Os
dentes estão presentes na cavidade oral desde o processo embrionário e começam
sua formação em torno da sexta semana de gestação, quando células da cavidade
oral diferenciam-se para formar a lâmina dental, que é o local onde irão brotar
os dentes.
Este processo continua até sua
formação completa na adolescência, entretanto os dentes só irrompem o epitélio
oral por volta do sétimo mês de vida humana.
A nutrição relaciona-se com os
dentes de modo sistêmico, isto é, agindo na sua formação e crescimento e
determinando, posteriormente, que tipo de resposta eles terão, se mais ou menos
resistentes, à ação da placa bacteriana.
Por outro lado, o alimento
relaciona-se com os dentes de modo tópico, isto é, pelo seu contato com os
dentes, influenciando, de acordo com a sua composição química e característica
física, a formação e o metabolismo da placa bacteriana. Neste caso, para se
conservar uma arcada dentária em posição perfeita é preciso garantir uma
higiene bucal adequada, cuidados periódicos nos dentes que apresentem alguma
alteração clínica e avaliações preventivas. Estas precauções associadas à
formação e crescimento adequados, é que garantem a fisiologia dos dentes,
permitindo o bom desempenho de todas as funções estéticas, fonéticas,
preventivas e de mastigação, esta última exercendo um papel importante no
processo digestivo.
Mastigação
A mastigação é uma das relevantes
funções desempenhadas pelos dentes e possui grande importância com os alimentos
em seu processo digestivo.
Atualmente a sociedade civilizada
cada dia necessita menos do aparelho mastigatório para moer os alimentos, pois
desde o nascimento ingerem mamadeiras e papinhas e mais tarde purê e
hambúrguer, todos alimentos praticamente triturados que facilitam a deglutição
sem necessidade de mastigação. Com isso, não se exercita a função, tornando-se
a mastigação apenas movimentos de abertura e fechamento da boca.
Mesmo que atualmente existam
alimentos que necessitem pouca ou nenhuma exigência mastigatória, evidências
mostram os efeitos benéficos de uma mastigação vigorosa sobre o crescimento e
manutenção dos tecidos bucais.
Na mastigação
ocorre a quebra e a trituração, em pedaços menores dos alimentos ingeridos. As
enzimas digestivas (presentes na saliva) ajudam produzir moléculas cada vez
menores, que serão, por sua vez, mas facilmente aproveitadas pelo organismo.
Qualquer que seja o alimento, a mastigação sempre auxilia no processo
digestivo, evitando transtornos tão frequentes, como azia, má digestão
etc. Portanto, é fundamental
cuidarmos da função da mastigação.
Se você é dos que come rapidamente, uma dica é
triturar os alimentos muito bem antes de engoli-los e isso só se consegue
reservando um tempo mínimo para as refeições. Conquiste uma rotina de horário
regular para suas refeições. No começo pode ser difícil, mas com o tempo você
vai se acostumar.
Nutrição e os Dentes
Os nutrientes alimentares tem
influência no desenvolvimento e manutenção dos tecidos moles e no osso que
sustenta os dentes.
A saúde periodontal, assim como toda
a saúde do corpo depende do sistema imunológico, que se relaciona com uma boa
nutrição.
No caso de doença periodontal
(doença da gengiva), deficiências nutricionais podem comprometer a resistência
imunológica do hospedeiro, assim como ocorre em outras patologias.
Do mesmo modo que a nutrição, alguns
fatores dietéticos contribuem para o crescimento de bactérias e formação da
placa bacteriana, como os açúcares simples que fermentam, alimentos de
consistência muito macia além de inadequada higiene bucal. Uma dieta rica em
fibras e alimentos consistentes tem influência benéfica no periodonto (tudo que
fica ao redor do dente). Uma mastigação vigorosa, além do estímulo da salivação
aumenta a circulação no periodonto, fortalece os ligamentos periodontais e pode
aumentar a densidade do alvéolo ósseo.
Uma boa alimentação dá aos tecidos
da gengiva e aos dentes os nutrientes e minerais de que necessitam para
permanecerem fortes e resistirem às infecções que podem levar à gengivite, entre
uma série de outros benefícios.
Cada alimento contribui para a saúde bucal: os fibrosos (como
as verduras e frutas) ajudam a limpar os dentes e os tecidos gengivais; o leite
e o queijo elevam o pH na boca, reduzindo a exposição dos dentes ao ácido, e,
como são ricos também em cálcio e fosfato, ajudam na remineralização; o arroz e
o feijão, após o cozimento, retém uma boa quantidade de flúor na saliva,
protegendo os dentes contra cárie; e os alimentos mais duros, como maçã e
cenoura, promovem a limpeza dos dentes durante a mastigação. Vitaminas, sais
minerais, cálcio, fósforo e níveis adequados de flúor também são importantes
aliados para uma boca saudável.
Alguns estudos procuram mostrar a ação
detergente de certos alimentos na remoção da placa, como a maçã, cenoura e aipo
através da fricção destes alimentos no tecido oral. Os resultados obtidos até o
momento não evidenciam esta ação descrita ser tão eficaz como se pensa, mas
acredita-se que mesmo não havendo a remoção da placa, estes alimentos fibrosos
servem como “limite” na prevenção de seu acúmulo.
Alimentos como o queijo, amendoim,
castanha de caju, coco, nozes apresentam outra função que é ajudar na prevenção
de cáries e doença periodontal, ou ambas, pois estimulam a secreção salivar uma
vez que necessitam de uma maior mastigação, contribuindo para troca de íons com
o esmalte do dente, promovendo a remineralização e proteção dos dentes com seu
efeito tampão.
Mas há também alimentos cuja ingestão indiscriminada pode ser
prejudicial para a saúde bucal. A sacarose (açúcar de mesa) está associada ao
surgimento da cárie, embora glicose e maltose pareçam ser igualmente nocivas, e
merece atenção especial.
A quantidade de
açúcar consumida é menos importante que a frequência – então, todo o cuidado é necessário com alimentos ricos em sacarose. O melhor sempre é limitar sua ingestão. Essa é uma forma de
reduzir a incidência de cárie.
Os açúcares e amidos, que fazem parte
de vários tipos de lanches – como bolachas, biscoitos, doces, frutas secas,
refrigerantes e batata frita –, combinam-se com a placa bacteriana, produzindo
substâncias ácidas que atacam o esmalte do dente e podem levar à cárie.
Ao consumir alimentos e bebidas que contém açúcar e amido, as
bactérias da placa produzem ácidos que atacam os dentes durante 20 minutos ou
mais. O mais aconselhável é consumir alimentos nutritivos como queijo, verduras
cruas, iogurte natural e frutas.
Qualquer modificação que
ocorra na cavidade oral associa-se com mudanças nos hábitos alimentares e em
geral alterações na ingestão de nutrientes, pois ocorre uma mudança na
eficiência mastigatória.
É importante, portanto,
o cuidado da saúde oral e da alimentação para que um fator não interfira no
outro, prevenindo o aparecimento de doenças.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
A
sua boca é o que você come. Associação Brasileira de Odontologia. Disponível
em: www.abo.org.br Acessado em: 13/05/2013.
Castro, AGP; Amancio, OMS. Nutrição e fisiologia
dos dentes. Rev
Soc Bras Alim Nutr 2000; v.19/20: p.87-104.
Tosatti,
AM. Mastigar bem os alimentos ajuda na digestão e previne doenças. Disponível
em: www.nutrociencia.com.br
Acessado em: 13/05/2013.
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