O ácido úrico é um dos
produtos de excreção do metabolismo das proteínas. Ele surge como resultado da
quebra das moléculas de purina (proteína contida em muitos alimentos) por
enzimas. Depois de utilizadas pelo nosso organismo, as purinas são degradadas e
transformadas em ácido úrico pelo fígado. Quando ocorre um distúrbio nesse
metabolismo, o ácido úrico é depositado em forma de cristais nas articulações,
nos rins (cálculos) ou no tecido subcutâneo (tofos).
Elevações nas concentrações séricas de ácido úrico são
comumente encontradas em associação com a intolerância à glicose, dislipidemia,
hipertensão arterial e resistência à insulina. Indivíduos com hiperuricemia
(ácido úrico elevado) assintomática apresentam menor sensibilidade à insulina
do que indivíduos sem hiperuricemia. A insulina promove a reabsorção tubular
renal de sódio, bicarbonato, cloro e ânions orgânicos, como os uratos. Este
constitui o mecanismo pelo qual a resistência à insulina e a hiperinsulinemia
(elevação da insulina na corrente sanguínea) provocam hiperuricemia.
A hiperuricemia é geralmente definida como um nível de
ácido úrico no sangue superior a 7,0mg/dL para homens e superior a 6,0mg/dL em
mulheres. Com o aumento da concentração de ácido úrico no sangue, ocorre a
deposição de cristais de ácido úrico nos tecidos, principalmente nas
articulações, produzindo o quadro de gota, causando inflamação e
consequentemente dor e inchaço.
Terapia
Nutricional
As recomendações dietéticas para gota (depósito de ácido
úrico) incluem restrição de purinas, proteína e álcool, além da perda de peso.
Alimentos integrais, feijões, ervilhas, lentilhas, aspargo, couve-flor, brotos
de vegetais, espinafre e cogumelos são ricos em purinas.
Alimentos muito ricos em
purina (estes alimentos devem ser evitados ao
máximo, e eliminados da dieta quando o paciente estiver em crise).
● Miúdos em geral (miolo,
fígado, rins, coração, moela);
● Peixes e frutos do mar,
como: sardinha, salmão, truta, bacalhau, arenque, anchova, ovas de peixe,
mexilhão e marisco;
● Algumas aves, como: pombo,
ganso, peru, galeto;
● Carnes como vitela, bacon,
cabrito, carneiro ou ovelha, embutidos;
● Caldo de carne e molhos
prontos;
● Fermento de pães;
● Bebidas alcoólicas de
todos os tipos;
● Tomate e extrato de tomate;
Alimentos moderadamente
ricos em purina (quando o paciente está fora de crise,
mas tem o diagnóstico de gota, deve consumir moderadamente estes alimentos).
● Carnes de vaca, frango,
porco, coelho e presunto;
● Peixes e frutos do mar não
citados acima, bem como camarão, ostra, lagosta, caranguejo;
● Leguminosas como feijão,
soja, grão-de-bico, ervilha e lentilha, aspargo, cogumelos, couve-flor e
espinafre;
● Cereais integrais como
arroz integral, trigo em grão, centeio e aveia;
● Oleaginosas: nozes,
castanhas, pistache, avelã.
Alimentos com pouca
quantidade ou isentos de purina (estes alimentos são
liberados para consumo, sem restrições, no que se refere ao problema de gota).
● Leite, chá, café,
chocolate;
● Queijos magros;
● Ovos cozidos;
● Cereais e farináceos como
pão, macarrão, sagu, fubá, mandioca, araruta, arroz branco e milho;
● Vegetais como couve,
repolho, alface, acelga, agrião, radiche;
● Doces e frutas de todos os
tipos, incluindo todos os sucos;
● Manteiga e margarina.
A perda de peso proporciona aumento na sensibilidade à
insulina e redução nas concentrações de insulina e triglicerídeos plasmáticos.
Dietas hipocalóricas e hiperproteicas melhoram a sensibilidade à insulina,
enquanto que dietas hipocalóricas e hiperglicídicas reduzem a sensibilidade à
insulina.
O álcool está fortemente relacionado com a ocorrência de
gota. O etanol e a purina contida nas bebidas alcoólicas contribuem para a
hiperuricemia e gota. A cerveja apresenta elevados teores de guanina, derivada
da fermentação do levedo e da cevada. O possível mecanismo de associação entre
consumo de álcool e a gota inclui a produção em excesso de ácido láctico e
ácidos graxos, que afetam o pH dos fluidos corporais e alteram a excreção renal
de ácido úrico.
Alguns estudos têm comprovado que o resveratrol,
substância naturalmente presente no vinho, uvas (principalmente casca e sementes),
amora e jabuticaba é na realidade capaz de prevenir a gota, já que reduz os
índices de ácido úrico através do aprimoramento da função renal.
Outra bebida aliada na redução do ácido úrico é o café.
Em pesquisa realizada nos EUA constatou-se que o consumo desta bebida reduziu
significativamente os níveis deste composto no sangue tanto em homens quanto em
mulheres. No entanto, nenhuma correlação foi encontrada em relação ao chá. Os
autores desta pesquisa apontam que os benefícios da bebida não estão
relacionados à presença de cafeína e, portanto a ingestão de café seja ele
descafeinados ou não produz os mesmos efeitos benéficos.
Frutas e hortaliças são ricas em micronutrientes,
incluindo o folato, a vitamina C e as fibras, que são considerados protetores
contra o aparecimento de gota. Aproximadamente 2/3 do ácido úrico produzido
diariamente é excretado na urina e 1/3 é eliminado diretamente nas secreções
intestinais e saliva. Isso pode explicar o possível efeito protetor das fibras
na gota, uma vez que as fibras são benéficas à motilidade intestinal e
contribuem para a excreção intestinal de ácido úrico.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
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Disponível em: www.alimentofuncional.blogspot.com.br
Acessado em: 20/06/2015.
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nutricionais na hiperuricemia. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 20/06/2015.
McLellan, KCP; Bernardi,
JLD; Barbalho, SM. Abordagem nutricional e dietética na hiperuricemia e na
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Salgado, JM. Pharmacia de
Alimentos. 1. ed. São Paulo: Madras, 2004.
Stümer, J. Comida: um santo
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