A origem do câncer de mama é
multifatorial. Além de fatores reprodutivos, que podem contribuir em até 30%
dos casos de câncer de mama, sabe-se que o sedentarismo, juntamente com a
obesidade e hábitos alimentares inadequados podem aumentar esse risco em 40%.
Possuem risco aumentado as mulheres
com história de menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12
anos), menopausa tardia (instalada após os 50 anos de idade), primeira gravidez
após os 30 anos, mulheres sem filhos e terapia de reposição hormonal pós-menopausa,
principalmente se prolongada por mais de 5 anos.
O sintoma mais comum de câncer de
mama é o aparecimento de nódulo, geralmente sem dor duro e irregular, mas há
tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais
de câncer de mama são inchaço cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea;
dor; inversão do mamilo, hiperemia (aumento do volume de sangue em determinado
local do organismo), descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar,
quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é
transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos
vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.
A alimentação baseada com consumo
de frutas, vegetais, grãos integrais e outras plantas parecem atuar na
prevenção e controle, minimizando o impacto do acometimento por essa doença, em
decorrência de muitos compostos fitoquímicos, nutrientes ou não nutrientes, que
são excelentes agentes quimiopreventivos, frequentemente encontrados nesses
alimentos.
A prevenção primária dessa neoplasia
ainda não é totalmente possível devido à variação dos fatores de risco e às
características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. Entretanto a
gênese e progressão do câncer de mama parecem estar extremamente relacionadas a
hábitos alimentares, consumo de gorduras, carnes, produtos lácteos, frutas,
vegetais, fibras, fitoestrógenos, e outros componentes dietéticos.
A quimioterapia, de forma geral,
promove o aparecimento de sérios efeitos colaterais em mulheres com neoplasia
mamária, como a fadiga, náuseas, vômitos, alterações na função intestinal e
alteração na percepção do paladar. Em consequência, essas pacientes podem
apresentar diminuição da ingestão e inadequação do consumo alimentar.
As escolhas alimentares de pacientes com neoplasia mamária podem ser alteradas quando, em função dos efeitos colaterais resultantes do tratamento quimioterápico, ocorre rejeição a determinados alimentos e bebidas, conhecida como aversão alimentar adquirida.
A gordura, entre os fatores da
dieta, certamente é um dos principais nutrientes que podem estar associados a
carcinogênese. Evidências epidemiológicas indicam que a maior disponibilidade de lipídios está associada à maior incidência de câncer de mama.
O consumo de leite integral, queijos amarelos (prato e mussarela) e nata tem
sido associado ao desenvolvimento do câncer de mama, em função do elevado
conteúdo de gordura saturada e colesterol.
Na última década, estudos
demonstraram atividade anticarcinogênica evidente nas três fases da
carcinogênese (iniciação, promoção e progressão) e o consumo de ácido linoléico
conjugado (CLA). Os possíveis mecanismos responsáveis
pela inibição da carcinogênese pelo CLA incluem: a redução da proliferação
celular, alteração nos componentes do ciclo celular, e mediação na inibição da
apoptose. Além disso, o CLA modula marcadores do sistema imune e a formação de
ecosanoides, atuando no metabolismo lipídico e na expressão genética.
Alimentação x Câncer
de mama
Vitaminas e Minerais: Entre
os micronutrientes mais investigados por sua atuação quimiopreventiva na
formação do câncer de mama, é importante ressaltar as vitaminas antioxidantes,
ou seja, as vitaminas A, C e E, assim como os minerais ácido fólico e selênio. Alguns
estudos epidemiológicos demonstraram que mulheres com uma dieta rica em frutas
e vegetais têm um risco reduzido de desenvolverem câncer de mama, pois uma das
ações das vitaminas e minerais é a defesa contra o estresse oxidativo, que é um
dos responsáveis por danos ao DNA, inibindo o crescimento de células mamárias
cancerígenas.
Alimentos vegetais: Ter uma dieta rica em vegetais e frutas está associada à boa saúde. Porém, isto poderá diminuir os riscos de câncer de mama? Não há fortes evidências que o consumo de certos vegetais ou frutas diminuirão o risco de um câncer. No entanto, os nutrientes das hortaliças e frutas possuem quantidades de antioxidantes que contribuem na proteção do organismo contra os danos causados pelo estresse oxidativo e, com isso, podem auxiliar na redução do risco de adquirir câncer de forma geral. Além disso, estes grupos de alimentos fornecem menores quantidades de calorias, mais fibras e auxiliam na manutenção de peso saudável. Portanto, também podem contribuir na redução do risco de desenvolver o câncer de mama. Além disso, a recomendação da Sociedade Americana de Câncer é consumir cinco porções de frutas e hortaliças ao dia.
