Entre os 21 aminoácidos essenciais, vários devem estar
presentes na dieta para satisfazerem as necessidades do organismo, enquanto
outros não; em conseqüência, a qualidade nutricional das proteínas pode ser
determinada pelo tipo e pela quantidade de seus aminoácidos.
Os aminoácidos representam a unidade
estrutural básica das proteínas, sendo que todas as proteínas são formadas a
partir da ligação em seqüência de apenas 20 aminoácidos. A união de dois
aminoácidos forma um dipeptídeo, três aminoácidos, um tripeptídeo, podendo uma
proteína ter 400 ou mais aminoácidos. Os aminoácidos das proteínas se unem um
ao outro em uma seqüência predeterminada geneticamente.
Alguns aminoácidos são classificados
como essenciais porque sua síntese
no organismo é inadequada para satisfazer as necessidades metabólicas e devem
ser fornecidos como parte da dieta. Esses aminoácidos são: treonina,
triptofano, histidina, lisina, leucina, isoleucina, metionina, valina,
fenilalanina e, possivelmente, arginina. A ausência ou inadequada ingestão de
alguns desses aminoácidos resulta em balanço nitrogenado negativo (perda de
nitrogênio pelo organismo), perda de peso, crescimento menor em crianças e
pré-escolares e sintomatologia clínica.
Os aminoácidos não-essenciais alanina, ácido aspártico, asparagina, ácido
glutâmico, glicina, prolina e serina são igualmente importantes na estrutura
protéica; no entanto, se houver deficiência na ingestão de um deles, ele poder
ser sintetizado em nível celular a partir de aminoácidos essenciais ou de
precursores contendo carbono e nitrogênio.
Aminoácidos conhecidos como condicionalmente essenciais são aqueles
que podem ser essenciais em determinadas condições clínicas. É o caso da
taurina, da glutamina, da cisteína e, possivelmente, da tirosina, que podem ser
condicionalmente essenciais em crianças prematuras.
Não há reserva de aminoácido livres ou
proteína no organismo; qualquer quantidade acima das necessidades para a
síntese protéica celular e para a dos compostos não-protéicos, que contêm
nitrogênio, será metabolizada.
Funções dos
aminoácidos
Quase todos os aminoácidos têm
certas funções específicas no organismo, além de participarem da síntese das
proteínas (vide post sobre proteínas). No quadro abaixo, destacamos os
aminoácidos e suas respectivas funções.
Quadro 1. Funções dos aminoácidos.
Fenilalanina
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É um aminoácido
essencial usado para produzir diversos aminoácidos úteis.
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Triptofano
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É um aminoácido
essencial usado para produzir diversos aminoácidos úteis.
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Valina,
Leucina e Isoleucina
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Todos estes 3 aminoácidos são chamados
aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA´s). Eles desempenham funções
importantes no aumento das proteínas e atuam como fonte de energia durante os
exercícios. (aminoácidos essenciais).
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Metionina
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É um aminoácido
essencial que é usado para produzir diversas substâncias necessárias à
nutrição, à resposta imunológica e à defesa contra agressões.
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Treonina
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É um aminoácido
essencial usado para suplementação de proteínas de cereais.
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Lisina
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É um aminoácido
essencial representativo e tende a ser
insuficiente em dietas concentradas em trigo e arroz.
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Glicina
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É usado para produção da glutationa e porfirina,
um componente da hemoglobina.
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Prolina
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É o principal componente do “colágeno”, que
constitui a pele e outros tecidos. Atua como fonte de energia de rápida
atuação.
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Tirosina
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É usado para produzir diversos aminoácidos úteis
e é chamado aminoácido aromático, junto com a fenilalanina e o triptofano.
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Serina
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É usado para produção de fosfolipídios e ácido
glicérico.
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Cisteína
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Sintetizado no organismo a partir do aminoácido
metionina. Componente catalítico para muitas enzimas, contribui para a
estrutura da proteína. Sua deficiência é comum em crianças, pois a capacidade
de síntese não é suficiente.
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Taurina
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Sintetizada no fígado e no cérebro, a
partir dos aminoácidos metionina e cisteína. Está envolvida em diversos
processos biológicos, como inibição do estresse oxidativo, imunomodulação,
diabetes, aterosclerose, osmorregulação e formação de sais biliares.
Recém-nascidos e crianças necessitam de taurina exógena, pois há baixa
atividade das enzimas necessárias para a sua síntese na infância. No adulto,
devido a baixa atividade enzimática para a sua síntese, o cérebro necessita
de taurina exógena.
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Arginina
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É um aminoácido necessário para manter as funções
normais das vias sanguíneas e da resposta imunológica contra infecções.
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Histidina
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É um aminoácido
essencial (recentemente,
muitos cientistas a têm considerado como um aminoácido essencial) usado para produzir histamina (composto que
causa vasodilatação no sistema circulatório) e outros componentes.
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Glutamina
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É um aminoácido necessário para manter as funções
normais do trato intestinal e dos músculos, bem como da defesa imunológica.
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Alanina
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É um aminoácido importante que atua como fonte de
energia para o fígado.
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Ácido
aspártico
Ácido
glutâmico
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Presente em grandes quantidades no aspargo. É uma
fonte de energia de rápida atuação.
Presente em grandes quantidades no trigo e soja.
É uma fonte de energia de rápida atuação.
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Asparagina
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É um aminoácido localizado próximo ao ciclo do
Ácido Tricarboxílico (local de geração de energia) junto com o ácido
aspártico.
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Fonte: Gallo,LA. ESALQ/USP.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Gallo, LA. Aminoácidos e proteínas.
Disponível em: www.docentes.esalq.usp.br.
Acessado em 25/11/2012.
Tirapegui, J. Nutrição: fundamentos e
aspectos atuais. 1 ed. São Paulo: Atheneu, 2002. p. 10-11.
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