Proteína
foi o primeiro nutriente considerado essencial para o organismo. À semelhança
de gorduras e carboidratos, contém carbono, hidrogênio e oxigênio. No entanto,
é a única que possui nitrogênio (16%), junto com enxofre e alguns outros minerais,
como fósforo, ferro e cobalto.
Do ponto de
vista nutricional, duas categorias foram inicialmente propostas: aminoácidos
essenciais e não-essenciais, sendo essenciais aqueles que não podem ser
sintetizados pelo organismo animal a partir de substâncias disponíveis para as
células em uma velocidade proporcional à demanda para atender ao crescimento
normal.
Quadro 1. Classificação nutricional dos
aminoácidos.
Essenciais
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Condicionalmente essenciais
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Não-essenciais
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Fenilalanina
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Glicina
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Alanina
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Triptofano
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Prolina
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Ácido aspártico
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Valina
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Tirosina
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Ácido glutâmico
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Leucina
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Serina
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Asparagina
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Isoleucina
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Cisteína e cistina
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Metionina
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Taurina
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Treonina
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Arginina
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Lisina
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Histidina
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Glutamina
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Fonte: Cozzolino, 2005.
Funções das proteínas no
organismo
As
proteínas da dieta pela digestão e subseqüente absorção pelo intestino fornecem
aminoácidos ao organismo que terão três destinos principais: anabolismo
(síntese de proteínas e polipeptídeos); catabolismo ou degradação, produção de
energia e síntese de compostos de pequeno peso molecular. Por essas vias os
aminoácidos servirão na construção e manutenção dos tecidos, formação de
enzimas, hormônios, anticorpos, no fornecimento de energia e na regulação de
processos metabólicos. Além do nitrogênio, os aminoácidos fornecem compostos
sulfurados ao organismo. Como fonte de energia, as proteínas são equivalentes
aos carboidratos, fornecendo 4kcal/g.
As proteínas podem ser agrupadas em várias categorias
de acordo com a sua função. De uma maneira geral, as proteínas desempenham nos
seres vivos as seguintes funções: estrutural, enzimática, hormonal, de defesa,
nutritivo, coagulação sangüínea e transporte.
Função estrutural - participam da estrutura dos
tecidos.
Exemplos:
- Colágeno: proteína de alta resistência, encontrada na pele, nas cartilagens, nos ossos e tendões.
- Actina e Miosina: proteínas contráteis,
abundantes nos músculos, onde participam do mecanismo da contração muscular,
- Queratina: proteína impermeabilizante encontrada na pele, no cabelo e nas unhas, Evita a dessecação, a que contribui para a adaptação do animal à vida terrestre.
- Albumina: proteína mais abundante do sangue, relacionada com a regulação osmótica e com a viscosidade do plasma (porção líquida do sangue),
Função enzimática - toda enzima é uma proteína.
As enzimas são fundamentais como moléculas reguladoras das reações biológicas.
Dentre as proteínas com função enzimática podemos citar, como exemplo, as
lipases - enzimas que transformam os lipídios em suas unidades constituintes,
como os ácidos graxos e glicerol.
Função hormonal - muitos hormônios do nosso
organismo são de natureza protéica. Resumidamente, podemos caracterizar os
hormônios como substâncias elaboradas pelas glândulas endócrinas e que, uma vez
lançadas no sangue, vão estimular ou inibir a atividade de certos órgãos. É o
caso do insulina, hormônio produzido no pâncreas e que se relaciona com a
manutenção da glicemia (taxa de glicose no sangue).
Função de defesa - existem células no
organismo capazes de "reconhecer" proteínas "estranhas" que
são chamadas de antígenos. Na presença dos antígenos o organismo produz
proteínas de defesa, denominados anticorpos. O anticorpo combina-se, quimicamente,
com o antígeno, de maneira a neutralizar seu efeito. A reação
antígeno-anticorpo é altamente específica, o que significa que um determinado
anticorpo neutraliza apenas o antígeno responsável pela sua formação. Os anticorpos são produzidos por certas
células de corpo (como os linfócitos, um dos tipos de glóbulo branco do
sangue). São proteínas denominadas gamaglobulinas.
Função nutritiva - as proteínas servem como
fontes de aminoácidos, incluindo os essenciais requeridos pelo homem e outros
animais. Esses aminoácidos podem, ainda, ser oxidados como fonte de energia no
mecanismo respiratório. Nos ovos de muitos animais (como os das aves) o vitelo,
material que se presta à nutrição do embrião, é particularmente rico em
proteínas.
Coagulação sangüínea - vários são
os fatores da coagulação que possuem natureza protéica, como por exemplo:
fibrinogênio, globulina anti-hemofílica, etc...
Transporte - pode-se citar como exemplo a hemoglobina,
proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.
Qualidade nutricional de
proteínas
Proteínas
de origem animal são em sua maioria consideradas completas e utilizadas como referência em termos de composição de aminoácidos. Considera-se
que os alimentos de origem animal, como carnes, aves, peixes, leite, queijo e
ovos, possuem proteínas consideradas de boa qualidade, suficientes para
torná-los as melhores fontes de aminoácidos essenciais para o organismo humano.
Alimentos
de origem vegetal também são fontes significativas de proteínas, sendo
classificados, em sua maioria, como parcialmente ou totalmente incompletos. As
leguminosas são as mais adequadas, contendo de 10 a 30% de proteínas,
eventualmente apresentando alguma deficiência em aminoácidos sulfurados, como
metionina e cisteína. Os cereais apresentam teor protéico menor que das
leguminosas, de 6 a 15% em média, sendo geralmente deficientes em lisina.
Frutas e hortaliças são fontes pobres de proteína, representando cerca de 1 a
2% do peso total.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento
presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Cozzolino, SMF.
Biodisponibilidade de nutrientes. 1 ed. São
Paulo: Manole, 2005; p.736-787.
Gallo, LA. Aminoácidos e
proteínas. Disponível em: www.docentes.esalq.usp.br.
Acessado em 25/11/2012.
Mahan, LK; Stump, SE. Alimentos, nutrição e
dietoterapia. 10 ed. São Paulo: Rocca, 2003. p. 30-64.
Oliveira, JED; Marchini, JS. Ciências
Nutricionais. 3 ed. São Paulo: Sarvier, 2003, p. 71-85.
Paula, FCS de; Santoro, M; Pimenta, AMC;
Maia, ECP. Interações do arsênio (III) com o aminoácido cisteína. Sociedade
Brasileira de Química. Disponível em: www.sbq.org.br
Acessado em: 26/11/2012.
Shils,
ME; Olson, JA; Shike, M; Ross, AC. Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença.
9 ed. São Paulo: Manole, 2003. p.53-70.
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