quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Dia Mundial da Hanseníase




A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae (M. leprae) ou bacilo de Hansen, um microorganismo intracelular que tem predileção pela pele e nervos periféricos, de evolução lenta.

É uma doença crônica de progressão insidiosa, e poderia ser considerada inócua se não fosse pelo dano neural resultando em deformidades físicas que incapacitam suas vítimas na faixa etária mais produtiva de suas vidas. O potencial incapacitante da doença está relacionado às manifestações inflamatórias da doença, que ocorrem de forma aguda e são conhecidas por “reações hansênicas”.

No Brasil, a hanseníase permanece como um problema de saúde pública devido a sua magnitude, ao seu potencial incapacitante e por acometer a população na faixa etária ativa. Através dos esforços concentrados dos governos Federal, Estaduais, Municipais, e de profissionais de saúde, foram obtidos resultados positivos: a redução do número de casos novos registrados de 45.874 e o coeficiente de detecção geral de 26,61/100.000 habitantes em 2001 para 38.992 casos novos e 20,56/100.000 habitantes, respectivamente ao final de 2008.

O homem é o reservatório natural da micobactéria e a transmissão dessa ocorre através das vias aéreas superiores. O período de incubação pode variar em média de três a cinco anos.

Estima-se que 70 a 90% da população seja resistente ao M. leprae devido à imunidade inata, que poderia estar reforçada pela vacinação com BCG ou por reação cruzada em pessoas que têm contato com o Mycobacterium tuberculosis ou outras micobactérias atípicas.

É considerado um caso de hanseníase, pelo Ministério da Saúde, a pessoa que apresenta uma ou mais das características listadas a seguir, com ou sem história epidemiológica, e que requer tratamento específico, com a poliquimioterapia:

a) lesões ou áreas da pele, com alteração de sensibilidade;


b) acometimento neural com espessamento de nervos, acompanhado ou não de alteração de sensibilidade e/ou de força muscular; e


c) baciloscopia positiva para o M. leprae


A tendência da doença, quando não tratada, é gerar deformidades típicas e o reconhecimento na maioria das civilizações de que a doença é transmissível de uma pessoa para outra resultaram, historicamente, num profundo estigma social.


Tipos de hanseníase

Doença que afeta, prioritariamente, a pele e os nervos, a hanseníase é pouco contagiosa, não se transmite através do toque ou de utensílios domésticos usados pelos infectados e pode se apresentar de quatro formas: a hanseníase tuberculóide, a hanseníase indeterminada (chamadas de formas paucibacilares), hanseníase dimorfa e hanseníase virchowiana (formas multibacilares).
 
As formas paucibacilares não são contagiantes e podem até atingir a cura espontaneamente. Somente os portadores da forma multibacilar são transmissores da doença e, mesmo assim, o contágio só acontece no contato íntimo e prolongado com o hanseniano através das vias aéreas, como respiração, espirro e tosse.
 
Além do contato prolongado com o bacilo, habitações pequenas e estado nutricional precário também são fatores de risco para o contágio.

Sintomas

O Bacilo de Hansen pode atingir diversos nervos, comprometendo a sensibilidade da pele e do corpo. Freqüentemente, os nervos atingidos são nervos que passam pelos braços e pelas pernas, daí o relato de hansenianos que sentem dormência e formigamento nos braços, nas pernas, mãos e pés. Em geral, os nervos da pele também são atingidos e, com isso, a área da pele com manchas fica dormente.

Devemos observar: manchas avermelhadas ou esbranquiçadas com áreas de insensibilidade; formigamento e cãimbras; enfraquecimento e dormência nos braços, mãos e pés; rarefação dos pêlos no local; surgimento de caroços ou nódulos.

Tratamento

O tratamento pode durar de 6 meses a 2 anos e não impede o paciente de levar uma vida absolutamente normal. O esquema de tratamento, denominado poliquimioterapia (coquetel de comprimidos), adotado pela OMS, desde 1981, envolve a utilização simultânea de 3 medicamentos. Como vantagens, este tratamento destrói o bacilo e impede que ele crie resistência aos medicamentos.
Vale destacar que 2 semanas após o início do tratamento com os medicamentos que matam o micróbio, o paciente deixa de ser fonte de infecção. As formas mais benígmas são tratadas durante 6 meses com 2 medicamentos: rifampicina e dapsona (sulfona). As formas contagiosas são tratadas por 2 anos com 3 drogas: rifampicina + dapsona (sulfona) + clofasimina (quimioterápico). Lembre-se: o tratamento leva à cura e está disponível gratuitamente nos serviços do Sistema Único de Saúde - SUS de todo o Brasil. 

Prevenção
 
A hanseníase é uma doença que pode ser confundida com outros problemas dermatológicos mais simples como, por exemplo, alergias.
 
E também pode ficar durante algum tempo no organismo sem se manifestar, por isso é importante observar sua pele e, ao menor sinal, dos sintomas já descritos, principalmente da combinação "mancha com área de insensibilidade" procure um médico dermatologista ou um serviço de saúde, pois apesar de a hanseníase ser uma doença curável, os infectados estão sujeitos a reações durante ou após a alta e somente o diagnóstico precoce, com a aplicação do tratamento adequado, é capaz de resolver esse problema, que ainda é um caso de saúde pública. 

Recomendação nutricional

Um consumo adequado de alimentos é fator determinante para a diminuição dos efeitos colaterais provocados pelos medicamentos. Além da escolha certa dos alimentos, como aqueles ricos em vitaminas, torna-se necessária uma higiene adequada durante o preparo para evitar contato com as bactérias, pois os pacientes com hanseníase já têm as bactérias da doença e têm que evitar adquirir outras para não agravar a enfermidade.

 
Não há uma alimentação específica para as pessoas com hanseníase. Deve-se priorizar uma alimentação equilibrada, reduzindo o consumo de produtos industrializados, frituras, sal e açúcar. Cada organismo necessita e reage de uma forma, por isso o paciente precisa se adequar a uma alimentação que impeça ou diminua a indisposição durante o tratamento da doença, porque há tipos e sintomas diferentes de hanseníase.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

HU orienta pacientes com hanseníase sobre a importância da alimentação. Disponível em: www.ufjt.br Acessado em: 10/01/2013.

Montenegro, RMN. Associação entre o estado nutricional e a reação hansênica – um coorte de portadores de hanseníase em municípios da grande vitória (ES).[Dissertação de mestrado], Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, 2010.

Montenegro, RMN; Molina, MDC; Moreira, M; Zandonade, E. Avaliação nutricional e alimentar de pacientes portadores de hanseníase tratados em unidades de saúde da grande Vitória, Estado do Espírito Santo. Rev Soc Bras Med Trop, 2010: p. 1-4.

Souza, E de. Hanseníase: uma questão de sensibilidade. Disponível em: www.centrinho.usp.br Acessado em: 19/01/2013.

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