terça-feira, 9 de novembro de 2021

Spirulina

 


Spirulina platensis é uma alga marinha verde azulada que contém elevada concentração de nutrientes, como betacaroteno, clorofila, ficocianina, polifenois, vitaminas (principalmente E, K1, K2, B12), minerais (potássio, manganês, sódio, cálcio, magnésio, ferro, zinco, iodo), muita proteína e ácidos graxos essenciais. A spirulina pode ser considerada um dos alimentos mais nutritivos do planeta.

 

Ações

Por sua riqueza de nutrientes e fitoquímicos, a spirulina apoia a saúde cerebral, hepática e cardiovascular, modula a pressão arterial, reduz a taxa de açúcar no sangue, aumenta o nível de energia celular, melhora a imunidade, reduz manifestações alérgicas respiratórias e ajuda no controle do peso. Ela pode ser usada por mulheres grávidas, lactantes e durante o desenvolvimento infantil, com melhora do crescimento e outros parâmetros ligados à saúde. Spirulina atua na redução de gorduras do sangue (colesterol e triglicerídeos) e inibe a peroxidação lipídica, uma reação química que oxida o colesterol LDL tornando-o perigoso.

 

Doenças crônicas

Spirulina é considerada valiosa para a prevenção e tratamento de doenças crônicas, devido ao seu perfil de nutrientes e efeitos terapêuticos, com zero toxicidade. Um estudo duplo cego randomizado realizado em pacientes hipertensos com sobrepeso mostrou que três meses de consumo regular de spirulina reduziu o peso, e também resultou em melhoras na pressão arterial e função endotelial (endotélio é o tecido que reveste os vasos sanguíneos), contribuindo para um aparelho circulatório mais saudável.

 

Obesidade e emagrecimento

Por seu alto conteúdo proteico, a spirulina ajuda na saciedade. Uma porção de três gramas da alga fornece dois gramas de proteína. Uma pesquisa de alto nível buscou determinar os efeitos da spirulina em parâmetros antropométricos (medidas corporais), lipídios séricos, apetite e saúde do endotélio vascular em indivíduos obesos. O tratamento de 12 semanas foi eficaz no controle do apetite e peso corporal, atestando a ação deste nutracêutico na prevenção da obesidade e de suas complicações.

 

Spirulina azul

A spirulina tem cor verde escura por ser rica em clorofila, no entanto, a ficocianina é um pigmento que confere uma tonalidade ligeiramente azulada. A spirulina azul vem da extração de ficocianina da alga, obtendo-se assim um pó azul. Ou seja, a spirulina azul é só um dos elementos contidos na spirulina verde. Além da bela cor azul, a ficocianina é um poderoso antioxidante e anti-inflamatório. Ela ativa enzimas que previnem a aterosclerose, protegendo o revestimento dos vasos sanguíneos (endotélio).

 

Efeitos colaterais e contraindicações

Spirulina de baixa qualidade pode estar contaminada por compostos nocivos. Pessoas que tomam anticoagulantes e os que têm doenças autoimunes graves devem evitar o seu consumo – neste caso é melhor usar a spirulina azul (ficocianina). Algumas pessoas podem ser alérgicas, e portadores de fenilcetonúria não devem consumir a alga, rica em fenilalanina. Spirulina é segura para mulheres grávidas e crianças.

 

Modo de usar

A spirulina é um suplemento alimentar, e por isso é de venda livre, não necessitando de receita médica. A dose usual varia entre 1 e 5 gramas diárias. O horário de tomada depende do objetivo: se for para emagrecer a alga deve ser ingerida 15 a 20 minutos antes das refeições. Spirulina em pó tem um sabor intenso, então pode ser misturada a um suco cítrico na dose de uma colher de chá rasa (5 gramas). As cápsulas vêm com 500 mg, e a dose é de 3 cápsulas duas vezes por dia, antes ou depois das refeições.

 


Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki. 

 

Título de Especialista em Nutrologia –  Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;

 

Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;

 

Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.

 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.


Referências Bibliográficas:

*Int J Clinical Practice 2021. Spirulina supplementation as an adjuvant therapy in enhancement of antioxidant capacity: A systematic review and meta-analysis of controlled clinical trials.

*J Diabetes & Metabolic Disorders 2021. The effect of spirulina on type 2 diabetes: a systematic review & meta-analysis.

*Nutrients 2021. Effect of Spirulina Supplementation on Systolic & Diastolic Blood Pressure: Systematic Review & Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials.

*Marine Drugs 2021. Spirulina Microalgae & Brain Health: A Scoping Review of Experimental & Clinical Evidence.

*Phytotherapy Research 2021. Spirulina supplementation & anthropometric indices: A systematic review & meta-analysis of controlled clinical trials.

*BMC Compl Altern Medicine 2017. The effects of Spirulina on anthropometric indices, appetite, lipid profile and serum vascular endothelial growth factor (VEGF) in obese individuals: a randomized double blinded placebo controlled trial.

*Nutrients 2019. Spirulina Liquid Extract Protects against Fibrosis Related to Non-Alcoholic Steatohepatitis and Increases Ursodeoxycholic Acid.

*Diabetes Metab Syndr Obesity 2018. Quantifying the effects of spirulina supplementation on plasma lipid and glucose concentrations, body weight, and blood pressure.

*PLoS One 2019. Multiple micronutrient supplementation using spirulina platensis and infant growth, morbidity, and motor development: Evidence from a randomized trial in Zambia.

*J Food Science & Technology 2021. Evaluation of the in vitro & in vivo antioxidant potentials of food grade Phycocyanin.

*Molecules 2018. Two Classes of Pigments, Carotenoids & C-Phycocyanin, in Spirulina Powder & Their Antioxidant Activities.

*Neurochemistry Int 2020. Maternal Spirulina supplementation during pregnancy & lactation partially prevents oxidative stress, glial activation & neuronal damage in protein malnourished F1 progeny.

 

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