O leite é o produto da secreção das
glândulas mamárias das fêmeas dos mamíferos. É, provavelmente, um dos únicos alimentos que tem como objetivo fornecer nutrientes e proteção
imunológica (através dos anticorpos)
para o recém nascido, o que pode explicar o seu elevado valor nutricional. A composição do leite dos
animais, aliado a distribuição equilibrada de
certos componentes e a elevada digestibilidade,
fazem do leite um dos componentes
mais importantes na alimentação humana.
Segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS), as recomendações
para o consumo de leite são:
* crianças
abaixo de 9 anos: 500 ml / dia (2 copos);
*
crianças de 9 a 12 anos: 750 ml / dia (3 copos);
*
adolescentes: 1 litro /dia (4 copos) e
*
adultos: 500 ml / dia (2 copos).
Contém muitos nutrientes, podendo-se
destacar: proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas (em especial a vitamina
A) e minerais (cálcio e ferro). A proporção dos nutrientes varia de acordo com
a espécie do animal, a sua alimentação, a estação do ano e a época da lactação.
A composição
média do leite de
vaca é: proteína 3,3%, uma das fontes de nitrogênio mais importantes na nutrição
humana; gordura 3,5%, essa gordura é de
fácil digestibilidade,
além de seu valor nutricional, o qual
está ligado com as vitaminas A, D, E, K e caroteno, é rica em ácidos graxos essenciais, que apresentam como benefícios a inibição de alguns tipos de câncer (intestino, mama e estômago), redução do
colesterol total e níveis de
triglicerídeos, diminuição da gordura
corporal, aumento da massa magra em
animais experimentais em crescimento e aumento da resistência à doenças.
Além disso, alguns componentes da gordura
do leite apresentam características
anti-carcinogênicas (evitam ocorrência de
câncer), tais como ácido linoleico conjugado (CLA) e ácido butírico.
A lactose está presente em média 4,7% e sólidos totais 12,5%. A lactose é o açúcar do leite. Apresenta um poder adoçante
baixo, é pouco solúvel e apresenta menor tendência
de irritação das mucosas do estômago quando comparado a outros açúcares. A lactose atua no
intestino promovendo o desenvolvimento de bactérias desejáveis e inibindo o desenvolvimento
de bactérias patogênicas (causadoras de
doenças). Também é importante, pois
melhora a absorção de cálcio, tem
efeito levemente laxante, é considerada uma fonte de energia persistente, pois é absorvida mais lentamente e acredita-se que não forme placas dentárias como
os outros açúcares.
Existem pessoas que apresentam
intolerância a lactose, que consiste na ocorrência de sintomas gastrointestinais (formação de gases, diarreia)
em indivíduos com
baixos níveis de lactase (enzima que degrada
a lactose). Apesar disso, as pessoas com dificuldades
de digestão
de lactose não devem evitar consumir produtos lácteos, mas sim, alimentar-se de produtos
com baixos níveis de lactose (leite sem lactose, queijo e
iogurtes), ou pequenas porções diárias
para manter uma adequada ingestão de cálcio.
O leite também é rico em minerais,
porém, é um alimento pobre em ferro. O leite de
vaca possui uma concentração de
minerais bem mais elevada que o leite
humano, tornando-o uma excelente fonte
de cálcio e fósforo, fundamentais para a formação e manutenção de ossos e dentes.
A adequada ingestão de cálcio durante
a infância e idade adulta,
associada à atividade
física regular, garante a formação de
ossos mais densos, constituindo-se em uma medida
eficaz para prevenir a osteoporose. Estudos
indicam que crianças que não bebem
leite têm mais chances de sofrer
fraturas e de ter estatura inferior
àquelas que bebem. Indicam ainda, que o consumo de cálcio, pela ingestão de produtos
lácteos, está associado a redução da
hipertensão arterial. É ainda, atribuído a dietas
ricas em cálcio a redução do risco de
câncer de intestino, mama e pâncreas,
possivelmente pela capacidade desse
mineral ligar-se a substâncias que irritam o intestino, tornando-as menos tóxicas.
