A
alimentação é muito importante para a manutenção da saúde e, para isso, ela
precisa ser variada e saudável. Elas são pobres em gorduras saturadas e ricas
em gorduras mono e poliinsaturadas, que podem auxiliar na redução do colesterol
ruim (LDL). Por serem ricas em vitaminas e minerais, calorias e antioxidantes,
essas frutas ainda auxiliam no bom funcionamento do organismo. Para escolhê-las
é importante levar em consideração o gosto e as características de cada uma.
Ainda que 60% das frutas oleaginosas (nuts) sejam provenientes dos lipídios,
isto é, gorduras, elas são pobres em gorduras saturadas e ricas em gorduras
mono e poliinsaturadas, sendo recomendado seu uso na substituição de alimentos
ricos em gorduras saturadas. Fazem parte deste grupo, entre outros, a amêndoa,
o amendoim, a avelã, a castanha de caju, a castanha do Pará, a macadâmia e as
nozes. Devido a seu alto teor calórico, o consumo diário de oleaginosas deve
ser moderado, limitando-se a poucas unidades.
●
Amêndoa: pode ser encontrada inteira,
picada, em lascas, com ou sem pele e com ou sem casca, que é clara e cheia de
furinhos. É reconhecida também pelo formato oval e sabor amanteigado, que
incrementa pratos doces e salgados.
●
Amendoim: o rei dos petiscos e a
estrela de dois dos doces mais populares do Brasil – a paçoca e o pé de moleque
– é rico em fibras, vitamina E e gorduras insaturadas.
●
Avelã: a semente redondinha de sabor
adocicado é bem versátil. Prova disso é que pode ser usada no preparo de biscoitos
e doces à base de chocolate. Apesar de pequena, a avelã oferece grande
quantidade de vitamina B1 e fósforo, além de ser rica em ácido
graxo ômega 9.
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Castanha de caju: é a semente que
está mais presente nas cozinhas brasileiras, especialmente das regiões Norte e
Nordeste, em receitas doces e salgadas. A versão torrada e salgada, com textura
lisa e tonalidade clara, é muito consumida como aperitivo.
●
Castanho do Pará: nativa da floresta
amazônica e rebatizada recentemente com o nome Castanha-do-Brasil, tem casca
escura e semente branca coberta por uma película marrom. Combina com frutas
secas, cereais, pães, massas e tortas doces e salgadas. Duas unidades suprem as
necessidades diárias de selênio, mineral antioxidante. Rica em ácidos graxos ômega
6.
●
Macadâmia: tem importante propriedade
antioxidante e é rica em gorduras monoinsaturadas. E como seu óleo possui sabor
suave, é bastante usada em pratos refinados, sejam eles doces ou salgados.
●
Noz: o fruto da nogueira é facilmente
identificado pela casca cor de palha cheia de ranhuras e pela semente dourada.
Seu gosto suave e amadeirado vai bem com arroz, carne, salada e recheios de
pães e bolos. É uma boa fonte de ácido graxo essencial ômega 3 (8,84g/100g). A
recomendação varia de 1 a 3 gramas por dia, portanto em torno de 25 gramas de
nozes já seria benéfico. Em relação ao ômega 6, outro ácido graxo essencial,
novamente as nozes são as campeãs seguida pela castanha do Pará.
As frutas oleaginosas também são
importantes fontes de fitosteróis, compostos fitoquímicos encontrados em
plantas, que desempenham nos vegetais funções análogas ao colesterol nos
tecidos animais. Os fitosteróis podem desempenhar um importante papel na
redução dos níveis de colesterol total por competirem com a absorção do LDL colesterol
no intestino, reduzindo a concentração deste. Os fitosteróis mais comuns são:
beta sitosterol, campesterol e estigmasterol.
Na análise feita pelo Inmetro
relacionando o teor de gordura e fitosteróis em frutas oleaginosas (amêndoa,
amendoim, avelã, castanha de caju, castanha do Pará, macadâmia e nozes) e
utilizando como base os valores diários recomendados pela American Heart
Association para a população em geral, tendo como parâmetro uma dieta de
2000 kcal: até 70g de lipídios, até 15g de ácidos graxos saturados, até 2g de
gordura trans e até 300mg de colesterol obtivemos os seguintes resultados:
Lipídios totais
Das sete oleaginosas citadas, a que
apresentou o menor teor de lipídios foi a castanha de caju. Já a macadâmia
apresentou o maior teor, sendo 45% maior que o da castanha de caju.
Gorduras Saturadas:
Os valores de gorduras saturadas
encontrados nas diferentes oleaginosas estão abaixo do teor recomendado, à
exceção da castanha do Pará.
Para as gorduras saturadas, observa-se
que a amêndoa é a melhor opção, já que esse tipo de gordura não deve ser
consumida em excesso, pois contribui para o aumento do colesterol ruim. Em 100g
de amêndoa, foram encontrados 4,47g de gordura saturada. Já a castanha do Pará
deve ser consumida com moderação, pois apresentou o maior teor, ultrapassando
inclusive a ingestão recomendada. Em 100g foram encontrados 16,46g de gordura
saturada. A partir dos resultados apresentados no gráfico da figura 2 pode-se
concluir que vale mais optar pela amêndoa, seguido da avelã e da noz.
Gorduras Insaturadas:
Foi
verificada a predominância de gorduras monoinsaturadas para a maioria das
oleaginosas, exceto para a castanha do Pará e noz. A macadâmia possui o mais
alto teor de gordura monoinsaturada, cujo valor excede seu teor de gordura
poliinsaturada em 66 vezes, seguida da avelã que possui 51,45g de
monoinsaturadas e 6,02g de poliinsaturadas.
