O colesterol, quimicamente um álcool, é encontrado
somente nas gorduras de origem animal, quase totalmente na forma livre (não
esterificado). A homeostase do colesterol
depende do balanço entre ingestão, absorção/excreção e síntese.
O colesterol é produzido no fígado e é
um componente fundamental para a integridade das células e para a produção de
hormônios. Seu excesso na circulação, entretanto, é danoso ao organismo. Dietas
ricas em colesterol e gorduras saturadas podem aumentar os níveis circulantes
de colesterol. O tratamento do colesterol alto consiste em dieta, perda de
peso, exercícios e, nos casos indicados, medicação.
Os seguintes fatores aumentam o risco de doença coronariana:
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Obesidade;
►
Diabetes;
►
Pressão alta;
►
Colesterol alto;
►
História de doença coronariana nos familiares próximos;
►
Fumo;
►
Idade: homem acima de 45 anos e mulheres acima de 55 anos;
Recomenda-se dosar o colesterol no
sangue a cada 5 anos a partir dos 20 anos de idade. A chance de desenvolver
doença do coração aumenta proporcionalmente ao aumento do colesterol. Os níveis
ideais situam-se abaixo de 200 mg/dl. Indivíduos acima de 35 anos e com
colesterol em níveis ideais não precisam de tratamento. Quem tiver colesterol
total elevado e LDL acima de 130, necessita dieta, perda de peso e exercícios.
Recomenda-se o uso de medicação para aqueles com LDL alto, acima de 190 apesar
da dieta. Para quem tiver mais de dois fatores de risco, a recomendação de remédios
é feita em níveis mais baixos de LDL, por volta de 160.
Volta e meia escutamos um paciente
reclamando pelo fato de não ser gordo, não comer “gordura” e mesmo assim ter
colesterol alto. Não obstante o aumento de peso e a ingestão de gordura animal
possam aumentar o colesterol, o componente hereditário é decisivo. Aquele
indivíduo tem colesterol alto constitutivamente, porque os instrumentos de que
o organismo, mais especificamente o fígado, lança mão para remover o excesso de
colesterol circulante, não existem em quantidade suficiente ou não funcionam em
sua plena capacidade. Um a cada 500 adultos têm uma anormalidade genética que
impede o organismo de processar adequadamente o LDL colesterol. Tais indivíduos
terão o colesterol alto mesmo ingerindo-o em quantidades pequenas.
As
chamadas dietas ricas em gorduras saturadas, ao contrário das insaturadas, têm
a propriedade de aumentar o colesterol. Esse tipo de gordura é principalmente
encontrada nos alimentos de origem animal, principalmente carne, queijos, leite
integral, manteiga, cremes… A maioria dos óleos vegetais, exceção feita à
gordura de coco e óleo de cacau, é rica em gorduras insaturadas e não elevam o
colesterol. Os óleos de oliva e canola são ricos em gorduras monoinsaturadas e
podem até mesmo ter um efeito protetor contra a aterosclerose coronariana.
Infelizmente alguns óleos vegetais podem ser convertidos em gorduras saturadas
por processos industriais de hidrogenação: são justamente aqueles responsáveis
pelas margarinas “cremosas”.
Para
começar, dieta, exercícios físicos e perda de peso constituem o tripé
insubstituível mesmo para quem precisa de remédios para baixar o colesterol. A
redução da ingestão de colesterol e gorduras saturadas e o aumento no consumo
de fibras podem reduzir em 10 a 15% os níveis sanguíneos de colesterol e em 15
a 20% os de triglicerídeos. Caso os níveis elevados persistam com a dieta,
indica-se medicamento.
Um dos
possíveis mecanismos de ação do consumo das fibras alimentares no controle do colesterol
tipo LDL (colesterol ruim) sérico é a ligação das fibras aos ácidos biliares,
diminuindo o poder de reabsorção desse colesterol. Assim, as fibras são
excretadas nas fezes, diminuindo a quantidade de ácidos biliares no ciclo
intestino-fígado.
Outro
possível mecanismo são os ácidos graxos de cadeia curta produzidos pela
degradação das fibras na flora bacteriana no intestino, as quais incrementariam
a degradação do LDL-colesterol sérico.
Alimentos Permitidos:
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Alimentos Proibidos:
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● Leite desnatado, ricota, queijo fresco;
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● Leite integral, tipo A ou B, queijos gordurosos (amarelos e
requeijão);
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● Iogurte ou coalhada desnatados;
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● Manteiga, margarina, creme de leite;
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● Carnes magras, peito de frango, filé de peixe;
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● Carnes gordas;
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● Óleo de girassol ou canola;
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● Frutos do mar (camarão, ostra, marisco, polvo, lagosta);
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● Cereais (arroz, trigo, centeio, cevada), macarrão de
preferência integrais;
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● Frios (presuntos, mortadela, etc.);
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● Feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha seca;
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● Miúdos (fígado, coração, rim);
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● Frutas, verduras e legumes;
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● Enlatados;
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● Margarina light;
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● Açúcar, chocolate, coco;
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● Requeijão light.
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● Óleo de amendoim;
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● Bacon, toucinho, banha;
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● Biscoitos amanteigados, cremosos e recheados;
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● Bebidas alcoólicas;
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Frituras, gratinados e preparações sauté;
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● Torta, pastéis, pizzas, doces;
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● Maionese, chantilly;
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● Gema de ovo;
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● Molhos prontos, caldo de carne.
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Recomendações:
● Utilizar adoçante artificial em substituição ao açúcar;
● Aumentar
a ingestão de verduras cruas, legumes e frutas com bagaço, grão integrais,
farelos, aveia;
● Ingerir
de 2 a 3 litros de água por dia.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Brown L,
Rosner B, Willett WW, Sacks FM. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber:
a meta-analysis. Am J Clin Nutr. 1999; v. 69, n.1: p. 30-42.
Butt MS,
Shahzadi N, Sharif MK, Nasir M. Guar gum: a miracle therapy for
hypercholesterolemia, hyperglycemia and obesity. Critical Reviews in Food
Science and Nutrition. 2007; v.47, n.4: p. 389-396.
Colesterol. Hospital das
Clínicas. Disponível em: www.hc.fmb.unesp.br
Acessado em: 03/01/2014.
Lottenberg,
AMP. Importância da gordura alimentar na prevenção e no controle de distúrbios
metabólicos e da doença cardiovascular. Arq Bras Endocrinol Metab 2009; v.53,
n.5: p.595-607.
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