inflamação. Na pesquisa, após a administração de bicarbonato de sódio por duas semanas, a população de células imunes (macrófagos) mudou dos que promovem inflamação para os que a reduzem. A modulação da resposta imune evita que o sistema imunológico ataque os tecidos e células do próprio corpo.

 

Indicações

Bicarbonato de sódio tem usos medicinais e muitos benefícios: ação alcalinizante e antiácida, reposição de eletrólitos, melhora da digestão (por efeito rebote faz o estômago tornar-se mais ácido para digerir a próxima refeição), desempenho em exercícios físicos, higiene oral, anti-inflamatório. Em ensaios clínicos, o bicarbonato reduz a acidez do sangue em pacientes renais e pode diminuir a progressão da doença renal.  No entanto, deve ser usado com cautela e pode até ser totalmente contraindicado em muitos casos.

 

Contraindicações

Bicarbonato não é seguro em altas doses, não deve ser usado por longos períodos de tempo, e tem um potencial de toxicidade significativa quando ingerido em excesso. Ele é fonte de sódio e indivíduos com hipertensão sensível ao sal, doença hepática, doença renal ou edema, não devem usar sem supervisão médica. O mesmo é válido para mulheres grávidas, lactantes e crianças menores de 10 anos. Se estiver em uso de medicamentos, é necessário obter liberação médica antes de tomar o bicarbonato.

 

Efeitos adversos

Possíveis efeitos colaterais de um excesso de bicarbonato incluem deficiência de potássio, cólicas, sede intensa, inchaço dos pés, fraqueza, respiração lenta, náusea. Nunca tome bicarbonato se estiver de estômago cheio após uma refeição, pois ele pode dificultar a digestão.  

 

Como usar de forma segura?                                                          

A dose diária indicada é de uma colher de cafezinho de bicarbonato de sódio em um copo de água. Misture bem e beba pequenos goles durante o dia, sempre de estômago vazio. Divida esta quantidade e tome ao acordar, entre as refeições (1 hora antes ou 2 horas depois) e ao deitar. Não tome por mais de 30 dias seguidos. Faça um intervalo de 15 dias para recomeçar o ciclo, se necessário.

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:

*Biochemistry & Pharmacology 2021. The therapeutic importance of acid-base balance.

*Pharmacology Research 2019. A basic solution to activate the cholinergic anti-inflammatory pathway via the mesothelium?

*Journal of Immunology 2018. Oral NaHCO3 Activates a Splenic Anti-Inflammatory Pathway: Evidence That Cholinergic Signals Are Transmitted via Mesothelial Cells

*Clinical Medicine InsightsArthritis & Musculoskeletal Disorders 2017. A Double-Blind, Active-Controlled Clinical Trial of Sodium Bicarbonate & Calcium Gluconate in the Treatment of Bilateral Osteoarthritis of the Knee.

*American Journal of Renal Physiology 2020. Alkali supplementation as a therapeutic in chronic kidney disease: what mediates protection?

*Electrolytes & Blood Pressure 2014. Effect of Bicarbonate Supplementation on Renal Function.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Melhores Alimentos Para Prevenir e Tratar a Queda de Cabelos

 


A queda de cabelo(alopecia) é um problema comum no público feminino, que pode ser profundamente angustiante. Cerca de 1/3 das mulheres sofrem de alopecia em algum momento de suas vidas. Na fase pós-menopausa, até 2/3 relatam estresse com o problema. A perda de cabelo afeta gravemente o bem-estar emocional e a qualidade de vida destas pessoas.

Existem muitas causas potenciais para o problema, incluindo condições médicas, uso de medicamentos, estresse físico ou emocional e deficiência nutricional (DN).

A DN é um problema comum e pode alterar a estrutura e o crescimento do cabelo. Os efeitos no crescimento incluem eflúvio telógeno agudo (ETA) (O ET ocorre quando há uma mudança no número de folículos capilares que estão gerando cabelo. Se essa mudança ocorrer durante a fase telógena ou de repouso do crescimento, ela pode resultar em queda), um efeito bem conhecido de perda brusca de peso ou diminuição da ingestão de proteínas, bem como a alopecia difusa observada na deficiência de niacina. Carências de zinco, selênio, ferro, vitamina A ou biotina também podem se manifestar como queda de cabelo.

A biotina, conhecida como B7 ou vitamina H, é um nutriente essencial que está naturalmente presente em alguns alimentos, importante na síntese de ácidos graxos no corpo. Este processo é essencial para o ciclo de vida do cabelo. Ela também atua como uma coenzima para múltiplas carboxilases e altera a carboxilação de acetil-CoA em malonil-CoA, piruvato em oxalacetato, propionil-CoA em metilmalonil-CoA. Essencialmente, essas conversões auxiliadas pela biotina quebram os alimentos em glicose, a principal fonte de carboidratos para o cérebro e o corpo.

Os sinais e sintomas da deficiência de biotina geralmente aparecem gradualmente, e podem incluir queda de cabelo com progressão para perda de todos os fios do corpo, erupção cutânea escamosa e vermelha ao redor dos olhos, nariz, boca e períneo, conjuntivite, acidose cetolática (que ocorre quando a produção de lactato excede a depuração de lactato), acidúria (quantidades anormais de ácido na urina), convulsões, infecção de pele e unhas quebradiças.

