As culturas probióticas são culturas
de microrganismos que originalmente foram isolados do trato gastrointestinal
da espécie humana ou animal e são empregadas na elaboração de produtos lácteos
conhecidos como funcionais, probióticos, ou de “terceira geração”. As culturas
probióticas são encontradas na forma simples contendo uma espécie microbiana ou
na forma múltipla, combinando mais de uma espécie.
Os produtos lácteos fermentados são
altamente nutritivos devido ao fato de que seus principais constituintes se
encontram parcialmente digeridos pelo processo fermentativo. A hidrólise
parcial da caseína e a desnaturação das proteínas do soro durante o tratamento
térmico do leite parece facilitar a ação das enzimas digestivas.
As baterias probióticas mais
comumente estudadas incluem os gêneros Lactobacillus
e Bifidobacterium.
A dose recomendada para adultos é de
5 bilhões de unidades formadoras de colônias (UFC)/dia/g ou ml de produto (ou
seja, 5x109 UFC/dia/g ou ml), durante pelo menos cinco dias, para
que o probiótico exerça algum benefício. Embora a dose preconizada seja esta,
os efeitos terapêuticos apresentam doses variáveis de 106 a 109
UFC. Em termos práticos a quantidade recomendada corresponde a ingestão diária
de dois a três iogurtes com culturas probióticas.
A indicação de consumo de
probióticos para crianças é exatamente no momento da instalação da microbiota
intestinal do lactente, ou seja, no período entre 18 e 24 meses, pois nesta
fase a microbiota é mais simples, estável e mais fortemente influenciada pela
nutrição. Se introduzidos nesta fase, os probióticos passam a fazer parte da
microbiota e podem prevenir doenças. Os estudiosos ainda não estabeleceram uma
recomendação de ingestão na população pediátrica, mas tem sido promissores os
estudos nos casos de gastroenterite aguda, doença inflamatória intestinal e
doenças alérgicas.
Prebióticos
são componentes alimentares não digeríveis que afetam beneficamente o
hospedeiro, por estimularem seletivamente a proliferação ou atividade de
populações de bactérias desejáveis no cólon.
As substâncias prebióticas podem ser
extraídas e incorporadas a diferentes produtos alimentícios. Geralmente, podem
ser derivadas da galactose, maltose, xilose e frutose.
Inulina e oligofrutose, derivadas da
frutose, são os prebióticos mais estudados e os que têm oferecido resultados
mais consistentes. São constituintes naturais de muitos alimentos comuns,
incluindo vegetais, frutas e cereais, como chicória, cebola, aspargos, alho,
banana e trigo. Não são hidrolisados por enzimas digestivas, atingindo o
intestino grosso (cólon) intactas, onde são fermentados pela flora intestinal,
servindo de substrato para bactérias endógenas. Possuem alguns efeitos de fibra
alimentar, como o aumento da biomassa colônica e, consequentemente, do peso e
frequência das fezes.
Os prebióticos são seletivamente
fermentados pela microflora do cólon humano, particularmente por Bifidobacterium, um reconhecido gênero
promotor de saúde, responsável por várias propriedades terapêuticas, tais como
inibição dos patógenos, imunomodulação, síntese de vitaminas do complexo B,
modulação do colesterol sanguíneo, inibição da tumorogênese e melhora na
absorção de cálcio.
Após a ingestão de uma quantidade
pequena de prebióticos, que varia de 4 a 15g/dia, a composição da flora fecal é
significativamente modificada; as Bifidobacterium
se tornam dominantes e espécies potencialmente prejudiciais, como Clostridia, Fusobacterium e Bacteroides
têm seu número reduzido.
Benefícios atribuídos
aos pré e probióticos:
●
Controle da microbiota intestinal;
●
Estabilização da microbiota intestinal após o uso de antibióticos;
●
Redução da população de bactérias maléficas ao organismo;
●
Melhora da digestão da lactose e redução de sintomas da intolerância à lactose;
●
Auxílio no sistema imune;
●
Alívio da constipação;
●
Tratamento e prevenção da diarreia aguda;
●
Aumento da absorção de vitaminas e minerais;
●
Redução do risco de osteoporose;
●
Redução do risco de câncer colorretal;
●
Redução da atividade ulcerativa da H. pylori;
●
Prevenção na dermatite atópica;
●
Diminuição da distensão abdominal;
●
Flatulência na Síndrome do Intestino Irritável.
Simbióticos
são alimentos contendo simultaneamente microrganismos probióticos e
ingredientes prebióticos, resultando em produtos com as características
funcionais dos dois grupos, que em sinergia vão beneficiar a saúde do
consumidor. A colonização de probióticos combinados com os prebióticos pode
aumentar a ação dos primeiros no trato intestinal. Sendo assim, tanto um produto
com a combinação de oligofrutose e bifidobactérias quanto outro contendo
oligofrutose e Lactobacillus casei, por exemplo, encaixam-se na
definição de produto simbiótico.
Possíveis indicações dos simbióticos
em situações clínicas, nas quais existem indícios de sua eficácia são: diarréia
viral aguda, diarréia dos viajantes, infecções e complicações gástricas pelo Helicobacter
pylori, encefalopatia hepática, diarréia em pacientes portadores da
síndrome da imunodeficiência adquirida, síndrome do intestino irritável,
diarréia em pacientes em nutrição enteral por sonda nasogástrica, radioterapia
envolvendo a pelves, doença inflamatória intestinal, carcinogênese, alergia,
síndrome da resposta inflamatória sistêmica, constipação, melhoria da saúde
urogenital de mulheres, redução do colesterol e triacilglicerol plasmático,
efeitos benéficos no metabolismo mineral, particularmente densidade e
estabilidade óssea.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
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