A segurança no uso de corantes alimentares é testada em diversos órgãos ao redor do mundo e às vezes diferentes órgãos possuem diferentes pontos de vista sobre a segurança destes produtos. Nos Estados Unidos, são emitidos pela FFDCA (Federal Food, Drug, and Cosmetic Act) números aos corantes alimentares sintéticos aprovados e que não existem naturalmente. Já na União Europeia, a letra E (seguida de um número), é utilizado para todos os aditivos aprovados para aplicação em alimentos. Nesse sistema de classificação, os corantes compreendem a faixa E100 até E199. E a Agência de Alimentos do Reino Unido (FSA) proibiu o uso de 6 corantes artificiais em alimentos, devido as evidências que apontam sua associação com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Sabemos que os químicos industriais têm prejudicado o desenvolvimento cerebral de crianças de todo o mundo. Fetos e crianças precocemente expostos aos químicos industriais podem apresentar danos no desenvolvimento cerebral, além de desordens como autismo, transtorno de déficit de atenção e retardo mental, sendo que a exposição a estes químicos durante o desenvolvimento fetal pode causar danos ao cérebro com doses muito mais baixas que no cérebro do adulto.
Os efeitos tóxicos de tais aditivos químicos no desenvolvimento do cérebro humano não são ainda totalmente esclarecidos pela ciência.
Os 6 aditivos químicos em alimentos destinados à crianças, como a tartazina (E102), amarelo quinolina (E104), amarelo pôr-do-sol (E110), carmoisina (E122), Ponceau 4R (E124) e vermelho allura AC (E129) foram proibidos pela União Europeia. Outro aditivo que também foi associado a malefícios como a hiperatividade foi o benzoato de sódio (E211), um conservante que ainda não sofreu restrições de uso e está presente em muitos alimentos comercializados por aí.
As indústrias alimentares têm direcionado o interesse para o uso dos corantes naturais, de origem vegetal, que não causam efeitos tóxicos em nosso organismo, como:
O corante caramelo (E150) é encontrado nos produtos à base de extrato de noz de cola. É produto da caramelização do açúcar.
O colorau é um pó laranja-avermelhado extraído da semente do urucuzeiro, uma árvore natural de países da América tropical, como o Brasil.
A chlorella é verde, e deriva das algas marinhas.
O carmim é um corante derivado da cochonilha, um inseto popularmente conhecido como pulgão. (sim, ela vem de um inseto mesmo!).
O suco de beterraba, a cúrcuma, o açafrão e as plantas do gênero Capsicum são também utilizados como corantes. A curcumina, extraída da cúrcuma, por exemplo, confere uma cor alaranjada aos alimentos e com atividade anti-inflamatória; o licopeno do tomate, goiaba e melancia, que confere coloração vermelha, atua também como importante antioxidante; as antocianinas, encontradas na uva, frutas vermelhas e na berinjela, que além de conferirem a coloração azul avermelhada aos alimentos, apresentam potente atividade antioxidante.
O dióxido de titânio (E171), um pó que produz coloração branca nos alimentos, é encontrado naturalmente em minerais.
Sempre devemos buscar uma alimentação mais natural possível, rica em frutas, verduras e legumes, cereais integrais, brotos, germinados, orgânicos para evitarmos o consumo de corantes e garantirmos boa fontes de compostos bioativos naturais que irão auxiliar no processo natural de destoxificação do organismo.
Então, temos que ficar de olho nos rótulos dos produtos para evitar ao máximo o excesso do consumo de alimentos industrializados repletos de aditivos químicos enquanto não temos legislações brasileiras que proíbam a adição destas substâncias. No geral, recomendo aos meus clientes que, se desconhecem o que está escrito, fiquem ainda mais resistentes à compra e ao uso do alimento.
Texto elaborado por: Priscila Di Ciero
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