A
alimentação tem papel fundamental no tratamento do autismo. Alimentos como o
glúten, a proteína do leite e a soja podem intensificar os sintomas autísticos.
Quando esses alimentos são retirados, geralmente melhora-se o estado geral:
melhora a concentração, diminui a hiperatividade, a cognição e a socialização.
Isso ocorre porque a grande maioria dos autistas, apresentam deficiência
enzimática, principalmente da enzima dipeptidilpeptidase IV (DPPIV),
responsável por hidrolisar (quebrar) essas proteínas. Além disso, costumam
apresentar disbiose e hipermeabilidade intestinal e dessa maneira, esses
peptídeos (fragmentos de proteínas) acabam passando pela membrana intestinal,
caindo na corrente sanguínea, atravessando a barreira hematoencefálica e
chegando ao cérebro, agindo como drogas opióides semelhantes a heroína e
morfina.
À vezes pode parecer difícil a
retirada do glúten, leite e seus derivados pois muitos autistas apresentam
seletividade alimentar e os pais alegam o que eles mais gostam de comer são
justamente alimentos ricos em glúten e leite. Como toda droga, esses alimentos
parecem causar prazer e por isso a dificuldade em substituí-los. Os corantes e
glutamato monossódico também devem ser retirados do cardápio pois já existem
vários estudos demonstrando que causam hiperatividade. Os rótulos jamais devem
ser ignorados.
O primeiro passo a ser tratado nos
autistas é o sistema gastrointestinal. Verificar presença de fungos e leveduras
através de exame coprocológico funcional com cultura e no caso de positivo, a
dieta precisará ser ainda mais restritiva, evitando os doces e carboidratos
simples em geral, pois estes, alimentam os fungos. É importante a prescrição de
ômega-3 de qualidade indicados por um nutricionista, já que muitos, apresentam
contaminação por metais pesados e/ou não possuem as quantidades adequadas de
DHA e EPA; manipulação de lactobacillus e multivitamínicos de acordo com as
necessidades de cada um.
A dieta deve ser seguida 100% por
pelo menos 6 meses sem escapulidas para observar os resultados. Tenho uma filha
de 7 anos que há 4 anos está no tratamento biomédico (dieta sem glúten, leite,
soja, corantes e edulcorantes) e suplementos nutricionais. Atualmente ela toma
DHA, lactobacillus manipulado e pool de vitaminas, minerais e antioxidantes e
os resultados são maravilhosos! O tratamento biomédico foi um divisor de águas
na vida da minha filha Giulia e de muitos dos meus “Anjinhos Azuis”.
É indispensável o acompanhamento de
um nutricionista. Sempre aplico um questionário (anamnese) aos pais para
conhecer a fundo o histórico de cada um. O tratamento precisa ser
individualizado, pois cada indivíduo é único, assim como todo autista e é
preciso respeitar a sua bioquímica.
O autismo não tem cura, mas tem
tratamento e este pode oferecer excelente qualidade de vida aos nossos
autistas.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores
físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Texto
elaborado por: Dra Jaqueline Araujo (CRN4
11101020)
Nutricionista Clínica Funcional e
Ortomolecular.
Nutricionista Esportiva.
Especialista no Tratamento Biomédico do
Autismo (DAN!) – Autism
Research Institute.
Membro do Institute for Functional
Medicine.
Consultório:
Av. das Américas, 500 Bloco 21 Sala 247
Barra da Tijuca –RJ
Tel: (21) 3153-7561/ (21) 8031-9993
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