A idade escolar compreende o período
da vida que se estende do 7 aos 10 anos de idade (no âmbito educacional pode
estar caracterizada como a criança de 7 a 14 anos). Esse é um
período de intensa atividade física e ritmo de crescimento constante, com ganho
mais acentuado de peso próximo ao início da adolescência. Dependendo do padrão dietético e da
atividade física, as crianças neste período podem ficar obesas. É fundamental
que a qualidade e a quantidade da alimentação sejam adequadas à necessidade
diária e que hábitos saudáveis sejam estimulados. É comum o excesso no consumo
de alimentos calóricos e pouco nutritivos e o sedentarismo nesta faixa etária.
Os hábitos alimentares da família exercem grande influência sobre as práticas
alimentares.
Nessa fase, inicia-se a
dentição permanente, sendo de extrema importância reforçar os bons hábitos de
saúde, como alimentação e higiene, a fim de prevenir a ocorrência de cáries
dentárias e outros problemas de saúde.
Nesse período, há um
aumento do apetite e melhor aceitação da alimentação, porém, se a criança já
tiver hábitos alimentares inadequados, há grande chance dessa inadequação se
acentuar e alguns distúrbios alimentares podem persistir, principalmente quando
não forem corrigidos.
É comum a diminuição da
ingestão de leite nesse período, o que pode comprometer o suprimento de cálcio
necessário à formação da massa óssea. Essa situação agrava-se durante o estirão
da adolescência, em que se atinge o máximo da mineralização óssea, sendo que,
nas meninas, esse período é muito precoce, entre os 10 e os 11 anos.
Há também a baixa
ingestão de vitamina D, ocasionada por falta de exposição solar e erro
alimentar. Raros são os alimentos que contêm essa vitamina e, nos que a
possuem, as quantidades são muito pequenas. A deficiência de vitamina D e de
cálcio está relacionada a retardo no crescimento, doenças autoimunes, cânceres,
fraturas e desenvolvimento de osteoporose na vida adulta.
Recomenda-se a ingestão
de alimentos fonte de vitamina A ou caroteno, pois, dessa forma, no momento do
crescimento máximo os depósitos vão estar adequados, garantindo assim as
secreções normais do hormônio do crescimento (GH).
Também deve ser destacado o consumo de alimentos
ricos em gordura, sal e açúcar, tais como fast-foods, salgadinhos, bolachas,
produtos industrializados que contêm gorduras trans e saturadas, que aumentam o
risco para as doenças cardiovasculares. A adequação no consumo de sal, por meio
da redução do sal de adição (<6 g/dia), dos enlatados, embutidos, salgadinhos
e de condimentos industrializados, deve ser preconizada para diminuir o risco
do desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica no futuro.
Outro aspecto que merece ser ressaltado diz
respeito aos transtornos alimentares, que já podem aparecer nessa fase. Se por
um lado há a preocupação da comunidade científica e dos próprios pais com o
desenvolvimento da obesidade, por outro lado, também se deve atentar para o
fato de que a preocupação excessiva ou mal conduzida com o ganho de peso pode
causar transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia.
A redução do nível da atividade física, decorrente
do uso de computadores por períodos prolongados em âmbito doméstico e o tempo
gasto com TV são fatores que contribuem para o aumento da prevalência de
obesidade, nessa faixa etária. A televisão, além de ser uma das causas mais
importantes de sedentarismo, também propicia, por meio das propagandas
veiculadas, o consumo de alimentos mais calóricos.
A alimentação do escolar deve fornecer energia
adequada para sustentar um ótimo crescimento e desenvolvimento sem excesso de
gordura. A ingestão de carboidratos simples (refrigerantes, balas, doces,
chocolates, pirulitos, etc.) deve ser controlada para uma boa saúde, e as fibras
devem estar presentes para auxiliar no bom funcionamento do intestino. Além
disso, a alimentação deve ser rica em vitaminas e minerais, pois a ingestão
insuficiente desses nutrientes pode prejudicar o crescimento e resultar em
doenças.
Um dos fatores para determinar uma alimentação
balanceada é estabelecer diretrizes na alimentação diária, isto é, rotinas
alimentares bem-definidas, pois não é só a qualidade e a quantidade da alimentação
oferecida à criança que é importante. Os horários para as refeições café da
manhã, almoço e jantar são importantes, mas os horários para lanches intermediários
também devem ser estabelecidos, evitando-se o consumo de qualquer tipo de
alimentos nos intervalos das refeições programadas. A falta de disciplina
alimentar costuma ser a maior causa dos distúrbios alimentares, comprometendo a
qualidade e a quantidade da alimentação consumida.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Silva, CC. Alimentação e Crescimento Saudável em
Escolares. Disponível em: www.fef.unicamp.com.br
Acessado em: 19/03/2014.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Disponível em: www.sbp.com.br Acessado em: 17/03/2014.
Vitolo, MR. Nutrição: da Gestação à Adolescência.
1. ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2003.
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