terça-feira, 15 de setembro de 2020

Nutrição no Setembro Amarelo

 


Estudos sobre suicídio no mundo enfocaram o problema como sendo um transtorno mental, pois vai contra o instinto de sobrevivência do ser humano. Embora a depressão, bem como outras doenças emocionais, sejam um forte fator de risco para o suicídio, ambos estão relacionados à desesperança. Estudos mostram que depressão e risco de suicídio estão intimamente relacionados, pois a grande maioria dos pacientes que tentaram ou cometeram suicídio, na verdade tinham um diagnóstico de depressão ou outro transtorno de humor. Por isso, diagnosticar e tratar a depressão ou outro problema emocional é fundamental. As opções de tratamento abrangem medicamentos, terapia e autocuidado. O autocuidado inclui sono, atividade física e alimentação. Vale lembrar que a comida é tão importante quanto o remédio.

Dieta e bem-estar emocional

 

Um fator que contribui para a prevenção e melhora da depressão, são os hábitos alimentares. Na meta-análise realizada em 2016 com 21 estudos de dez países, onde avaliou padrões dietéticos e risco de depressão, concluiu que o padrão alimentar caracterizado por uma alta ingestão de frutas, vegetais, grãos integrais, peixes, azeite , laticínios com baixo teor de gordura, antioxidantes e a baixa ingestão de alimentos de origem animal, foi aparentemente associada a uma diminuição do risco de depressão. Já um padrão alimentar caracterizado por um alto consumo de carne vermelha e processada, doces, laticínios com alto teor de gordura, manteiga, batatas e molho industrializados ricos em gorduras, e baixo consumo de frutas e vegetais, está associado a um risco aumentado de depressão.


Em outra revisão sistemática e meta-análise de estudos prospectivos de 2018, sobre qualidade da dieta e risco de depressão, mostrou que a adesão a uma dieta de alta qualidade, foi associada a um menor risco de sintomas depressivos. Um índice inflamatório dietético relativamente baixo, também foi associado a uma incidência mais baixa de sintomas. Associação semelhante foi encontrada para o consumo de peixe e vegetais.

Em um ensaio clínico randomizado de melhora dietética para adultos com depressão realizado em 2017, com 67 indivíduos, divididos em 2 grupos, intervenção e controle. O grupo intervenção na dieta recebeu sessões de aconselhamento nutricional, e se alimentaram com uma dieta mais saudável por 12 semanas. O resultado indicou que, a melhora da alimentação pode ser uma estratégia de tratamento eficaz e acessível para o tratamento, cujos benefícios podem se estender a outras comorbidades comuns.


Veja alguns nutrientes fundamentais para a saúde emocional:


Selênio

Alguns cientistas sugeriram que aumentar a ingestão de selênio pode melhorar o humor, reduzir a ansiedade e diminuir sintomas de depressão. Alguns alimentos fontes de selênio são os grãos integrais, castanha do Brasil, frutos do mar e fígado


Vitamina D

A vitamina D pode melhorar os sintomas de depressão, foi o que mostrou uma meta-análise de ensaios clínicos randomizados, sobre a eficácia da suplementação de vitamina D envolvendo 948 participantes.
Além da exposição solar, alguns alimentos como peixes gordurosos, laticínios fortificados, bife de fígado e ovo também fornecem vitamina D.


Ácidos graxos ômega-3 (ʷ3)

A literatura sobre ʷ3 e tratamento da depressão consistem em afirmações sobre a eficácia no tratamento. Comer fontes alimentares de ʷ3 pode reduzir o risco de transtornos de humor e doenças cerebrais, melhorando a função neural, preservando a bainha de mielina que protege as células nervosas. Boas fontes de ʷ3 incluem o salmão, sardinha, atum, arenque, cavala, linhaça, e sementes de chia.

 

Antioxidantes

Ansiedade e depressão são os transtornos psiquiátricos induzidos por estresse mais comuns. Existe uma defesa natural antioxidante no sistema biológico, para neutralizar as alterações bioquímicas que

ocorrem neste período. A defesa secundária é feita por antioxidantes como a vitamina A, C e E, assim como o betacaroteno, selênio e o zinco, e aminoácidos, como cisteína e glutationa. Boas fontes de antioxidantes incluem a abóbora, beterraba, cenoura, couve, damasco seco, melão, ervilha, acerola, brócolis, caju, couve, espinafre, kiwi, laranja, limão, manga, melão, morango, papaia, tomate, arroz integral, amêndoa, amendoim, castanha do Brasil, gema de ovo, gérmen de trigo, milho, óleos vegetais, semente de girassol, aves, cereais integrais, feijões, leite, carne branca, atum, lentilhas, feijões, cebola e alho.


Folato - B9

A vitamina B9, pode ser eficaz no tratamento da depressão e outros sintomas psiquiátricos. O folato ou ácido fólico, também conhecido como vitamina B9, já é conhecido por ser importante para a saúde, e as evidências da relação entre a depressão e os níveis de folato vêm de vários estudos. A B-9 ajuda a proteger o sistema nervoso e reduz o risco e os sintomas de transtornos de humor e depressão. Os alimentos fontes de folato incluem os vegetais de folhas escuras, frutas frescas, nozes, feijões, grãos integrais, lacticínios, carnes e aves e ovos

Lembre-se, a qualidade é mais importante que a quantidade.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referência Bibliográfica:

 Stavro, A. Setembro amarelo: veja como a nutrição pode ajudar. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 15/09/2020.

 

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