Por isso a alimentação é importante. Comer os nutrientes certos pode ajudar a prevenir, diminuir e promover o crescimento saudável do cabelo, especialmente se estiver com deficiência de nutrientes. Alguns alimentos que podem auxiliar na saúde e beleza dos fios.

Espinafre 


O espinafre é um vegetal verde, rico em nutrientes como folato, ferro e vitaminas A e C, que podem promover o crescimento do cabelo. A vitamina A ajuda as glândulas da pele a produzir sebo. Esta substância oleosa ajuda a hidratar o couro cabeludo para manter o cabelo saudável 


O espinafre também é uma ótima fonte vegetal de ferro , essencial para o crescimento dos fios. O ferro ajuda os glóbulos vermelhos a transportar oxigênio por todo o corpo para alimentar o seu metabolismo e ajudar no crescimento e na reparação. As deficiências de ferro têm sido associadas à queda de cabelo

Peixe gordo 


Peixes gordos como salmão, arenque e cavala, são boas fontes de ácidos graxos ômega-3, associados ao crescimento e beleza do cabelo. 


Um estudo de 2015 que avaliou os efeitos sobre a queda de cabelo de uma suplementação com ômega 3, ômega 6 e antioxidantes durante de 6 meses, os resultados mostraram que a suplementação foi eficiente, melhorando a densidade dos fios e reduzindo a porcentagem de queda. 



Gemas de ovo 


Os ovos estão cheios de vitaminas do complexo B, proteínas, ferro e fósforo. A gema é uma fonte especialmente rica em biotina. Os ovos devem sempre ser cozidos para reduzir o risco de contaminação por Salmonella e melhorar a absorção de biotina. A clara do ovo contém uma proteína chamada avidina, que pode interferir na absorção da biotina se consumida crua. 


A avidina dietética, uma glicoproteína da clara de ovo crua, liga-se à biotina dietética e impede sua absorção no trato gastrointestinal. O cozimento desnatura a avidina, tornando-a incapaz de interferir na absorção da biotina.

Leguminosas

 
Por definição, os feijões são sementes comestíveis e nutritivas na forma de vagens dentro da família das leguminosas. Existem muitas variedades de leguminosas. Alguns tipos comuns incluem feijão, soja, grão de bico, ervilha e lentilhas. 


As leguminosas são nutritivas. Elas fornecem fibras, proteínas, carboidratos, vitaminas B, ferro, cobre, magnésio, manganês, zinco e fósforo. As leguminosas são naturalmente pobres em gordura, por serem alimentos vegetais não têm colesterol. Os legumes são parte integrante de muitos padrões de alimentação saudável, incluindo o estilo mediterrâneo, o plano alimentar DASH, dietas vegetarianas e veganas.

Nozes 


As nozes, além de saborosas, contém vitaminas do complexo B, zinco e ácidos graxos essenciais, proteínas e biotina que podem promover o crescimento do cabelo. Uma privação calórica ou a deficiência de qualquer um desses nutrientes foi associada à queda de cabelo. As nozes podem ser apreciadas cruas, jogadas em saladas, misturadas em pratos de massa e salteados ou misturadas em nozes caseiras e manteigas de sementes.

Batata doce 


A batata-doce de polpa alaranjada é fonte de fibra alimentar, minerais, diferentes vitaminas e antioxidantes. Compostos fenólicos e carotenoides são responsáveis pelas cores da polpa e da pele (vermelho, laranja, roxo), juntamente com propriedades antioxidantes. As batatas-doces também são uma das melhores fontes vegetais de biotina. No estudo de 2004 que avaliou o teor de biotina de 87 alimentos, mostrou que uma porção de 80g de batata-doce cozida, contém 1,16 mcg de biotina. 


A batata-doce também é fonte de betacaroteno. O corpo converte esse composto em vitamina A, que está ligada à saúde e crescimento dos cabelos.

Abacates 


Os abacates são deliciosos, nutritivos e fonte de gorduras saudáveis. São uma excelente fonte de vitamina E, que pode promover o crescimento do cabelo. Os tocotrienóis pertencem à família da vitamina E, e são conhecidos por serem antioxidantes potentes. 


Um estudo de 2010 que avaliou efeitos da suplementação de tocotrienol no crescimento do cabelo em voluntários humanos, os autores concluíram que a suplementação com cápsulas de tocotrienol aumenta o número de cabelos em voluntários que sofrem de queda de cabelo, em comparação com o grupo de placebo. Este efeito observado foi provavelmente devido à atividade antioxidante dos tocotrienóis que ajudaram a reduzir a peroxidação lipídica, e o estresse oxidativo no couro cabeludo, que estão associados à alopecia. 



