quinta-feira, 4 de julho de 2013

Obesidade na Adolescência



Segundo a Organização Mundial da Saúde, adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, compreendendo a idade de 10 a 19 anos e 11 meses. No Brasil, os adolescentes representam 21% da população, totalizando mais de 35 milhões de habitantes segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2000.

Este estágio de vida é caracterizado pelas intensas mudanças corporais da puberdade e pelos impulsos do desenvolvimento emocional, mental e social. Todas essas mudanças vão ocorrendo durante a infância sob as influências favoráveis ou desfavoráveis do meio ambiente e do contexto social e terminam com o completo crescimento físico e a maturação sexual, a consolidação da personalidade e a integração do indivíduo em seu grupo social.

          A atividade anabólica é intensa durante a puberdade, pois além do aumento nos índices antropométricos (peso e altura), há um aumento na massa magra, mudanças na quantidade e distribuição de gordura e desenvolvimento de órgãos e sistemas internos. O aumento de peso neste período contribui com 50% do peso final na vida adulta, portanto há aumento da necessidade energética correlacionada com o desenvolvimento da massa livre de gordura. Homens ganham mais massa magra, que tem uma atividade metabólica mais elevada do que o tecido adiposo, enquanto mulheres depositam mais massa gorda.

          Além das mudanças fisiológicas, o comportamento alimentar sofre grandes alterações durante o desenvolvimento puberal. Embora ocorra aumento na ingestão de nutrientes, este comportamento alimentar pode ser modificado como um resultado às mudanças de estilo de vida ou atividade física.

O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade em idades cada vez mais precoces tem despertado a preocupação de pesquisadores e profissionais da área de saúde, em razão dos danos e agravos à saúde provocados pelo excesso de peso, tais como hipertensão arterial, cardiopatias, diabetes, hiperlipidemias, dentre outras.

Em 2004, a estimativa de excesso de peso entre crianças e adolescentes era de 10%; destes, 25% eram jovens obesos. Estudo realizado por Wang et al. em países com diferentes estágios de desenvolvimento socioeconômico revelou aumento significativo na prevalência de sobrepeso entre crianças e adolescentes nas últimas décadas. Entre os adolescentes, foram observados incre­mentos de magnitude importante: 62% nos Estados Unidos (de 16,8% para 27,3%) e 240% no Brasil (de 3,7% para 12,6%).

Estado Nutricional

         É complexa a avaliação o estado nutricional de adolescentes por meio de antropometria, devido à variabilidade do crescimento e das dimensões corporais que dependem da idade, gênero e maturação sexual. O uso do índice de massa corporal (IMC) para classificação do estado nutricional nessa população vem sendo estudado por ser uma medida simples e de menor custo, portanto mais viável para utilização em grandes populações.

      Os critérios para determinação de excesso de peso e de obesidade na adolescência variam em diferentes estudos, mas o IMC tem sido o indicador mais utilizado para a triagem do estado nutricional em adolescentes.

        Apesar do IMC ser um método de avaliação nutricional de baixo custo e fácil realização, tem como limitação a não distinção dos diferentes componentes da massa corporal (água, massa muscular, massa adiposa). Além disso, no adolescente, diferentemente do adulto, não se utilizam pontos de corte estabelecidos com base na predição de morbidades ou mortalidade. Na avaliação nutricional do adolescente, pode-se comparar o IMC com uma distribuição de referência, dos percentis do IMC por gênero e estágio de vida.

       A Organização Mundial de Saúde define “adolescente em risco de excesso de peso”, utilizando como ponto de corte o percentil igual ou maior que 85 e menor que 95 de IMC por idade e gênero, e para diagnóstico de obesidade, o percentil igual ou maior que 95, com base nos valores antropométricos da população americana, coletados no I National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES I).

Gráfico de IMC X Idade para meninas de 5 a 19 anos:




Gráfico de Altura x Idade para meninas de 5 a 19 anos:




Gráfico de IMC x Idade para meninos de 5 a 19 anos:




Gráfico de altura x idade para meninos de 5 a 19 anos:




Consumo Alimentar

       Os adolescentes são vulneráveis do ponto de vista nutricional em virtude de apresentarem comportamentos alimentares inadequados entre eles, omitir refeições, especialmente o café da manhã, consumir mais alimentos entre as principais refeições, aumentando a ingestão de açúcares e gorduras saturadas e diminuindo a de vitaminas e minerais. Adolescentes do sexo feminino, insatisfeitas com a imagem corporal, frequentemente seguem dietas com restrição energética. Esses hábitos adquiridos na adolescência podem submetê-los a risco nutricional, inclusive na idade adulta.