Já
as nozes apresentaram o maior teor de gordura poliinsaturada, 47,46g, sendo
seguida da castanha do Pará com 28,32g. Percebe-se que a noz possui quase o
dobro do teor de poliinsaturada do que a castanha do Pará.
De
forma geral, as outras frutas oleaginosas (amêndoa, amendoim e castanha de
caju) têm um comportamento similar, apresentando maior teor de monoinsaturada e
menor de poliinsaturada, porém as diferenças não são significativas.
Gorduras
Poliinsaturadas
Os resultados apresentados no gráfico
da figura 4 demonstram uma maior predominância de ácidos graxos ômega 6 em
relação aos ácidos graxos ômega 3. As nozes apresentam o maior teor de ômega 6,
sendo seguida pela castanha do Pará.
Fazendo uma comparação entre as sete
oleaginosas analisadas, observa-se que as nozes possuem maior teor de ômega 6 e
também o maior teor de ômega 3. As outras seis oleaginosas não possuem valores
significativos de ômega 3. Já para o ômega 6, os valores são bem
significativos, considerando que a ingestão desse tipo de ácido graxo é
benéfica à saúde.
Relação entre Ômega 6 e Ômega 3 (ω6/ω3)
As nozes se destacam por possuir,
entre as amostras analisadas, a relação ω6/ω3 dentro da faixa de valores
recomendada, sendo, portanto, recomendada para aqueles que buscam uma
alimentação saudável e rica em ácidos graxos que auxiliam a redução do mau
colesterol.
Fitosteróis
Com relação aos fitosteróis,
observa-se que a amêndoa possui o maior teor, seguida da macadâmia e da avelã.
Embora esses nuts apresentem um teor mais elevado quando comparado
aos demais, sua ingestão ainda está muito longe do que é recomendado pelo American
Heart Society (2g diárias).
Ao considerar o maior e o menor valor
encontrados nos nuts para os fitosteróis, observa-se que para atingir a
dose recomendada, o consumidor teria que ingerir quase 1,5kg de amêndoa e 3kg
de amendoim. Assim, a melhor opção para o consumidor é fazer uso de produtos
enriquecidos industrialmente de fitosteróis.
Entre os nuts analisados, o
amendoim, seguido da castanha de caju, foram as que apresentaram menores teores
de fitosteróis.
De acordo com os resultados
encontrados, pode-se observar que existe uma diferença significativa entre os
valores dos tipos de gordura nos diversos nuts analisados.
Visando facilitar a compreensão, os
resultados encontrados na análise foram agrupados no Quadro 1, com os valores
percentuais de gorduras saturadas, mono e poliinsaturadas em relação ao valor
total de lipídios (gorduras). O critério adotado para tal classificação foi o
seguinte: quanto menor o percentual de gordura saturada e maior o percentual de
monoinsaturada, maior o efeito no controle do colesterol. O percentual de
poliinsaturados está associado ao teor de ácidos graxos essenciais Ômega 3 e
Ômega 6.
De
acordo com o Quadro 1, pode-se verificar, por exemplo, que a avelã seguida da
amêndoa e da noz são boas opções para o controle do nível de colesterol, visto
que além de possuírem menor proporção de gordura saturada, possui alto
percentual de monoinsaturada.
Quadro 1. Composição dos ácidos graxos
Oleaginosas
|
Saturados
|
Monoinsaturados
|
Poliinsaturados
|
Avelã
|
8%
|
79%
|
9%
|
Amêndoa
|
8%
|
57%
|
31%
|
Nozes
|
8%
|
17%
|
70%
|
Macadâmia
|
16%
|
78%
|
1%
|
Castanha
de caju
|
17%
|
61%
|
17%
|
Amendoim
|
20%
|
50%
|
26%
|
Castanha
do Pará
|
24%
|
30%
|
42%
|
Fonte: Inmetro, 2012.
Conclusão:
→
No que diz respeito aos lipídios totais, as frutas oleaginosas (nuts) que
apresentam os maiores e menores percentuais são a macadâmia e a castanha de
caju, respectivamente. Já no que se refere às gorduras saturadas, os resultados
indicam que a maioria das frutas oleaginosas analisadas, à exceção da castanha
do Pará, apresentaram valores abaixo do recomendado pela American Heart
Association,o que é positivo, uma vez que o excesso de gordura saturada
pode elevar o colesterol ruim, o LDL;
→
Com relação às gorduras insaturadas, a macadâmia é a que apresenta maior teor
de gordura monoinsaturada, enquanto que a noz apresenta um maior teor de
gordura poliinsaturada e, conseqüentemente, de ômega 3 e 6, benéficos ao
organismo. No que se refere aos fitosteróis, a amêndoa e o amendoim são os que
apresentam os maiores e menores teores;
→
De uma forma geral, pode-se concluir que existe uma grande diferença na
composição dos lipídios (gorduras) entre os diversos nuts analisados. A
análise evidenciou também que os nuts possuem baixo teor de gorduras
saturadas e alto teor de gorduras mono e poliinsaturadas, sendo o seu consumo
recomendado em substituição às gorduras saturadas na alimentação. Devido a seu
alto teor calórico, o consumo diário das oleaginosas deve ser moderado,
limitando-se a poucas unidades;
→
Com relação aos fitosteróis, as quantidades encontradas variam muito, mas no
total os valores encontrados ficam aquém das necessidades diárias, ou seja,
seria preciso ingerir mais de 1kg por dia para obter o necessário somente com
esse alimento.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Oliveira, NH; Azevedo, RMMC; Monteiro, LC;
Lobo, A. Relatório sobre análise do teor de gordura e fitosteróis em frutas
oleaginosas (amêndoa, amendoim, avelã, castanha de caju, castanha do Pará,
macadâmia e nozes). Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
–Inmetro 2012, p.1-18.
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