Bananas 


As bananas são uma das frutas mais populares em todo o mundo. São uma fonte de energia de baixo custo e muito consumida por atletas devido à percepção que são uma boa alternativa de carboidratos e potássio. Uma banana média (∼118g) contém cerca de 27g de carboidratos, 3,1g de fibra, e é uma boa fonte de potássio (422 mg) e vitaminas. No estudo de 2004 que avaliou o teor de biotina de 87 alimentos, mostrou que uma banana de 103g contém 0,14 mcg de biotina. Assim, as bananas parecem ser uma mistura única de carboidratos, nutrientes e que podem fornecer um bom suporte nutricional.

Pimentões 


Pimentas doces são uma excelente fonte de vitamina C, que pode ajudar no crescimento do cabelo. A vitamina C ajuda a promover a produção de colágeno, o que pode ajudar a fortalecer os fios de cabelo. Também é forte antioxidante, que pode proteger os fios contra o estresse oxidativo (EO). 


EO desempenha papel importante no processo de envelhecimento. As espécies reativas de oxigênio (EROS) são geradas por uma série de desafios endógenos e ambientais. As EROS são moléculas altamente reativas que podem danificar diretamente as membranas estruturais celulares, lipídios, proteínas e DNA. O organismo possui mecanismos de defesa endógenos, como enzimas e moléculas antioxidantes não enzimáticas, protegendo-o dos radicais livres (RL), reduzindo-os e neutralizando-os. Com a idade, a produção de RL aumenta, enquanto os mecanismos de defesa endógena diminuem. Esse desequilíbrio leva ao dano progressivo das estruturas celulares, resultando no fenótipo de envelhecimento. Há evidências circunstanciais de que o EO pode ser um mecanismo fundamental que contribui para o envelhecimento e a queda do cabelo.

Proteína 


A deficiência de ferro é a carência nutricional mais comum do mundo, e é uma causa bem conhecida de queda de cabelo. A carne é um alimento básico na dieta de muitas pessoas e é rica em ferro heme. Este ferro é melhor absorvido pelo organismo que o ferro não-heme, da ordem de 25% ou mais. Este mineral ajuda as células vermelhas do sangue a transportar oxigênio a todas as células do corpo, incluindo os folículos capilares. A falta de ferro representa uma das possíveis causas da queda excessiva de cabelo entre as mulheres. 

 

 

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Referência Bibliográfica:

 

Stavro, A. Queda de cabelo, confira os melhores alimentos que ajudam a prevenir e tratar. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 23/02/2021.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

5 Suplementos Para Controle do Cortisol


 

Mudanças dietéticas e sono reparador são fundamentais para controle do cortisol, esse hormônio que, em excesso, é altamente catabólico (faz com que você perca sua massa muscular) e ajuda a acumular gordura abdominal. Saiba mais sobre os 5 melhores suplementos pra controle desse hormônio, de acordo com minha opinião.

 

O aumento do cortisol ainda fará com que caia seu nível de serotonina, que terá impacto direto no sono, na recuperação e no apetite. Se você quer controlar esse hormônio, consulte um Nutricionista e aprenda a modular sua dieta, e quem sabe, fazer uso de alguns suplementos que podem te ajudar.

     
  • Vitamina C: Alguns trabalhos mostraram que o uso de vitamina C antes dos treinos (intervalados e de alta intensidade) ajudaram a reduzir o cortisol após exercício. Por ser um antioxidante, ajuda a combater os radicais livres que são formados em maior quantidade quando o cortisol está elevado.
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  • Fosfatidilserina: Derivado da soja, a fosfatidilserina tem se mostrado um grande auxiliar para reduzir o estresse, inclusive diminuindo o cortisol após treinos. Além disso, combate dores musculares, acelera a recuperação e melhora performance.
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  • Rodhiola rósea: Essa planta adaptogênica melhora a resistência ao estresse. Parece melhorar a eficiência da oxigenação, e controla níveis de cortisol. Melhora tanto performance física quanto mental.
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  • Glutamina: Treinos intensos e prolongados diminuem a glutamina plasmática e aumentam os níveis de cortisol. Suplementar com glutamina melhora o balanço nitrogenado na musculatura poupando aminoácidos que são necessários pra o anabolismo e a manutenção da massa muscular. Além disso, a suplementação parece estimar o hormônio de crescimento.
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  • Ashwagandha: Essa erva indiana tem sido estudada como ansiolítica, antidepressiva, cardioprotetora, anti bacteriana, neuroprotetora e como auxiliar de melhora de performance. Estudos mostram que essa planta tem atividade antiestresse e anabólica semelhante ao Panax ginseng em situações de estresse físico experimental em animais, e com propriedades anti estresse fantásticas. Trabalho recente mostrou que a suplementação por 60 dias com o extrato de planta reduziu em 28% os níveis de cortisol.

 

 Nada de se auto suplementar, consulte seu nutricionista e não brinque com sua saúde.

 

Texto elaborado por: Priscila Di Ciero

 

Nutricionista formada em 2001, sou pós-graduada em Nutrição Esportiva Funcional e estou em formação para obtenção da certificação do Functional Medicine Institute (USA). Sou self e professional Coach formada pelo IBC e certificada pelo Internacional Society of Sports Nutrition (USA). Atualmente curso pós-graduação em Fitoterapia e atendo em consultório particular na zona sul de São Paulo (SP).  
 
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Referências Bibliográficas:

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