A composição da microbiota
intestinal depende de diversos fatores ainda pouco conhecidos. Sabe-se que alterações significativas na microbiota
intestinal humana estão associadas com o aumento da obesidade e desenvolvimento
de diabetes na vida adulta, além da relação com diversos sinais e sintomas.
Portanto, é fundamental saber quais os gatilhos que influenciam no
desenvolvimento da microbiota intestinal.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização de
Agricultura e Alimentos (OAA) definem probióticos como: “microrganismos vivos,
que quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde
do hospedeiro” (JOINT FAO/WHO, 2002).
A colonização bacteriana do intestino começa imediatamente
após o parto, essas bactérias são provenientes principalmente da flora vaginal
e fecal da mãe no parto normal, já os recém-nascidos por
cesárea são colonizados pelas bactérias presentes no ambiente (MORAIS; JACOB, 2006).
Diversos estudos relatam a importância de uma microbiota
intestinal saudável para prevenção e tratamento de doenças e que o
desequilíbrio na microbiota está relacionado com o desenvolvimento de doenças (CLEMENTE,
2012). Round & Mazmanian (2009) colocam que o sistema
imunológico é influenciado pela colonização bacteriana do intestino e
influenciam também no desenvolvimento de doença inflamatória do intestino. Ley (2010) e Pflughoeft e Versalovic (2012) relatam que alterações significativas na microbiota
intestinal estão associadas com o aumento da obesidade e desenvolvimento de
diabetes.
A influência da microbiota intestinal na
saúde humana é contínua desde o nascimento até a velhice. A microbiota materna
pode influenciar tanto o ambiente intrauterino e pós-natal na saúde do feto.
Fatores nutricionais e ambientais têm sido estudados perante a relação com o
desenvolvimento de um intestino saudável. A microbiota intestinal é importante
para manter os processos fisiológicos normais ao longo da vida.
Fatores ambientais extrínsecos (como o uso de
antibióticos, dieta, estresse, doenças e ferimentos) e o genoma do hospedeiro
podem influenciar diretamente na composição da microbiota intestinal, com
implicações para a saúde humana. O desequilíbrio da microbiota intestinal, mais
conhecido como disbiose, pode levar a ao desenvolvimento de diversas doenças
(Figura 1), incluindo (A) doença inflamatória do intestino, o câncer do cólon,
e síndrome do intestino irritável; (B) úlceras gástricas, doença hepática gordurosa
não alcoólica e obesidade e síndromes metabólicas; (C) a asma, atopia, e
hipertensão; e (D) o humor e o comportamento por meio de sinalização hormonal,
por exemplo, o GLP-1 (NICHOLSON et
al, 2012).
Figura
1 – Fatores que podem influenciar na microbiota intestinal humana (NICHOLSON et al, 2012).
Como modular a
microbiota?
A utilização de suplementos com
cepas de pré e probióticos já é muito utilizada por nutricionistas funcional e
estudos demonstram excelentes resultados na nossa saúde.
Uma alimentação equilibrada, rica em
fibras (FOS), pobre em produtos industrializados e açúcares é fundamental para
melhorar a sua saúde intestinal. Diversos alimentos tem ação na modulação da
microbiotaintestinal como a batata yacon e biomassa de banana verde.
Outros fatores devem ser
considerados como estresse, poluição, hereditariedade e estilo de vida para a
modulação da microbiota intestinal.
Texto elaborado por: Nutricionista
Fernanda Piazera
Formada em
Nutrição pela Universidade Regional de Blumenau – FURB e Pós-graduanda em
Nutrição Clínica Funcional pela VP Consultoria (UNICSUL/SP).
Atualmente
atua na área de Nutrição Clínica com ênfase em Nutrição Funcional.
As
informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento
presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas,
psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente,
para seu conhecimento.
Referências:
CLEMENTE, J. C.,
URSELL, L. K., PARFREY, L. W., KNIGHT, R. The impact of the gut microbiota on
human health: an integrative view. Cell, v. 148, n. 6, p. 1258-1270, 2012.
JOINT FAO/WHO Food and Agricultural
Organization/World Health Organization Guidelines for the Evaluation of
Probiotics in Food. London, Ontario, Canada. 11 p. April 30 and May 1, 2002.
LEY, R. E. Obesity and
the human microbiome. Current
opinion in gastroenterology, v. 26, n. 1, p. 5-11, 2010.
MORAIS, M. B.; JACOB, C. M. A.; O papel dos probióticos e
prebióticos na prática pediátrica. J.
Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre , v. 82, n.
5, supl. Nov. 2006.
NICHOLSON, Jeremy K. et al. Microbiota Host-gut interações
metabólicas.Ciência , v
336, n. 6086, p. 1262-1267, 2012.
PFLUGHOEFT, K.; VERSALOVIC, J. Human microbiome in
health and disease. Annu Rev
Pathol 7: 99–122. 2012.
ROUND, J. L.; MAZMANIAN, S. K. The gut microbiota shapes intestinal
immune responses during health and disease. Nature
Reviews Immunology, v. 9, n. 5, p. 313-323, 2009.
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