       É na adolescência que padrões alimentares são estabelecidos, constituindo a base do hábito alimentar na idade adulta. O conhecimento do consumo alimentar do adolescente se faz necessário para avaliar quais segmentos podem estar em risco nutricional pelo baixo ou excessivo consumo.

       As principais características alimentares dos adolescentes estão, também, em sintonia com um mundo globalizado. O consumo de alimentos em estabelecimentos do tipo “fast food” é bastante difundido em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Além deste fato, o baixo consumo de alimentos ricos em fibras e micronutrientes, como frutas e hortaliças, também exerce predomínio entre os adolescentes brasileiros.

      É importante lembrar também que frequentemente o consumo de alimentos ricos em lipídios como pizzas, sanduíches, pipocas e salgadinhos está associado a comportamentos sedentários como hábito de assistir à televisão, potencializando assim o ganho de peso.

        O consumo de bebidas adicionadas de açúcar, particularmente os refrigerantes, tem sido apontado como um importante fator de risco para o ganho de peso em razão de seu baixo poder de saciedade e elevado conteúdo de açúcares.

        A formação de hábitos alimentares incorretos tem início ainda na infância, e muitas vezes os próprios pais contribuem para a adoção de hábitos não saudáveis. O início da alimentação complementar nos primeiros meses de vida, com a oferta de bebidas adicionadas de açúcar como chás e sucos naturais (muitas vezes adoçados desnecessariamente) é uma prática comum, capaz de comprometer a alimentação da criança inclusive na fase adulta. Outro problema recorrente é a oferta de doces como recompensa pelo bom desempenho ou por ter se alimentado bem. Essas atitudes podem fazer com que o consumo de alimentos ricos em açúcar se torne uma rotina na vida das crianças, sendo que dificilmente tais hábitos serão modificados na adolescência ou na vida adulta.

         Nas abordagens dietéticas para o tratamento ou prevenção da obesidade, o estímulo ao consumo de alimentos ricos em nutrientes, tais como frutas e vegetais, é percebido como uma importante medida para a manutenção do peso corporal em razão de sua baixa densidade energética, elevado conteúdo de fibras e poder de saciedade.



Fonte: Philippi, ST. et al. 1999.

Atividade Física

          A falta de exercício físico também tem sido ressaltada como importante causa de ganho de peso em adolescentes do mundo todo. Dentre as atividades que contribuem para o comportamento sedentário entre os adolescentes, destacam-se o tempo despendido assistindo TV e utilizando o computador ou videogame. Há associação positiva entre o tempo gasto com essas atividades e o peso do indivíduo. Em contrapartida, a prática regular de atividade física favorece a perda de peso.

        Recomenda-se que os jovens se envolvam, diariamente, por cerca de 60 minutos ou mais em atividades físicas pelo menos cinco vezes por semana.

         Evidências confirmam que a prática de atividade física entre crianças e adolescentes apresenta uma relação inversa com o risco de doenças crônicas não-transmissíveis, dentre elas a obesidade, além de exercer um efeito positivo na qualidade de vida. A importância de se manter uma vida ativa também se justifica no fato de os padrões de atividade na adolescência determinarem parte dos níveis de atividade física na idade adulta.


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Andrade, SC. Índice de qualidade da dieta e seus fatores associados em adolescentes do Estado de São Paulo. [Dissertação de Mestrado] Universidade de São Paulo – USP, 2007.

Dalabona, CC. Comportamentos associados ao excesso de peso em adolescentes do município de São Paulo. [Dissertação de Mestrado] Universidade de São Paulo – USP, 2008.

Enes, CC; Slater, B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes. Rev Bras Epidemiol 2010; v.13, n.1, p.163-171.

Enes, CC. Consumo alimentar e padrão de atividade física como determinantes do estado nutricional: um estudo longitudinal com adolescentes. [Tese de Doutorado] Universidade de São Paulo – USP, 2010.

Leal, GVS. Consumo alimentar, estado nutricional e nível de atividade física de adolescentes do Projeto Ilhabela –SP. [Dissertação de Mestrado] Universidade de São Paulo – USP, 2008.

Leal, GVS; Philippi, ST; Matsudo, SMM; Toassa, EC. Consumo alimentar e padrão de refeições de adolescentes, São Paulo, Brasil. Rev Bras Epidemiol 2010, v.13, n.3; p.457-467.

Philippi, ST; Latterza, AR; Cruz, ATR; Ribeiro, LC. A pirâmide alimentar adaptada: guia para a escolha dos alimentos. Rev Nutr 1999, v.12; p.65-80

Um comentário:

Julia Franklin disse...

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