segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Alimentação no Autismo



A alimentação tem papel fundamental no tratamento do autismo. Alimentos como o glúten, a proteína do leite e a soja podem intensificar os sintomas autísticos. Quando esses alimentos são retirados, geralmente melhora-se o estado geral: melhora a concentração, diminui a hiperatividade, a cognição e a socialização. Isso ocorre porque a grande maioria dos autistas, apresentam deficiência enzimática, principalmente da enzima dipeptidilpeptidase IV (DPPIV), responsável por hidrolisar (quebrar) essas proteínas. Além disso, costumam apresentar disbiose e hipermeabilidade intestinal e dessa maneira, esses peptídeos (fragmentos de proteínas) acabam passando pela membrana intestinal, caindo na corrente sanguínea, atravessando a barreira hematoencefálica e chegando ao cérebro, agindo como drogas opióides semelhantes a heroína e morfina.



      À vezes pode parecer difícil a retirada do glúten, leite e seus derivados pois muitos autistas apresentam seletividade alimentar e os pais alegam o que eles mais gostam de comer são justamente alimentos ricos em glúten e leite. Como toda droga, esses alimentos parecem causar prazer e por isso a dificuldade em substituí-los. Os corantes e glutamato monossódico também devem ser retirados do cardápio pois já existem vários estudos demonstrando que causam hiperatividade. Os rótulos jamais devem ser ignorados.

      O primeiro passo a ser tratado nos autistas é o sistema gastrointestinal. Verificar presença de fungos e leveduras através de exame coprocológico funcional com cultura e no caso de positivo, a dieta precisará ser ainda mais restritiva, evitando os doces e carboidratos simples em geral, pois estes, alimentam os fungos. É importante a prescrição de ômega-3 de qualidade indicados por um nutricionista, já que muitos, apresentam contaminação por metais pesados e/ou não possuem as quantidades adequadas de DHA e EPA; manipulação de lactobacillus e multivitamínicos de acordo com as necessidades de cada um.

        A dieta deve ser seguida 100% por pelo menos 6 meses sem escapulidas para observar os resultados. Tenho uma filha de 7 anos que há 4 anos está no tratamento biomédico (dieta sem glúten, leite, soja, corantes e edulcorantes) e suplementos nutricionais. Atualmente ela toma DHA, lactobacillus manipulado e pool de vitaminas, minerais e antioxidantes e os resultados são maravilhosos! O tratamento biomédico foi um divisor de águas na vida da minha filha Giulia e de muitos dos meus “Anjinhos Azuis”.

      É indispensável o acompanhamento de um nutricionista. Sempre aplico um questionário (anamnese) aos pais para conhecer a fundo o histórico de cada um. O tratamento precisa ser individualizado, pois cada indivíduo é único, assim como todo autista e é preciso respeitar a sua bioquímica.

       O autismo não tem cura, mas tem tratamento e este pode oferecer excelente qualidade de vida aos nossos autistas.


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Texto elaborado por: Dra Jaqueline Araujo (CRN4 11101020)



      Nutricionista Clínica Funcional e Ortomolecular.
      Nutricionista Esportiva.
       Especialista no Tratamento Biomédico do Autismo (DAN!) –                 Autism Research Institute.
        Membro do Institute for Functional Medicine.
Consultório: Av. das Américas, 500 Bloco 21 Sala 247
                      Barra da Tijuca –RJ
                      Tel: (21) 3153-7561/ (21) 8031-9993
                       www.jaqueline.nutricao.inf.br

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