segunda-feira, 5 de agosto de 2019

O Que É O Stress E Como Ele Interfere Na Sua Saúde – Parte 1


Palavra latina que caracteriza um estado de tensão patológica do organismo, desenvolvido no século XVII, pelo Dr. Hans Selye. É uma alteração que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo.

Você percebe que o corpo funciona em plena sintonia como em uma orquestra? Todos os instrumentos tocam em harmonia para criar uma linda ópera. Desta forma o coração bate no ritmo adequado às suas funções, pulmões, fígado, pâncreas e estômago têm seu próprio ritmo que se entrosa com os demais órgãos. Quando o estresse ocorre, cada um passa a trabalhar em compasso diferente devido ao fato de que alguns precisarão trabalhar mais e outros menos para poderem lidar com o problema.

Existe um perfil de pessoas passíveis de desenvolver o stress mais facilmente?

Existem pessoas que apresentam valores muito rígidos, culpas indevidas, percepções enviesadas por experiências passadas, competição, incertezas, pressa, perfeccionismo, mágoas e expectativas exageradas para si e para outros estão entre as causas mais comuns do stress. Essas características pessoais são ainda mais poderosas como fonte de stress quando a pessoa possui também vulnerabilidade física ou psicológica para se estressar, além de uma ocupação complicada ou uma situação familiar conflituosa que constantemente afeta seu equilíbrio interior. Porém existe um fenômeno que contribui para deixar a pessoa estressada e com sua qualidade de vida deficiente. Esta característica determinada geneticamente e confirmada por situações ambientais favoráveis, caracterizando o padrão de comportamento ou doença da pressa. Infelizmente a maioria das pessoas não conhece essa característica que funciona como uma potente fonte de stress é tão comum entre nós da cultura ocidental capitalista.

Quais são os sinais iniciais?

Quando a pessoa não consegue mais lidar com as emoções e problemas do seu cotidiano, inicialmente a memória começa a falhar para assuntos corriqueiros, envolvendo a autoestima rebaixada, pequenas alergias dermatológicas, aftas, herpes, ansiedade até desenvolverem doenças crônicas e o abuso de álcool, cigarro e alimentação inadequada podem agravar o quadro.

Você sabia que o estresse tem 4 fases?

Fase 1: Reação – Alarme – estresse leve Fase 2: Resistência - estresse moderado Fase 3: Exaustão – Estresse intenso Fase 4: Esgotamento –doença - Morte

Aspectos emocionais do stress As principais características são:

Ambição, agressividade, competitividade e impaciência; Nível de competência rebaixada; Vontade de sumir e abandonar todos seus projetos; Não ver mais objetivo na vida e valorizar cada vez menos a integração com família e amigos; Irritabilidade excessiva; Sensação de incompetência; Hostilidade ao lidar com o próximo.

Porém, é preciso tomar cuidado, pois existe um estresse gerado também por uma situação de felicidade extrema, e a pessoa fragilizada pode desenvolver os sintomas se não conseguir se re-equilibrar. Procure lembrar quando foi à última vez em que seu lado humano foi priorizado. Será que você está buscando um estilo de vida e reclamando como se você fosse vítima das circunstâncias ou das pessoas? Talvez você esteja sendo vítima de si mesmo, se sentindo valorizado por conseguir manter um ritmo cada vez mais rápido e uma intensidade cada vez maior nas atividades em que se engaja.

Pilares do Tratamento do Estresse:

Nutrição Funcional: A fim de repor os nutrientes perdidos durante os períodos de estresse;

Relaxamento, meditação: A fim de reduzir tensão mental e física.

Exercícios físicos (com adequada recuperação entre os treinos): Porque o estresse naturalmente prepara o corpo para a ação, e os exercícios ajudam a eliminada prontidão gerada pelo estresse. 

Reestruturação de aspectos emocionais que se referem a conhecer a si mesmo e a mudar o modo estressante de pensar, sentir e agir. Há diversas maneiras de se alcançar isso, como o trabalho de um self coach.

Todas as reações fisiológicas do nosso organismo ocorrem para preservar as condições do ambiente interno. Estes são os princípios da hemodinâmica, que descrevem uma relação de atividades metabólicas e fisiológicas que ocorrem continuadamente, e que possibilitam ao indivíduo adaptar-se a mudanças circunstâncias, ao estresse, e às experiências.

Um dos princípios da nutrição funcional é baseado na procura por um balanço dinâmico dos fatores internos e externos entre o corpo, mente e espírito do paciente. A interação corpo e mente exerce papel fundamental no ciclo de antecedentes, gatilhos e mediadores das doenças crônicas sendo que o estresse mental de maneira efetiva neste ciclo.

A depressão pode estimular a produção de citocinas pró-inflamatórias, que contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis e, consequentemente, para o envelhecimento. Desta forma, a disfunção dos sistemas neuroendócrinos e imune pode estar associada ao desenvolvimento de alergias e doenças autoimunes, obesidade, depressão e aterosclerose.

