quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Água de Coco




O coqueiro é um dos principais recursos vegetais da humanidade. É considerado pelos pesquisadores como a árvore da vida, a planta de mil e uma utilidades. Todas as suas partes, como raiz, caule, folha, inflorescência e fruto são empregadas para fins artesanais, alimentícios, nutricionais, agroindustriais, medicinais e biotecnológicos, entre outros. Uma das suas principais utilidades atuais no Brasil, com grande perspectiva de uso internacional, é a água de coco.

      Definida como a parte líquida do fruto do coqueiro (C. nucífera), a água de coco corresponde à cerca de 25% do peso do fruto e sua composição básica apresenta 93% de água, 5% de açúcares e 2% de proteínas, vitaminas e minerais. Glicose e frutose são os açúcares predominantes nos frutos jovens, enquanto a sacarose é o açúcar mais abundante nos frutos maduros.

          A água de coco é uma substância hipertônica, pouco calórica, sem colesterol, rica em potássio, sendo uma bebida leve e refrescante. Não é uma fonte rica em vitaminas, mas contém ácido ascórbico (vitamina C) e vitaminas do complexo B. Com seis meses de maturação, pode ser considerada como boa fonte de vitamina C.

            Os maiores constituintes químicos da água de coco são os açúcares e minerais que conferem o sabor agradável à água e a tornam uma bebida isotônica natural. Em média, a água de coco apresenta a seguinte composição: sacarose (280mg/100mL água de coco); frutose (2400mg/100mL); glicose (2378mg/100mL); cálcio (17,10mg/100g); fósforo (7,40mg/100g); sódio (7,05mg/100g); magnésio (4,77mg/100g) e potássio (156,86mg/100g). Os menos presentes são as gorduras e as substâncias nitrogenadas. As concentrações de sais minerais podem variar, principalmente em função da variedade da palmeira, grau de maturação, tipo de solo cultivado e do uso de fertilizantes.

            A água de coco é amplamente consumida no mundo inteiro não somente por ser uma bebida refrescante, mas também devido às suas inúmeras qualidades terapêuticas. É empregada na reidratação oral; auxilia no tratamento de distúrbios intestinais; é um diluente e conservante de sêmen, através de uma substância ativa (ácido indol-acético) presente na água de coco, que aumenta a vida útil e a motilidade dos espermatozóides; capaz de manter a longevidade de células como córneas humanas para transplante, culturas de tecido, meio de culturas para vírus e bactérias, para obtenção de vacinas contra febre aftosa, raiva e leishmaniose; pode ser utilizada como meio de cultura para células vegetais, como embriões e pólen. A densidade da água de coco é semelhante à do plasma sanguíneo, assim pode ser usada como infusão intravenosa, em casos de desidratação, devido ao seu pH favorável, pela presença de aminoácidos essenciais, vitaminas do complexo B, ácido ascórbico e eletrólitos diversos (Por este fato, ela foi utilizada durante a Segunda Guerra como soro fisiológico para re-equilibrar os líquidos do organismo, durante as cirurgias de emergência) e devido ao seu alto teor de potássio, é indicada para pessoas com desgaste físico.

 
Em alguns países onde o déficit nutricional é alto, a água de coco é utilizada como substituta de produtos protéicos. Numa análise comparativa entre os aminoácidos do leite e da água de coco, observou-se a semelhança de composição de ambos. Foi notada maior porcentagem de arginina, alanina, cistina e serina na água de coco, e, em menores proporções, outros aminoácidos. O coco tem a vantagem de existir naturalmente em grandes quantidades em países onde a desnutrição é prevalecente. Na Índia, a água de coco fermentada é utilizada como suplemento protéico na refeição escolar, tendo sido observados aumentos no rendimento escolar e na estatura das crianças.

            Em uma hora de exercício físico ininterrupto, o corpo perde muita água ao transpirar. Esse suor contém pequenas quantidades de eletrólitos minerais, sobretudo sódio, mas também potássio e carboidratos (açúcares), cuja perda produz fadiga. Quase sempre se tem utilizado água para repor a perda de líquidos. Porém, desde os anos 60, outra opção são as bebidas isotônicas, que não só tem água, mas também eletrólitos (consistem em um grupo de substâncias ou compostos que, quando dissolvidos em água, dissociam-se em íons carregados positiva e negativamente (cátions e ânions)). Os eletrólitos podem ser sais inorgânicos simples de sódio, potássio ou magnésio ou moléculas orgânicas complexas e outros minerais, além de vitaminas, carboidratos polímeros complexos e aminoácidos.

            Eletrólitos e água em soluções isotônicas são mais rapidamente absorvidos do que em outras situações, restabelecendo prontamente as perdas destes nutrientes. Eletrólitos, tais como sódio e potássio, devem estar presentes na composição das bebidas isotônicas, a fim de possibilitar a recuperação das perdas de sódio e potássio através da urina e da pele. A água de coco apresenta em sua composição estes componentes.

Atenção: O consumo da água de coco deve ser feito de forma moderada por pessoas com diabetes e pressão alta para que não haja um consumo excessivo de açúcares e sódio (presentes na água de coco). Este consumo moderado também deve ser orientado as pessoas que apresentam retenção de líquidos e disfunções renais, devido ao teor de sódio e potássio.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
           

Referências Bibliográficas:

Aragão, WM; Ramos, AM; Helvécio, JS. Caracterizações morfológica e química da água de coco de cultivares de coqueiro. Anais do Seminário de Pesquisa FAP-SE, 2003.

Aragão, WM. A importância do coqueiro-anão verde. Disponível em: www.embrapa.br Acessado em: 18/12/2012.

Carvalho, JM de; Maia, GA; Souza, PHM de; Júnior, GAM. Água-de-coco: propriedades nutricionais, funcionais e processamento. Rev. Semina: Ciênc. Agrária, 2006; v.27, n.3; p. 437-452.

Matsui, KN. Inativação das enzimas presentes na água de coco verde (Coco nucifera L) por processo térmico através de microondas. [Tese de doutorado]. São Paulo: Universidade de São Paulo USP, 2006.

Nogueira, ALC et al. Avaliação sensorial de água de coco (Cocos nucifera L) in natura e processada. Rev. Biol. Ciênc. Da Terra, 2004; v.4, n.2; p. 1-5.

Vigliar, R; Sdepanian, VL; Neto, UF. Biochemical profile of coconut water from coconut palms planted in an inland region. J Pediatr 2006; v.82, n.4: p.308-312.

Nenhum comentário: