A psoríase se caracteriza pelo
crescimento acelerado de células localizadas na epiderme, chamadas de
queratinócitos, sendo seu ciclo natural de duração de 28 dias encurtado para 4
dias (considerando-se desde a fase de maturação até a divisão celular). Esta
hiperproliferação ocasiona acúmulo celular sob a superfície da derme, formando
placas esbranquiçadas e lesão cutânea.
Estudos epidemiológicos demonstram
que a psoríase acomete 2% a 3% da população mundial. Esta patologia pode se
iniciar em qualquer idade, porém estudos indicam que sua maior prevalência
ocorre entre 20-30, e entre 50-60 anos.
Tratamento
Nutricional
A alimentação pode influenciar a
psoríase de duas maneiras – como causa das desordens metabólicas ou como
tratamento e prevenção. Deste modo, o cuidado nutricional, juntamente com o controle das variáveis bioquímicas e antropométricas
garantem maior estabilidade clínica a esses indivíduos, prevenindo as doenças
crônicas não transmissíveis comumente associadas à doença e proporcionando
maior longevidade com qualidade.
Não há nenhuma diretriz nacional ou
internacional que estabeleça uma alimentação adequada a estes pacientes. Alguns
autores sugerem que diversos compostos ativos da nossa alimentação desempenham
papéis importantes na fisiopatogenia da psoríase com a mesma magnitude que o
controle do aporte energético da dieta e o consumo de gorduras totais e
saturadas contribuem para o controle das DCNT. Dentre esses nutrientes,
citam-se algumas vitaminas e minerais (vitamina A, E, C e D, ácido fólico),
ácidos graxos poliinsaturados (ômega-3), além de dietas com baixa densidade
calórica, além da vegetariana.
Dietas de baixa densidade calórica,
portanto, são consideradas como importante fator no auxílio na prevenção e
manutenção de peso. Consequentemente, a redução do peso corporal diminui os
marcadores pró-inflamatórios como as citocinas, melhorando o
perfil lipídico, a resistência e a sensibilidade à insulina e o risco de
doenças associadas.
Sabe-se que os ácidos graxos
poliinsaturados atuam beneficamente em diferentes doenças como hipertensão
arterial, diabetes mellitus, doenças
inflamatórias e autoimunes. Dessa forma,
estimula-se o consume de peixes ricos em ômega-3 (salmão, tainha, sardinha), na
tentativa de se atenuar o efeito inflamatório causado pela própria doença.
Porém, o efeito da suplementação de ácido graxo poliinsaturado aplicada à
psoríase ainda é questionável.
Estudos com pacientes com artrite reumatoide, psoríase e lúpus eritematoso sistêmico demonstraram que esses
indivíduos têm uma forte tendência a desenvolver deficiência de vitamina B12, ácido fólico, vitamina B6 e ferro, possivelmente, como
consequência de deficiências nutricionais e má absorção ocasionada pelos
mecanismos autoimunes da própria doença e da presença de marcadores
inflamatórios. Além disso, indivíduos com psoríase poderiam
apresentar um desequilíbrio nas concentrações de selênio, magnésio, potássio,
betacaroteno e alfatocoferol.
Quadro 1. Sugestão de Terapia Nutricional.
Orientações
nutricionais
|
Sugestões/Observações
|
1-
Realizar dieta hipocalórica
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Dieta
de 800-1200kcal/dia
|
2-
Ajustar a proporção entre os macronutrientes (carboidrato, proteína e
lipídios)
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60-70%
de carboidrato
20-35%
de lipídios
10-15%
de proteína
|
3-
Controlar consumo de carboidrato de alto índice glicêmico
|
Controlar
consumo de alimentos como açúcar e farinha refinados.
|
4-
Dar preferência ao consumo de carboidrato de baixo índice glicêmico
|
Aumentar
consumo de alimentos integrais como pão integral, massa integral ou à base de
ovo, arroz integral ou parboilizado, milho, aveia e cereais integrais.
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5-
Controlar consumo excessivo de colesterol e gordura saturada
|
Evitar
alimentos gordurosos, fritura, carnes gordurosas e embutidos.
|
6-
Aumentar consumo de ácidos graxos poliinsaturados
|
Aumentar
o consumo de peixes (atum, salmão, sardinha), azeite extra-virgem, óleo de
canola e soja. Dependendo do caso, a suplementação de ômega-3 também poderá
ser empregada.
|
7-
Aumentar ingestão de fibras alimentares
|
Aumentar
consumo de frutas, verduras e hortaliças.
|
8-
Aumentar ingestão de vitaminas (vitamina A, C, E, do complexo B, flavonoides e ácido fólico)
|
Aumentar
consumo de alimentos fonte:
●
Vitamina A – Bife de fígado cozido, cenoura, batata-doce assada, espinafre,
couve cozida, atum;
●
Vitamina C – Acerola, kiwi, goiabada, brócolis, espinafre;
●
Vitamina E – Óleo de gérmen de trigo, óleo de girassol, molho de tomate,
manga, mamão papaia;
●
Vitaminas do complexo B – salmão cozido, frango cozido, banana, castanhas,
abacate;
● Flavonoides – Uva, amora, framboesa, frutas cítricas, brócolis;
●
Ácido fólico – Bife de fígado, lentilha, feijão-preto cozido, beterraba
cozida, brócolis cozido.
|
9-
Aumentar a ingestão de minerais (selênio, potássio, magnésio)
|
Aumentar
consumo de alimentos fonte:
●
Selênio – Peixe, carne bovina, frango, leite e queijos, castanha-do-Brasil,
cogumelo;
●
Potássio – Feijão preto, lentilha, leite em pó, paio, lagosta crua;
●
Magnésio – Abacate, banana, folha de beterraba, aveia, semente de abóbora.
|
10-
Evitar consumo de bebidas alcoólicas
|
Substituir
cerveja com álcool por cerveja sem álcool. E substituir vinho por suco de
uva.
|
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Solis, MY; Sabbag,
CY; Frangella, VS. Evidências do impacto da
nutrição na psoríase. Rev Assoc Bras
Nutr 2013; v.5, n.1: p. 41-51.
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