O termo “fitoquímico” refere-se a um grupo
amplo de compostos produzidos e acumulados nas plantas. Os fitoquímicos não são
uma apropriada definição clássica de nutriente. A ausência deles em dietas não
está ligada a doenças de deficiências agudas, e os mesmos não fornecem
calorias. De modo crescente, os fitoquímicos estão sendo vistos como
contribuintes para uma ótima saúde.
Muitos desses compostos possuem atividades
biológicas potentes em mamíferos, e alguns podem apresentar efeitos tóxicos
quando ingeridos em altas doses. O interesse nesses compostos advém de vários
estudos informando que uma dieta rica em frutas, vegetais, cereais integrais e
leguminosas pode trazer benefícios à saúde e diminuir o risco de doenças
crônicas degenerativas.
O reconhecimento da importância dos
fitoquímicos tem aberto uma nova área de pesquisa na nutrição, pois há,
literalmente, milhões de fitoquímicos nos alimentos.
A
presença dos fitoquímicos caracteriza os alimentos funcionais. O termo
“alimentos funcionais” foi utilizado pela primeira vez no Japão (na década de
80) para definir alimentos que possuíam ingredientes que auxiliavam funções
específicas no organismo, além de serem nutritivos. Estima-se que a dieta
habitual oferece cerca de 1g a 2g de fitoquímicos, o que representa uma mistura
de 5000 a 10.000 substâncias que interagem e influenciam o potencial de ação
dos fitoquímicos.
A classificação dos fitoquímicos é um tema
complexo devido ao grande número de compostos existentes e por se tratar de um
campo em contínua evolução. No entanto, a classificação mais comum está
representada na figura abaixo.
Os fitoquímicos podem ser classificados como
carotenoides, fenólicos, alcaloides, compostos contendo nitrogênio e compostos
organosulfurados. Fenólicos são compostos que possuem um ou mais anéis aromáticos
ou mais grupos hidroxil, e geralmente são classificados em ácidos fenólicos,
flavonoides, estilbenos, cumarinas e taninos. Os carotenoides são os pigmentos
mais comuns na natureza e vêm recebendo muita atenção por sua atividade
pró-vitamínica e antioxidante. Os fenólicos são produtos do metabolismo secundário
das plantas, como mecanismos de defesa contra patógenos, parasitas e predadores,
contribuindo também na coloração das plantas.
Os flavonoides talvez formem o grupo de
compostos fenólicos mais importantes das plantas. Mais de 5000 desses compostos
em plantas já foram descritos, dentre eles estão consideradas as flavonas, flavonóis,
flavanonas, proantocianidinas, antocianinas, catequinas e isoflavonas. Os
flavonoides são uma subclasse dos fitoquímicos vastamente distribuídos na
natureza. Grupos específicos de alimentos são frequentemente fontes de uma ou
mais subclasses desses polifenóis, e seus efeitos na saúde dependem da
quantidade consumida e de sua biodisponibilidade.
A tabela a seguir lista a quantidade de
polifenóis nos alimentos a titulo de exemplificação.
ATUAÇÃO DOS FITOQUÍMICOS NA
PREVENÇÃO DE DOENÇAS
Os fitoquímicos podem atuar na prevenção de
doenças através de diferentes mecanismos, ou seja, através de um determinado
tipo de atividade ou de várias delas, sendo que as que mais se destacam são a
atividade antioxidante, modulação das enzimas de detoxificação, diminuição da
agregação plaquetária, alterações no metabolismo do colesterol, modulação dos
hormônios esteroides, redução da pressão arterial, e atividade antibacteriana e
antiviral.
EXEMPLOS DE ALIMENTOS RICOS
EM FLAVONOIDES
Chá
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- Chá preto, verde
e branco são ricos em flavonoides.
- Estima-se que até
30% das folhas de chá são compostas por flavonoides, como a quercetina, ácido
gálico e catequinas.
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Soja
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- O grão de soja é
rico em isoflavonas com importantes funções no aparelho reprodutor feminino.
- São usadas para
reduzir os sintomas da menopausa, reduzir a osteoporose e os níveis de
colesterol no sangue.
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Frutas vermelhas
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- Morango, amora,
framboesa e mirtilo (blueberry) estão entre os alimentos mais ricos em
flavonoides.
- São ricas em
antocianinas e ácido elágico, antioxidantes que previnem o envelhecimento celular
e a formação de tumores.
- Estudos ainda
apontam que dietas ricas em frutas vermelhas previnem problemas de memória.
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Uva (e derivados)
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- As uvas e seus
derivados (vinho tinto e suco de uva) são ricos em catequinas e estão
associadas à redução no risco de doenças cardíacas, infarto do coração e
redução do colesterol no sangue.
- Além disso, as
sementes da uva são ricas em resveratrol, um polifenol que supostamente tem
ação no retardamento do envelhecimento celular, contra diabetes e prevenção
do câncer.
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Espinafre
|
- Essa e outras
folhas verdes são ricas em flavonoides com propriedades anti-inflamatórias e
também antioxidantes, que protegem as células contra lesões de radicais
livres.
- Além disso, o
espinafre é também rico em carotenoides, pigmentos com propriedades
anticâncer e que melhoram a visão.
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Brócolis
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- Esse vegetal é
rico em flavonoides que previnem o desenvolvimento de câncer, sobretudo o
câncer de pulmão em fumantes.
|
A lista dos alimentos ricos em flavonoides é grande. Tente sempre incluí-los em sua dieta. Uma dica final é montar o prato de maneira bem colorida, pois muitas frutas e vegetais coloridos são ricos em flavonoides.
Concluindo:
os fitoquímicos são potentes efetores do sistema biológico em seres humanos,
confirmando o seu papel em alguns aspectos da manutenção da saúde.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica
-
Kalluf, Luciana. Fitoterapia Funcional. Dos Princípios Ativos á Prescrição de
Fitoterápicos. 1ª Ed. VP Editora, 2008, p. 225-259.
Texto elaborado por: Patrícia Franco
Graduada em Farmácia-Bioquímica. Pós- graduada em
Farmácia Homeopática, Farmácia Magistral e Alimentos Funcionais, Fitoterapia e
Suplementação.
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