quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Atividade Física e Cérebro: O Efeito das Exercinas nas Mitocôndrias Cerebrais

 

No final do século 20 foi descoberto que a atividade física aumenta a neurogênese e a neuroplasticidade cerebral, e isto resultou em uma crescente área de pesquisa que investiga o efeito do exercício na função cerebral na saúde e na doença. Há um tremendo impacto do exercício nos sistemas e órgãos do corpo e a ciência busca identificar os mecanismos precisos pelos quais o movimento melhora a função cerebral. Recentemente, surgiu um interesse nos metabólitos específicos, fatores de crescimento, citocinas e hormônios chamados ‘exercinas’, que ajudam a explicar a cooperação entre os órgãos responsáveis pelo fornecimento de nutrientes e o cérebro, que ocorre durante o exercício.

 

Cognição e estresse

O exercício beneficia múltiplos sistemas orgânicos, incluindo um efeito marcante no cérebro. A atividade física reduz o declínio cognitivo associado às doenças de Parkinson e Alzheimer, e os níveis dessa atividade estão positivamente associados a um menor risco de desenvolver vários distúrbios neurocognitivos. O exercício aeróbico melhora a cognição e a atenção, e reduz o risco de demência, estresse e depressão.

 

Organocinas/Exercinas

Avanços recentes sugerem que a sinalização endócrina de sistemas periféricos, feita através de moléculas denominadas organocinas, comanda os efeitos da atividade física no cérebro. Por isso, foi proposto que os fatores secretados por todos os órgãos em resposta ao exercício deveriam ser mais amplamente denominados exercinas. Estudos indicam que as exercinas derivadas do músculo esquelético, fígado e tecido adiposo afetam diretamente a função mitocondrial do cérebro.

 

Mitocôndrias cerebrais

As mitocôndrias desempenham um papel fundamental na regulação do metabolismo energético neuronal, neurotransmissão, reparo celular e manutenção no cérebro e, portanto, os exercícios físicos têm poderosa ação nas mitocôndrias cerebrais, melhorando a função cerebral e a resistência a doenças neurológicas.

 

Principais exercinas

- BDNF (cérebro e músculos)

- irisina, lactato e IL-6 (músculos)

- betahidroxibutirato e FGF21 (fígado)

- adiponectina (tecido adiposo)

 

Exercício e nutrição

Os pilares da boa saúde são o exercício e a nutrição equilibrada. O exercício físico deve ser uma rotina ao longo da vida, apoiado por escolhas alimentares apropriadas para atender às necessidades nutricionais com base na demanda energética (calorias), no controle do consumo de energia e na variedade, a fim de alcançar o metabolismo sistêmico ideal e um cérebro saudável.

 

Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia; 

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


 

Referências Bibliográficas:

*Experimental Gerontology 2025. Exercise & exerkines: Mechanisms & roles in anti-aging and disease prevention.

*Biomedicines 2024. 'Exerkines': A Comprehensive Term for the Factors Produced in Response to Exercise.

*Biomolecules 2024. Exercise, Neuroprotective Exerkines & Parkinson's Disease: A Narrative Review.

*Applied Physiology 2023. Physical Activity & the Brain: The role of exerkines on brain mitochondria.

*Nutrients 2024. Exerkines, Nutrition & Systemic Metabolism.

Nenhum comentário: