sexta-feira, 9 de julho de 2021

"Pode Tomar Cerveja, Nutri?"

 


A cerveja é um produto natural produzido a partir da cevada e do lúpulo (e por isso, é rica em vitaminas do complexo B), acrescentada de levedo fermentado. É um produto consumido atualmente por grande parte da população mundial, porém frequentemente seu consumo é realizado de maneira excessiva.

A cerveja é importante fonte de várias vitaminas do complexo B (principalmente ácido fólico, vitamina B6 e B12). Essa concentração de vitamina B12 faz com que muitos vegetarianos utilizem o levedo de cerveja como suplemento para alcançar as recomendações diárias de vitamina B12, mas na verdade a B12 presente em alimentos de origem vegetal é uma forma análoga, que não é absorvida adequadamente. Sempre alerto meus clientes vegetarianos pra isso.

Um ponto à cerveja: é rica flavonoides provenientes do malte e do lúpulo (chalconas, flavononas e flavonois), reforçando benefícios através de alguns estudos que verificaram que o consumo de 330ml de cerveja, em associação a uma dieta Mediterrânea (rica em peixes, azeite extra virgem, frutas e vegetais) pode ser benéfico na redução do LDL (“colesterol ruim”) e triglicérides sanguíneos. Entretanto, ainda não se sabe se este benefício pode ser atribuído à cerveja ou a adoção destes hábitos alimentares saudáveis, ok?

Pensando em doenças cardiovasculares e álcool, a melhor opção para quem tem o costumo de consumir, seria a ingestão de vinho tintos, que possui uma série de antioxidantes que auxiliam a prevenção de doenças cardiovasculares, como o resveratrol. Mas lembre-se que o álcool engorda, sim, e é viciante. Uma opção saudável ao vinho tinto seria o suco de uva escura (eu prescrevo muito a versão orgânica), que apresenta os mesmos antioxidantes encontrados no vinho tinto. Claro, também é fonte de calorias e frutose, que tem impacto na glicemia, e deve ser prescrito por seu Nutricionista.


Além disso, muitas pessoas acreditam que o consumo de cerveja pode auxiliar o sistema imunológico. Este benefício pode até ser conferido pela sua presença de vitaminas e minerais, porém,  a presença do álcool pode prejudicar o sistema imunológico, além de aumentar a excreção destes nutrientes, o que faz com que este possível efeito seja neutralizado. Nada como uma dieta elaborada por seu Nutricionista, e que contará com ajuste de frequência de consumo de bebida alcoólica (se faz uso) que não seja prejudicial a você.

O álcool pode, ainda, prejudicar o organismo por causar letargia (que ocorre durante o efeito do álcool), além da eliminação de vitaminas e minerais do nosso organismo, que são fundamentais para fazer contração muscular, oxidação de gordura, metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídios, etc. Você deve ter percebido como cai demais sua performance no dia seguinte ao consumo de álcool, não é mesmo?

Trabalhos mostram que o   consumo regular de baixas doses de álcool também pode trazer benefícios à hipertensão e ao diabetes, pela diminuição do estresse oxidativo, aumento da sensibilidade a insulina e efeito vasodilatador endotelial. Apesar desses mecanismos ainda não serem claros, verificou-se associação com a diminuição da pressão arterial e com a redução do risco de desenvolvimento de diabetes tipo II. Alguns trabalhos apontam evidências de que a exposição prévia ao álcool em níveis leves a moderados pode ter efeitos protetores cardiovasculares. A investigação e sinalização das vias envolvidas na ingestão de álcool podem ajudar no desenvolvimento de terapêutica adequada que maximizaria o seu efeito cardioprotetor (na tentativa de evitar os prejuízos das lesões de isquemia e reperfusão) e minimizaria os seus efeitos negativos (psicossociais e patológicos).

* Uma dose padrão de bebida alcoólica (350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 50 ml de destilado) contém, aproximadamente, 10-14 g de álcool puro *

A cerveja, vinho, e todas as bebidas alcoólicas, se consumidas, devem ser feitas com muita moderação. Os nutrientes e fitoquímicos presentes na cerveja podem ser alcançados com a adoção de hábitos alimentares saudáveis, através da ingestão de alimentos ricos em nutrientes e compostos bioativos que irão garantir diversos efeitos benéficos à saúde.

 

Texto elaborado por: Priscila Di Ciero

 

Nutricionista formada em 2001, sou pós-graduada em Nutrição Esportiva Funcional e estou em formação para obtenção da certificação do Functional Medicine Institute (USA). Sou self e professional Coach formada pelo IBC e certificada pelo Internacional Society of Sports Nutrition (USA). Atualmente curso pós-graduação em Fitoterapia e atendo em consultório particular na zona sul de São Paulo (SP).  
 
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

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