quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Colesterol: Bom ou Ruim?


         Colesterol é um composto químico gorduroso que integra a membrana das células do organismo. A maior parte é sintetizada no fígado e é transportada no sangue por proteínas especiais, as "lipoproteínas", encarregadas da distribuição deste colesterol por todas as células do corpo. As mais importantes são o LDL e o HDL. Como esta substância integra as células do corpo, é natural que os alimentos de origem animal sejam ricos em colesterol. Os vegetais, por sua vez, são pobres em colesterol.

O LDL é o mais importante carreador de colesterol no sangue. Costuma ser denominado "mau colesterol" porque seu excesso no sangue associa-se a doença das artérias coronárias. A LDL lipoproteína deposita o excesso de colesterol na parede das artérias provocando a formação de placas gordurosas que estreitam os vasos e podem impedir a circulação do sangue. Estas placas de aterosclerose podem localizar-se nas artérias que nutrem o coração, as coronárias, dificultando a circulação do sangue e podendo levar à isquemia do músculo cardíaco, ou seja, ao sofrimento do coração por falta de sangue e oxigenação adequada. A isquemia pode provocar dor no peito (angina) e um coágulo formado na região da placa pode, por fim, bloquear completamente a passagem do sangue, provocando o infarto.

As HDL lipoproteínas, ou "bom colesterol" remove o colesterol da parede das artérias, levando-o de volta ao fígado. Quanto maior sua concentração no sangue, maior a proteção conferida contra o excesso de colesterol e a doença aterosclerótica.
 
Quadro 1. Valores de referência (mg/dl) dos lípides plasmáticos para indivíduos maiores de 20 anos de idade.
Lípides
Valores
Categoria
Colesterol Total
< 200
200-239
≥ 240
Ótimo
Limítrofe
Alto
LDL-colesterol
< 100
100-129
130-159
160-189
≥ 190
Ótimo
Desejável
Limítrofe
Alto
Muito alto
HDL-colesterol
< 40
≥ 60
Baixo
Alto
Fonte: Adaptado V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção de Aterosclerose, 2013.
 
A dieta é a primeira opção de tratamento para a redução do colesterol. Os componentes dietéticos que mais elevam o colesterol são as gorduras saturadas e as transisoméricas (trans), bem como o colesterol dietético.
 
Para reduzir a ingestão de colesterol, deve-se restringir o consumo de miúdos, lacticínios integrais, biscoitos amanteigados, croissants, folhados, frios e embutidos (lingüiça, salame, salsicha), pele de aves, frutos do mar e gema de ovo.
 
            Quanto ao consumo de ácidos graxos saturados, aconselha-se a restrição na ingestão de gordura animal (carnes gordurosas, leite integral), poupa de coco e óleos de dendê e coco no preparo de alimentos.
 
            As gorduras poliinsaturadas, que não são produzidas no organismo, devem ser obtidas pela alimentação, pois são fundamentais para o bom funcionamento do organismo e estão relacionadas com a redução de colesterol total e do LDL-colesterol.
 
 
            As gorduras poliinsaturadas (ômega-3 e ômega-6) são encontradas principalmente em peixes e óleos vegetais como de girassol, milho e soja, e as monoinsaturadas no óleo de canola, azeite de oliva, abacate, azeitona e sementes oleaginosas.
 
Deve-se também aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras solúveis, como frutas, aveia, cevada, feijão, grão de bico, lentilha, soja, ervilha, verduras, legumes, cereais entre outros, pois ajudam a reduzir o nível de colesterol sangüíneo. As fibras insolúveis, apesar de não contribuírem na redução do colesterol, aumentam a saciedade, auxiliando na diminuição da ingestão calórica e na manutenção do peso corpóreo. Alguns exemplos de fontes de fibras insolúveis são trigo, grãos e hortaliças.
 
Dentre os alimentos funcionais, podemos destacar os que são ricos em substâncias antioxidantes como os flavonóides e algumas vitaminas. A utilização de tais substâncias vem sendo amplamente pesquisada, como o objetivo de prevenir ou reduzir o desenvolvimento da doença aterosclerótica.
 
Os flavonoides são antioxidantes polifenólicos, cuja ação é limpar os radicais livres que danificam as células sadias. São encontrados em frutas, verduras, grãos, chá verde e preto, chocolate, vinho tinto, suco de uva, condimentos e ervas.
 
Embora ainda em discussão, estudos científicos mostram que o café sempre deve ser filtrado, para evitar a ingestão de cafestol e caveol, substâncias presentes nos grãos, que contribuem para a elevação do colesterol. Com o café coado, essas substâncias ficam retidas na borra e no filtro de papel.
 
Deve ser feita menção ao consumo de bebidas alcoólicas, especialmente ao vinho tinto, que, em doses moderadas (uma a duas doses/dia, sendo uma dose correspondente a 15ml de etanol para mulheres e 30ml para os homens), tem sido relacionado com menor mortalidade por doença aterosclerótica.
 
            O vinho, por conter flavonóides, pode aumentar os níveis de HDL-colesterol. Entretanto, o consumo elevado de álcool está associado a maior mortalidade total, hipertensão arterial, diversas formas de câncer, entre outras.
 
O tabagismo tem impacto na saúde como um todo, e sobretudo causa redução do HDL-C, em proporção a quantidade de cigarros fumados no dia. Por isso, também deve ser evitado por pacientes com hipercolesterolemia.
 
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
 
Referências Bibliográficas:
 
V Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol. 2013; v. 101, (suppl 1): p.1-36.
 
Colesterol. Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro – SOCERJ. Disponível em: www.sociedades.cardiol.br Acessado em: 06/08/2014.
 
Isosaki, M; Cardoso, E. Manual de Dietoterapia e Avaliação Nutricional do serviço de nutrição e dietética do Instituto do Coração – HCFMUSP. 1 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2004: p.25-29.
 
Lottenberg, AMP. Importância da gordura alimentar na prevenção e no controle de distúrbios metabólicos e da doença cardiovascular. Arq Bras Endocrinol Metab 2009; v.53, n.5: p.595-607.
 
Marques, CG. Orientações dietéticas para a redução do colesterol. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 06/08/2014.
 

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