Vegetais crucíferos: Brócolis, repolho, couve, couve-flor e couve de Bruxelas são boas fontes de nutrientes – como vitamina C, carotenóides-precursores de vitamina A, fibras, cálcio e ácido fólico – além de conterem substâncias chamadas fitoquímicos, em que pesquisas apontam como fator protetor nas neoplasias mamárias. Também contém compostos bioativos chamados isotiocianatos, incluindo sulforafano e indol-3-carbinol (I3C), possíveis agentes anticancerígenos. Os primeiros estudos têm mostrado que essas substâncias podem atuar como antioxidantes, aumentar as enzimas de desintoxicação no corpo, alterar os níveis de estrogênio no organismo e auxiliar na redução do risco de câncer de mama.
Fibras: Atualmente, os estudos sugerem que um
aumento do consumo de fibras, ou seja, frutas, vegetais e grãos integrais,
podem reduzir o risco do câncer de mama. É fato que dietas ricas em fibras
ajudam na melhora da mucosa intestinal e podem contribuir no aumento da
excreção de estrogênio, porém ainda necessita-se de outras comprovações
científicas.
Carne Vermelha: Embora pesquisas não tenham sido hábeis em mostrar conexão direta entre o câncer de mama e a carne vermelha, o alto consumo deste alimento, que também é rico em gordura, poderá contribuir para o ganho de peso, um dos fatores de risco para o desenvolvimento da doença. O excesso de consumo de gorduras saturadas tem sido relacionado não só com o aumento do risco em desenvolver diversos tipos de câncer, assim como também de doenças cardiovasculares. Por este motivo, o Instituto Americano de Pesquisas em Câncer (AICR) recomenda o consumo limitado de carnes vermelhas, com 300 gramas por semana.
Gorduras: Evidências científicas correlacionam o consumo excessivo de gorduras com o aumento dos índices de câncer de mama, especialmente na pós-menopausa, quando há maior correlação entre o teor de gordura da dieta e os níveis séricos de estradiol, que é o hormônio sexual.
Ômega 3 (n-3): Estudos experimentais têm indicado que
os ácidos graxos poliinsaturados n-3 podem inibir a formação do câncer de mama,
pois competem com os ácidos graxos n-6 na membrana celular, exercendo um efeito
inibidor da proliferação celular em tecido mamário. Contudo, esta teoria
precisa ser mais bem estudada para que se possa comprovar o seu benefício na
redução deste tipo de câncer.
Ingestão de álcool: O consumo regular de álcool apresenta
relação direta em aumentar o risco de câncer de mama, especialmente em mulheres
com baixa ingestão de ácido fólico (que estão presentes em vegetais de folhas
verde-escuras, feijões, germe de trigo, peixes, dentre outros).
Uma alimentação adequada com consumo
abundante e variado de verduras e frutas, produtos lácteos, de preferência os
de baixo teor de gordura, e de soja, assim como o consumo reduzido de carnes
vermelhas e/ou submetidas à fritura ou defumadas, contribui para a prevenção do
câncer de mama.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Alimentação saudável após o tratamento do
câncer de mama. Sociedade Brasileira de Mastologia. Disponível em: www.sbmastologia.com.br Acessado em:
28/02/2013.
Anjos, JC dos; Hofelmann, DA. Consumo
alimentar e câncer de mama em mulheres de Joinville: um estudo caso-controle. Rev Bras Cancerologia 2011, v.57, n.2, p.177-187.
Como os alimentos podem ajudar na prevenção
do câncer de mama. Disponível em: www.einstein.br
Acessado em: 28/02/2013.
Nunes, LC et al. Consumo alimentar e câncer de mama: revisão de estudos
publicados entre 2000 e 2008. Rev APS 2009, v.12, n.3, p.328-338.
Programa Nacional de Controle do Câncer de
Mama. Disponível em: www.inca.gov.br
Acessado em: 28/02/2013.
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