quinta-feira, 10 de abril de 2014

Fibromialgia e Nutrição

A alimentação adequada pode ser um remédio para quem sofre de doenças crônicas como a fibromialgia, condição caracterizada por dores musculares e articulares generalizadas e que afeta de 2% a 4% da população, especialmente mulheres. Isso ocorre porque certos nutrientes são responsáveis pela síntese dos neurotransmissores (mensageiros cerebrais) associados à sensibilidade, à dor e à sensação de bem-estar.
       Um dos itens que não podem faltar no prato de quem sofre de dor crônica é o triptofano, aminoácido responsável pela síntese de serotonina. Ele é encontrado em alimentos como carnes magras, leite desnatado e banana.

      Outro elemento importante nesse processo é o carboidrato. "É recomendável que 50% a 60% da ingestão calórica diária seja composta por carboidratos, presentes nas frutas, pães, batata e cereais, de preferência os integrais", diz. O açúcar pode até provocar uma sensação imediata de energia, mas o pico nos níveis de glicose no sangue depois leva à sensação de fadiga e moleza.

    Também é recomendada a ingestão de alimentos ricos em magnésio (como espinafre, soja, caju, aveia e tomate), ácido fólico (laranja, maçã e folhas verdes), cálcio (leite, iogurte e queijos magros) e selênio (castanhas, nozes, atum e semente de girassol).

    Alguns alimentos considerados com alto poder de alergenicidade como ovos, nozes, produtos lácteos e carne vermelha devem ser evitados pelos pacientes que sofrem de fibromialgia. Outras substâncias que merecem cuidados são aquelas com alta concentração de açúcar, como: chocolates, bebidas alcoólicas e cafeína (chá preto e chá mate). Estes alimentos podem aumentar a fadiga, dor muscular e interferir nos padrões normais do sono.

    Por conta do uso prolongado de medicamentos analgésicos, utilizados a fim de aliviar as dores, recomenda-se que estas pessoas aumentem a ingestão alimentos fonte de ácido ascórbico (vitamina C) e potássio. Também importante, são os alimentos fonte de cálcio e magnésio, já que estes atuam melhorando a contração muscular e transmissão de impulsos nervosos.

   Vale lembrar que o efeito desses nutrientes não é imediato e a alimentação é apenas um dos pilares do tratamento. No caso de quem sofre de fibromialgia, comer adequadamente ainda é útil para combater o excesso de peso pois é comum os pacientes engordarem por causa dos remédios, ou pela falta de atividade física induzida pela dor.

   A doença não tem uma causa definida. Pode ser provocada por distúrbios infecciosos, reumatológicos, neurológicos e mesmo psiquiátricos, como distúrbios de ansiedade. O tratamento é multidisciplinar e engloba medicamentos como antidepressivos e analgésicos, além de psicoterapia e atividade física.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Texto elaborado por: Camila Prospero

Nutricionista e mestre em Ciências da Saúde pela FMUSP.

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