quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fitoquímicos E Benefícios Para Nossa Saúde

O termo “fitoquímico” refere-se a um grupo amplo de compostos produzidos e acumulados nas plantas. Os fitoquímicos não são uma apropriada definição clássica de nutriente. A ausência deles em dietas não está ligada a doenças de deficiências agudas, e os mesmos não fornecem calorias. De modo crescente, os fitoquímicos estão sendo vistos como contribuintes para uma ótima saúde. 

Mui­tos desses compostos possuem atividades biológicas po­tentes em mamíferos, e alguns podem apresentar efei­tos tóxicos quando ingeridos em altas doses. O interesse nesses compostos advém de vários estudos informando que uma dieta rica em frutas, vegetais, cereais integrais e leguminosas pode trazer benefícios à saúde e dimi­nuir o risco de doenças crônicas degenerativas.

O reconhecimento da importância dos fitoquímicos tem aberto uma nova área de pesquisa na nutrição, pois há, literalmente, milhões de fitoquímicos nos alimentos.

           A presença dos fitoquímicos caracteriza os alimentos funcionais. O termo “alimentos funcionais” foi utilizado pela primeira vez no Japão (na década de 80) para definir alimentos que possuíam ingredientes que auxiliavam funções específicas no organismo, além de serem nutritivos. Estima-se que a dieta habitual oferece cerca de 1g a 2g de fitoquímicos, o que representa uma mistura de 5000 a 10.000 substâncias que interagem e influenciam o potencial de ação dos fitoquímicos.

A classificação dos fitoquímicos é um tema complexo devido ao grande número de compostos existentes e por se tratar de um campo em contínua evolução. No entanto, a classificação mais comum está representada na figura abaixo.




Os fitoquímicos podem ser classificados como ca­rotenoides, fenólicos, alcaloides, compostos contendo nitrogênio e compostos organosulfurados. Fenólicos são compostos que possuem um ou mais anéis aromá­ticos ou mais grupos hidroxil, e geralmente são clas­sificados em ácidos fenólicos, flavonoides, estilbenos, cumarinas e taninos. Os carotenoides são os pigmen­tos mais comuns na natureza e vêm recebendo muita atenção por sua atividade pró-vitamínica e antioxidan­te. Os fenólicos são produtos do metabolismo secun­dário das plantas, como mecanismos de defesa contra patógenos, parasitas e predadores, contribuindo tam­bém na coloração das plantas. 

Os flavonoides talvez formem o grupo de compostos fenólicos mais importantes das plantas. Mais de 5000 desses compostos em plantas já foram descritos, den­tre eles estão consideradas as flavonas, flavonóis, fla­vanonas, proantocianidinas, antocianinas, catequinas e isoflavonas. Os flavonoides são uma subclasse dos fito­químicos vastamente distribuídos na natureza. Grupos específicos de alimentos são frequentemente fontes de uma ou mais subclasses desses polifenóis, e seus efeitos na saúde dependem da quantidade consumida e de sua biodisponibilidade.

A tabela a seguir lista a quantidade de polifenóis nos alimentos a titulo de exemplificação.




ATUAÇÃO DOS FITOQUÍMICOS NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Os fitoquímicos podem atuar na prevenção de doenças através de diferentes mecanismos, ou seja, através de um determinado tipo de atividade ou de várias delas, sendo que as que mais se destacam são a atividade antioxidante, modulação das enzimas de detoxificação, diminuição da agregação plaquetária, alterações no metabolismo do colesterol, modulação dos hormônios esteroides, redução da pressão arterial, e atividade antibacteriana e antiviral.

EXEMPLOS DE ALIMENTOS RICOS EM FLAVONOIDES


Chá

- Chá preto, verde e branco são ricos em flavonoides.
- Estima-se que até 30% das folhas de chá são compostas por flavonoides, como a quercetina, ácido gálico e catequinas.
Soja

- O grão de soja é rico em isoflavonas com importantes funções no aparelho reprodutor feminino.
- São usadas para reduzir os sintomas da menopausa, reduzir a osteoporose e os níveis de colesterol no sangue.
Frutas vermelhas

- Morango, amora, framboesa e mirtilo (blueberry) estão entre os alimentos mais ricos em flavonoides.
- São ricas em antocianinas e ácido elágico, antioxidantes que previnem o envelhecimento celular e a formação de tumores.
- Estudos ainda apontam que dietas ricas em frutas vermelhas previnem problemas de memória.
Uva (e derivados)

- As uvas e seus derivados (vinho tinto e suco de uva) são ricos em catequinas e estão associadas à redução no risco de doenças cardíacas, infarto do coração e redução do colesterol no sangue.
- Além disso, as sementes da uva são ricas em resveratrol, um polifenol que supostamente tem ação no retardamento do envelhecimento celular, contra diabetes e prevenção do câncer.

Espinafre

- Essa e outras folhas verdes são ricas em flavonoides com propriedades anti-inflamatórias e também antioxidantes, que protegem as células contra lesões de radicais livres.
- Além disso, o espinafre é também rico em carotenoides, pigmentos com propriedades anticâncer e que melhoram a visão.
Brócolis

- Esse vegetal é rico em flavonoides que previnem o desenvolvimento de câncer, sobretudo o câncer de pulmão em fumantes.




lista dos alimentos ricos em flavonoides é grande. Tente sempre incluí-los em sua dieta. Uma dica final é montar o prato de maneira bem colorida, pois muitas frutas e vegetais coloridos são ricos em flavonoides.

     Concluindo: os fitoquímicos são potentes efetores do sistema biológico em seres humanos, confirmando o seu papel em alguns aspectos da manutenção da saúde.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica
- Kalluf, Luciana. Fitoterapia Funcional. Dos Princípios Ativos á Prescrição de Fitoterápicos. 1ª Ed. VP Editora, 2008, p. 225-259.

Texto elaborado por: Patrícia Franco

Graduada em Farmácia-Bioquímica. Pós- graduada em Farmácia Homeopática, Farmácia Magistral e Alimentos Funcionais, Fitoterapia e Suplementação. 

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