Segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença Cardiovascular (DCV) é a
principal causa de morte no mundo, perfazendo 30% das mortes globais, taxa
praticamente idêntica à encontrada no Brasil. Mais de 80% das mortes por DCV no
mundo ocorrem em países de média e baixa renda.
Os fatores de risco que estão
associados às doenças cardiovasculares são: sexo, hipertensão
arterial sistêmica (HAS), obesidade, dislipidemia, diabetes melito, elevado
consumo de sódio, inatividade física, tabagismo, antecedentes familiares,
estresse e o uso de anticoncepcionais orais.
Os hábitos alimentares apresentam-se
como marcadores de risco para doenças cardiovasculares, na medida em que o
consumo elevado de colesterol, lipídios e ácidos graxos saturados somados ao
baixo consumo de fibras, participam na etiologia das dislipidemias, obesidade,
diabetes e hipertensão.
Os componentes nutricionais com
maior influência no perfil lipídico de indivíduos saudáveis são: a ingestão de
gordura total, a composição de ácidos graxos da dieta, o colesterol, a fonte de
proteínas animal/vegetal, fibras e compostos fitoquímicos.
Modificações na composição lipídica
da dieta podem promover alterações nos níveis séricos de colesterol, evidenciando
o efeito da dieta nos níveis de colesterol plasmático, que pode ser
significativamente modificado pela quantidade e qualidade dos ácidos graxos
ingeridos.
As dislipidemias podem ser
classificadas, do ponto de vista laboratorial, em:
- hipercolesterolemia isolada (aumento do colesterol total e/ou da fração LDL-colesterol),
- hipertrigliceridemia isolada (aumento dos triacilgliceróis),
- hiperlipidemia mista (aumento do colesterol total e dos triacilgliceróis)
- Diminuição isolada do HDL-colesterol ou associada ao aumento dos triacilgliceróis ou LDL-colesterol.
Os valores de referência para o diagnóstico de dislipidemias em
adultos são: colesterol total >240mg/dL (alto), 200-239mg/dL
(limítrofe); LDL-colesterol >190mg/dL (muito alto); 160-189mg/dL
(alto); 130-159mg/dL (limítrofe); HDL-colesterol <40mg/dL (baixo);
triacilgliceróis >500mg/dL (muito alto), 200-499mg/dL (alto) e
150-200mg/dL (limítrofe).
Entre as estratégias de prevenção primária das doenças cardiovasculares destacam-se as mudanças no estilo de vida, entre elas, a redução na ingestão de gordura saturada, controle do peso corporal e prática de atividade física.
O Comitê sobre Dieta e Saúde do
Conselho de Pesquisa Nacional dos Estados Unidos propõem, entre outras, as
seguintes recomendações:
●
Redução do consumo total de gordura para 30% ou menos do total de calorias;
●
Redução do consumo de ácidos graxos saturados para menos de 10% das calorias e
o consumo de colesterol para menos do que 300mg/dia;
●
Consumo de gordura e colesterol pode ser reduzido pela substituição das carnes
gordas e dos produtos lácteos (derivados do leite integral) por carnes e leites
com menor teor de gordura, e pela limitação na utilização de óleos, gorduras e
alimentos fritos e outros muito gordurosos, escolhendo uma maior quantidade de
hortaliças, frutas e cereais integrais;
●
Consumir todos os dias cinco ou mais porções de uma combinação de hortaliças,
frutas e cereais integrais, especialmente vegetais verdes e amarelos e frutas
cítricas;
●
Aumentar o consumo de amidos e outros carboidratos complexos, consumindo seis
ou mais porções diárias de uma combinação de pães, cereais, e manter o consumo
de proteínas em níveis moderados;
●
Limitar o consumo diário de sal total (cloreto de sódio) a 5g ou menos.
O Comitê também recomenda equilibrar
o consumo de alimentos com a atividade física, de forma a manter o peso
corpóreo adequado e o não consumo de álcool.
A recomendação atual, além de que a
gordura total seja de 25 a 35% das calorias totais, é de que o consumo de
ácidos graxos seja menor que 7% para saturados e até 10% para poliinsaturados e
até 20% para os monoinsaturados. Além do efeito “hipocolesterolêmico” dos
ácidos graxos poliinsaturados w-3 (ácido linolênico) e w-6 (ácido linoléico) em
relação aos ácidos graxos saturados, outros fatores “positivos” com respeito a
cardiopatias isquêmicas atribuídos especificamente aos ácidos graxos w-3, como
a diminuição dos níveis sanguíneos de triglicérides, da agregação plaquetária e
da pressão arterial. Os ácidos graxos monoinsaturados (ácido oléico) modificam
o perfil lipídico, reduzindo o LDL-colesterol (mau colesterol).
A recomendação de ingestão de fibra
alimentar total para adultos é de 20 a 30g/dia, sendo em torno de 25% (6g) de
fibra solúvel. Representadas pela pectina (frutas), pelas gomas (aveia, cevada)
e leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha e ervilha), as solúveis reduzem o
tempo e trânsito gastrintestinal e ajudam na eliminação do colesterol.
A prática regular de atividade
física leve ou moderada numa freqüência de 30 minutos por dia, de forma
contínua ou acumulada, por, pelo menos 4 dias durante a semana, reduzem as
taxas sanguíneas de triglicérides e aumentam os níveis de HDL-colesterol (bom
colesterol).
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
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Sociedade Brasileira
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