Comportamentos hostis estão associados ao aumento de PCR (proteina C reativa, pode ser avaliado em exames de sangue) e, desta forma, são fatores contribuintes para a inflamação. Quanto maior inflamação, maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Além disto, respostas inflamatórias prolongadas são produzidas por sintomas depressivos em idosos.

Texto elaborado por: Ana Paula Martins

Especialista em Nutrição Clínica e Esportiva Funcional e em Fitoterapia. Com mais de 14 anos de experiência em nutrição e atendimento clínico. Membro da Sociedade Brasileira de Nutrição Funcional.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Especiarias


As especiarias são e foram utilizadas por séculos ou até mesmo por milhares de anos para a aromatização e flavorização (sabor) de alimentos. São definidas como material de origem vegetal que normalmente é acrescentado ao alimento para melhorar o sabor e o aroma. Podem ser adicionadas nos alimentos de várias maneiras; inteiras, frescas, secas, ou sob a forma de extratos isolados e/ou óleo essencial. Os compostos que são responsáveis pelo aroma e sabor são os alcoóis, ésteres, aldeídos, terpenos, fenóis, ácidos orgânicos, dentre outros.

No nosso organismo as especiarias além de agradar o paladar promovem saúde. Dentre os inúmeros benefícios associados a sua ingestão estão à ação antioxidante, antialérgica, antiarteriogênica (impede que haja obstrução dos vasos), anti-inflamatória, antimicrobiana, antitrombótica (impede a formação de coágulos), cardioprotetora e vasodilatadora. Todas elas derivadas da sua composição rica em compostos fenólicos e terpenoides. 

A presença de enzimas que auxiliam na melhor digestibilidade dos alimentos e consequentemente dos nutrientes, através do estimulo a produção de saliva, sucos gástricos e pancreáticos são também coadjuvantes presentes nas especiarias relacionados à saudabilidade.  

Os benefícios das especiarias não se limitam somente ao nosso organismo, muitos destes “condimentos” podem também ser utilizados como antioxidantes com intuito de conservar o alimento impedindo ou desacelerando reações, como a oxidação lipídica que resulta no alimento rançoso.

Orégano (Origanum vulgare L.)   
    
Ao orégano, além da já conhecida ação antioxidante, também tem sido atribuído outros benefícios, como atividade antidepressiva, hepatoprotetora, anti-inflamatória e antitumoral. O consumo do extrato de orégano também foi correlacionado com atividade antimicrobiana ao inibir bactérias estomacais causadora de ulcera.




Sálvia (Salvia officinalis L.)

Possui em sua composição uma série de diterpenos que estão associadas com atividades cardioprotetoras e antibacterianas. Assim como as demais a sálvia é um excelente antioxidante. E pesquisas também indicam que o óleo essencial de sálvia é um promissor aliado no tratamento da doença de Alzheimer, uma vez que promove melhora na retenção de memórias



Alecrim (Rosmarinus officinalis L.)

O alecrim tem sido cogitado por diversas pesquisas como conservante alimentar em virtude do seu alto potencial antioxidante e atividades antibacterianas e antifúngicas. Dentre os produtos existentes no mercado o alecrim já foi testado com sucesso em maioneses, salsichas e diferentes tipos de carnes. Extratos de alecrim obtidos com dióxido de carbono supercritico demonstram-se promissores no que diz respeito à incorporação em alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos. 




Tomilho (Thymus vulgaris L.)

Assim como no orégano, os compostos fenólicos, timol e carvacrol, são os principais compostos presentes no extrato de tomilho. Estudos indicam que o tomilho possui além de atividade antioxidante, propriedades antimicrobianas, antiséptica e expectorante. Seu consumo também tem sido associado à redução do LDL colesterol (colesterol ruim). 



Manjericão (Ocimum basilicum L.)

Como as demais especiarias o manjericão é rico em compostos fenólicos. A ingestão desses compostos nele presentes podem auxiliar na prevenção de danos oxidativos, os quais estão associados ao desenvolvimento de cânceres, envelhecimento precoce, aterosclerose e diabetes. Seu óleo essencial, além de muito aromático, contém compostos biologicamente ativos com propriedades antimicrobianas.

Se você ainda não utiliza algumas dessas especiarias no preparo dos seus partos, insira-os agora que você conhece um pouquinho sobre eles. E desfrute de incríveis e milenares sabores que além de proporcionar explosões de sabor e aroma, podem ajudar na prevenção de doenças. 

"Lembrem-se as especiarias são uma excelente opção de substitutos para o sal de cozinha, além de mais saudáveis trazem um frescor novo a culinária do dia a dia".

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Aranha, JB. Um sabor a mais à sua saúde. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 01/08/2019.

Del Ré, PV; Jorge, N. Especiarias como antioxidantes naturais: aplicações em alimentos e implicação na saúde. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 13, p. 2012.

Moreira, AVB; Filho-M, J. Influência dos compostos fenólicos de especiarias sobre a lipoperoxidação e o perfil lipídico de tecidos de ratos. Rev. Nutr., Campinas, 17(4):411-424, out./dez., 2004.