Uma modalidade praticada com frequencia
é o treinamento de força (musculação), que objetiva melhora da performance esportiva,
condição física geral e crescimento da massa muscular – hipertrofia – que
ocorre por meio do aumento da secção transversa do músculo, visando obter um
maior número de fibras musculares e alcançar o máximo desenvolvimento destas.
O ganho de massa muscular tem estreita
relação com a predisposição genética e o treinamento realizado, considerando
volume, intensidade, duração, intervalo, velocidade e frequencia do exercício
praticado.
Grande parte do aumento da força
ocorrido no início do treinamento com pesos ocorre por adaptações neurais. Em
um primeiro momento ocorre o aprendizado do exercício. Nesse momento o sistema
nervoso começa a solicitar os músculos envolvidos de maneira coordenada, a fim
de alcançar, como resultado, a sua força máxima.
Outra adaptação que ocorre devido ao
treinamento com pesos é o aumento do volume muscular, ou hipertrofia. A
hipertrofia consiste no aumento da concentração de proteína contrátil no
interior das fibras musculares, o que intensifica o desenvolvimento da força. O
treinamento resulta, geralmente, em um aumento de 20 a 45%, podendo alcançar
até 50%, sendo que esse aumento é idêntico, percentualmente, em homens e
mulheres, caso submetidos ao mesmo programa de treinamento. Esse aumento na
área transversal das fibras musculares ocorre tanto nas fibras de contração
lenta quanto nas fibras de contração rápida, embora possa ser percebido um
maior ganho percentual nas fibras de contração rápida.
Os músculos esqueléticos são compostos
de dois tipos básicos de fibras, as de contração rápida e as de contração
lenta. As fibras de contração rápida fadigam mais rápido que as de contração
lenta, pois as primeiras utilizam fontes anaeróbias como fonte de energia,
tendo como produto resultante o ácido lático, que é responsável pelo
desconforto e fadiga nessas fibras, sendo elas ideais para esportes de alta
intensidade e curta duração, como o levantamento de pesos. Já as fibras de
contração lenta utilizam fontes aeróbias como fonte de energia, o que lhes
garante uma maior duração no tempo de contração, mas com pouca potência, sendo
elas ideais para a prática de esportes como a maratona.
O processo de hipertrofia ocorre
quando a taxa de síntese protéica muscular excede a taxa de degradação,
acarretando um saldo positivo do balanço protéico muscular. O aumento deste
saldo ocorre após uma única sessão de exercício de força, e geralmente é aceito
que o crescimento muscular ocorra após semanas ou meses de treinamento de
força, como conseqüência das elevações crônicas e transitórias na síntese
protéica, que supera a degradação protéica, durante o período de recuperação
entre as sessões consecutivas de treinamento. A duração do aumento no saldo do
balanço protéico é desconhecida; contudo, a síntese protéica muscular pode
permanecer elevada por até 48 horas pós-exercício.
Alimentação
A alimentação de um atleta é
diferenciada dos demais indivíduos em função do gasto energético relevantemente
elevado e da necessidade de nutrientes que varia de acordo com o tipo de
atividade, da fase de treinamento e do momento de ingestão.
Especialistas apontam que a
alimentação é a peça fundamental para o ganho da massa muscular, podendo chegar
a 60% em importância. Porém, existe falta de conhecimento das pessoas em geral,
de que uma alimentação balanceada e de qualidade, a não ser em situações
especiais, atende às necessidades nutricionais de um praticante de exercícios
físicos, inclusive de atletas de nível competitivo.
A alimentação representa um forte
estímulo para tornar este balanço positivo. Na realidade, em um estado não
alimentado, o saldo do balanço protéico é negativo. Uma sessão de exercício de
força aumenta a síntese e a degradação protéica no período pós-exercício, com
um menor grau na degradação de proteína muscular, tendo conseqüentemente como
resultado um balanço menos negativo. Desse modo, a alimentação pós-exercício
torna o saldo positivo, por meio da ingestão de carboidratos e proteínas (vide
post carboidratos e proteínas).
A ingestão de carboidratos
imediatamente após o exercício de força pode aumentar a subsequente ressíntese
de glicogênio quando comparada ao mesmo intervalo de tempo algumas horas
posteriormente ao treino. Similarmente, é possível estimular o crescimento
muscular (minimizando a degradação e/ou maximizando a síntese) por meio da
ingestão de carboidrato e aminoácidos (vide post sobre aminoácidos) após uma
sessão de exercício de força. Este efeito é parcialmente devido a mudanças
estimuladas pela insulina no processo de captação de aminoácidos e síntese
protéica no tecido muscular.
Como uma recomendação prática,
portanto, a alimentação pós-exercício deve inicialmente priorizar a hidratação
do indivíduo, aliada à ingestão de carboidratos (arroz, massas, pão, torrada
integral) e proteínas (carne magra, atum, peito de peru, frango desfiado), na
forma sólida ou líquida, durante os primeiros 30 minutos após o exercício. Cabe
ressaltar que este consumo de proteína pode ser realizado por meio da
utilização de alimentos devido à baixa quantidade a ser ingerida.
Em geral, para um adequado ganho de
massa muscular, os indivíduos devem aumentar o consumo de proteínas e carboidratos,
elevando dessa forma, o consumo de calorias totais. Contudo, para que não haja
aumento simultâneo do percentual de gordura com o elevado consumo de calorias
totais, sugere-se acréscimo calórico criterioso.
Segundo as Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, a ingestão adequada de
proteínas para atletas de força seria de 1,6 a 1,7 gramas por quilo de peso
corporal por dia.
As necessidades nutricionais em termos
calóricos correspondem a um consumo que se situa entre 37 a 41kcal/kg/ de
peso/dia para praticantes de musculação. Dependendo dos objetivos, a taxa
calórica pode apresentar variações mais amplas, com o teor calórico da dieta
situando-se entre 30 e 50kcal/kg/peso/dia.
Para otimizar a recuperação muscular,
recomenda-se que o consumo de carboidratos esteja entre 5 e 8g/kg de peso/dia.
Em atividades de longa duração e/ou treinos intensos, há necessidade de até
10g/kg de peso/dia para a adequada recuperação do glicogênio muscular e/ou
aumento da massa muscular.
Hernandez et al. sugerem
que um adulto necessita diariamente de cerca de 1g de gordura por kg/peso
corporal, o que significa 30% do valor calórico total (VCT) da dieta. Para os
atletas, tem prevalecido a mesma recomendação nutricional destinada à população
em geral.
A eficácia da ingestão balanceada de
alimentos ricos nos diversos macronutrientes (carboidratos, lipídios e
proteínas), micronutrientes (vitaminas e minerais) e líquidos, baseada em uma
correta educação alimentar, garante ao praticante de atividades físicas
condições adequadas para preservar a saúde e melhorar seu rendimento.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
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TE; Monomi, PY. Conhecimento nutricional de praticantes de musculação de uma
academia da cidade de São Paulo. Brazilian Journal of Sports Nutrition 2013, v.2, n.2, p.24-36.
Amorim, DP. Motivação à prática de musculação
por adultos jovens do sexo masculino na faixa etária de 18 a 30 anos. [Trabalho
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necessidades energéticas. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. 1
ed. Baureri, São Paulo: Manole, 2005, p. 246-277.
Menon, D; Santos, JS. Consumo de proteína por
praticantes de musculação que objetivam hipertrofia muscular. Rev. Bras Med
Esporte 2012, v.18, n.1, p.8-12.
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MR; Rogero, MM. Crescimento Muscular. Nutrição, metabolismo e suplementação na
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