sexta-feira, 12 de novembro de 2021

14/11 - Dia Mundial do Diabetes

 


Diabetes é uma doença crônica não transmissível caracterizada pelo aumento de glicose no sangue (hiperglicemia), devido à deficiência ou resistência na produção de insulina, sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade. O sedentarismo e hábitos alimentares inadequados, além de outras mudanças sociocomportamentais, contribuem para os crescentes níveis de incidência e prevalência da doença.

De forma a lançar um alerta ao crescimento desta doença no mundo todo, foi escolhido o dia 14 de novembro pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1991, como o dia mundial do Diabetes.

Estimativas apontam que, enquanto em 2000 havia 171 milhões de pessoas com diabetes no mundo, em 2030 esse valor atingirá 366 milhões. Neste cenário, o Brasil terá cerca de 11,3 milhões de diabéticos.

Em 2013, a Pesquisa Nacional de Saúde – IBGE estimou que no Brasil 6,2% da população (> 18 anos) tem diagnóstico médico de diabetes.

A obesidade tem sido apontada como um dos principais fatores de risco para o diabetes tipo 2. Estima-se que entre 80 e 90% dos indivíduos acometidos por esta doença são obesos e o risco está diretamente associado ao aumento do índice de massa corporal.

O diabetes pode ser classificado de quatro formas: o tipo 1 que é caracterizado por uma doença autoimune, onde o corpo cria anticorpos contra suas próprias células produtoras de insulina, geralmente levando a um quadro de total deficiência desse hormônio. Já o tipo 2 é caracterizado por uma deficiência progressiva na secreção da insulina, acompanhado de um quadro de resistência a esse hormônio, geralmente é mais comum em indivíduos após os 40 anos. Temos também a diabetes gestacional que é diagnosticada durante a gestação e pode persistir ou não após o parto. E a Diabetes Secundária, resultado de outras alterações clínicas que podem comprometer a produção e /ou a utilização da insulina.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), os sinais e sintomas mais comuns entre pessoas com a glicemia descompensada são fome e sede excessiva, vontade de urinar diversas vezes, perda de peso, visão embaçada, cansaço, dores nas pernas por conta da má circulação, machucados de difícil cicatrização ou infecções reincidentes de pele. Em complicações agudas pode levar a maior incidência de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, cegueira, insuficiência renal e amputações de membros inferiores. Em alguns casos não há manifestação de sintomas, sendo que o indivíduo pode demorar até anos para descobrir que possui a doença. Os sintomas também podem aparecer de forma sutil com formigamentos nas mãos e nos pés.

O diagnóstico do diabetes pode ser feito através de testes laboratoriais de glicemia e de hemoglobina glicada (A1C).

Atualmente, o termo pré diabetes é bastante usado quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de Diabetes. Considerando que cerca de 50% dos pacientes com pré-diabetes vão desenvolver a doença, torna-se essencial o tratamento precoce como forma de prevenção. Essa fase inicial é a única etapa que ainda pode ser revertida e que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.

Além dos hipoglicemiantes orais e a insulinoterapia, é muito importante, para o tratamento e controle da doença, a prática regular de atividade física e a alimentação saudável e equilibrada. O consumo de açúcar deve ser feito com bastante cautela, dando-se preferência ao doce vindo das frutas e quando houver necessidade de adoçar as preparações, deve-se usar os adoçantes. Além disso, os alimentos integrais, ricos em fibras, têm maior efeito benéfico no controle glicêmico.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

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SARTORELLI, Daniela Saes; FRANCO, Laércio Joel. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad. Saúde Pública. Ribeirão Preto. vol.19, pp. S29-S36,2003.

Mercuri, Nora. ARRECHEA, Viviana. Atividade física e diabetes mellitus. Jornal Multidisciplinar do Diabetes e das Patologias Associadas, 2001.

FRANCISCO, Priscila Maria Stolses Bergamo; BELON, Ana Paula; BARROS, Marilisa Berti de Azevedo; CARANDINA, Luana; ALVES, Maria Cecília Goi Porto; GOLDBAUM, Moises; CESAR, Chester Luiz Galvão. Diabetes auto referido em idosos: prevalência, fatores associados e práticas de controle.Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro.vol.26 no.1. jan. 2010.

Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2008). Diabetes Mellitus Gestacional. Assoc Med Bras. 2008.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ramb/v54n6/v54n6a06.pdf Acesso em 22 de outubro de 2019.

Posicionamento Oficial SBD no 02/2018. CONDUTA TERAPÊUTICA NO DIABETES TIPO 2: ALGORITMO SBD 2018. SBD, 2018. Disponível em:https://www.diabetes.org.br/publico/images/2018/posicionamento-oficial-sbd-tratamento-dodm2-versao-final-e-definitiva-10-mai-2018.pdf. Acesso em 22 de outubro de 2019.

ISER, Betine Pinto Moehlecke et al. Prevalência de diabetes autorreferido no Brasil: resultados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. Epidemiol. Serv. Saúde. Brasília. vol.24, n.2, pp.305-314,2015.


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