Processamento
As formas mais comuns de
processamento térmico do leite são a pasteurização e a ultrapasteurização,
processo conhecido por UHT. Além do processamento térmico, os leites
industrializados são submetidos ainda à homogeneização, com a finalidade de
impedir a separação da gordura do leite.
●
Pasteurização:
combinação de tempo e temperatura para destruir os microrganismos patogênicos
e reduzir o número total de bactérias. O leite é aquecido de 72 a 76°C, por 15
a 20 segundos e resfriado a seguir.
●
Ultrapasteurização
(UHT): aquecimento do leite de 130 a 150°C, por 2 a 4 segundos e
resfriamento imediato, destruindo todos os microrganismos.
●
Homogeneização:
processo pelo qual ocorre redução do tamanho dos glóbulos de gordura presentes
no leite, tornando-o homogêneo e impedindo a separação da gordura.
O leite comumente comercializado é o
leite de vaca, submetido a diferentes processos industriais, visando a maior
conservação do produto. Como resultado desses diferentes processos, existem
diversos tipos de leite:
►
leite pasteurizado: leite tratado
pela pasteurização e livre de bactérias patogênicas. Deve ser armazenado e
transportado sob refrigeração;
►
leite pasteurizado tipo A: leite
pasteurizado integral, de elevada qualidade microbiológica contendo todo o teor
de gordura original. Deve ser armazenado e transportado sob refrigeração;
►
leite pasteurizado tipo B: leite
pasteurizado integral extraído por ordenha mecânica, de média qualidade
microbiológica contendo todo o teor de gordura original. Deve ser armazenado e
transportado sob refrigeração;
►
leite pasteurizado tipo C: leite
pasteurizado de baixa qualidade microbiológica. Deve possuir no mínimo 3% de
gordura e pode ter parte da gordura extraída para fabricação de manteiga, creme
de leite, requeijão. Pode ter sido utilizada ordenha manual. Deve ser
armazenado e transportado sob refrigeração;
►
leite ultrapasteurizado (UHT): leite
submetido ao processo de ultrapasteurização. Pode ser transportado e armazenado
em temperatura ambiente e consumido no prazo de 3 meses a partir da data do seu
processamento;
►
leite semidesnatado: leite com
retirada parcial de gordura;
►
leite desnatado: leite com retirada
praticamente total de gordura;
►
leite em pó: leite tratado
termicamente, desidratado e de boa qualidade microbiológica, desde que
reconstituído com água de boa procedência ou fervida. Pode ser integral ou
desnatado;
►
leite evaporado: leite integral
tratado termicamente, com retirada parcial de água e sem adição de açúcar;
indicado para preparações culinárias;
►
leite condensado: leite integral
pasteurizado, desidratado parcialmente e com adição de açúcar; indicado para
preparações culinárias. Existe no mercado leite condensado desnatado, com
redução de lipídio e menor valor calórico;
►
leite modificado: leite formulado
com acréscimo ou redução de nutrientes, especial para alimentação infantil;
pode ser acrescido de ferro ou ter a lactose reduzida.
Embora o leite apresente todas estas propriedades
nutritivas, por ser proveniente de
animais (normalmente a espécie bovina) se forem portadores de
doenças transmissíveis ao homem,
colocarão em risco a saúde humana.
Para evitar isso, alguns cuidados deverão
ser tomados desde
a fonte produtora (controle sanitário do rebanho, higiene de ordenha,
resfriamento do leite que deverá ser livre de antibióticos, desinfetantes, adulterantes e etc.) passando pelo processamento até a mesa do consumidor.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
As
Proteínas Lácteas. Disponível em: www.docentes.esalq.usp.br
Acessado em: 04/08/2013.
Ribeiro,
MER. Leite: Segurança, Qualidade e Consumo. Disponível em: www.embrapa.br Acessado em: 04/08/2013.
Phillippi, ST. Leite, queijo e iogurte. Nutrição e
Técnica Dietética. 1 ed. Manole:
Barueri,SP, 2003. p.97-101.
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