Os compostos fenólicos são
originados do metabolismo secundário das plantas, derivados dos aminoácidos
aromáticos fenilalanina e também da tirosina. Quimicamente, os compostos
fenólicos podem ser definidos como substâncias que possuem um anel aromático
contendo um ou mais grupo hidroxila, incluindo seus derivados. Existe uma
grande variedade de compostos fenólicos, incluindo os fenois simples, derivados
do ácido benzoico, ligninas e flavonoides entre outros.
Os flavonoides são uma classe muito
extensa de produtos naturais distribuídas no reino vegetal. Estão presentes em
todas as partes das plantas, desde as raízes até as flores e frutos, sendo
encontrados nos vacúolos das células. Ocorrem de forma livre (aglicona) ou
ligados a açúcares (glicosídeos). Muitos são coloridos (amarelos), atuando na
atração de insetos para a polinização das plantas. Essa ampla classe de
substâncias de origem natural, cuja síntese não ocorre na espécie humana,
possui importantes propriedades farmacológicas que atuam sobre o sistema
biológico, tais como ação antioxidante, antiinflamatória, antialérgica,
antiviral e anticarcinogênica.
Os flavonoides são classificados em
10 classes de compostos, de acordo com seu processo de formação: antocianinas,
leucoantocianidinas, flavonois, flavonas, glicoflavonas, biflavonilas,
chalconas, auronas, flavanonas e isoflavonas.
A subclasse dos flavonois é a mais abundante, em que a quercetina, o caempferol e a miricetina são os mais comumente encontrados em frutas e hortaliças. As flavanonas são encontradas predominantemente em frutas cítricas e as flavonas são encontradas em ervas aromáticas e grãos de cereais. Os flavonois são encontrados em grande quantidade nos chás (verde e preto) e no vinho tinto, mas podem também ser encontrados em frutas. As isoflavonas ocorrem em leguminosas, como soja e sementes oleaginosas. As antocianinas são responsáveis pelas colorações rosa, laranja, vermelha, violeta e azul, variando de acordo com o pH e presença de outros pigmentos, estando presentes em uvas, morangos e frutas vermelhas em geral.
Dentre os interesses farmacêuticos,
os flavonoides têm lugar de destaque devido às propriedades antitumorais,
antialérgicos, antiinflamatórios e antivirais, sendo atualmente estudados no
combate à AIDS.
Os flavonoides podem estar relacionados com a prevenção/melhoria de diversas doenças, incluindo a síndrome metabólica e as doenças associadas, como diabetes e hipertensão. Evidências apontam para efeitos benéficos do consumo de flavonoides na diminuição do risco de obesidade, hipertrigliceridemia, hipertensão, hipercolesterolemia, e resistência à insulina.
Acredita-se que os flavonoides quando ingeridos de forma regular através da alimentação diária, podem auxiliar na prevenção de doenças do sistema cardiovascular. Esses compostos são muito importantes para o sistema circulatório, uma vez que regulam a permeabilidade capilar, impedindo a saída de proteínas e células sanguíneas, permitindo o fluxo constante de oxigênio, dióxido de carbono e de nutrientes essenciais.
Estudos demonstraram que a ingestão de flavonoides está associada com redução do risco de doenças cardiovasculares, por meio da prevenção da oxidação de LDL-colesterol (lipoproteína de baixa densidade) e diminuição da agregação plaquetária.
No entanto, apesar de terem alguns mecanismos moleculares descritos, ainda são necessários mais estudos para compreender seus mecanismos de ação. Estas dificuldades são explicadas pelas relações complexas entre os fatores de risco de doenças, os múltiplos alvos biológicos que controlam esses fatores de risco e o número elevado de flavonoides (incluindo os seus metabólitos) presentes na dieta.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
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saúde humana. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em:
05/06/2014.
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Vila, FC. Identificação dos flavonoides com
atividade antioxidante da cana-de-açúcar. [Dissertação de Mestrado]. Universidade
de São Paulo – USP, 2006.
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