A
procura por orientação nutricional para perda de peso tem crescido nos últimos
anos, em decorrência dos altos índices de excesso de peso e obesidade e da
preocupação demasiada com estética, em virtude do padrão de beleza valorizado
pela sociedade.
O excesso de peso e a obesidade
causam além das complicações fisiológicas e funcionais, que constituem fatores
de risco adicionais para doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de
câncer, problemas de cunho psicológico e social.
Sabe-se que a obesidade apresenta
etiologia multifatorial, na qual há um balanço energético positivo (se consome
mais energia do que se gasta), fortemente relacionado aos maus hábitos
alimentares e a inatividade física. Atualmente, as opções alimentares
escolhidas são aquelas que poupam o tempo disponível para se alimentar e que
fornecem elevada densidade calórica, pobre valor nutritivo, excesso de gorduras
e açúcares, e são pobres em carboidratos complexos e fibras.
A mudança ou ao menos a melhora do
comportamento alimentar é o foco principal dos profissionais da área de saúde,
e também um dos mais difíceis, uma vez que envolve todas as ações com relação
ao alimento, inclusive o contexto familiar e social, exposição a um determinado
alimento, prestígio destes, preço, religião, geografia, crenças, aspectos
sensoriais, neurofisiológicos, e ainda aspectos emocionais e simbólicos.
É em virtude de todos os fatores que
envolvem o hábito alimentar que a adesão e a manutenção à prescrição
dietoterápica são frágeis e são desmotivadas com facilidade.
Dietas
Milagrosas
Dietas milagrosa, prometem
emagrecimento rápido, seguro, sem sofrimento e crescem na mesma velocidade que
o peso da população mundial. A cada quilo a mais que a balança acusa, surgem novas
fórmulas ditas infalíveis na roda de amigos e no café entre colegas, na empresa
e na universidade. O motivo é o mesmo: pessoas insatisfeitas com a própria
silhueta, fora dos padrões de uma sociedade que cultiva a magreza como sinônimo
de beleza.
Além de chás e medicamentos de
origem duvidosa, esse mercado de soluções “comprovadas” é composto também por
regimes alimentares “infalíveis” que, divulgados na televisão, jornais, revistas
e, principalmente, na internet arrebanham milhares de seguidores para testar a
promessa de emagrecimento rápido. Esse tipo de dieta existe em inúmeras versões
e todas elas têm em comum o fato de apresentar deficiência de nutrientes e não
contar, na maioria das vezes, com o aval de profissionais da área de saúde.
A rápida perda de peso inicial deixa
a pessoa motivada e a anima a prosseguir. A questão é que a balança não reflete
necessariamente a mudança de composição corporal. Boa parte do peso perdido,
principalmente no início, é apenas de líquidos. Ao longo da dieta, além da
água, é perdida massa magra (músculo), por causa do desbalanceamento dos
nutrientes.
Aquele que experimenta todos os
regimes que entram na moda acaba por acreditar que é um expert em dietas e não
precisa aconselhar-se com um nutricionista. Com isso, passa inúmeras vezes pelo
ciclo de engordar e emagrecer das dietas muito restritivas, o que prejudica o
organismo além de ser extremamente frustrante.
São comuns as dietas que restringem
a ingestão de carboidratos, com consequente aumento do consumo de proteínas e
gorduras. Nesses casos, pode haver elevação dos níveis de colesterol,
sobrecarga hepática e renal e problemas cardiovasculares.
Há dietas que
prescrevem apenas a alimentação com frutas. Como a maioria delas não oferece
nutrientes como ferro, vitamina B12 e cálcio, essa
opção é vista como inadequada do ponto de vista nutricional. Também são
desaprovadas as dietas que se limitam a tigelas de sopa. Algumas podem ser
muito nutritivas e substituir refeições, mas na maioria das dietas da moda os
ingredientes são somente verduras cozidas. Nesse caso, faltam nutrientes essenciais,
normalmente encontrados em refeições completas, que contêm grãos, carnes e
hortaliças.
Outra modalidade comum de regime alimentar sugere longos períodos à base de líquidos. Embora importantes na dieta, é contra-indicado restringir-se a eles. Por ser muito restritiva, uma dieta assim pode repercutir em danos cerebrais, pois está muito próxima do jejum prolongado, cujos efeitos são deletérios para o sistema nervoso central.
É fundamental que o profissional de nutrição esteja engajado na divulgação nos malefícios que dietas excessivamente restritivas trazem à saúde. Um dos seus principais papéis é atuar no aspecto educativo para que a pessoa obesa não apenas siga a dieta correta pelo tempo necessário como adquira hábitos que permitam a ela continuar com uma alimentação saudável. Corrigir não é tarefa fácil. Por isso, o profissional também deve insistir na educação nutricional como fator preventivo, principalmente na infância, que é quando se formam os hábitos que os indivíduos tendem a seguir por toda a vida.
Dicas
Alimentares
1)
Consuma diversos tipos de alimentos e, pelo menos, três refeições diárias: café
da manhã, almoço e jantar, além de lanches intermediários;
2)
Utilize alimentos locais, como arroz, feijão, farinhas, pão, leite, como base
de suas refeições. Dê preferência para versões integrais e desnatadas;
3)
Consuma sempre muitas frutas, legumes e verduras da época;
4)
Consuma carnes, sal e açúcar em quantidades moderadas;
5)
Utilize óleo vegetal no preparo da comida e diminua o consumo das gorduras
animais;
6)
Dê preferências aos alimentos grelhados, assados, ensopados e cozidos;
7)
Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e recheados,
sobremesas e outras guloseimas;
8)
Beba, diariamente, bastante água;
9)
Faça as refeições em um ambiente agradável e mastigue bem os alimentos;
10)
Torne sua vida mais saudável. Pratique pelo menos 30 minutos de atividade
física todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e o fumo. Mantenha o peso
dentro de limites saudáveis.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Alimentação
saudável para todos: siga os dez passos. Ministério da Saúde. Disponível em: www.brasil.gov.br Acessado em: 05/02/2013.
Cuppari
L. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de
Medicina -nutrição clínica no adulto. 1a ed. São Paulo: Manole. 2002. p.
131-150.
Dietas
Milagrosas. Rev Nutrir – Revista do Conselho Regional de Nutricionistas, 2009.
Koehnlein, EA; Salado, GA; Yamada, AN. Adesão
à reeducação alimentar para perda de peso: determinantes, resultados e a
percepção do paciente. Rev Bras Nutr Clin 2008; v.23, n.1: p.56-65.
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