Oriundo das Américas, o tabaco era
utilizado, inicialmente, pelos povos indígenas em rituais religiosos. Os
europeus, a partir das grandes navegações, disseminaram o uso do tabaco fumado
(cachimbo, charutos, cigarrilhas e cigarros).
Até o final do século XIX, a
fabricação do cigarro era artesanal, o que tornava seu preço elevado. Por
conseqüência, o mercado consumidor era pequeno. O desenvolvimento das máquinas
para fabricação de cigarro, no início do século XX, aumentou a produtividade,
tornando-o mais barato e acessível.
A Organização Mundial da Saúde já classificou o
tabagismo como doença, já que um cigarro corresponde a menos cinco minutos de
vida; dessa forma um fumante vive aproximadamente dez anos a menos do que viveria,
prejudicando muito à sua qualidade de vida.
A eficiência do tabaco em provocar doenças é à
prova de contestação. Isso porque 30% dos cânceres são associados ao fumo,
assim como 90% das mortes decorrentes de câncer no pulmão, 85% das doenças
pulmonares crônicas, 25% dos problemas cardíacos e 25% dos acidentes vasculares
cerebrais. O tabagismo também pode causar aneurisma arterial, trombose
vascular, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias e impotência
sexual no homem. O tabaco também afeta o sistema imunológico, aumentando a
obtenção de infecções por bactérias e vírus em até 400%. Quem fuma tem quatro
vezes mais chances de contrair doença de gengiva, podendo adquirir
periodontite, halitose e câncer bucal. O tabaco aumenta a descamação da
gengiva, destruição do tecido e pode ter como conseqüência sérios problemas
periodontais, ocorrendo alteração no paladar.
Tabaco e o
Paladar
Estudos têm demonstrado que o fumo pode ser o mais
importante fator de risco para o desenvolvimento e progressão da doença
periodontal. O fumante tem maior chance de ter doença periodontal e mais severa
do que paciente não fumante. Também, possui maior formação de cálculo nos
dentes, bolsas periodontais mais profundas entre o dente e a gengiva, e perde
mais osso e tecido de suporte.
Os problemas periodontais causados ao indivíduo que
faz uso de tabaco (mascando ou fumando), são causados por várias substâncias
químicas como a nicotina e o alcatrão. Elas causam um aumento do acúmulo de
placa e cálculo que irritam a gengiva e levam à infecção.
Tabaco e
Ganho de Peso
Aproximadamente
75% das pessoas que se tornam abstinentes apresentam um aumento de peso
corporal. Fato que pode ser explicado por vários motivos, entre eles a mudança
no metabolismo com a falta de nicotina, a questão sensorial – paladar e olfato
se tornam mais apurados, o que possibilita sentir o real sabor dos alimentos –,
a transferência da ansiedade de fumar para comer, e a preferência por alimentos
especialmente ricos em gordura e açúcares.
As pessoas não perdem peso intencionalmente quando fumam. O
que acontece é que a inalação da nicotina, por meio da fumaça do cigarro,
promove a elevação aguda da concentração de alguns neurotransmissores no cérebro,
dentre eles a dopamina e a serotonina, substâncias responsáveis pelo bem-estar
e pelo prazer, o que, consequentemente, pode contribuir para a saciedade.
Outro aspecto importante é o efeito da nicotina sobre o
tecido adiposo – ela promove maior oxidação dos lipídeos em relação aos não
fumantes, o que provoca aumento do metabolismo e maior gasto energético. Porém,
essa não é uma maneira adequada de emagrecer.
Para manter o peso depois de largar o cigarro o importante é:
● Fazer refeições balanceadas,
incluindo todos os nutrientes essenciais para a manutenção da saúde:
carboidratos, lipídeos, proteínas, vitaminas, minerais, água e fibras;
● Não permanecer muito tempo em jejum
e fracionar as refeições de 3 em 3 horas;
● Utilizar sal com moderação;
● Evitar frituras. Prefira os alimentos
cozidos, assados e grelhados;
● Optar por alimentos saudáveis nos
intervalos das refeições, como frutas, sucos naturais, barras de cereais e
iogurtes;
● Preferir alimentos integrais, ricos
em fibras que ajudam na saciedade;
● Evitar molhos cremosos, doces,
chocolates e guloseimas muito calóricas;
● Ingerir água e líquidos ao longo do
dia para manter uma boa hidratação;
● Evitar o consumo de bebidas
alcoólicas;
● Praticar atividades físicas regularmente,
sob orientação médica ou de um educador físico;
● Não abusar nos finais de semana e
feriados.
Tabagismo
e Envelhecimento
Além dos efeitos já bastante conhecidos do
envelhecimento, como aumento da pressão sanguínea, perda do tecido muscular, compressão
vertebral ou alteração óssea, o avanço da idade pode levar também a um aumento
significativo do peso, caso não seja acompanhado por atividades físicas
regulares e reeducação alimentar.
Entre os 25 e os 65 anos, o indivíduo que não
pratica atividades físicas perde, por conta do processo de envelhecimento
natural, entre 10% a 16% da sua massa magra, também conhecida como massa
muscular ou massa livre de gordura, com influência direta sobre o metabolismo
basal, que é a quantidade de energia despendida pelo organismo em repouso para manter
funções vitais do corpo. Após os 25 anos, observa-se também, uma diminuição
média de 5% no ritmo do metabolismo basal a cada década.
No processo de envelhecimento, pessoas sedentárias
começam a perder porcentagens significativas de minerais, água e proteínas
(três substâncias que compõem a massa muscular, diminuindo assim, o ritmo do
metabolismo basal). O resultado dessa desaceleração é um acúmulo cada vez maior
de gordura corporal, além de menor queima calórica, e alteração de outras
funções vitais do organismo, como a gastrointestinal, a cardiovascular, a metabólica
e a músculo-esquelética.
O tabagismo é um dos fatores de risco também para a
osteoporose, provavelmente pelos efeitos tóxicos sobre os osteoblastos (célula
óssea responsável pela formação do osso), que prejudicam a absorção do cálcio.
A alteração do metabolismo de cálcio contribui para acelerar a perda óssea e favorece
o desenvolvimento de osteoporose senil.
As pesquisas têm demonstrado que o tabaco é um fator
de risco para fraturas vertebrais, do antebraço e quadril em mulheres magras;
as conclusões desses estudos sugerem que as mulheres que fumam cerca de 01 maço
de cigarros ao dia apresentam um déficit de 05 a 10% na densidade óssea, o que
aumenta o risco de fratura.
Tabaco e
Gravidez
Quando a mãe fuma durante a gravidez, “o feto
também fuma”, recebendo as substâncias tóxicas do cigarro através da placenta.
A nicotina aumenta o batimento cardíaco do feto, redução de peso no recém-nascido
e também menor estatura, podendo também causar alterações neurológicas
importantes. O risco de abortamento espontâneo, entre outras complicações na
gestação, é maior nas gestantes que fumam.
Durante a amamentação, as substâncias tóxicas do
cigarro são transmitidas para o bebê através do leite materno.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Dias, HM. Programa de
Controle do Tabagismo no Município de Juiz de Fora: A Especificidade do
Tratamento na Atenção Básica. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal
de Juiz de Fora – UFJF, 2011.
Lucio, F. Como manter
o peso depois de ter parado de fumar? Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 20/08/2014.
Oliveira, JDF.
Tabagismo e Aspectos Nutricionais. Disponível em: www.fef.unicamp.br Acessado em:
20/08/2014.
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