O sistema imune de mamíferos inclui
um complexo conjunto de células e de moléculas que interagem para fornecer a
proteção contra micróbios patogênicos (bactérias, vírus e parasitas). Esse
sistema compreende dois componentes principais: o sistema imune inato e o
adquirido.
A defesa inata está presente
desde o nascimento, não é específica e pode responder aos diferentes agentes da
mesma forma sem produzir células de memória. Compreende barreiras estruturais
(pele e membranas mucosas) e fisiológicas (pH e níveis de oxigênio). Em adição,
células fagocitárias e as células natural
killer (NK), estão envolvidas diretamente na fagocitose, morte celular e
resposta inflamatória. Tais processos não são influenciados
pelo contato prévio com o agente infeccioso e formam a primeira linha de defesa
do organismo, eliminando células infectadas por vírus e células tumorais,
retardando o estabelecimento da infecção.
As células de
maior destaque na resposta imune inata são os neutrófilos e macrófagos. Os
macrófagos produzem, proteínas sinalizadoras que recrutam outras células
inflamatórias, como os neutrófilos, durante o desencadeamento da resposta
imune. Interferons, interleucinas e o fator de necrose tumoral (TNF-α e TNF-β)
são as principais citocinas envolvidas na resposta imune.
A resposta imune
adquirida atua por maior período do que a inata e apresenta especificidade
e memória. Essa defesa fornece uma proteção mais efetiva contra patógenos por
sua habilidade de memorizar e reconhecer expressivo número de antígenos. É
composta por células de memória B e T. As células B contribuem para a resposta
imune por meio da secreção de anticorpos ou imunoglobulinas que são subdividas
em cinco classes: IgA, IgD, IgE, IgG, IgM (imunidade humoral) e as células T,
na imunidade mediada por células. As células T apresentam-se em populações funcionais
distintas: células T helper (CD4) e células T citotóxicas (CD8 –
divididas em citotóxicas e supressoras).
Para que as reações do sistema
imunológico funcionem e combatam as infecções precisamos de energia e dos
nutrientes fornecidos por uma boa alimentação: aminoácidos essenciais, ômega-3,
vitamina A, ácido fólico, vitamina B12,
Vitamina C, E, zinco, cobre, ferro e selênio, probióticos para a formação de
células entre outras substâncias envolvidas na defesa do nosso organismo.
Os probióticos são
componentes funcionais que têm bom impacto na função imunológica; são alimentos
que contêm microrganismos – como lactobacillus
e bifidobacterias que, quando ingeridos, exercem efeitos benéficos
para a saúde. Esses organismos são adicionados aos alimentos, como os leites
fermentados, por exemplo.
As vitaminas A, C e E
são importantes antioxidantes necessários para o organismo dos seres humanos,
pois protegem as células, inclusive do sistema imune, dos danos causados pelos
radicais livres. Além disso, a oferta dessas vitaminas pode ser benéfica para o
sistema imune por aumentar:
a) a produção de anticorpos,
b) a proliferação de linfócitos,
c) a atividade de células
exterminadoras naturais (NK) e a atividade fagocítica de macrófagos,
d) a produção de citocinas
pró-inflamatórias.
O zinco é um mineral que, em
baixas concentrações, pode provocar prejuízos para o sistema imune por provocar
a diminuição: a) da atividade de células imunes, b) da produção de citocinas,
como interleucina-2 (IL-2), interferon-gama, fator de necrose tumoral-alfa, c)
da capacidade proliferativa de linfócitos, dentre outras. Todos esses prejuízos
provocados pela deficiência de zinco podem ser revertidos pela ingestão
adequada desse micronutriente. A recomendação desse micronutriente para um
adulto, homens e mulheres, é de 8 a 11 mg/dia, de acordo com a DRI (Dietary
Reference Intakes).
O
selênio
é essencial para o organismo humano, sendo importante para ajudar a proteína
exercer sua função, além de exercer papel como antioxidante. A deficiência
deste micronutriente pode prejudicar a proliferação de linfócitos, produção de
mediadores inflamatórios e reduzir a produção de
imunoglobulinas. Por outro lado, esse micronutriente pode apresentar efeito
tóxico para as células do sistema imune quando ingerido em grande quantidade.
Sua recomendação para adultos, de acordo com a DRI,
é de 55 microgramas diárias e sua ingestão máxima é de 400 microgramas/dia.
O
ferro
é importante para as funções de células imunes. Sua deficiência, como ocorre na
anemia, pode causar redução na atividade fagocítica de células apresentadoras
de antígenos, redução dos níveis de imunoglobulinas, dificultar a ativação de
linfócitos T e reduzir a produção de IL-2.
As fontes alimentares dos nutrientes que colaboram para o
fortalecimento do nosso sistema imunológico são:
● Vitamina
E: fontes oleaginosas como: nozes, castanhas, amêndoas,
macadâmias, azeite de oliva.
● Vitamina
A: manga, mamão, cenoura, abóbora, couve, espinafre.
● Zinco:
legumes, feijão, lentilha, ervilha, soja e grãos, carne vermelha.
● Vitamina
C: laranja, kiwi, acerola, goiaba, morango, limão, tangerina, couve,
tomate.
● Selênio:
nozes, castanha do pará.
● Cobre:
castanha de caju, semente de girassol, lentilhas, cogumelos, chocolate amargo.
● Probióticos:
batata yacon, raiz da chicória, leites fermentados.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
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