domingo, 30 de agosto de 2015

Peixes



      Os peixes são animais aquáticos que possuem esqueleto cartilaginoso ou ósseo e apresentam guelras. Exemplos: arraia, cação, tubarão, corvina, badejo, pescada e pargo.

      Os peixes migratórios são mais gordurosos e possuem músculo escuro, pois para capturar o alimento necessitam realizar esforço físico para se deslocar. Exemplos de peixes de músculo escuro: atum, sardinha, bagre, cardumes, tainha, anchova, arenque, cavala e salmão. Como exemplo de peixes de músculo branco: pargo, branquinha, corvina, bacalhau, badejo, garoupa, linguado, pescada, robalo, carpa, dourado e peixe-espada.

            Embora o Brasil seja um país com uma variedade enorme de espécies de peixes marinhos (em torno de 1.200), não temos o hábito de consumir peixes com frequência. O brasileiro consome, em média, 8kg de peixe por ano, portanto, abaixo dos 12kg anuais recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Consumimos metade da média mundial, que gira em torno de 16kg por ano.

Peixes de água doce: em geral, possuem sabor mais acentuado e alto teor de gordura. Necessitam de especial atenção à forma de cocção. Os mais gordurosos, como o dourado, o pacu e o pintado são ideais para a grelha ou churrasqueira, pois se mantêm suculentos, sem ressecar. São peixes de água doce: dourado, pacu, tucunaré, tambaqui, pintado, Saint-pierre, truta, entre outros.

Peixes de água salgada: apresentam sabor característico, alto teor de iodo e menor teor de gordura do que os de água doce. Os mais consumidos no Brasil são: robalo, tainha, anchova, namorado, corvina, badejo, pescada, cavala, linguado, sardinha, manjuba e cação.

        A má conservação dos pescados podem causar intoxicações e infecções. Algumas características devem ser observadas para garantir segurança e características sensoriais agradáveis. Peixes frescos devem ser mantidos sobre espessa camada de gelo, e devem possuir brilho nos olhos e escamas firmes e resistentes. A coloração deve estar translúcida e sem manchas. Os peixes congelados devem ter a mesma aparência dos frescos, e não devem ter acúmulo de gelo, pois pode indicar descongelamento e formação de água. O descongelamento de pescados deve ser realizado em câmara fria ou refrigerador, devendo-se evitar colocá-los em temperatura ambiente ou fazer o descongelamento com água.

Para aqueles que consomem peixe em conserva, um alerta: apesar de ele garantir vários dos nutrientes naturais do peixe in natura, aumenta a densidade calórica do peixe. É importante entender que o processo de manutenção e conservação do peixe enlatado força o uso de algumas substâncias que não são naturais. Por exemplo, a salmoura pode aumentar a quantidade de sódio no alimento, seja em azeite ou em óleo comestíveis. Então, se por um lado tem a manutenção do ômega 3 que é positivo, por outro lado, em tempos de epidemia de obesidade, é um alimento de maior densidade energética, calórica. É importante, como todo alimento industrializado, observar as qualidades dessa embalagem, se não tem dano na lata, a data de validade do produto. Na hora do compra, fique atento porque qualquer dano pode trazer prejuízo à qualidade sanitária do peixe em conserva.

Benefícios Nutricionais

            O peixe é uma rica fonte de proteína de alta qualidade nutricional, com baixo teor de gorduras (20% ou menos), fonte de ácidos graxos poli-insaturados da série ômega-3, minerais (cálcio e potássio) e vitaminas, especialmente as do complexo B. Devido a sua rica composição nutricional vários estudos têm comprovado seus benefícios a saúde, quando, claro, consumidos como parte integrante da dieta diária. Os dois ácidos graxos ômega 3, o ácido eicosapentanoico (EPA) e o ácido docosahexanoico (DEXA) presentes em peixes como sardinha, atum, salmão e bacalhau, estão relacionados a benefícios a saúde física e mental.

            Pesquisas comprovam que o ácido α-linolênico (ômega 3) beneficia o coração através da modulação plaquetária (reduz o risco de infarto e derrame), redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol ruim, promove o desenvolvimento cognitivo e reduz a incidência de doenças neurodegenerativas como Alzheimer, além de possuir ação anti-inflamatória, modulando as prostaglandinas inflamatórias, tromboxanos e leucotrienos.

            Além do ômega 3, as proteínas presentes no peixe também são benéficas a nossa saúde. Inclusive, devido a sua alta digestibilidade estão mais biodisponíveis ao nosso organismo do que as proteínas presentes na carne vermelha e de frango. Pesquisas com os peptídeos bioativos e hidrolisados proteicos extraído do peixe têm exibido excelentes resultados em relação à redução de doenças cardiovasculares e atividade anticâncer e anti-inflamatória.

Quanto consumir?

            Procure consumir peixes e outros alimentos marinhos pelo menos três vezes por semana e não se esqueça de que os ácidos graxos ômega 3 são rapidamente depletados da maioria dos tecidos (dentro de uma semana) quando você para com a alimentação rica nesses ácidos graxos. Por isso, para se beneficiar dos efeitos desses ácidos, você deve consumir quantidade suficiente na semana, evitando dessa forma a falta nos tecidos e, consequentemente, as doenças cardiovasculares.



As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Azevedo, RR. Tradição na Páscoa, peixe deve ser opção o ano inteiro. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em: 25/08/2015.

Biazotto, FO. Que tal um peixe esse fim de semana? Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – ESALQ/USP, 2012.

Jaime, P. Governo Federal incentiva consumo regular de peixe. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em: 25/08/2015.

Martins, BT; Basílio, MC; Silva, MA. Nutrição aplicada e alimentação saudável. 1. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2014.

Peixe: um rico alimento. Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 25/08/2015.

Philippi, ST. Nutrição e Técnica Dietética. 1. ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2003.

Salgado, JM. Faça do alimento o seu medicamento: previna doenças. 1.ed. São Paulo: Madras, 2004.

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