Alimentos in natura são aqueles obtidos
diretamente de plantas ou animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e
adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem
a natureza. Alimentos minimamente processados são alimentos in natura que, antes de sua aquisição,
foram submetidos a alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos, polidos e
empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes
de carnes resfriados ou congelados e leite pasteurizado.
A aquisição de alimentos in natura
é limitada a algumas variedades como frutas, legumes, verduras, raízes,
tubérculos e ovos. E, ainda assim, é comum que mesmo esses alimentos sofram
alguma alteração antes de serem adquiridos, como limpeza, remoção de partes não
comestíveis e refrigeração. Outros alimentos como arroz, feijão, leite e carne
são comumente adquiridos após secagem, embalagem, pasteurização, resfriamento
ou congelamento. Outros grãos como os de milho e trigo e raízes como mandioca
costumam ainda ser moídos e consumidos na forma de farinhas ou de massas feitas
de farinhas e água, como o macarrão. O leite pode ser fermentado e consumido na
forma de iogurtes e coalhadas.
Limpeza, remoção de partes
não comestíveis, secagem, embalagem, pasteurização, resfriamento, congelamento,
moagem e fermentação são exemplos de processos mínimos que transformam
alimentos in natura em minimamente
processados. Note-se que, como em todo processamento mínimo, não há agregação
de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento.
Alimentos in natura tendem a se deteriorar muito
rapidamente e esta é a principal razão para que sejam minimamente processados
antes de sua aquisição. Processos mínimos aumentam a duração dos alimentos in
natura, preservando-os e tornando-os apropriados para armazenamento. E podem
também abreviar as etapas de preparação (limpeza e remoção de partes não
comestíveis) ou facilitar a sua digestão ou torná-los mais agradáveis ao
paladar (moagem, fermentação).
Em algumas situações,
técnicas de processamento mínimo, como o polimento excessivo de grãos, podem
diminuir o conteúdo de nutrientes dos alimentos e, nesses casos, deve-se
preferir o alimento menos processado (como a farinha de trigo menos refinada e
o arroz integral). Entretanto, na grande maioria das vezes, os benefícios do
processamento mínimo superam eventuais desvantagens.
Por
que consumir alimentos in natura ou
minimamente processados e de origem predominantemente vegetal?
Alimentos in natura ou minimamente processados
variam amplamente quanto à quantidade de energia ou calorias por grama
(densidade de energia ou calórica) e quanto à quantidade de nutrientes por
caloria (teor de nutrientes).
Alimentos de origem animal
são boas fontes de proteínas e da maioria das vitaminas e minerais de que
necessitamos, mas não contêm fibra e podem apresentar elevada quantidade de
calorias por grama e teor excessivo de gorduras não saudáveis (chamadas
gorduras saturadas), características que podem favorecer o risco de obesidade,
de doenças do coração e de outras doenças crônicas.
Por sua vez, alimentos de
origem vegetal costumam ser boas fontes de fibras e de vários nutrientes e
geralmente têm menos calorias por grama do que os de origem animal. Mas,
individualmente, tendem a não fornecer, na proporção adequada, todos os
nutrientes de que necessitamos.
De fato, com exceção do
leite materno nos primeiros seis meses de vida, nenhum alimento sozinho
proporciona aos seres humanos o teor de nutrientes que seu organismo requer.
Isso explica a razão de a espécie humana ter evoluído de modo a se tornar apta
a consumir grande variedade de alimentos. Também explica porque diversas
sociedades e sistemas alimentares tradicionais se estabeleceram combinando
alimentos de origem vegetal com perfis de nutrientes que se complementam e
consumindo pequenas quantidades de alimentos de origem animal.
Exemplos de combinações de
alimentos de origem vegetal que se complementam do ponto de vista nutricional
são encontrados na mistura de cereais com leguminosas (comum na culinária
mexicana e presente no nosso arroz com feijão), de cereais com legumes (comum
na culinária de países asiáticos e presente no arroz com jambu do Pará), de
tubérculos com leguminosas (comum em países africanos e presente no nosso tutu
com feijão) e de cereais ou tubérculos com frutas (comum em várias culinárias e
presente no arroz com pequi de Goiás e na farinha de mandioca com açaí da
Amazônia).
Em muitas das culinárias
tradicionais, carnes, peixes e ovos são consumidos como parte de preparações
culinárias que têm como base alimentos
oriundos de plantas. A adição de alimentos de origem animal acrescenta sabor à
comida, realça o sabor de cereais, feijões, legumes, verduras e tubérculos e
melhora a composição nutricional da preparação final. Papel semelhante tem a
adição às preparações de alimentos de sabor intenso como alho, cebola,
pimentas, manjericão e coentro.
Com a complementação de pequenas quantidades de alimentos de origem
animal, combinações de alimentos de origem vegetal – vários tipos de grãos,
raízes, tubérculos, farinhas, legumes, verduras, frutas e castanhas –
constituem base nutricionalmente balanceada, saborosa e culturalmente
apropriada.
As informações contidas neste blog,
não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área
de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Guia Alimentar Para a População
Brasileira. Ministério da Saúde, 2014.
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